O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) negou nesta quinta-feira (15) um pedido da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para afastar o procurador Maurício Gotardo Gerum do processo do sítio de Atibaia, na Operação Lava Jato, em segunda instância.
Ele é o responsável pelos pareceres da Procuradoria Regional da República. O recurso foi julgado pela 4ª Seção do tribunal, formado pela 7ª e a 8ª turma do TRF-4.
A defesa de Lula alegou no pedido que Gerum possui parentesco com o procurador da República Diogo Castor de Mattos, que atua em primeira instância e subscreve a denúncia contra o ex-presidente, e também com o advogado Rodrigo Castor de Mattos, irmão de Diogo.
Este, aponta a defesa, teria atuado na negociação da delação premiada de Mônica Moura e João Santana, ouvidos como testemunha na ação penal. A assessoria do advogado, no entanto, informou que ele não atuou na negociação que resultou no acordo.
Em manifestação do MPF, o órgão sugeriu que o recurso fosse negado. "A existência de parentesco entre o excepto [Gerum] e os irmãos Diogo e Rodrigo Castor de Mattos não demanda qualquer diligência ou dilação probatória, já que o excepto reconhece ser primo destes, ou seja, possui parentesco de quarto grau, o que não enseja impedimento", diz em despacho.
O próprio Gerum também havia se manifestado, classificando o pedido como “descabido".
Denúncia do sítio de Atibaia
Lula foi condenado em fevereiro, em primeira instância, a 12 anos e 11 meses pelo processo que apurou irregularidades relacionadas ao sítio de Atibaia, atribuído ao ex-presidente. A defesa apelou ao TRF-4 pedindo a absolvição de Lula, em 15 de maio.
O Ministério Público Federal, por sua vez, sustenta que o ex-presidente deve ter a pena aumentada. O processo tramita na segunda instância e ainda não tem data para julgamento.
De acordo com o MPF, Lula recebeu propina do Grupo Schain, de José Carlos Bumlai, e das empreiteiras OAS a Odebrecht por meio da reforma e decoração no sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP), que o ex-presidente frequentava com a família. Outras 12 pessoas foram denunciadas no processo.
A acusação trata do pagamento de propina de pelo menos R$ 128 milhões pela Odebrecht e de outros R$ 27 milhões por parte da OAS.
Para os procuradores, parte desse dinheiro foi usada para adequar o sítio às necessidades de Lula. Segundo a denúncia, as melhorias na propriedade totalizaram R$ 1,02 milhão.
Lula cumpre pena por outro processo, do caso do Triplex, na Polícia Federal de Curitiba, desde abril do ano passado. Neste julgamento, ele recebeu pena em segunda instância de 12 anos e 1 mês, diminuída após recurso pelo STJ para 8 anos e 10 meses.
G1
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Em novembro de 2017, dois cirurgiões oftalmológicos de um hospital em Beirute, capital do Líbano, relataram um caso intrigante de um problema de visão sofrido por um colega. Especialista em retina, ele de repente desenvolveu uma mancha na vista.
Depois de passar um dia estressante na sala de cirurgia, a visão do médico ficou embaçada em um dos olhos. E não foi a primeira vez que isso tinha acontecido. O cirurgião havia sofrido quatro episódios do tipo em apenas um ano, cada um precedido por um dia estressante.
O diagnóstico dele foi de coriorretinopatia serosa central (CSR). Uma pequena quantidade de líquido se acumulou sob uma pequena região da retina do cirurgião, fazendo com que ela se soltasse temporariamente. Ele melhorou depois de algumas semanas, e um plano rígido de controle do estresse no hospital impediu que outro episódio voltasse a ocorrer.
Descrita pela primeira vez em 1866, a CSR tem sido ligada a estresse desde a Segunda Guerra Mundial, quando vários casos foram relatados entre militares.
Embora pesquisas subsequentes tenham associado a CSR ao estresse, muitas vezes ela é rotulada como "idiopático" (decorrente de uma causa desconhecida). Mas os cirurgiões de Beirute rotularam a condição "CSR da sala de cirurgia", identificando o estresse como causa.
