Novembro 29, 2024
Arimatea

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A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal ( STF ) anulou nesta terça-feira a decisão do ex-juiz Sergio Moro de condenar o ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil Aldemir Bendine . Moro tinha condenado o réu a 11 anos de prisão . Bendine foi preso em julho de 2017. Em abril deste ano, o STF soltou o réu, porque a condenação ainda não tinha sido confirmada pela segunda instância – ou seja, o Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região.

A decisão da Segunda Turma do STF garante que Bendine fique mais tempo fora da prisão. O TRF já tinha confirmado a condenação de Moro, reduzindo a pena para sete anos, nove meses e dez dias. O tribunal estava prestes a julgar o último recurso do réu, o que o levaria de volta para a cadeia, no regime semiaberto. Agora, o caso terá de ser novamente julgamento pela primeira instância.

A decisão foi tomada por uma questão técnica que pode refletir em outros processos da Lava-Jato. O advogado de Bendine, Alberto Toron, ressaltou que Moro abriu prazo conjunto para todos os réus se manifestarem nas alegações finais do processo. No entanto, para a defesa, o correto seria primeiro se manifestar os réus que firmaram acordo de delação premiada e, em seguida, os outros acusados.

Por três votos a um, os ministros da Segunda Turma concordaram com a tese. Agora, a sentença da primeira instância fica anulada e o processo começará a tramitar a partir dessa fase final, com abertura de prazo separado para os acusados. Os ministros Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Cármen Lúcia formaram a maioria. Apenas Edson Fachin votou contra a tese da defesa. Celso de Mello estava ausente.

Cármen Lúcia ponderou que a decisão foi tomada apenas nesse processo. No entanto, se defesas de outros acusados na Lava-Jato apresentarem a mesma tese à Segunda Turma, em processos semelhantes, há chance também se haver anulação de outras sentenças.

Bendine foi condenado pelo recebimento de R$ 3 milhões em propinas pagas pela Odebrecht. Por decisão tomada em abril pela Segunda Turma do STF, ele estava submetido a medidas cautelares – como o impedimento de se comunicar com outros investigados no mesmo processo e a entrega do passaporte à Justiça. Agora, ele poderá ficar sem essas medidas.

A força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba divulgou uma nota em que externa "imensa preocupação em relação à decisão", que anulou a sentença do caso Aldemir Bendine.

"Por maioria, os julgadores entenderam que réus delatados devem ter o direito de se manifestar, ao final do processo, após a defesa dos réus colaboradores. Os Ministros estabeleceram uma nova interpretação que, se for aplicada como nova regra, vai alterar entendimentos pacíficos sobre princípios como o da ampla defesa. Contudo, essa nova regra não está prevista no Código de Processo Penal ou na lei que regulamentou as delações premiadas", diz em nota.

Os procuradores sustentam que, caso o entendimento seja aplicado aos demais casa da força-tarefa, "poderá anular praticamente todas as condenações, com a consequente prescrição de vários crimes e libertação de réus presos".

O Globo
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O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta terça-feira (27) que o Brasil "não deve abrir mão de nenhum real" no combate a queimadas na Amazônia.

Nesta segunda (26), o presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou ajuda de cerca US$ 20 milhões por parte do G7, grupo que reúne os sete países mais industrializados do mundo.

Ainda na noite de segunda-feira, contudo, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e a assessoria da Presidência da República informaram que o Brasil rejeitaria a oferta. Mas, nesta terça, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que responderá ao G7 se Macron retirar o que chamou de "insultos" proferidos pelo presidente francês.

"O Brasil não deve abrir mão de nenhum real. A situação do orçamento federal, dos estados, dos municípios, da maioria dos entes da federação é dramática", declarou Rodrigo Maia.
Mais cedo, nesta terça-feira, Bolsonaro se reuniu com governadores de estados da Amazônia Legal.

No encontro, os governadores também defenderam que o Brasil aceite ajuda financeira internacional para combater as queimadas.

Bolsonaro x Macron
Na avaliação do presidente da Câmara, a troca de acusações entre Macron e Bolsonaro desde a semana passada passou para o "lado pessoal".

