A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado pode votar nesta quarta-feira (20) um projeto que permite a prisão após condenação em segunda instância.
A votação foi articulada entre alguns senadores e o ministro da Justiça, Sergio Moro, defensor desse tipo de prisão. Paralelamente, a Câmara dos Deputados também discutirá propostas sobre o tema nesta quarta.
No último dia 7, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu por 6 votos a 5 derrubar a possibilidade de prisão de condenados em segunda instância, alterando um entendimento adotado desde 2016.
A maioria dos ministros entendeu que a prisão de uma pessoa condenada só pode ser decretada após o trânsito em julgado, isto é, quando se esgotarem as possibilidades de recurso a todas as instâncias da Justiça.
De acordo com o artigo 5º da Constituição, "ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória". Esse artigo integra o trecho da Constituição sobre os direitos e garantias fundamentais.
No Congresso Nacional, contudo, há vários projetos que visam permitir a prisão após segunda instância. Alguns parlamentares defendem a aprovação de uma proposta de emenda à Constituição (PEC) para permitir a prisão. Outros, porém, defendem a votação de um projeto de lei que modifique o Código de Processo Penal (CPP).
O que a CCJ deve votar
A proposta a ser discutida pela Comissão de Constituição e Justiça nesta quarta-feira prevê a possibilidade de prisão após condenação criminal determinada por órgão colegiado.
Como o Código de Processo Penal prevê a necessidade de sentença condenatória transitada em julgado para a prisão, o projeto na CCJ define que o tribunal de segunda instância poderá determinar a execução provisória da pena, mesmo que ainda exista a possibilidade de apresentação de recursos.
Acordo
Segundo a presidente da CCJ, Simone Tebet (MDB-MS), há um acordo entre os senadores favoráveis à prisão após segunda instância para votar o texto nesta quarta-feira.
Pelo acordo, ainda segundo a senadora, será pautado o projeto apresentado por Lasier Martins (Pode-RS), que altera o CPP.
A relatora será a senadora Juíza Selma (Pode-MT). Conforme o colunista do G1 Matheus Leitão, a parlamentar deverá resgatar parte do texto apresentado por Moro. Parlamentares favoráveis ao tema se reuniram com o ministro da Justiça nesta terça para discutir o assunto.
Tramitação
Se o projeto for aprovado pela CCJ nesta quarta-feira, seguirá para votação no plenário do Senado.
De acordo com o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), a proposta será pautada. Ele não anunciou, contudo, a data da votação.
Alguns parlamentares, porém, já têm se manifestado contrariamente ao texto, defendendo "cuidado" na análise sobre o tema.
"Acho que é melhor ter mais cuidado, ler direito essa proposta, porque acho que há um espírito de todo mundo de tentar encontrar um caminho para que, de alguma forma, haja autorização para se discutir esse tema nos tribunais, enfim, mas não desfazendo uma decisão que foi tomada pelo Supremo. Isso é uma coisa muito grave", afirmou Humberto Costa (PT-PE).
G1
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A medida provisória (MP) que cria o Programa Médicos pelo Brasil expira nesta quinta-feira (21) e ainda não foi votada na Câmara dos Deputados. A MP estava na pauta de votações desta terça-feira (19), mas não se manteve após reunião dos líderes da Casa, que definiram outras votações prioritárias para o plenário.
A Câmara precisa aprovar a MP e enviar para o Senado antes de seu vencimento. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), afirmou que colocará o assunto para votação do plenário assim que recebê-lo, mesmo com pouco tempo para discussão do texto. “Ela é importante, tem que votar, vou falar com os senadores. A gente tem que votar, mesmo faltando um dia [para expirar] a gente vai botar para votar.”
A MP foi assinada pelo presidente Jair Bolsonaro em 1º de agosto e amplia em pouco mais de 7,3 mil o número de médicos nas áreas mais carentes do país, sendo que 55% dos profissionais serão contratados para atender as regiões Norte e Nordeste.
O Programa Médicos pelo Brasil, lançado em substituição ao Mais Médicos, criado em 2013, também define novos critérios para realocação dos profissionais considerando locais com maior dificuldade de acesso, transporte ou permanência dos servidores, além do quesito de alta vulnerabilidade. A nova proposta ainda prevê formação de médicos especialistas em medicina da família e comunidade.