Ao refletir sobre o que tornara o colega vulnerável ao estresse, os médicos notaram que novas técnicas cirúrgicas, possibilitadas por uma tecnologia melhor, estenderam os limites físicos do que um cirurgião é capaz de fazer. Embora esse progresso tivesse ampliado o escopo da cirurgia, operar nesses limites colocava uma enorme tensão mental no cirurgião.
Em 1959, o especialista em gestão Peter Drucker previu que uma transição dramática na natureza do trabalho ocorreria 50 anos depois. Ele cunhou um termo para este novo tipo de serviço, o "trabalho de conhecimento".
Ele antecipou que esse novo modelo envolveria uma mudança do esforço físico para o mental. Mais tarde, Drucker escreveu que o centro de gravidade do trabalho mudaria para "o homem que põe para trabalhar o que tem entre as orelhas, em vez da habilidade de suas mãos".
A evolução da cirurgia do olho validou algumas das previsões de Drucker. À medida que a tecnologia avança, ela troca de foco, da habilidade física das mãos do cirurgião para as habilidades mentais de análise e concentração.
Uma sala de operações de cirurgia ocular é, até certo ponto, um microcosmo do local de trabalho no mundo de hoje, onde a natureza evolutiva exige menos do corpo e mais da mente. Consequentemente, a mente está se tornando uma grande vítima de riscos ocupacionais.
De acordo com o Health and Safety Executive (HSE), agência de incentivo e regulação da saúde do Reino Unido, o estresse, a depressão ou a ansiedade responderam por 57% de todos as faltas no trabalho por doença nos anos de 2017 e 2018. A crescente importância da mente sobre a produtividade tem despertado interesse também sobre os malefícios desse fenômeno. O foco caiu no estresse.
János Hugo Bruno "Hans" Selye, um médico canadense-húngaro, cunhou a primeira definição de "estresse" na década de 1930.
Ele pegou emprestada a palavra de Robert Hooke, físico inglês do século 17, que descreveu a relação entre estresse físico sobre um objeto e a consequente tensão. Selye teria se arrependido de ter usado a palavra "estresse" em vez de "tensão", o que deixou o primeiro termo com um legado de certa ambiguidade.
Desde a época de Selye, pesquisas revelaram que uma reação aguda de estresse decorre de uma rica tapeçaria de processos.
Sabemos hoje que os bungee jumpers se tornam resistentes à insulina imediatamente após um salto. E que o estresse de dar aulas para 200 alunos gera marcadores de inflamações em professores universitários. Esses processos oferecem vantagens quando em situações de perigo.
A resistência temporária à insulina, por exemplo, garante que o açúcar atinja um cérebro sob pressão, enquanto a inflamação ergue um escudo protetor contra visitantes indesejados que entram através de ferimentos.
Os efeitos de uma reação de estresse aguda e saudável são, em sua maioria, temporários, cessando quando uma experiência estressante termina. E quaisquer efeitos duradouros podem às vezes nos deixar melhor do que antes.
Estudos em ratos, por exemplo, descobriram que o estresse por algumas horas pode aumentar o número de células cerebrais "recém-nascidas" em uma parte do cérebro, o que pode corresponder a um melhor desempenho em certos tipos de testes de memória.
Porém, o estresse muito frequente, muito intenso ou mesmo constante nos coloca sob tensão prolongada. Vários dos agentes envolvidos no estresse passam a reagir de forma não-linear - seus efeitos mudam de curso com a atividade prolongada. Como resultado, o estresse crônico induz uma mudança gradual e persistente nos parâmetros psicológicos e fisiológicos que tendem a caminhar por rumos incertos e desordenados.
Os braços simpáticos e parassimpáticos do sistema nervoso autônomo - uma rede nervosa que controla processos involuntários, como pressão sanguínea, respiração e digestão - desempenham um papel crucial no desenvolvimento da resposta aguda ao estresse.
Durante períodos de medo ou raiva, a atividade simpática (responsável pela resposta de "luta ou fuga") sobe temporariamente e a atividade parassimpática (das respostas "repousar e digerir") diminui. Se esse padrão de atividade persistir na ausência de estresse, no entanto, esse processo pode levar a hipertensão e outras doenças. Da mesma forma, enquanto a reatividade emocional temporária sob estresse agudo nos ajuda a prever o perigo, uma mudança sustentada na dinâmica da regulação emocional pode nos levar a transtornos de humor.