Isso porque Bolsonaro tem questionado os interesses do presidente francês e afirmado que Macron adota "tom sensacionalista". Macron, por sua vez, diz que Bolsonaro mentiu sobre o clima e que o Brasil precisa de um presidente que se comporte "à altura" do cargo.

"A gente não deve abrir mão desses recursos nunca, no meu ponto de vista. Acho que o conflito, que acabou indo um pouco para o lado pessoal entre os dois presidentes, não é bom para o Brasil, não é bom para a França", acrescentou.

Ele ainda defendeu a proposta de se usar parte fundo da Petrobras no combate a queimadas na Amazônia. O fundo é composto por dinheiro recuperado de desvios na estatal, e o uso desses recursos foi proposto por Maia.

G1
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O presidente Jair Bolsonaro gastou boa parte da reunião com governadores da região da Amazônia Legal discutindo a demarcação de reservas indígenas. Após a fala de cada governador, ele perguntava qual o percentual em cada estado de demarcações e de áreas de proteção ambiental. O presidente disse que por trás das demarcações há uma tentativa de "inviabilizar" o país:

— Muitas reservas têm o aspecto estratégico. Alguém programou isso. O índio não faz lobby, não fala a nossa língua e consegue hoje em dia ter 14% do território nacional. Uma das intenções é nos inviabilizar — afirmou, sem entrar em detalhes.

De acordo com Bolsonaro, se ele tivesse demarcado "dezenas" de terras indígenas quando voltou do G20, realizado no Japão, não haveria comoção devido aos incêndios na Amazônia.

— Nosso governo não aceitou, quando veio de Osaka, demarcar mais dezenas de áreas indígenas aqui no Brasil. Se eu demarcar agora, pode ter certeza, o fogo acaba na Amazônia daqui a alguns minutos. Acaba daqui a alguns minutos.

O presidente classificou como "irresponsabilidade" a política indigenista dos seus antecessores:

— Com todo o respeito aos que me antecederam, foi uma irresponsabilidade essa política adotada no passado no tocante a isso, usando o índio como massa de manobra para que, ao inviabilizar o progresso nesses estados,(a Amazônia) não estivesse sob a nossa jurisdição ou fosse usada para o bem-comum nosso.

Bolsonaro ainda disse que havia uma "quase selvageria" na politica ambiental:

— Essa questão ambiental tem que ser conduzida com racionalidade e não com essa quase selvageria

Alguns dos governadores seguiram na linha de Bolsonaro e criticaram o grande número de demarcações. O governador de Roraima, Antônio Denarium, reforçou a ideia de que há um interesse por trás das demarcações:

— Roraima não é a porção de terra mais rica do Brasil, é a porção de terra mais rica do mundo. E as áreas indígenas e as ONGs de todo o Brasil estão concentradas exatamente nessas áreas onde tem as nossa riquezas.

O governador do Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM), afirmou que é preciso retirar as riquezas das terras indígenas:

— É hora, presidente, de nós, sob a sua liderança, com a sua coragem, com a competência da sua equipe, botarmos o dedo na ferida. Não queremos tirar a indígena, não, nós queremos as riquezas que lá estão. Para tirar essas riquezas, nós podemos afetar 1%, 2% dessas áreas, não mais do que isso. Não podemos ter uma casa com um quadro na parede que vale milhões e ter os nossos filhos passando fome. E é isso que acontece nesse país.

Por outro lado, o governador do Amapá, Waldez Góes, disse após a reunião que não vê problema com o número de terras indígenas no seu estado:

— Eu, enquanto governo do Amapá, não tenho nenhum problema do fato das terras indígenas hoje no Amapá, inclusive talvez tenha sido o estado que teve as suas terras indígenas primeiras demarcadas e nós não temos problema com isso. A bem da verdade, queremos criar outros mecanismos de planejamento estratégico público-privado para mobilizar as terras que estão disponíveis, pelo menos no Amapá agora não existe preocupação em querer produzir em terras indígenas ou em reservas extrativistas ou florestais.