Agência Brasil
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O Plenário do Senado Federal concluiu nesta terça-feira (19) a votação da PEC Paralela da Previdência, que altera pontos da Reforma da Previdência (Emenda Constitucional 103, de 2019). Foram 53 votos a favor e 7 contrários na votação em segundo turno. A Proposta de Emenda à Constituição 133/2019 segue agora para votação na Câmara dos Deputados.
A principal mudança é a possibilidade de inclusão de estados e municípios no novo sistema de aposentadorias, mas o texto também prevê regras diferentes para servidores da área de segurança pública. A aprovação da PEC foi comemorada pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre, que agradeceu aos senadores, em especial o relator Tasso Jereissati (PSDB-CE), a presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), senadora Simone Tebet (MDB-MS), e o líder do governo Bolsonaro, senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE).
— Eu tenho certeza que os senadores entregam para a Câmara dos Deputados uma resposta do Senado ao equilíbrio fiscal da União, estados e municípios — disse Davi.
Durante a sessão deliberativa, os senadores concluíram a apreciação dos destaques pendentes na votação em primeiro turno, ocorrida em 6 de novembro, e fizeram a votação em segundo turno. Apenas um destaque foi aprovado, após acordo dos senadores com o líder do governo.
Com 54 votos favoráveis e nenhum contrário, o destaque aprovado foi o apresentado pela bancada da Rede Sustentabilidade, que inclui na Nova Previdência regras de transição para o cálculo de benefícios de aposentadoria. A mudança deverá valer para o Regime Geral da Previdência Social (RGPS), para servidores públicos e militares.
O acordo, comunicado pelo relator da PEC 133/2019, o senador Tasso Jereissati, prevê 5 anos de transição ao invés de 10 anos como previa a emenda original destacada, apresentada pelo senador Flávio Arns (Rede-PR). A mudança foi feita com ajuste redacional do relator por meio de subemenda.
O objetivo da emenda é estabelecer um processo progressivo para atenuar as perdas provocadas pela alteração no cálculo da média salarial. A Nova Previdência não prevê regra de transição e estabelece que o cálculo do benefício é feito com a média aritmética simples dos salários de contribuição “atualizados monetariamente, correspondentes a 100% (cem por cento) do período contributivo desde a competência julho de 1994 ou desde o início da contribuição, se posterior àquela competência”.
O novo texto aprovado restabelece a média antiga de 80% sobre os maiores salários, que subiria para 90% em 2022 e para 100% a partir de 2025.
O acordo entre os senadores também acarretou a retirada do último destaque à PEC Paralela da Previdência, apresentado pelo PSDB. O destaque garantiria o chamado abono permanência para os servidores públicos que já tinham esse direito incorporado antes da promulgação Emenda Constitucional 103.
A retirada foi negociada entre o líder do governo e o líder do PSDB, Roberto Rocha (PSDB-MA), depois do acordo entre governo e senadores. Roberto Rocha pediu que o governo se comprometa a respeitar o objetivo de sua emenda e que os servidores tenham garantia do direito adquirido em relação ao abono.
Destaques rejeitados
O Plenário rejeitou dois destaques. Por 41 a 29 foi rejeitado o destaque da bancada do PT que tinha o objetivo de garantir benefício integral da média dos salários em caso de aposentadoria por incapacidade permanente. O destaque era referente a emenda apresentada pelo senador Jaques Wagner (PT-BA).
O destaque alteraria a PEC Paralela da Previdência, cujo texto-base só permite a aposentadoria integral pela média das contribuições se a incapacidade gerar deficiência ou for decorrente de doença neurodegenerativa. Já a Emenda Constitucional 103 garante o valor integral apenas em caso de acidente de trabalho ou doença profissional.
Para o senador Paulo Paim (PT-RS), esse é o ponto mais cruel da chamada Nova Previdência, por atingir o cidadão em um momento crítico de sua vida.
— É justo isso? É inadmissível que essa Casa não seja sensível a isso. Que Congresso é esse? — lamentou Paim.
