Novembro 29, 2024
Arimatea

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A Câmara dos Comuns do Parlamento britânico confirmou, em nova votação nesta quarta-feira (4), a aprovação de uma lei que tenta impedir um Brexit sem acordo na data limite de 31 de outubro.

O resultado – 327 votos a favor e 299 contra – representa mais uma derrota para o primeiro-ministro Boris Johnson, que propõe, agora, convocar novas eleições no Reino Unido.

Para que a proposta de um novo pleito passe, dois terços da Câmara dos Comuns devem aprová-la em votação prevista para ainda esta quarta-feira.

Porém, o líder da oposição, o trabalhista Jeremy Corbyn, afirmou que o Partido Trabalhista somente apoiará convocar eleições depois que a lei sobre o Brexit aprovada hoje seja ratificada pela Câmara dos Lordes.

"Deixemos a lei passar, e só então vamos apoiar eleições para evitar uma saída sem acordo", afirmou Corbyn.

A Câmara dos Lordes, por sua vez, não pode vetar uma lei, apenas ratificá-la ou propor emendas. Isso pode, no entanto, atrasar o andamento da proposta, porque a casa alta do Parlamento já apresentou mais de 100 emendas ao projeto antes mesmo da votação desta quarta-feira.

Para Johnson, a medida apoiada por parlamentares "destrói a capacidade do governo de negociar".

"Eu não quero eleições, o público não quer eleições. Mas esta casa não deixou outra opção a não ser permitir que o público decida quem ele quer como primeiro-ministro", afirmou Johnson.

Quais são os próximos passos?
Pelo texto aprovado nesta quarta-feira, as datas previstas para os próximos passos do Brexit são as seguintes:

  • 19 de outubro: data limite para que o primeiro-ministro aprove um acordo de saída com a União Europeia no Parlamento;
  • 31 de outubro: se o primeiro-ministro conseguir costurar um acordo e o Parlamento aprovar, o Reino Unido deixa a União Europeia nesse dia;
  • 31 de janeiro: se o prazo expirar sem acordo, o primeiro-ministro deve pedir ao bloco europeu uma nova prorrogação do Brexit até essa data.

A programação ainda em vigor do governo estabelece que Johnson estará em Bruxelas em 17 de outubro para uma reunião com líderes europeus para tentar chegar a um pacto. O premiê desejava um Brexit com ou sem acordo até 31 de outubro, mas, com a negativa dos parlamentares, ele tem ameaçado convocar novas eleições.

"Posso convidar o líder da oposição para confirmar, quando se levantar em breve, que se a rendição for aprovada ele permitirá que as pessoas deste país tenham sua opinião sobre o que ele propõe entregar em seu nome, com uma eleição em 15 de outubro?", indagou.

Johnson perdeu o apoio da maioria depois que parlamentares correligionários, do Partido Conservador, passaram a votar juntamente com o Partido Trabalhista, do líder opositor Jeremy Corbyn. O premiê, inclusive, acusa o oposicionista de emperrarem o Brexit em 31 de outubro.

"Há apenas uma coisa que está no nosso caminho: a rendição atualmente proposta pelo líder da oposição [Corbyn]", disse Johnson ao Parlamento.

G1
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O furacão Dorian está passando pelo Atlântico a menos de 160 km da costa da Flórida, nos Estados Unidos, de acordo com o Centro Nacional de Furacões às 10h (horário de Brasília).

Os destroços causados pela passagem do furacão Dorian mas Bahamas se estendem por vários quilômetros e inundações cobriam a maior parte das ilhas do país nesta quarta-feira (4).

Agentes de emergência tentam alcançar as vítimas, e as operações de busca e resgate continuam – a dimensão dos danos e da crise humanitária ainda está se revelando.

"Estamos no meio de uma das maiores crises nacionais da história do nosso país", disse o premiê, Hubert Minnis, em uma coletiva de imprensa. "Não pouparemos esforços ou recursos".

Algumas vítimas da tempestade continuam presas em telhados à espera de resgate. O saldo de mortes oficial de sete deve aumentar nos próximos dias.