AJUDA DO G7

Antes da reunião com governadores, Bolsonaro afirmou que só aceitará a oferta de ajuda dos países do G7 para ajudar no combate às queimadas na Amazônia se o presidente da França, Emmanuel Macron, voltar atrás do que chamou de 'insultos ':

— Primeiramente, o senhor Macron tem que retirar os insultos que faz a minha pessoa. Ele me chamou de mentiroso. Depois, pelas informações que eu tive, a nossa soberania está em aberto na Amazônia. Para conversar ou aceitar qualquer coisa com a França, que seja com as melhores intenções possíveis, ele vai ter que retirar essas palavras — disse Bolsonaro, na saída do Palácio da Alvorada, acrescentando depois: — Primeiro retira, depois oferece, daí eu respondo.

BRIGITTE MACRON

Bolsonaro negou nesta terça que tenha ofendido a primeira-dama francesa, Brigitte Macron .

A imprensa francesa noticiou nesta terça-feira que o movimento #DesculpaBrigitte , lançado por internautas brasileiros após o presidente Jair Bolsonaro endossar um comentário que zombava da mulher do presidente Macron, 24 anos mais velha, chegou aos ouvidos da primeira-dama.

Segundo o Le Parisien, Brigitte Macron soube dos comentários pouco antes de retornar de Biarritz, onde aconteceu a reunião do G7 no último final de semana, e teria ficado emocionada com a demonstração de apoio dos brasileiros.

A matéria do periódico francês cita ainda a capa do Extra desta terça-feira, em que há uma foto da primeira-dama francesa acompanhada da frase "Pardon, Brigitte" (em português, "desculpe, Brigitte").

O Globo
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Cinco dias depois de o presidente Jair Bolsonaro dizer que poderia demitir o diretor-geral da Polícia Federal , o ministro da Justiça, Sergio Moro , decidiu defender publicamente o chefe da instituição, o delegado Maurício Valeixo . Na abertura de um seminário sobre corrupção no Ministério da Justiça, Moro cumprimentou as autoridades presentes ao evento, com uma deferência a Valeixo.

- Cumprimento especial ao diretor Maurício Valeixo, que tem feito um trabalho extraordinário aí à frente da Polícia Federal - disse Moro.

No seminário desta terça-feira, o ministro também falou sobre o compromisso que Bolsonaro teria com o combate à corrupção. Ele chegou a se explicar dizendo que foi esse "compromisso" que o fez aceitar o convite para ser ministro da Justiça.

- O presidente Jair Bolsonaro tem um compromisso com a prevenção e o combate à corrupção. Esse foi um dos temas centrais que me levaram a aceitar esse convite. Eu creio que o governo tenha avançado nessa área. Claro que, às vezes, há alguns reveses. Mas nós temos avançado no enfrentamento da corrupção - disse Moro.

O ministro não especificou quais seriam estes supostos avanços. Nas últimas semanas, Bolsonaro tem sido criticado por tentar interferir na Receita Federal, a Polícia Federal, na Unidade de Inteligência Financeira (UIF), ex-Coaf, e no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, responsável por mapear queimadas e o avanço do desmatamento na Amazônia. Ao mencionar o "compromisso" de Bolsonaro, Moro não deixou claro se estava fazendo um elogio ao presidente.

Atrito com Bolsonaro
Na quinta-feira passada, Bolsonaro reafirmou, numa entrevista coletiva, que o delegado Alexandre Silva Saraiva, superintendente da PF no Amazonas, substituiria o delegado Ricardo Saadi no comando da instituição no Rio de Janeiro. Se a ordem não fosse obedecida, ele afirmou que poderia afastar Valeixo da direção da PF à revelia do ministro da Justiça, responsável pela indicação do diretor-geral. Moro não rebateu o comentário do presidente. O elogio público a Valeixo desta terça-feira é a primeira manifestação do ministro em relação à fala do presidente.