Fernando Bezerra Coelho afirmou que, na grande maioria dos países, a aposentadoria por incapacidade permanente não é integral. Ele frisou que a mudança poderia diminuir em R$ 83 bilhões a economia prevista pelo governo.
O senador Fabiano Contarato (Rede-ES) disse que o Senado estava retirando direitos dos pobres, das pessoas que têm os menores rendimentos.
— Será que nós não temos vergonha, não?
O Plenário também rejeitou, por 48 votos a 18, o destaque apresentado pela bancada do Pros, que retiraria da reforma da Previdência a obrigação de idade mínima para fins de aposentadoria especial decorrente do exercício de atividade com efetiva exposição a agentes nocivos à saúde (como mineiros e operadores de raio-x).
O destaque do Pros se referia a emenda apresentada pelo senador Humberto Costa (PT-PE), que não havia sido acatada pelo relator Tasso Jereissati.
A senadora Zenaide Maia (Pros-RN) disse que a não aprovação do destaque prejudicará os trabalhadores que exercem atividades penosas que prejudicam a saúde.
— É mais uma crueldade dessa reforma da previdência, na PEC Paralela — disse a senadora.
Já Fernando Bezerra respondeu que o maior ganho da reforma da Previdência foi estabelecer a idade mínima para todas as aposentadorias, “o que se buscava no Brasil há mais 20 anos”.
— A exigência de idade mínima não implica que o trabalhador deva ficar exposto às mesmas condições após o término mínimo de contribuição necessário para cada atividade. O que se busca é o investimento em ambientes mais saudáveis, de forma que o trabalhador não tenha a sua saúde afetada. Não havendo tecnologias que previnam, amenizem ou eliminem os riscos, esse trabalhador, após alcançar o tempo exigido em cada atividade, deve ser readaptado para o trabalho em outra atividade, em outro setor ou até mesmo em outra empresa. O que não se pode admitir é a Previdência Social arcar com o ônus das aposentadorias precoces, causadas pela incapacidade ou negligência das empresas de propiciarem ambientes salubres para os seus trabalhadores — disse Bezerra.
Texto principal
Pelo texto aprovado, os estados, o Distrito Federal e os municípios podem adotar integralmente as mesmas regras aplicáveis ao regime próprio de Previdência Social da União por meio de lei ordinária, que deverá ser aprovada em suas assembleias legislativas, câmaras de vereadores e, no caso do DF, em sua câmara distrital. Com isso, as novas regras de aposentadoria dos servidores federais poderão passar a valer também para o funcionalismo estadual, municipal e distrital — como tempo de contribuição e idade mínima.
Mas os municípios que não aprovarem regras próprias vão aderir automaticamente ao regime da União, caso o sistema tenha sido adotado pelo estado do qual fazem parte. O texto abre a possibilidade de que estados e municípios revejam a decisão de aderir à reforma da União por projeto de lei. No entanto, governadores e prefeitos ficarão impedidos de fazer isso nos 180 dias que antecedem o fim dos próprios mandatos.
A PEC 133/2019 também afasta uma punição determinada na Emenda 103 aos estados, municípios e ao DF quando não cumprirem regras gerais de organização e de funcionamento de Regime Próprio de Previdência: a possibilidade de proibição de transferência voluntária de recursos da União, de concessão de avais, de garantias e de subvenções pela União e de concessão de empréstimos e de financiamentos por instituições financeiras federais.
Profissionais da segurança pública
O texto aprovado determina que profissionais de segurança estaduais e municipais poderão ter regras diferentes de aposentadoria, como idade mínima e tempo de contribuição. A medida abrange a perícia oficial de natureza criminal, agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), agentes penitenciários e socioeducativos e guardas municipais.
O texto autoriza os entes federativos a estabelecer idade e tempo de contribuição distintos dentro do Regime Próprio de Previdência Social aplicável aos servidores públicos civis.
Policiais militares
A PEC Paralela também permite que uma lei complementar aprovada pelas assembleias estaduais estabeleça requisitos e critérios próprios para a concessão de aposentadoria e pensão para policiais militares dos estados e do Distrito Federal. Ainda conforme o texto, a lei complementar poderá estabelecer regras para o militar transferido para a reserva exercer atividades civis em qualquer órgão do respectivo ente federativo por meio de adicional.