"Podemos contar que mais mortes serão registradas. Esta é só uma informação preliminar", disse Minnis em uma coletiva de imprensa.

"Marsh Harbor sofreu, eu estimaria, mais de 60% de dano em suas casas", disse, referindo-se ao porto de Great Abaco.

"Mud, até onde sabemos, foi completamente destruída ou dizimada", disse, falando sobre a favela conhecida como Mud e Peas.

Vídeos aéreos da ilha de Great Abaco mostraram quilômetros de bairros inundados, edifícios pulverizados, barcos de cabeça para baixo e contêineres espalhados como brinquedos. As paredes ou tetos de muitos prédios foram arrancados.

Os ventos do Dorian diminuíram para os de uma tempestade de categoria 2 das 5 da escala de ventos Saffir-Simpson, mas o furacão aumentou de tamanho e ganhou velocidade.

Meteorologistas disseram que nesta quarta-feira (4) ele chegará perigosamente perto do litoral leste do Estado norte-americano da Flórida, onde mais de um milhão de pessoas receberam ordens de retirada.

O Dorian tinha ventos contínuos máximos de 165 quilômetros por hora e seguia para o norte-noroeste a 13 quilômetros por hora cerca de 144 quilômetros a leste de Daytona Beach, na Flórida, informou o Centro Nacional de Furacões (NHC) em um boletim emitido às 5h locais.

"Nesta rota, o centro do furacão Dorian chegará perigosamente perto do litoral leste da Flórida e do litoral da Georgia até a noite desta quarta-feira (4)", disse o boletim.

G1
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A decisão do governo brasileiro de aumentar o volume de etanol que pode ser importado pelo país com isenção de tarifa divide representantes do sucroalcooleiro nacional.

De um lado, a medida foi comemorada por produtores do Centro-Sul e, de outro, irritou os do Norte e do Nordeste, que se mantêm apreensivos com suas consequências.

Mas por quê?

No sábado (31/08), o Ministério da Economia decidiu não só prorrogar por mais um ano a importação de etanol isenta da alíquota de 20%, como elevou a cota dos 600 milhões de litros para 750 milhões de litros - a taxa passa a ser cobrada quando o volume negociado supera a cota.

Naquele dia, expirava o prazo de dois anos da tarifa aplicada pelo Brasil sobre o biocombustível adquirido no exterior para um volume acima de uma cota trimestral de 150 milhões de litros.

A nova cota foi discutida pela pasta, em conjunto com os Ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e das Relações Exteriores.

Havia também a possibilidade de o governo brasileiro zerar as tarifas para todo o etanol importado, o que preocupava a indústria e não aconteceu.

Favorável aos EUA
A medida atendeu principalmente aos interesses dos americanos, os maiores exportadores ao Brasil de etanol, produzido a partir do milho - segundo dados oficiais, 99,7% do etanol importado pelo Brasil vem dos EUA.

Desde 2016, o Brasil é o país que mais compra etanol americano.

A expectativa dos produtores brasileiros era de que o governo americano liberasse seu mercado de açúcar, um dos mais protegidos do mundo, mas não houve essa contrapartida por enquanto.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chegou a comemorar no Twitter a facilitação da entrada do produto americano no mercado brasileiro. Depois, apagou o tuíte.

Em nota, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), que representa as usinas do centro-sul do Brasil, disse que a medida foi uma "grande vitória".

"Embora fosse importante para o Brasil realizar um gesto em favor da abertura comercial com os EUA, com quem buscamos um amplo acordo de livre comércio, isso não poderia ser feito sem uma contrapartida para o açúcar brasileiro", afirmou.

Segundo a entidade, o governo brasileiro "foi capaz de conciliar a liberdade econômica e a garantia da competitividade brasileira na produção sucroenergética".

Insatisfeitos
Mas os produtores do Nordeste brasileiro não reagiram da mesma forma.

"Foi uma decisão muito descoordenada. Não houve reciprocidade dos americanos. Ou seja, foi uma promessa no campo virtual, e não no real. Não acho que os americanos vão ceder", diz à BBC News Brasil Renato Cunha, presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco (Sindaçúcar-PE).