No sábado, o GLOBO revelou que Bolsonaro está insatisfeito com Moro e tenta, há algum tempo, inviabilizar a presença do ministro do governo . O presidente se irritou com Moro quando soube da movimentação do ministro contra a decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, de proibir investigações iniciadas a partir do compartilhamento de relatórios detalhados do Coaf sem autorização judicial.

Toffoli suspendeu as investigações a partir de um pedido de Frederick Wassef, advogado do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), alvo de uma investigação sobre supostas fraudes com dinheiro de servidores do antigo gabinete dele, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Quando soube das manobras do ministro, Bolsonaro chamou Moro para uma dura conversa no Palácio da Alvorada.

Os dois tiveram uma discussão áspera .Bolsonaro chegou a dizer que nunca tinha pedido qualquer favor a Moro. Da mesma forma, o ministro nunca tinha oferecido qualquer ajuda a Bolsonaro. Então, se Moro não pudesse ajudar, não deveria atrapalhar. Moro deixou o Palácio do Alvorada de semblante carregado.

Ainda na abertura do seminário, Moro disse que é preciso aperfeiçoar e modernizar os instrumentos de combate à corrupção. Depois de defender o uso de escutas ambientais e a infiltração de policias, o ministro falou pela primeira vez sobre a necessidade de combater desvios nas polícias e nos órgãos de controle.

- De outro lado, temos que nos preocupar com a corrupção dos vigilantes. Temos que evitar que o policial se corrompa, que o juiz se corrompa, que o Ministério Público se corrompa, que o auditor se corrompa. Para poder enfrentar a corrupção precisamos ter integridade máxima dentro dos órgãos de controle e fiscalização - disse Moro.

O ministro disse que, na esfera de atuação direta, ele está estimulando a criação de corregedorias nas polícias federais e estaduais.

- É impossível combater a corrupção sendo corrupto. Simplesmente não funciona - disse o ministro.

No seminário, como exemplo do bom trabalho de Valeixo, o ministro citou uma das operações iniciadas pela Polícia Federal nesta terça-feira. A investigação contra uma organização de tráfico internacional de drogas resultou na apreensão de mais de US$ 2 milhões em espécie. Em tom de brincadeira, Moro disse que a polícia só errou a data. Para o ministro, a polícia deveria ter promovido nesta terça-feira uma operação de combate a corrupção, tema do seminário.

Nos últimos meses, o site The Intercept tem divulgado mensagens trocadas entre o coordenador da força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, Moro e outras autoridades. Para dirigentes do site, as mensagens revelariam que o combate a corrupção "foi corrompido" em parte da investigação.

O Globo
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O ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, corre contra o tempo para conseguir recursos junto ao Ministério da Economia e da Casa Civil para pagar bolsas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Pontes afirmou, em entrevista ao programa "Em Foco", que o ministério só tem recursos para pagar bolsas até o fim do mês de agosto. O programa vai ao ar nesta quarta-feira (28), às 21h30, na GloboNews.

"A gente tem o recurso agora até o final desse mês, que a gente vai fazer pagamento, em 1º de setembro. E a gente vai ter que achar para outro mês", afirmou o ministro.

Perguntado se as bolsas podem acabar, o ministro disse que, se não houver orçamento, não terá como pagar.

"Se não tiver orçamento, eu não tenho como pagar. São 84 mil bolsas. Isso é difícil. Se for pensar, tem várias implicações", afirmou Marcos Pontes.

Na entrevista à GloboNews, o ministro Pontes fala, ainda, sobre os desafios do Ministério da Ciência e Tecnologia, a relação com o presidente Jair Bolsonaro, polêmicas no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e outros temas.

Sobre as bolsas do CNPq, o ministro destacou que "pesquisadores importantes para o país" recebem as bolsas e que algumas pesquisas não podem parar e recomeçar depois sob risco de ficarem prejudicadas.

Marcos Pontes lembrou que "muitos desses pesquisadores dependem dessas bolsas para sobreviver" uma vez que recebem o auxílio para que trabalhem em tempo integral para o projeto.

"É um caso importante, o presidente sabe disso, o ministro Onyx [Casa Civil] sabe, a economia sabe e eu estou esperando a resposta deles muito em breve", declarou o ministro.