A PEC ainda abre brecha para que sejam estabelecidos requisitos para o ingresso, mediante processo seletivo, de militares temporários, “cujo prazo máximo de permanência no serviço ativo será de oito anos”.
Filantrópicas
A Constituição isenta as instituições beneficentes de assistência social da contribuição para a seguridade, ponto que não tocado pela Emenda 103. O relator queria acabar com o benefício para entidades que oferecem "pouca contrapartida" à sociedade, chamadas por ele de “pilantrópicas”. Tasso Jereissati, no entanto, acatou, na CCJ, emenda do senador Jorginho Mello (PL-SC) pela qual uma lei complementar tratará da imunidade de entidades beneficentes. Para o relator, existem muitas entidades empresariais disfarçadas de entidades filantrópicas. Mas, diante da complexidade do tema, ele avalia que o instrumento mais adequado para tratar da questão é um projeto de lei complementar, e não uma alteração na Constituição.
Agronegócio exportador e Simples Nacional
A PEC 133 estabelece, ainda, a cobrança da contribuição previdenciária nas exportações agrícolas, que pode arrecadar, segundo os cálculos iniciais do relator, até R$ 60 bilhões em dez anos. A taxação é para quem exporta e não recolhe sobre a folha de pagamento, mas sobre o faturamento, procedimento comum para as chamadas “cadeias verticalizadas” que produzem, industrializam e vendem os produtos.
Essa reoneração não afetará os setores alcançados pela desoneração da Lei 13.670, de 2018, válida até o final de 2020. Entres os beneficiados, estão os setores de vestuário e calçados.
O texto também acaba com o benefício previdenciário concedido a micro e pequenas empresas, contempladas pelo chamado Simples Nacional. A PEC Paralela passa a exigir a contribuição de micro e pequenas empresas para financiar benefícios concedidos por conta de acidentes de trabalho ou exposição a agentes nocivos. Segundo o texto, isso seria uma forma de incentivar essas empresas a investir em medidas de segurança no trabalho. A estimativa do relator é de economizar R$ 35 bilhões em dez anos. Segundo Tasso, a ideia é que qualquer nova abertura do governo para concessão de isenções de contribuições previdenciárias deve constar no Orçamento. A União também será obrigada a ressarcir a Previdência.
Em ambos os casos, haverá uma transição de cinco anos para que a tributação se estabeleça de forma gradual e progressiva.
Tempo mínimo
O texto promove alterações para permitir a manutenção do piso de um salário mínimo para a pensão de servidores, e a possibilidade de contribuição extraordinária para estados e municípios. Também mantém em 15 anos de contribuição o tempo mínimo para que homens que ainda não ingressaram no mercado de trabalho requeiram aposentadoria (a Emenda 103 estabelece 20 anos) e assegura regra de transição mais suave para a mulher urbana que se aposenta por idade.
Hoje, mulheres que já estão no mercado de trabalho e querem se aposentar por idade precisam ter 60 anos de idade e 15 anos de contribuição. A Emenda 103 determina um aumento do critério de idade gradual: seis meses a cada ano. A PEC Paralela propõe escalonamento mais lento: seis meses a cada dois anos.
Pensão por morte
Outra mudança da PEC 133 é a elevação da cota de pensão por morte no caso de dependente menor de idade. Uma mãe com dois filhos menores receberá, em vez de 80% do benefício do marido (60% mais 10% para cada criança), o benefício integral, já que cada filho receberia uma cota de 20%. Outra permissão prevista é o acúmulo de benefícios (aposentadoria e pensão por morte, por exemplo) quando houver algum dependente com deficiência intelectual, mental ou grave. Pela Emenda 103, o beneficiário deve escolher o benefício maior e tem direito apenas a um pequeno percentual do segundo.
O texto aprovado nesta terça também assegura pensão por morte de ao menos um salário mínimo para servidores dos estados e municípios. A medida atende a sugestões do senador Paulo Paim.
