Novembro 23, 2024

Comitê da Câmara aprova denúncias formais que serão votadas em impeachment de Trump

O Comitê Judiciário da Câmara dos Estados Unidos aprovou nesta sexta-feira (13) os "artigos do impeachment" — ou seja, as denúncias formais que serão apresentadas ao plenário na votação para definir se o presidente Donald Trump sofrerá ou não julgamento no Senado.

Os "artigos do impeachment" são as duas seguintes acusações contra Trump:

Abuso de poder ao pedir investigação contra os Biden, no que os deputados consideraram "interferência de um governo estrangeiro" em favor da reeleição de Trump em 2020;

Obstrução de justiça por ignorar intimações e se recusar em entregar documentos aos investigadores durante o inquérito.

No Twitter, Trump comentou a decisão do comitê:

“Como alguém sofre um impeachment não tendo feito NADA ERRADO (um telefonema perfeito), tendo criado a melhor economia na história do nosso país, reconstruído nosso exército, arrumado as questões de veteranos, diminuído impostos e regulamentações, protegido a segunda classe, criado empregos, empregos, empregos e taaaanto mais? Loucura.”

A expectativa da presidente da Câmara, Nancy Pelosi, é de votar em plenário o impeachment de Trump na próxima semana. Porém, mesmo se os deputados de maioria democrata aprovarem, o republicano não deixa o cargo — ele só sai da Presidência se o Senado cassá-lo em julgamento posterior. Ou seja: Trump pode sofrer impeachment na Câmara e permanecer no cargo.

Esse é, inclusive, o cenário mais provável, já que os deputados democratas são maioria na Câmara, mas o Senado é dominado pelos republicanos.

Na noite de quinta, o líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, afirmou que o presidente não será cassado. "Todos sabemos como isso irá terminar. Não há chance de o presidente ser retirado do cargo", disse.
As investigações de impeachment começaram na Câmara depois que veio à tona um telefonema de Trump em que ele pede ao presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, um inquérito contra o ex-vice-presidente e atual pré-candidato à Casa Branca Joe Biden e o filho dele, Hunter.

Se ocorrer o impeachment na Câmara, Trump será o terceiro presidente americano passar por isso, depois de Bill Clinton e Richard Nixon.

Debate de emendas
A sessão foi interrompida na quinta-feira (12) antes da votação final. O deputado Jerrold Nadler, do Partido Democrata de Nova York e presidente do comitê, disse que queria que os membros “buscassem em suas consciências” uma decisão.

Os republicanos fizeram manobras para prolongar o debate, e os democratas decidiram que era melhor não votar durante a madrugada –dificilmente haveria espectadores a essa hora.

Os republicanos tentaram diluir os artigos cinco vezes, mas falharam todas as cinco, porque os democratas têm 23 deputados no comitê, contra 17 do Partido Republicano.

Deputados do Partido Republicano, o mesmo de Trump, apresentaram emendas para atenuar as acusações contra o presidente e votaram em bloco.

Em uma delas, os governistas chegaram a propor a retirada completa da acusação de abuso de poder, mas a maioria democrata rejeitou.

Depois, o deputado governista Matt Gaetz pediu a retirada da menção a Joe Biden e indicou que, no telefonema, Trump pedia investigação apenas à empresa Burisma e a Hunter Biden, que atuou no conselho de administração da companhia ucraniana.

Qualquer membro do comitê tinha liberdade para propor emendas e qualquer um podia participar do debate sobre elas.

G1
Portal Santo André em Foco

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Last modified on Sexta, 13 Dezembro 2019 15:16

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