Até a manhã desta terça-feira (27), o ministro não havia recebido uma resposta do Ministério da Economia e nem da Casa Civil, segundo informou ao blog.

Déficit de R$ 330 milhões
O déficit orçamentário do órgão é de R$ 330 milhões, valor necessário para o pagamento das bolsas até o fim do ano. O órgão já suspendeu a assinatura de novos contratos de bolsas de estudo e pesquisa.

O recurso é necessário para cobrir o déficit previsto pelo CNPq desde o ano passado, quando a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2019 foi aprovada, para as bolsas. O conselho informou que já gastou 88% da verba disponível em 2019 para o pagamento de bolsas.

Como as bolsas exigem um vínculo de exclusividade, os estudantes não podem atuar em outros empregos remunerados e, por isso, o valor mensal pago por agências de fomento como o CNPq é a única fonte de renda deles.

Em julho, o CNPq mantinha 84 mil bolsistas, um número que flutua mês a mês, à medida que alguns contratos são encerrados e outros têm início. O CNPq procura manter, em média, 80 mil bolsistas.

G1
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O Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja), aplicado no último domingo (25), contou com a presença de mais de 1,1 milhão de pessoas. Foram 1.185.945 jovens e adultos que fizeram o exame em 5.839 locais de prova em 613 municípios.

O número de presentes é um recorde para o exame, segundo o Ministério da Educação (MEC), mesmo com um alto índice de abstenção: quase 3 milhões de pessoas se inscreveram para o exame. Os gabaritos serão divulgados no dia 6 setembro e o resultado das provas sairá em dezembro, ainda sem dia definido.

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, considerou a aplicação um sucesso. “Tudo correu bem, foi o índice mais baixo que tivemos de eventuais pequenos problemas. A estrutura e a máquina estão funcionando perfeitamente. O sucesso do Encceja é uma prova de que tudo está dentro do que esperávamos. É um teste para o que vem para o Enem”. O ministro concedeu entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira (26), em Brasília.

Aqueles inscritos que se sentiram prejudicados de alguma maneira na aplicação das provas e desejarem apresentar recurso, deverão fazê-lo até a próxima sexta-feira (30). O recurso deverá ser feito no site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Weintraub e o presidente do Inep, Alexandre Lopes, exaltaram a tranquilidade na realização das provas. Lopes destacou apenas duas ocorrências. Em uma delas, um veículo dos Correios foi furtado antes da entrega das provas em Mato Grosso do Sul, mas a Polícia Militar recuperou o veículo a tempo, bem como as provas, que estavam intactas e aptas para serem utilizadas no exame.

A outra ocorrência destacada pelo presidente do Inep foi a queda de energia em uma escola em Sergipe. Por isso, não foi possível a realização do exame, que será reaplicado naquele local de prova.

Weintraub e Lopes ressaltaram que o baixo índice de problemas no Encceja é um bom indicador para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), marcado para o início de novembro, apesar da diferença de perfil dos dois exames. “O Enem tem a questão da fraude, porque você tem as vagas fixas. No Encceja não existe a disputa. […] Em termos de logística o Enem envolve mais segurança física. Mas tirando essa única questão, são muito próximas as complexidades [dos dois exames]”.

O Encceja é voltado para pessoas que não terminaram os estudos na idade adequada e desejam obter a certificação de conclusão do ensino fundamental ou médio. Lopes destacou que a maior parte dos interessados no exame pretende melhorar sua situação profissional. “A gente observa que a maior parte das pessoas busca essa certificação para obter uma maior qualidade no seu emprego, buscam a certificação para fins profissionais”.

Uma inovação apresentada no Encceja e que também estará no Enem é o maior controle no que diz respeito a telefones celulares. A recomendação é pelo total desligamento do aparelho durante o exame, mesmo que esteja lacrado em um saco de pertences do candidato. “Houve casos de celulares que tocaram e, mesmo estando dentro do saco, o candidato foi eliminado”, disse Lopes.