Mudança estrutural
Suspeita-se que o estresse crônico tenha um papel no crescente ônus global da hipertensão e do diabetes tipo 2. Pesquisas apontam que, com os ratos, ele também aumenta a depressão. Outros estudos em animais e mesmo em humanos sugerem que o estresse crônico pode até alterar a estrutura do cérebro.
No primeiro estudo do gênero, a professora Ivanka Savic e seus colegas do Instituto Karolinska e da Universidade de Estocolmo, ambos na Suécia, recentemente compararam os cérebros de pessoas que sofrem de estresse crônico relacionado ao trabalho com aquelas saudáveis e menos estressadas. Para isso, eles usaram técnicas de ressonância magnética estrutural.
Os pesquisadores encontraram uma diferença nas regiões ativas na alocação de atenção, tomada de decisão, memória e processamento de emoções. Nas pessoas estressadas, o córtex pré-frontal parecia mais fino, a amígdala parecia mais espessa e o núcleo caudado era menor. O afinamento no córtex pré-frontal se correlacionou com a pior regulação emocional.
Para estabelecer se o estresse crônico tinha criado essas mudanças ou se simplesmente havia correlação, os pesquisadores fizeram a varredura dos cérebros novamente após um programa de reabilitação de estresse de três meses baseado em terapia cognitiva e exercícios respiratórios. O afinamento no córtex pré-frontal foi revertido.
Embora o estudo tivesse limitações (não havia um grupo de controle de pessoas estressadas que não tinham se submetido a tratamento, por exemplo), essa reversão indicava a possibilidade de que o estresse crônico pudesse ter causado o afinamento. Outros estudos descobriram que altos níveis circulantes do hormônio cortisol se correlacionam com a piora da memória e com a diminuição de partes do cérebro, mesmo em uma idade relativamente jovem.
Essas mudanças podem ser, em parte, consequência da natureza plástica de nossos cérebros, uma manifestação de seu extraordinário talento para se adaptar ao que quer que seja exigido dele. No meio de um combate, por exemplo, a reatividade emocional aumentada é uma vantagem de sobrevivência, enquanto as funções cognitivas superiores se tornam redundantes.
Recalibrar o estado basal do cérebro para aumentar a eficiência poderia salvar a vida de um soldado em combate, por exemplo. No cenário de um local de trabalho que depende do foco e da complexa tomada de decisões, no entanto, a regulação emocional comprometida e o declínio da memória podem limitar a produtividade. A mudança na estrutura do cérebro é mal-adaptativa.
O estresse crônico geralmente ataca através de uma rota psicossocial e é influenciado pela percepção. Embora isso torne o estudo empírico do problema desafiador, ele também revela um caminho potencial para o gerenciamento do estresse crônico: a experiência perceptiva de uma pessoa.
Um exemplo é o efeito da "ruminação" de pensamentos. Relembrar uma experiência estressante depois que ela termina pode ativar caminhos similares à experiência real. Isso pode manter a reação de estresse "ativada", mesmo que o motor do problema não esteja mais presente. Isso faz com que a experiência seja percebida como mais angustiante do que realmente era quando aconteceu.
Assim, prevenir que pessoas "ruminem" momentos negativos reduz a pressão arterial mais rapidamente após o período de estresse agudo.
O estresse crônico tem sido associado à hipertensão e, em um pequeno estudo randomizado, pesquisadores americanos, incluindo Lynn Clemow, da Columbia University Medical Center, usaram o treinamento para o controle do estresse (com base em uma oficina cognitivo-comportamental) para efetivamente baixar a pressão arterial sistólica em pacientes com hipertensão. O declínio na pressão se correlacionou com um declínio na ruminação depressiva.
O elemento perceptivo do estresse pode ser a razão pela qual algumas intervenções entre mente e corpo, como ioga, técnicas de respiração e meditação, podem beneficiar o controle do estresse através de efeitos na melhoria da regulação emocional, reduzindo a reatividade ao estresse e acelerando a recuperação após o problema.