Benefício universal
A PEC Paralela também inclui a possibilidade de criação do benefício universal infantil, aprofundando a Seguridade Social da criança, já prevista na proposta inicial da reforma da Previdência. O benefício, que deverá ser criado posteriormente por lei, concentrará recursos nas famílias mais pobres e na primeira infância. Tasso ressaltou que essa universalidade não implica aumento de custo. Ele destacou que o benefício universal infantil já é realidade em 17 dos 28 países da União Europeia.
Funpresp
A PEC Paralela reabre por até seis meses o prazo para opção pelo regime de previdência complementar dos servidores federais, a Funpresp, implantada em 2013 para limitar a aposentadorias dos servidores ao teto da Previdência.
Agência Senado
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O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, lançou nesta terça-feira (19) uma agenda legislativa para o desenvolvimento social. O pacote, ainda em estudo, tem o objetivo de propor uma série de ações de combate à pobreza e de redução das desigualdades no país.
“Que comecemos hoje a discutir os projetos e mostrar que nossa agenda vai além das reformas econômicas para que possamos ter um país com igualdade de oportunidades”, disse Rodrigo Maia. Para o parlamentar, o Estado “concentra a renda na mão de poucos, em detrimento da maioria da sociedade”.
A Agenda de Desenvolvimento Social é dividida em cinco pilares e foi elaborada por um grupo de cinco deputados e um senador. Os cinco pilares das propostas são: garantia de renda; inclusão produtiva; rede de proteção do trabalhador; água e saneamento; governança e incentivos.
Entre as proposições previstas, está a proposta de emenda à Constituição que inclui o programa Bolsa Família na Constituição Federal. Também será apresentado um projeto de lei para criar um benefício específico voltado à primeira infância. O foco serão os primeiros cinco anos de vida. A previsão do grupo é que o incentivo incluirá 3,2 milhões de crianças.
O grupo de parlamentares é coordenado pela deputada Tabata Amaral (PDT-SP) e composto pelos deputados Felipe Rigoni (PSB-ES), João Campos (PSB-PE), Pedro Cunha Lima (PSDB-PB) e Raul Henry (MDB-PE), além do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE).
Agência Brasil
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O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou durante sessão do plenário a destruição de uma placa sobre genocídio negro pelo deputado Coronel Tadeu (PSL-SP) nesta terça-feira (19), na Câmara dos Deputados. A peça fazia parte de uma exposição “(Re)existir no Brasil: Trajetórias Negras Brasileiras” em homenagem ao Dia da Consciência Negra, celebrado no dia 20 de novembro.
"Não é porque nós divergimos da posição da outra pessoa que nós devemos agredi-la verbalmente e fisicamente ou retirar de forma violenta, de uma exposição, uma peça que foi autorizada pela presidência da Câmara", afirmou Rodrigo Maia.
A mostra apresenta a história de diversas personalidades negras do país e está montada no túnel que faz ligação entre as comissões e o plenário principal e será exibida por duas semanas. A placa tinha uma charge do cartunista Carlos Latuff, com um policial de costas com revólver na mão e um jovem negro caído no chão com a legenda 'O genocídio da população negra'.
"Não é um dia que marca de maneira positiva esta Casa, muito pelo contrário. Deveríamos estar defendendo a inclusão de negros na política, a igualdade de oportunidade. Não é agredindo um cartaz que pode até ser injusto com parte da polícia, mas poderia ter uma solução que não fosse retirando pessoalmente a peça", argumentou o presidente da Câmara.
Antes de ser criticado por Rodrigo Maia, parlamentares de partidos da oposição afirmaram que vão entrar com representações no Conselho de Ética. Em um ato de repúdio, deputados se retiraram do plenário contra Coronel Tadeu.
Outro lado
Em resposta à crítica de Maia, o deputado Coronel Tadeu subiu à tribuna do plenário para afirmar que considerou a placa ofensiva aos policiais. Ao lado do parlamentar estavam outros deputados também de corporações policiais.
“Talvez não tivesse sido, naquele momento, a melhor forma de se tratar aquela agressão”, disse. "Naquele momento, me veio simplesmente o ato de retirar aquele cartaz e continuar a bater palma pelo Dia da Consciência Negra. Espero que os senhores até reflitam sobre a minha atitude, mas principalmente coloquem acima a minha posição", acrescentou.