"O governo brasileiro deveria regular para onde este etanol (importado dos Estados Unidos) vai ser destinado. Não dá para vendê-lo no Nordeste. Isso teria efeitos desastrosos na nossa indústria", acrescenta.

O misto de irritação e apreensão se deve ao fato de que a maior parte do etanol americano se destina ao Nordeste brasileiro, por uma combinação de questões econômicas (preços mais competitivos) e logísticas (proximidade geográfica). Ali, a produção é bem menor que no Centro-Sul, principal polo canavieiro mundial.

Cunha argumenta, no entanto, que a região responde por "35% da força de trabalho na indústria sucroalcooleira".

Para se ter uma ideia, na safra 2018/2019, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Brasil produziu um recorde de 33,1 bilhões de litros de etanol. Desse total, 31 bilhões de litros (93%) foram produzidos no Centro-Sul.

Além disso, o Nordeste também sofreu com a queda no preço internacional do açúcar, por conta dos subsídios da Índia, que desbancou o Brasil como o maior produtor mundial.

Isso levou as usinas brasileiras a alocarem maior parcela de cana de açúcar para a produção do combustível - 65% dessa matéria-prima foi destinada à fabricação de etanol e na próxima safra não deve ser diferente.

Ainda de acordo com dados da Conab, a produção de açúcar no Brasil na safra passada registrou o menor nível em mais de 10 anos, com 29 milhões de toneladas, sendo 26,5 milhões no Centro-Sul. Em 2017/18, o país havia produzido quase 38 milhões de toneladas.

"Ou seja, essa nova cota (de 750 milhões) responde por mais de 30% da produção de etanol do Nordeste", lembra Cunha.

Segundo disse ele à BBC News Brasil, após reunião em Brasília na manhã desta quarta-feira (04/09) com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, o governo se comprometeu a "estudar formas de regular o suprimento do etanol importado".

"Nosso pleito é que este etanol chegue durante a entressafra do Nordeste (de março a setembro) e que seu destino seja determinado de acordo com a produção de cada região. Se produzimos bem menos do que o Centro-Sul, por que vamos receber proporcionalmente mais? Não é justo", argumenta Cunha.

Para Marcos Jank, professor sênior de agronegócio global do Insper e ex-presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), é preciso reduzir o protecionismo.

"Continuo dizendo que não faz sentido propor biocombustíveis como alternativa ao petróleo se as tarifas praticadas continuarem altas. Por isso, vejo com bons olhos a redução do protecionismo ao etanol", diz ele à BBC News Brasil.

Novos mercados para etanol
O etanol de milho - parte majoritária da produção americana - e o da cana de açúcar têm o mesmo potencial energético, mas diferem na intensidade de carbono - a produção do etanol a partir do milho é mais "suja".

"Basicamente, a cana tem o bagaço. Ou seja, quando se fabrica o etanol, se usa a própria energia dessa matéria-prima. Já o milho requer uma fonte energética adicional. Sendo assim, o etanol da cana gera uma economia maior de gases de efeito estufa, causadores do aquecimento global. É mais limpo", disse Plinio Nastari, presidente e CEO da Datagro Consultoria, em entrevista recente à BBC News Brasil.

Além disso, a produtividade do etanol de cana de açúcar é maior do que o milho. "A cada hectare plantado, geramos 4 mil litros de etanol a partir do milho e de 6 mil a 7 mil a partir da cana."

Além de cobrar maior reciprocidade dos Estados Unidos, produtores estão de olho em novos mercados.

A indústria nacional vem se empolgando com a possibilidade de que China, Índia e Filipinas passem a adotar a chamada E10, a gasolina com 10% de álcool. Já a Tailândia, outro consumidor em potencial, poderia acrescentar uma fatia 20% de álcool à gasolina.

Caso esses quatro países realmente adotem as fórmulas E10 e E20, haveria uma demanda adicional de 19,4 bilhões de litros de etanol por ano, o equivalente a mais da metade da produção brasileira.