Também pode explicar por que algumas técnicas, como a meditação, mostraram resultados mistos em estudos controlados. É possível que a técnica da meditação para atenção plena possa ser suscetível a ruminação e pensamentos negativos repetitivos em algumas pessoas, mas não em outras. O estresse percebido pode variar com fatores genéticos e epigenéticos, traços individuais, padrões de pensamento e comportamento, além da jornada da vida até o momento.
Status e controle
De certa forma, o cérebro imita uma máquina de previsão que ativamente infere seu ambiente para criar uma representação da realidade. Uma percepção de incerteza, imprevisibilidade ou falta de controle pode sinalizar que há uma falha em seu modelo de realidade e promover o estresse.
Uma demonstração prática dessa teoria reside na maneira como o estresse é moderado por status social. Ter um alto status social atenua sua reação ao estresse psicológico. Então, se você acha que esse status pode ser desafiado e diminuído, talvez seja melhor que ele esteja em um patamar mais baixo. Essa sensação de perda de controle pode desempenhar um papel primordial no processo em que a competição, a desigualdade e o sentimento de ser julgado pelos outros geram estresse.
Em um mundo previsível sobre o qual você tem controle de tudo, uma causa deve levar a um efeito previsível. Uma incompatibilidade frequente entre o esforço e a recompensa por ele frustra essa sensação de controle percebido. Consequentemente, um "desequilíbrio entre esforço-recompensa" é uma fonte de estresse crônico no local de trabalho. Ou seja, se você acha que faz um ótimo trabalho e não recebe os benefícios por esse esforço, a tendência é que seu estresse aumente.
Não é apenas a natureza de nossas interações sociais que podem exacerbar o estresse. O impacto de algumas facetas da vida urbana na reação ao estresse também pode ter sido subestimado. A exposição à natureza, por exemplo, pode acelerar a recuperação após o estresse e diminuir seus marcadores. A luz brilhante ou a exposição noturna a telas de LED podem atrasar a liberação da melatonina, um hormônio que reduz a ansiedade. Exercícios físicos de baixa intensidade, por exemplo, reduzem os níveis circulantes de cortisol.
A urbanização está aumentando o consumo de alimentos processados - e uma dieta baseada nesses produtos tem sido associada à incidência de sintomas depressivos em pelo menos dois grandes grupos de pessoas. Os nossos hábitos alimentares modificam os microrganismos que vivem no sistema digestivo. Esses microrganismos, através do contato com células imunitárias e outras vias, podem influenciar a forma como a mente reage ao estresse.
Há evidências de que modelar a microbiota intestinal com alimentos específicos ou tomar probióticos podem ajudar a reduzir os sintomas de ansiedade. Os primeiros resultados sugerem que tomar uma única cepa ou uma combinação de probióticos pode reduzir a fadiga mental e melhorar o desempenho cognitivo durante o estresse.
Em uma exposição de 2015 no Petit Palais em Paris, o artista belga Thomas Lerooy apresentou uma metáfora visual perceptiva do estresse mental em uma exibição chamada "Não há cérebro suficiente para sobreviver". A escultura de bronze mostrava um corpo classicamente belo, arqueado pelo peso de uma cabeça grotescamente ampliada e bastante triste.
Ao contrário da peça de Lerooy, a cabeça humana não se expande e afunda no chão à medida que sua carga de estresse se torna mais pesada. Fadiga mental depois de um procedimento oftálmico complexo é invisível. O quadro pintado pela exaustão mental é abstrato em comparação com os sinais bem reconhecidos de esforço físico.
A tensão mental é um fator limitante de desempenho em uma idade em que a carga física é cada vez mais convertida em carga mental. À medida que avançamos na era da informação, é hora de o enigma do estresse crônico finalmente sair das sombras.
*Mithu Storoni, cirurgião do olho, estudou doenças que afetam o cérebro visual. Também escreveu o livro "Stress-Proof: o guia definitivo para viver uma vida livre de estresse".
BBC
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Mais de 16 milhões de doses da vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, foram enviadas pelo Ministério da Saúde para todo o país. Desse total, 6,5 milhões foram destinadas aos municípios paulistas, pois o estado concentra quase 100% dos casos de sarampo registrados nos últimos 90 dias, segundo dados do órgão. Foram 1.220 ocorrências em São Paulo, quatro no Rio de Janeiro, uma na Bahia e uma no Paraná. O coeficiente de incidência da doença foi de 0,58 por 100 mil habitantes.