Agência Brasil
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A Paraíba tem 15 casos de sarampo sendo investigados pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), de acordo com o boletim epidemiológico divulgado nesta segunda-feira (26). Além desses, 11 casos foram enviados para o Laboratório da Fiocruz, pois tiveram uma primeira amostra reagente indeterminada.

De acordo com o boletim, até o dia 24 de agosto, foram notificados 50 casos suspeitos de sarampo em 17 municípios da Paraíba. Ao todo, 24 casos foram descartados.

De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, o Sarampo é uma doença infecciosa, transmissível e extremamente contagiosa, podendo evoluir com complicações e óbitos, particularmente em crianças desnutridas e menores de um ano de idade. De acordo com a gerente executiva de Vigilância em Saúde, Talita Tavares, uma das estratégias adotadas pelo Ministério de Saúde (MS) é a intensificação das vacinas de rotina, conforme Calendário Nacional de Vacinação, sendo duas doses a partir de 12 meses a 29 anos de idade e uma dose para a população de 30 a 49 anos.

“Outra estratégia é a dose zero para crianças de seis meses a 11 meses e 29 dias. É bom lembrar que essa dose não será considerada válida para fins do Calendário Nacional de Vacinação, devendo ser agendada a partir dos 12 meses com a vacina tríplice viral e aos 15 meses com a tetraviral ou a tríplice viral mais varicela. O Ministério também recomenda o bloqueio vacinal seletivo em até 72 horas em todos os contatos do caso suspeito”, explica.

Segundo Talita, na Paraíba, até o momento, a cobertura vacinal é de 86,03%. Até julho, dos 223 municípios, 123 apresentam coberturas adequadas conforme recomendação do Programa Nacional de Imunização (PNI). “Esta situação caracteriza a existência de bolsões de suscetíveis, o que possibilita a reintrodução do sarampo no estado. Por isso é necessário alertar os gestores municipais para intensificar a busca ativa na população e assim imunizar pessoas não vacinadas com a tríplice viral, principalmente aqueles municípios que não atingiram a meta de 95%”, observa.

A SES recomenda, ainda, que todo paciente que apresentar febre e manchas vermelhas no corpo, acompanhados de tosse e/ou coriza e/ou conjuntivite, independente da idade e da situação vacinal, procure uma unidade de saúde para a notificação e tratamento imediato.

O secretário da Saúde, Geraldo Medeiros, pontua que a Paraíba ainda não apresentou casos confirmados da doença, porém é preciso estar atento para a atualização das cadernetas de vacinação. “A vacina é a única forma de prevenção da doença, que é altamente contagiosa e pode ser fatal”, alertou.

G1 PB
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Cientistas comprovaram a eficácia de uma nova substância para tratar o ependimoma, um dos mais severos tipos de cânceres em crianças. Testes in vitro e com camundongos mostraram que um anticancerígeno produzido com glândulas salivares do carrapato-estrela é eficaz no tratamento do ependimoma, um tipo de câncer cerebral infantil que surge do epêndima e atinge um tecido do sistema nervoso central. Os pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e do Instituto Butantan aguardam investimentos que possibilitem a infraestrutura necessária para a produção da droga que possa ser utilizada em testes clínicos com humanos.

As propriedades anticancerígenas da proteína codificada por genes do carrapato Amblyomma sculptum, nome científico do carrapato-estrela, foram descobertas nos anos 2000 e tinham sido comprovadas com tumores agressivos, como o câncer de pâncreas e o melanoma. “Quando descobrimos a possibilidade dessa droga, decidimos investigar suas ações contra o ependimoma,” disse o neurocirurgião Sérgio Cavalheiro, da Escola Paulista de Medicina, da Unifesp.

Segundo o médico, o ependimoma representa cerca de 10% dos tumores infantis do sistema nervoso central – e até 30% dos tumores cerebrais nas crianças com até 3 anos. Quando esse câncer atinge o cérebro ou cerebelo e o tronco encefálico, “a situação é catastrófica”, disse Cavalheiro. O neurocirurgião destaca que a alternativa é cirúrgica, combinada com radioterapia e quimioterapia. Mesmo assim, a operação pode deixar sequelas neurológicas e não salvará o paciente. “A gente fica sempre em busca de um medicamento para evitar as recidivas”, explica.