Agência Brasil
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Um homem foi preso na manhã desta quarta-feira (20) suspeito de esfaquear a ex-companheira, dentro do Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande. De acordo com a assessoria de imprensa da unidade de saúde, a vítima, que é técnica em enfermagem, estava chegando ao local para trabalhar quando foi surpreendida pelo homem e golpeada com facadas nas costas, pescoço e cabeça.
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde informou que lamenta profundamente a tentativa de feminicídio praticada contra uma de suas profissionais na manhã desta segunda-feira, 20 de novembro, quando chegava para iniciar sua jornada de trabalho no Hospital de Trauma Dom Luiz Gonzaga Rodrigues. Ainda segundo a SES, a mulher de 39 anos, que trabalha no hospital desde 2011, vinha sofrendo ameaças do ex-companheiro.
O caso aconteceu por volta das 8h. Segundo a assessoria do Hospital de Trauma de Campina Grande, a técnica em enfermagem foi atingida com cerca de três facadas e precisou ser levada para o bloco cirúrgico da unidade de saúde.
Conforme informações de familiares ao hospital, a vítima está separada do homem há alguns anos e com ele tem uma filha de 2 anos. Após esfaquear a ex-companheira, o suspeito foi detido por seguranças da unidade de saúde, que acionaram a Polícia Militar ao local.
De acordo com o comandante do 2º Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel Rogério Damasceno, o suspeito foi preso em flagrante e conduzido à Central de Polícia Civil de Campina Grande e ainda não se sabe o que teria motivado o crime.
Até as 8h30 desta quarta-feira, as informações da assessoria do Hospital de Trauma de Campina Grande eram de que a mulher permanecia no bloco cirúrgico da unidade com estado de saúde estável.
Nota da SES na íntegra
A Secretaria de Estado da Saúde lamenta profundamente a tentativa de feminicídio praticada contra uma de suas profissionais na manhã de hoje, 20 de novembro, quando chegava para iniciar sua jornada de trabalho no Hospital de Trauma Dom Luiz Gonzaga Rodrigues.
Eliete da Silva, 39 anos, é técnica de enfermagem e colabora com a qualidade dos serviços prestados por este hospital à população paraibana desde 2011 e vinha sofrendo ameaças de seu companheiro.
A violência doméstica é uma das mais brutais formas de violência, que atinge a mulher na sua autonomia. Eliete é vítima de um crime grave, praticada por quem a conhecia intimamente e sabia que atingí-la no seu ambiente de trabalho seria ainda mais humilhante e doloroso. O Hospital de Trauma de Campina Grande junto com a SES não medirão esforços para auxiliá-la, protegê-la e resgatar a sua dignidade, bem como colaborar com as autoridades policiais e a justiça.
G1 PB
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Foi deflagrada, na manhã desta quarta-feira (20), uma operação da Polícia Federal para combater fraudes na aplicação de verbas federais descentralizadas em convênios feitos com a Fundação Nacional da Saúde (Funasa). Ao todo, são cumpridos 15 mandados de busca e apreensão, cinco mandados de prisão e um mandado de afastamento de função pública, nas cidades de João Pessoa, Cabedelo, Santa Rita, Campina Grande, Patos, Ibiara, Triunfo, Catingueira e Santo André.
Além dos mandados cumpridos nas nove cidades paraibanas, um dos mandados também é cumprido na cidade de Parnamirim, no Rio Grande do Norte. A ação, que é realizada em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF) e a Controladoria-Geral da União (CGU), faz parte dos desdobramentos investigativos nas três primeiras fases da Operação Recidiva.
Conforme o MPF, as fraudes descobertas nesta quarta fase da operação envolvem aplicação de verbas federais descentralizadas em convênios celebrados com a Fundação Nacional da Saúde (Funasa) nos municípios sertanejos de Ibiara, Santo André, Catingueira e Triunfo. Os crimes investigados são de dispensa ilegal de licitação, fraude licitatória, associação criminosa, peculato, corrupção passiva e ativa, além de lavagem de dinheiro.