As vacinas enviadas atendem à imunização de rotina prevista no Calendário Nacional de Vacinação e às situações de surto de sarampo. Rio Janeiro, Bahia e Paraná receberam, juntos, 8,2 milhões de doses.
O ministério destaca que a vacina é o principal meio de prevenção de sarampo, caxumba e rubéola. O Brasil não registrava casos autóctones (adquiridos no país) de sarampo desde o ano 2000. Entre 2013 e 2015, ocorreram dois surtos da doença a partir de casos importados, nos estados do Ceará e Pernambuco, com 1.310 casos. Os surtos foram controlados com medidas de bloqueio vacinal.
Campanhas adicionais
Até o momento, considerando o atual cenário epidemiológico do sarampo, não está prevista a realização de campanhas adicionais de vacinação contra a doença. Elas estão sendo feitas nas áreas onde há circulação do vírus atualmente.
“Ressalta-se, no entanto, que mesmo em situações de surto, a vacinação de rotina está mantida na rede de serviço do SUS [Sistema Único de Saúde], conforme as indicações do Calendário Nacional de Vacinação e que os serviços de vacinação são estimulados a buscar a sua população não vacinada para a devida atualização”, informou o órgão em nota.
Atualmente, 53 cidades em quatro estados brasileiros – São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Paraná – se mantém com surto ativo. Veja abaixo a lista dos municípios.
Orientações
No dia 6 de agosto, o Ministério da Saúde divulgou um alerta para pais, mães e responsáveis que vão viajar com os filhos de seis meses a menores de um ano de idade para os municípios em situação de surto ativo do sarampo no país. A recomendação é que essas crianças sejam vacinadas com a tríplice viral pelo menos 15 dias antes da viagem. Além de proteger a criança, a medida contribui para interromper a cadeia de transmissão do vírus do sarampo no país.
Esta dose, chamada de “zero”, não substitui as etapas do calendário nacional de vacinação da criança. Além dessa dose, que não é considerada válida para fins de calendário, os pais e responsáveis devem levar os filhos para tomar a vacina tríplice viral (D1) aos 12 meses de idade (1ª dose); e aos 15 meses (2ª dose) para tomar a vacina tetra viral ou a tríplice viral + varicela.
A tríplice viral está disponível nos mais de 37 mil postos de vacinação em todo o Brasil pelo SUS.
Agência Brasil
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O Ministério da Educação lançou hoje (15) uma cartilha que tem, por objetivo, apresentar detalhes, princípios, objetivos e diretrizes da Política Nacional de Alfabetização (PNA) anunciada em abril. Além de conceitos e contextualizações, o documento apresenta também formas de implementação, avaliação e monitoramento dessa política, bem como agentes e público-alvo envolvidos.
A PNA estabelece as diretrizes para ações e programas governamentais visando a redução do analfabetismo no país, no âmbito das diferentes etapas e modalidades da educação básica. A intenção é que as escolas passem a alfabetizar as crianças no primeiro ano do ensino fundamental, ou seja, geralmente aos 6 anos de idade.
“Estamos trazendo uma abordagem científica para a educação no Brasil, com base em evidências científicas”, discursou o ministro da Educação, Abraham Weintraub, durante a cerimônia de lançamento do Caderno da Política Nacional de Alfabetização.
A ênfase da alfabetização no primeiro ano é uma das novidades. Em 2017, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que define o mínimo que os estudantes devem aprender a cada etapa de ensino, estipulou que as crianças fossem alfabetizadas até o 2º ano do ensino fundamental, o que geralmente ocorre aos 7 anos.
Pelo Plano Nacional de Educação (PNE), lei 13.005/2014, as crianças devem ser alfabetizadas, no máximo, até o final do 3º ano do ensino fundamental, ou seja, aos 8 anos de idade.
Família, estímulos e professores
Após receber, das mãos do ministro, um exemplar da cartilha, a presidente do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), Cecília Mota, destacou o papel que professor e família têm para que se alcance os objetivos de alfabetização.