Os produtores brasileiros também estão esperançosos com o RenovaBio, como é chamada a Política Nacional de Biocombustíveis, que passará a vigorar a partir de janeiro de 2020.

O objetivo é reduzir as emissões de CO2 em 11% até 2029 em comparação com 2018. Para isso, será preciso estimular aumento da produção e do consumo de combustíveis renováveis.

Na prática, a produção nacional deve crescer para 48 bilhões de litros (contra os atuais 33 bilhões), exigindo um investimento de R$ 60 bilhões a R$ 70 bilhões na próxima década.

BBC
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As exportações brasileiras de carne bovina cresceram 14,2% de janeiro a agosto na comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira (4) pela associação que representa os frigoríficos exportadores do setor (Abiec).

A receita no período cresceu 7,5% e registrou US$ 4,3 bilhões. O principal destino da proteína em 2019 é a China, com exportações no período de US$ 1, 41 bilhão em receitas e 212,2 mil toneladas em volume, crescimento de 17,3% e 11%, respectivamente.

Os embarques em agosto somaram 150,6 mil toneladas e receitas de US$ 621,06 milhões. O resultado representa um recuo de 3,5% no volume e avanço de 1% no faturamento, ante o mês anterior.

G1
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O dólar opera em queda nesta quarta-feira (4), reagindo ao noticiário mais positivo no exterior e de olho na tramitação da proposta de emenda constitucional (PEC) da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.

Às 14h42, a moeda norte-americana caía 1,87%, vendida a R$ 4,1014. Na mínima até o momento chegou a R$ 4,0953. Na máxima, bateu R$ 4,1523.

No dia anterior, a moeda norte-americana caiu 0,06%, vendida a R$ 4,1796.

Cenário externo
O forte recuo do dólar no mundo todo ocorre em meio a questionamentos, entre participantes de mercado, a respeito da intenção do Banco Central Europeu (BCE) de adicionar estímulos à economia.

Paralelamente, a libra também se recupera após o Parlamento do Reino Unido rejeitar a moção para que o premiê Boris Johnson assuma o controle do Brexit, a saída do país da União Europeia (UE). Embora a atitude deva precipitar eleições antecipadas, o movimento foi lido como um recuo nas chances de um Brexit sem acordo.

Também foi alvo de alívio a decisão do governo de Hong Kong de cancelar o projeto de lei que permitia a extradição de cidadãos para a China continental. O projeto é um dos principais alvos dos manifestantes que protestam no território há semanas.

A atividade no setor de serviços da China se expandiu no ritmo mais rápido em três meses em agosto, com um crescimento de novos pedidos, o que levou ao maior aumento de contratações em mais de um ano, mostrou uma pesquisa privada.

A pesquisa ajudou a compensar as preocupações acerca da disputa comercial prolongada entre as duas maiores economias do mundo.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, alertou na terça-feira que seria "mais duro" com a China em um segundo mandato se as negociações comerciais persistirem, aumentando os temores do mercado de que disputas comerciais em andamento possam desencadear uma recessão nos EUA.

Cenário local
No Brasil, os investidores aguardam detalhes sobre a votação do relatório sobre a PEC da Previdência na CCJ do Senado. De acordo com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), a CCJ também deve decidir sobre a sugestão do relator Tasso Jereissati (PSDB-CE) de tratar o sistema de aposentadoria em Estados e municípios em uma PEC paralela.

G1
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O homem preso suspeito de matar um radialista em Itaporanga, no Sertão da Paraíba, passou por audiência de custódia na manhã desta quarta-feira (4). De acordo com a Polícia Civil, na audiência a Justiça determinou a prisão preventiva do homem e ele foi encaminhado para a cadeia pública da cidade.

Durante a audiência de custódia do suspeito, familiares da vítima e moradores de Itaporanga se reuniram em frente ao fórum da cidade e fizeram uma manifestação pedindo justiça pela vítima, Denisvaldo Mendes Pacheco, encontrada morta na tarde da quinta-feira (29).