Os testes com camundongos mostraram que o tratamento foi muito mais efetivo do que qualquer outro remédio utilizado atualmente contra o ependimoma. Com os medicamentos existentes, é possível inibir a viabilidade das células tumorais em cerca de 30%. A nova substância, batizada de Amblyomin-X, por sua vez, atingiu 70%.

Os pesquisadores desenvolveram um protocolo que garante a produção em escala para disponibilização da substância para os testes clínicos. Para submeter à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) um dossiê para solicitação de análise dos resultados obtidos até agora, é necessário a comprovação da produção da molécula de Amblyomin-X em condições de boas práticas, garantindo a escala industrial e condições de manutenção e estabilidade da fórmula.

“Não foi feito até hoje porque não tivemos infraestrutura ainda para produzir a proteína recombinante. Pelo menos aqui no Butantan, a gente está agora se organizando, não especificamente para esse [estudo], mas qualquer projeto que vier dessa mesma natureza. Mesmo a empresa que a gente tem parceria não tem essa infraestrutura”, explicou a coordenadora do Centro de Excelência para Descobertas de Alvos Moleculares, no Instituto Butantan, Ana Marisa Chudzinski-Tavassi.

Reuters
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A Noruega, que era a maior doadora de um fundo para combater a devastação na Amazônia, convocou algumas de suas empresas que têm atividades no Brasil para garantir que elas não contribuam com a destruição do bioma.

Representantes da empresa de óleo e gás Equinor, da fertilizante Yara, e a produtora de alumínio Norsk Hydro (essas três são controladas pelo governo norueguês) foram a um encontro nesta terça (27) com o ministro do Meio Ambiente, Ola Elvestuen, para discutir as queimadas na Amazônia.

A Norsk Hydro é dona de uma fábrica no Pará e, em fevereiro de 2018, uma barragem dela com rejeitos de bauxita contaminou a região da cidade de Barcarena.

“Eles precisam estar conscientes de sua cadeia de fornecedores e garantir que não contribuem para o desmatamento”, disse Elvestuen.

Organizações não-governamentais e o fundo de pensão KLP também participaram do encontro para discutir o assunto e como resolvê-lo.

Fim do Fundo Amazônia
Em agosto, os noruegueses suspenderam doações ao Fundo Amazônia, depois que o governo brasileiro bloqueou as operações que eram beneficiadas pela verba.

A Noruega teve uma parceria com o Brasil para proteger a floresta amazônica durante mais de uma década, e já desembolsou cerca de US$ 1,2 bilhão para o Fundo Amazônia, do qual é, de longe, a maior doadora.

Pergunta, na terça (27) o que a Noruega fará com o dinheiro que antes ia para o Brasil, Elvestuen respondeu que não decidiu ainda.

A Equinor é uma das maiores produtoras de petróleo em território brasileiro, e o país deverá ser a maior fonte de óleo fora da Noruega da empresa. O representante da empresa presente no encontro não quis fazer comentários.

Depois, a Equinor afirmou que é importante que a Amazônia seja protegida, e disse que não tem atividade na região, mas, sim, em exploração de óleo no mar brasileiro e em usinas de energia solar.

“Nós garantimos que nossos fornecedores não têm um impacto negativo na Amazônia”, afirmou um um porta-voz da empresa.

A Hydro tem uma fábrica, Alunorte, no estado do Pará, que transforma bauxita em alumina, um pó branco usado para a produção de alumínio em fundições. A Yara produz fertilizantes e fornece produtos químicos aos produtores agrícolas do Brasil.

Nenhuma das duas comentou.

Fundo de pensão
Separadamente, o KLP, um fundo de pensão com US$ 80 bilhões em ativos (cerca de R$ 330 bilhões, na cotação atual), disse que buscou empresas norte-americanas em que investiu que tem negócios com brasileiros para que elas peçam “ações concretas”.