Segundo ela, a alfabetização pode usar várias linhas, não precisando se restringir a um método específico, como o fônico – pelo qual se ensina, primeiro, os sons de cada letra para, depois, ao misturar as letras, se chegar à pronúncia completa das palavras.
“Não interessa o método aplicado pelo professor. Interessa que a criança aprenda. Então é uma questão de formação do professor. Ele precisa ser bem preparado para ter eficiência no processo de alfabetização”, disse a presidente do Consed.
Ela acrescenta que o papel da família também é fundamental, principalmente se os pais tiverem o hábito da leitura e se tiverem em casa uma biblioteca com livros infantis. “O Brasil, no entanto, é um país pobre onde muitos pais não leem ou não têm o hábito da leitura. Isso realmente tem um impacto negativo sobre a aprendizagem”, ponderou.
A educadora explica que não há uma fórmula específica para a alfabetização de crianças. “Cada criança tem seu ritmo próprio de aprendizagem. Nunca chegaremos a um acordo sobre esse ‘até tal idade’ ela deve estar alfabetizada. Esse limite é um limite apenas normativo porque a criança aprende de maneira diversificada. Tem criança que com apenas 3 anos já está lendo. Tudo depende da família, dos estímulos e do professor. É uma variável muito grande”, argumentou.
Comparações
Ainda durante o lançamento do caderno, Weintraub criticou a linha pedagógica de alfabetização adotada pelo país nas últimas décadas.
“Qual é o resultado desses anos todos de pensamento dogmático da alfabetização brasileira? O resultado desse pensamento todo, após 20 ou 30 anos de insistência, é que 50% das nossas crianças no 3º ano são analfabetas e não sabem fazer contas básicas. Isso, mais do que um fracasso, é um crime. Pode ter ou não ter dolo, mas é um crime o que está sendo feito no Brasil”, disse o ministro.
Jogos para acelerar a aprendizagem
A presidente do Consed defendeu que o uso de estímulos lúdicos potencializam a capacidade de aprendizado dos estudantes. Portanto o assunto deverá ser debatido pelo painel de 12 especialistas criado pelo ministério para elaborar o relatório que será base para a formulação das políticas públicas voltadas à alfabetização.
“Alguns jogos podem, inclusive, acelerar a aprendizagem, ao estimular os neurônios a fazerem conexões mais rápidas. É até os 6 ou 7 anos de idade que as conexões acontecem na área de matemática, Língua Portuguesa, leitura e escrita”, argumentou Cecília Mota.
Nesse sentido, ela disse que a metodologia do educador Paulo Freire será relevante, inclusive, para a implementação do que está previsto na cartilha lançada hoje. “Tem relevância porque trabalha com aprendizagem voltada para o dia a dia, em especial quando você fala em dar ludicidade para se aprender a ler. A educação só pode dar certo quando tem significado para a criança. Se dermos algo que não signifique nada para a criança, ela se desmotiva”, completou.
Weintraub aproveitou o evento para desmentir boatos de que estaria planejando acabar com o ensino médio integral no Brasil. "Isso não passa de fake news", disse
Agência Brasil
Portal Santo André em Foco
Seis de cada dez ingressantes em cursos de formação inicial de novos professores estudam por meio de educação a distância (EAD). A maioria dos futuros docentes fazem esses cursos em redes privadas de ensino (53%). Entre 2010 e 2017, o crescimento de alunos de magistério com formação não presencial em faculdades particulares cresceu 162%.
Esses dados foram contabilizados pela organização não governamental (ONG) Todos pela Educação no estudo “Estatísticas de ensino superior sobre formação inicial de professores no Brasil”, a partir dos registros do Censo de Educação Superior, apurados pelo Inep/MEC em 2017.
Conforme a análise, em oito anos, a quantidade de ingressantes em cursos voltados à docência reverteu entre as modalidades presencial e a distância. Em 2010, 151 mil alunos iniciantes eram de cursos EAD (34% do total). Em 2017, o volume era de 387 mil (61%). Já na modalidade presencial, a queda foi de 292 mil em 2010 ingressantes (66% do total) para 251 mil ingressantes (39%).