Suspeito se apresentou à polícia na sexta-feira (30)
O suspeito foi preso na última sexta-feira (30) ao se apresentar à polícia um dia após o corpo da vítima ser encontrado na zona rural de Itaporanga. Denisvaldo Mendes Pacheco foi encontrado morto na tarde da quinta-feira (29).

Segundo a Polícia Civil, o corpo de Denisvaldo Mendes estava com marcas de espancamento. As primeiras investigações revelaram que vítima e suspeito teriam um relacionamento extraconjugal. A polícia investiga se o relacionamento entre os dois homens teria relação com a motivação do crime.

Ainda de acordo com a polícia, já havia um mandado de prisão preventiva contra o suspeito. Na sexta-feira (30), ao se apresentar à polícia com um advogado, o homem negou ter cometido o crime.

G1 PB
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O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quarta-feira (4) que a alta comissária da Organização das Nações Unidas (ONU) para os direitos humanos, Michelle Bachelet, defende "direitos de vagabundos".

Bolsonaro deu a declaração na saída do Palácio da Alvorada, ao comentar uma entrevista de Bachelet em Genebra. À imprensa, a alta comissária da ONU e ex-presidente do Chile disse que, nos últimos meses, houve uma "redução do espaço democrático" no Brasil. Ela também criticou a alta nas mortes causadas por policiais no país e a violência contra defensores dos direitos humanos.

Em São Paulo, a polícia matou 426 pessoas no 1º semestre, segundo a Secretaria de Segurança, o que significa uma alta de 3% em relação ao mesmo período do ano passado. No Rio de Janeiro, foram 881 mortes, uma alta de 15%, também segundo o governo estadual. Foram, portanto, 1.307 mortes por policiais nos dois estados. Na entrevista, Bachelet citou um número um pouco menor, 1.291. Bolsonaro criticou a declaração:

“Ela agora vai na agenda de direitos humanos. Está acusando que eu não estou punindo policiais que estão matando muita gente no Brasil. Essa é a acusação dela. Ela está defendendo direitos humanos de vagabundos”, afirmou o presidente.
Ainda em resposta a Bachelet, Bolsonaro citou o pai da ex-presidente do Chile. Ele disse que se o general Augusto Pinochet (ditador chileno nas décadas de 70 e 80) não houvesse derrotado esquerdistas, entre eles o pai de Bachelet, o Chile hoje seria "uma Cuba".

“E ela [Bachelet] diz mais ainda. Ela critica dizendo que o Brasil está perdendo o seu espaço democrático. Senhora Michelle Bachelet, se não fosse o pessoal do Pinochet derrotar a esquerda em 73, entre eles o seu pai, hoje o Chile seria uma Cuba. Acho que não preciso falar mais nada para ela”, afirmou Bolsonaro.

Alberto Bachelet foi um general da Força Aérea do Chile, opositor do golpe militar liderado por Pinochet em setembro de 1973. Segundo um relatório do Serviço Médico Legal do país, ele morreu vítima dos maus-tratos sofridos após ser preso e acusado pela ditadura de traição à pátria. Michelle Bachelet foi presa um ano depois, em 1975, e também sofreu tortura na detenção.

Bolsonaro ainda afirmou que, "quando tem gente que não tem o que fazer, como a senhora Michelle Bachelet, vai lá para cadeira de direitos humanos da ONU".

Entrevista
Na entrevista em Genebra, Bachelet afirmou que a violência policial no Brasil atinge mais as pessoas negras e que moram em favelas.

"Podem ser ações policiais, mas quero destacar que é uma alta de 12% a 17% [em mortes causadas pela polícia no Rio e em São Paulo] comparado ao mesmo período do ano passado. Vimos que a alta da violência atinge mais as pessoas de ascendência africana ou as que vivem em favelas", disse a alta comissária.

Bachelet criticou o discurso de autoridades que, segundo ela, legitimam a violência policial.

"Vimos uma alta em violência da polícia, em meio de um discurso público que legitima execuções sumárias e uma falta de responsabilização", afirmou.