O trabalho nesta fase da operação conta com a participação de 75 policiais federais, além de auditores da CGU, sendo realizado o cumprimento dos mandados em sete residências dos investigados. Além disso, há mandados sendo cumpridos na sede de uma construtora no bairro da Torre, em João Pessoa. Todos os mandados foram expedidos pela 14ª Vara Federal em Patos-PB.
Confira os alvos na 4ª fase da Operação
Investigações apontam fraudes em licitações
As investigações, que levaram à quarta fase da operação, apontam que o engenheiro Sérgio Pessoa Araújo, envolvido no esquema criminoso, mantinha contato com diversos servidores e empreiteiros paraibanos, com intuito de fraudar licitações em cidades onde tinha acesso facilitado. As licitações fraudadas ultrapassam o valor de R$ 5,5 milhões.
De acordo com o MPF, Sérgio Pessoa já foi condenado no âmbito da Operação Recidiva a pena privativa de liberdade de 14 anos e 10 meses de reclusão, além de 9 anos de detenção, por organização criminosa em torno da empresa “fantasma” EMN, voltada a praticar fraudes em licitações públicas em diversos municípios da Paraíba, para subtrair recursos públicos federais em proveito próprio e de terceiros.
Ainda segundo o MPF, o engenheiro é figura recorrente em praticamente todas as grandes operações de combate a desvio de recursos no Estado, desde a Operação Transparência (2009), passando pela Operação Premier (2012) e Operação Desumanidade (2015). Tal fato, inclusive, subsidiou a decretação da prisão preventiva dele na segunda fase da Recidiva. Mas Sérgio foi solto em março deste ano, após decisão do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5), sob alegação de que não prejudicava a investigação.
Já José Edvan Félix, ex-prefeito de Catingueira, foi demandado em diversas ações da Operação Dublê (2012) e condenado a mais de 41 anos de prisão. Ainda de acordo com o MPF, com dezenas de processos em curso, ele continuou a realizar desvios de recursos públicos mesmo quando deixou de ser prefeito e passou a gestão para seu sobrinho, Albino Félix (2013 a 2016).
Quanto a Damísio Mangueira, ex-prefeito de Triunfo, a Polícia Federal anota em sua representação que, em decorrência de irregularidades praticadas à frente da prefeitura, ele foi alvo de diversas denúncias, inclusive de fraude em licitação e superfaturamento, no âmbito da Operação Sanguessuga.
O G1 tentou falar com os alvos dos mandados, mas não conseguiu contato.
Prisões decretadas na 4ª fase da Operação
O engenheiro e os dois ex-prefeitos (Sérgio, Edvan e Damísio) tiveram prisões preventivas pedidas pelo MPF em virtude da reiteração de atividade criminosa e para a garantia da ordem pública. A prisão de Sérgio foi decretada também para resguardar a instrução do processo.
Sobre o empresário Francisco Amilton de Sousa Júnior e o secretário municipal de Santo André, Samuel Zariff Marinho de Araújo, o MPF diz que as prisões deles foram solicitadas no sentido de resguardar a instrução processual. Em duas passagens da investigação, os dois combinam, junto com o engenheiro Sérgio, manobras para esconder rastros bancários de transações ilícitas, atentando contra a instrução processual, por meio de destruição de provas.
G1 PB
Portal Santo André em Foco
A Polícia Federal realiza uma operação contra um grupo investigado por envio de cocaína para a Europa e por recrutar mulheres em diversos estados do país para atuar como "mulas" no transporte da droga. Até as 8h, 28 pessoas haviam sido presas – nove no Rio Grande do Sul, duas em Santa Catarina, seis no Paraná, duas em Minas Gerais, uma no Distrito Federal, quatro na Paraíba, duas no Rio de Janeiro e duas em São Paulo.
Estão sendo cumpridos 40 mandados de prisão e 40 de busca e apreensão. Além dos estados citados acima, a operação ocorre também em Mato Grosso e Amazonas.
Também são executadas ordens judiciais para apreensão de 40 veículos (embarcações, caminhões, automóveis e motocicletas) e o sequestro de bens com valor estimado em mais de R$ 10 milhões.
O grupo é investigado também por tráfico de haxixe para o Brasil.