No mesmo período, o crescimento do número de alunos de curso de formação de professores em educação a distância é maior do que o verificado nos demais cursos. Em 2010, 13% dos alunos de cursos superiores (excetuados os de formação em magistério) faziam na modalidade a distância. Em 2017, a proporção era menos de um terço (27%), trinta e quatro pontos percentuais abaixo do verificado nos cursos de formação de professores.
Concluintes e qualidade dos cursos
Setenta e dois por cento dos concluintes dos cursos de formação de professores são da rede privada e 28% da rede pública de ensino superior. A maioria dos formados ainda são da modalidade presencial (57%). Quarenta e três por cento dos concluintes fizeram cursos EAD. De cada 100 alunos formandos em magistério de cursos a distância, 93 estudaram em instituições privadas.
Além de matrículas e de formandos, a ONG avaliou os dados sobre o desempenho dos formados em cursos voltados à docência no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), também do Inep/MEC. De acordo com a análise, os ex-alunos de formação a distância se saem pior do que seus colegas de formação presencial.
Três quartos dos formados por EAD (75%) têm notas inferiores a 50 (valor máximo de 100). Entre os formados em educação presencial, os percentuais de baixo desempenho é dez pontos percentuais menor (65%).
A apresentação da avaliação da pesquisa assinala que “a grande maioria dos cursos de formação inicial para professores precisa de melhorias significativas. Ainda assim, é possível notar que os cursos da modalidade EAD possuem indicadores de qualidade pior”.
Agência Brasil
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Após mais de sete horas de tensão, a polícia da Filadélfia, nos Estados Unidos, prendeu na madrugada desta quinta-feira (15) o homem que trocou tiros, feriu seis policiais e encurralou outros dois em um prédio na cidade.
"Poderia ter sido bem pior. Foi uma situação muito pesada, que eu espero nunca ver novamente", afirmou Richard Ross, chefe da polícia local.
A tensão começou quando forças de segurança foram ao local para atender a uma ocorrência relacionada a drogas. Quando chegaram lá, caíram em uma emboscada, houve troca de tiros e dois policiais ficaram encurralados na mira do criminoso.
Sete horas e meia depois, após todas as tentativas de negociação se esgotarem, a polícia lançou uma bomba de gás lacrimogêneo e o homem finalmente deixou o imóvel. O criminoso, identificado como Maurice Hill, de 36 anos, foi detido em seguida.
Os policiais baleados receberam atendimento médico. Nenhum deles corre risco de morrer.
Trump: 'Ele não deveria estar nas ruas'
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou as autoridades por permitirem que Hill, com passagens pela polícia por crimes violentos como assalto, permanecesse solto.
"O atirador da Filadélfia jamais poderia ter sido autorizado a permanecer nas ruas. Ele tinha uma ficha criminal longa e muito perigosa. Parecia que ele estava se divertindo após ser preso e ferir tantos policiais", escreveu no Twitter.
De acordo com a agência Associated Press, o procurador distrital da Filadélfia, Larry Krasner, também reconheceu que o criminoso não deveria estar solto.
"Acho justo dizer que o sistema de justiça criminal, imperfeito como é, não conseguiu interromper esse terrível incidente", disse Krasner.
France Presse
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O assessor de segurança nacional da Casa Branca, John Bolton, advertiu a China para não criar uma "nova Tiananmen" ao responder aos protestos em Hong Kong. A declaração faz referência à violenta repressão de manifestantes nesse local de Pequim – também conhecida como Praça da Paz Celestial – há 30 anos.
"Os chineses têm que olhar com muito cuidado os passos que tomam porque as pessoas nos Estados Unidos lembram da Praça Tiananmen, lembram da imagem do homem parado em frente à fila de tanques", disse Bolton em entrevista à VOA News publicada nesta quinta-feira.
As forças chinesas sufocaram brutalmente os protestos em favor da democracia na Praça Tiananmen de Pequim em 1989, uma repressão que ficou imortalizada na imagem de um homem desarmado em frente aos tanques.
"Seria um grande erro criar uma nova lembrança como essa em Hong Kong", disse Bolton.
Crise Hong Kong–China
Hong Kong, uma ex-colônia britânica que passou para as mãos da China em 1997, atravessa a pior crise política desde então, com milhões de pessoas protestando nas ruas desde o começo de junho para exigir maiores liberdades. O impasse gerou temores de uma intervenção direta de Pequim no território.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quinta-feira que uma reunião entre o líder chinês Xi Jinping e os ativistas pró-democracia de Hong Kong poderia levar a um "final feliz" para os protestos.