“Esses aspectos são importantes quando se ouve negações de crimes estatais do passado, o que é personalizado pela proposta de celebração do golpe militar, combinado a uma transição incompleta do sistema judicial, o que pode aumentar a impunidade e reforçar a mensagem de que agentes do Estado estão acima da lei e podem matar sem serem responsabilizados”, completou a ex-presidente do Chile.

G1
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A Vice-Presidência da República informou que recebeu no início da tarde desta quarta-feira (4) um novo telefonema do gabinete do presidente Jair Bolsonaro para dizer que ele transmitirá, sim, o cargo ao vice Hamilton Mourão antes de se submeter a uma cirurgia em São Paulo, no domingo. Com isso, Mourão será o presidente em exercício de domingo a terça-feira (10).

O presidente fará uma nova cirurgia para correção de uma hérnia formada na região das intervenções anteriores, motivadas pela facada que recebeu durante um ato da campanha eleitoral do ano passado.

A informação inicial da Vice-Presidência, fornecida ao blog, era a de que Bolsonaro não transmitiria o cargo. Essa decisão teria sido tomada na noite de terça (3).

"Foi um mal-entendido", afirmou o coronel Moniz Costa, assessor de imprensa da Vice-Presidência depois de receber ligação do porta-voz do presidente, general Rêgo Barros, dando a nova informação.

Ao dar a informação ao blog, a equipe do vice-presidente Hamilton Mourão disse que não considerava aquela decisão uma novidade porque na última cirurgia de Bolsonaro não transmitiu o cargo ao vice.

De acordo com o coronel Moniz Costa, a Vice-Presidência recebeu, de fato, na noite de terça a informação de que Hamilton Mourão não assumiria a Presidência da República. Mesmo assim, Mourão cancelou uma viagem que faria ao Reino Unido.

Desde esta terça, houve duas mudanças. Na manhã de terça, Bolsonaro iria transmitir o cargo ao vice. À noite, não mais. E na tarde desta quarta, voltou à situação anterior: a decisão é de que Mourão assumirá o exercício da presidência da República por três dias.

G1
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A ex-presidente Dilma Rousseff voltou ao Congresso nesta quarta-feira (4) pela primeira vez desde que sofreu o impeachment, em agosto de 2016. Ela participou de um ato, organizado por partidos de oposição ao governo de Jair Bolsonaro, contra privatizações de empresas estatais e em defesa da "soberania nacional".

Na última vez que Dilma tinha ido ao Congresso, em 29 de agosto de 2016, ela se defendeu, na tribuna do Senado, da acusação de crime de responsabilidade fiscal. No entanto, os parlamentares entenderam que a então presidente havia cometido irregularidades ao adotar as chamadas "pedaladas fiscais" e ao assinar decretos que geraram gastos para o governo sem autorização do Congresso Nacional. O impeachment foi aprovado dois dias depois.

O ato desta quarta-feira foi realizado em um auditório na Câmara dos Deputados. Dilma chegou acompanhada de aliados políticos, como o ex-prefeito de São Paulo e candidato derrotado do PT nas eleições presidenciais do ano passado, Fernando Haddad.

Também participaram os presidentes de partidos de oposição Carlos Lupi (PDT), Calos Siqueira (PSB) e Gleisi Hoffmann (PT), o ex-presidenciável Guilherme Boulos (PSOL), o governador do Piauí Wellington Dias (PT) e o senador Renan Calheiros (MDB-AL).

As privatizações, criticadas pelo grupo, são defendidas pelo governo como uma maneira de levantar recursos para o caixa da União e tornar mais eficiente a atuação das estatais. O governo já manifestou intenção de privatizar 17 empresas, entre elas Correios e Eletrobras.

Discurso
Em discurso de cerca de 30 minutos, a ex-presidente chamou o governo Bolsonaro de “neofascista”. Segundo Dilma, a gestão do presidente não tem compromisso com a nação nem com a soberania do país.

“Hoje em dia nós vivemos com a consciência de que este país, que havia resistido por quatro eleições presidenciais consecutivas, resistido ao neoliberalismo, hoje vê que foi necessário o surgimento de um governo neofascista para implantar o neoliberalismo", afirmou.