As investigações iniciaram em março de 2019. Segundo a PF, a organização criminosa recrutava as mulheres a partir de Caxias do Sul (RS) e de Curitiba (PR).
No decorrer do inquérito policial, foram realizados diversos flagrantes em aeroportos brasileiros e no exterior, com 25 pessoas presas em flagrante – seis delas em Lisboa (Portugal), e quase duas toneladas de drogas foram apreendidas.
Em uma das ações, a Polícia Federal interceptou em João Pessoa (PB) uma carga de 1,6 tonelada de haxixe em um veleiro que havia partido do Marrocos, na África.
A Operação contou com o apoio da Adidância da Polícia Federal em Portugal e com acordos de Cooperação Policial Internacional com diversos países para levantamento de informações e diligências no exterior.
G1
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Uma advogada foi presa, na tarde desta terça-feira (19), suspeita de usar documentos falsos para tentar sacar dinheiro em uma agência bancária, localizada em Campina Grande. Segundo informações da Polícia Civil, ela faria um saque de mais de R$ 28 mil, com dois alvarás judiciais falsificados.
Ao G1, o delegado Gerônimo Barreto, responsável pelo caso, funcionários da instituição bancária desconfiaram dos documentos e acionaram a polícia. Ainda de acordo com ele, a suspeita falsificou a assinatura de um juiz e de outros dois servidores da Justiça.
A polícia foi até o Fórum Afonso Campos investigar se os documentos eram verdadeiros. No local, foi constatada a falsificação das assinaturas.
Em depoimento, ela contou que os alvarás eram legítimos. Mas após a checagem feita no fórum, confessou que havia falsificado os documentos.
À polícia, ela disse que agiu sozinha. Já o delegado informou que no momento da abordagem a advogada estava acompanhada por duas pessoas, mas que não foi possível comprovar o envolvimento delas no crime.
A suspeita foi autuada pelo crime de estelionato. Ela está detida na Central de Polícia de Campina Grande, onde aguarda por uma audiência de custódia, que deve acontecer na quarta-feira (20).
G1 PB
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Ao longo da História, tem sido baixa a presença de ministros negros na composição dos tribunais superiores brasileiros, realidade que perdura até hoje. Dos 88 ministros distribuídos por cinco cortes, apenas um, Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), é negro. Entre ex-ministros, O GLOBO encontrou apenas outros seis casos.
Benedito Gonçalves nasceu no Rio de Janeiro em 30 de janeiro de 1954 e é ministro do STJ desde 2008. Formado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), também já foi juiz federal no Rio Grande do Sul e desembargador do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), com sede no Rio. Quando Joaquim Barbosa deixou o Supremo Tribunal Federal (STF) em 2014, Benedito Gonçalves foi um dos cotados para assumir a vaga, mas, em seu lugar, foi escolhido Edson Fachin.
Pelo STF, além dos 11 integrantes atuais, já passaram 271 ministros, incluindo o período no Império em que a Corte ainda se chamava Supremo Tribunal de Justiça. Desse total, apenas três podem ser considerados negros: Pedro Lessa e Hermenegildo Barros na primeira metade do século 20 e, mais recentemente, Joaquim Barbosa, relator do processo do mensalão. Lessa, porém, considerava-se mulato.
Segundo a assessoria do STJ, não houve na Corte nenhum ministro negro antes de Benedito Gonçalves. No Tribunal Superior do Trabalho (TST), segundo a assessoria, foram três juízes negros no passado: Luiz Augusto da França, que atuou de 1958 a 1961, Carlos Alberto Reis de Paula, entre 1998 e 2014, e Horácio Raymundo de Senna Pires, de 2006 a 2012. O Superior Tribunal Militar (STM) informou que não conseguiria checar a tempo do fechamento desta edição se houve no passado algum ministro negro.
Outras instâncias
Pesquisa divulgada este ano pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) mostra que a presença dos negros também é baixa na primeira e segunda instâncias. Entre os juízes de primeira instância que responderam o questionário, 79,1% se declararam brancos, enquanto os pardos foram 16,5% e os negros 1,6%. Já nos tribunais que compõem a segunda instância, 84,7% são brancos, 9,8% são pardos e 2,1% são negros.
O Globo
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