A KLP diz ter conversado sobre o tema com as empresas Bunge, Cargill e Archer Daniels Midland

Reuters
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Dando continuidade à polêmica entre Brasil e França em relação às queimadas na Amazônia, o presidente francês, Emmanuel Macron, disse nesta terça-feira (27), numa conferência de embaixadores em Paris, que há outros países a serem ajudados na região amazônica.

"Notei que as inquietudes são sobretudo a falta de tato de alguns dirigentes que consideram que a soberania é, no fundo, agressividade, o que acredito profundamente ser um erro. Somos um país soberano, quando temos grandes acontecimentos, aceitamos com alegria e bons olhos a solidariedade internacional, porque é um símbolo de amizade", declarou Macron.
"Mas, sobretudo, há 9 países na Amazônia. Há muitos outros países que solicitaram nossa ajuda e então é importante mobilizá-la rápido para que a Colômbia, a Bolívia e todas as regiões brasileiras que desejarem ter acesso a essa ajuda internacional possam tê-la e possam reflorestá-la rapidamente", prosseguiu o francês.

A fala de Macron foi aproximadamente concomitante com as declarações de Jair Bolsonaro em Brasília segundo as quais o francês terá de "retirar insultos" contra ele e o Brasil antes de considerar aceitar a ajuda de US$ 20 milhões (cerca de R$ 82 milhões) dos países do G7 para combater queimadas na Amazônia.

Um pouco mais tarde, Bolsonaro disse que a postura de Macron tem a ver com a baixa popularidade do presidente francês com a população de seu país.

“Pessoas com o pensamento como o senhor Macron, ele deve pensar duas, três vezes, antes de querer sair de uma situação complicada que se encontra, uma rejeição enorme no seu país, até mesmo, cerrando conosco. Ninguém é contra aqui dialogar com a França, em hipótese alguma", afirmou Bolsonaro.
Também na manhã desta terça, o presidente americano, Donald Trump, voltou a fazer um post favorável a Bolsonaro no Twitter.

"Conheci o presidente Bolsonaro bem em nossas negociações com o Brasil. Ele está trabalhando duro em relação aos incêndios na Amazônia e em todos os aspectos, fazendo um ótimo trabalho para o povo do Brasil -- o que não é fácil. Ele e seu país têm o apoio total e completo dos EUA!", escreveu.

'Status internacional'
Nesta terça, Bolsonaro disse que Macron o chamou de "mentiroso" e ameaçou a soberania da Amazônia ao falar sobre a definição de um "status internacional" da Amazônia (leia mais abaixo).

A palavra francesa que Macron usou, "statut", tem dois significados, e isso gerou confusão na imprensa internacional e até mesmo na França. Alguns jornalistas entenderam que ele estava propondo definir "um status internacional para a Amazônia"; outros entenderam tratar-se de "um estatuto internacional para a Amazônia", que seria um marco regulatório definindo regras para proteger a floresta.

Bolsonaro deu as novas declarações ao ser questionado sobre o motivo de o país não aceitar a ajuda oferecida pelo G7, conforme disseram o ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil) e a assessoria do Planalto.

"Eu falei isso? Eu falei? Jair Bolsonaro falou?", indagou Bolsonaro sobre a recusa em aceitar ajuda do G7.

Após a fala, os jornalistas presentes citaram que Onyx e o próprio Planalto disseram que o governo brasileiro não aceitaria o auxílio financeiro. Bolsonaro, então, apresentou condições para conversar sobre o tema.

O embaixador brasileiro na França, Luis Fernando Serra, disse à rede de TV francesa RMC, que o Brasil poderia rejeitar a ajuda do G7 "porque há mecanismos das Nações Unidas que estão em vigor que prometem bilhões de dólares em créditos de carbono, etc que não são utilizados".

Ele disse ainda que a oferta do G7 seria uma forma de ingerência estrangeira: "Uma ajuda que nós não pedimos. A ajuda do G7 foi decidida sem o Brasil. O G7 se reuniu sem o Brasil".

G1
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