“Esse grupo que está no poder não tem o menor compromisso com a nação, portanto, não tem compromisso com a soberania”, completou Dilma.

A ex-presidente criticou também a atuação da Operação Lava Jato que, segundo ela, desmontou a imagem da Petrobras para atender interesses econômicos estrangeiros.

“É importante a gente notar que o processo de desmonte da imagem da Petrobras tem a ver também com o ataque da Lava Jato. A Lava Jato é responsável também por ferir economicamente as empresas nacionais, sobretudo a Petrobras”, argumentou.

“A privatização das estatais não é privatização coisa nenhuma, é desnacionalização, principalmente as maiores. A Petrobras não será privatizada, mas desnacionalizada. Não há no Brasil capital suficiente para comprar e desenvolver a Petrobras”, concluiu Dilma.

Criação de frente parlamentar
O evento foi marcado por gritos de “Lula livre” e “fora Bolsonaro”. Os manifestantes ainda fizeram, a pedido do bispo Dom Evaristo Pascoal, um minuto de silêncio em razão do aumento das queimadas na Amazônia.

No encontro foi lançada a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Soberania Nacional. O grupo será presidido pela senadora Zenaide Maia (PROS-RN) e coordenado pelo deputado e ex-ministro do Desenvolvimento Social do governo Lula, deputado Patrus Ananias (PT-MG).

A criação de um projeto em “defesa da soberania nacional” foi articulada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso em Curitiba após ser condenado na Lava Jato.

G1
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Dois adolescentes que estavam foragidos do Lar do Garoto, após a fuga de 5 internos do Centro Educacional em Lagoa Seca, no Agreste da Paraíba, foram recapturados na manhã desta quarta-feira (4), conforme o comandante do 10º Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel Francimar Lins. De acordo com o tenente-coronel, os dois internos foram apreendidos pela Polícia Militar de Esperança, na mesma região.

Conforme a Polícia Militar, após a fuga do Lar do Garoto na tarde da terça-feira, os dois adolescentes estariam escondidos em uma mata ainda na cidade de Lagoa Seca. Na manhã desta quarta-feira (4), a dupla teria abordado um motorista em uma rodovia próximo ao local, rendido a vítima e obrigado o homem a levá-los até a cidade de Esperança.

Segundo relato da vítima à polícia, chegando em Esperança, a dupla desceu do carro e fugiu. Depois disso, o motorista acionou a Polícia Militar, que entrou em diligências em busca dos adolescentes. Os dois internos foram apreendidos pela PM e levados de volta ao Lar do Garoto, em Lagoa Seca.

Agente socioeducativo ferido
Um agente socioeducativo ficou ferido durante a fuga dos 5 internos do Lar do Garoto, conforme o delegado Luciano Soares, que acompanha o caso. De acordo com o delegado, 20 adolescentes e 3 jovens foram autuados por atos infracionais e crimes de ameaça, dano qualificado, lesão corporal e associação criminosa.

Após a autuação dos 23 internos, todos retornaram para o Lar do Garoto. Segundo o delegado, a Justiça deve deliberar o destino dos três maiores autuados pelos crimes. Ainda de acordo com Luciano Soares, um dos adolescentes internos também ficou ferido durante a fuga.

Fuga na tarde da terça-feira
A fuga dos cinco internos foi registrada na tarde da terça-feira (3). Mas, conforme o comandante do 10º Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel Francimar Lins, ainda durante a tarde, três dos adolescentes foram recapturados e os outros dois estavam sendo procurados.

Ainda segundo o tenente-coronel Francimar Lins, um grupo de internos se rebelou contra 5 adolescentes que estavam em uma alojamento isolado do Lar do Garoto. Na ação, o grupo chegou a fazer 4 agentes socioeducativos reféns.

Conforme as informações do Centro Integrado de Operações da Polícia Militar (Ciop), os internos foram vistos pulando o muro da unidade e fugiram em direção ao sítio Alvinho, na zona rural de Lagoa Seca.

G1 PB
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