France Presse
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O novo imperador do Japão, Naruhito, expressou profundo remorso sobre os tempos de guerra do país e orou pela paz global nesta quinta-feira (15), ecoando as palavras de seu pai em uma cerimônia anual que marca a rendição de Tóquio na Segunda Guerra Mundial.
Quando herdou o trono em maio, Naruhito, de 59 anos, se tornou o primeiro monarca do Japão a nascer após a guerra. Seu pai, Akihito, foi o primeiro imperador japonês a abdicar ao longo de dois séculos.
"Olhando para o longo período de paz pós-guerra, refletindo sobre nosso passado e tendo em mente sentimentos de profundo remorso, eu espero verdadeiramente que a devastação da guerra nunca se repita", disse.
Naruhito é o neto do imperador Hirohito, em cujo nome as tropas japonesas lutaram na Segunda Guerra Mundial.
Reuters
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Uma pessoa morreu e 28 ficaram feridas em 11 províncias depois da chegada do tufão Krosa, no oeste do Japão, nesta quinta-feira (15), informou o jornal "The Mainichi", um dos maiores do país. Mais de 7 mil pessoas deixaram suas casas, e ordens de saída foram emitidas em 15 províncias no oeste e sudoeste do país.
A Agência Meteorológica do Japão alertou que haveria chuva recorde, com 1.200 milímetros em áreas do leste e oeste do país, próximas ao Pacífico. Também foi anunciado o risco de deslizamento de terras e inundações.
O tufão Krosa atingiu terra firme perto de Kure, na província de Hiroshima, por volta das 15h (3h do horário de Brasília). Por volta das 18h, seguia para a direção nordeste, a uma velocidade de 35km por hora, perto da cidade litorânea de Izumo, próxima ao Mar do Japão.
É o décimo tufão da temporada. A expectativa é de que alcance o Mar do Japão por volta da meia-noite (horário local, 12h no horário de Brasília) e seja rebaixado ao grau de ciclone extratropical no início de sábado (17), segundo a agência.
Serviços suspensos em trens e aeroportos
As viagens da temporada de verão também foram prejudicadas. A Japan Airlines Co. e a All Nippon Airways Co. cancelaram mais de 400 voos domésticos e internacionais nesta quinta (15).
A West Japan Railway Co. suspendeu todos os serviços de trem-bala Sanyo Shinkansen que operam na quinta (15) entre Shin-Osaka e Kokura, mas planeja retomá-los na primeira viagem de sexta (16). Os serviços ferroviários locais nas províncias de Okayama, Hiroshima e Yamaguchi também foram cancelados, de acordo com a empresa.
A Shikoku Railway Co. suspendeu todos os serviços na ilha principal ocidental.
A estação JR Tokyo também ficou mais cheia do que o normal, já que o tufão coincidiu com uma onda de viajantes que voltavam de férias. A Central Japan Railway Co. reduziu os serviços da Tokaido Shinkansen entre Tóquio e Shin-Osaka devido ao tufão.
G1
Portal Santo André em Foco
Um Airbus A321 da Ural Airlines, com 226 passageiros e 7 tripulantes a bordo, fez um pouso de emergência nesta quinta-feira (15) em um milharal na região de Moscou, após colidir com um bando de pássaros, informaram autoridades russas.
O Ministério da Saúde da Rússia informou que 23 pessoas, incluindo nove crianças, ficaram feridas e foram hospitalizadas.
A aeronave colidiu com a revoada de pássaros logo depois de decolar do aeroporto de Jukovki, nos subúrbios de Moscou, às 3h20 (horário de Brasília), informou a agência russa de transporte aéreo federal (Rosaviatsia) em um comunicado.
O destino do voo era Simferopol, a principal cidade da península ucraniana da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014.
Várias aves “atrapalharam a operação dos motores” e a tripulação decidiu fazer um pouso de emergência, diz a nota.
O pouso em um milharal, localizado a 1 km da pista, foi feito sem o trem de pouso.
O Comitê de Investigação da Rússia vai apurar o incidente.
G1
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