Dados do Banco Central do Brasil (BC) mostram que R$ 8,56 bilhões estão disponíveis para resgate no Sistema de Valores a Receber (SVR).
O sistema é um serviço da instituição no qual é possível consultar se pessoas físicas, inclusive falecidas, e empresas têm algum "dinheiro esquecido" em banco, consórcio ou outra instituição.
Segundo o BC, 931.874 pessoas têm mais de R$ 1.000,01 a sacar. Além disso, 5,1 milhões de pessoas têm entre R$ 100,01 e R$ 1.000 esquecidos.
A maior parcela de beneficiários é de quem tem até R$ 10: estes são, ao todo, 32,9 milhões de pessoas.
Os números, referentes ao mês de julho e atualizados pelo BC na última sexta-feira (6), consideram o total de contas — uma pessoa pode ter mais de uma conta aberta com dinheiro esquecido. (veja abaixo como consultar)
Confira a quantidade de beneficiários por faixa de valores a receber:
Congresso autoriza uso de valores para fechar Orçamento
O chamado "dinheiro esquecido" voltou a ganhar o noticiário após a Câmara dos Deputados aprovar, na quinta-feira (12), um projeto que autoriza o governo a recolher os recursos que não foram resgatados pelos titulares.
Já aprovado pelo Senado, o texto vai à sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que poderá vetar trechos ou a íntegra do projeto. Em caso de vetos, a palavra final caberá ao Congresso. O mesmo projeto prevê a reoneração gradual da folha de pagamentos de 17 setores da economia.
Caso a proposta vire lei, titulares de "dinheiro esquecido" poderão, em até 30 dias após a publicação da norma, resgatar os valores. Depois desse prazo, os recursos serão direcionados ao Tesouro Nacional.
g1
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Trabalhadores da Boeing nos Estados Unidos rejeitaram na quinta-feira (12) uma proposta salarial da empresa e decidiram entrar em greve, de acordo com a agência Associated Press (AP). A empresa que perdeu mais de US$ 25 bilhões nos últimos seis anos vai encarar a interrupção na produção de seus aviões mais vendidos.
O sindicado dos trabalhadores informou que a proposta de aumento salarial de 25% ao longo de quatro anos foi rejeitada por 94,6% dos 33 mil trabalhadores da empresa. Em seguida, 96% dos funcionários consultados votaram pela paralisação das atividades. Era necessário que um terço dos trabalhadores aprovassem a greve.
"Isso é sobre respeito, isso é sobre o passado e isso é sobre lutar pelo nosso futuro," disse o diretor do sindicato Jon Holden, ao anunciar o resultado da votação.
Enquanto a greve durar, a Boeing deixará de faturar o dinheiro da entrega de novos aviões às companhias aéreas, o que será mais um desafio para o novo CEO Kelly Ortberg, que há seis semanas foi contratado para reverter a situação da empresa que ficou atrás da rival europeia Airbus.
Ortberg alertou os operários de que um voto a favor da greve colocaria a recuperação da Boeing em risco e levantaria mais dúvidas sobre a empresa aos olhos de seus clientes de companhias aéreas.
Segundo a agência, os trabalhadores estavam em clima de greve. Ortberg fez um último esforço para evitar a paralisação, dizendo aos operários na quarta-feira (11) que "ninguém ganha" com uma greve.
"Para a Boeing, não é segredo que nosso negócio está em um período difícil, em parte devido aos nossos próprios erros no passado," afirmou. "Trabalhando juntos, sei que podemos voltar aos trilhos, mas uma greve colocaria nossa recuperação em risco", disse o CEO.
Diversos membros do sindicato publicaram queixas sobre o acordo nas redes sociais durante toda a semana. Os trabalhadores recebem em média US$ 75,6 mil por ano, sem contar horas extras. O valor subiria para US$ 106,3 mil ao final do contrato de quatro anos, segundo a Boeing.
No entanto, o acordo ficou aquém da demanda inicial do sindicato de aumento de 40% ao longo de três anos. O sindicato também queria restaurar pensões tradicionais que foram eliminadas há uma década.
Adam Vogel, trabalhador da Boeing ouvido pela AP, disse que os trabalhadores não tiveram aumento durante 16 anos. Broderick Conway, outro trabalhador da companhia, afirmou que a empresa pode pagar mais.
"Muitos dos membros estão bastante irritados com a nossa primeira oferta. Esperamos que a segunda oferta seja o que estamos procurando," afirmou. "Se não for vamos continuar em greve e nos defender."
Efeitos da greve
A greve vai paralisar a produção do 737 Max, o avião comercial mais vendido da empresa, junto com o jato 777 e o cargueiro 767 nas fábricas em Everett e Renton, que ficam em Washington, perto de Seattle.
De acordo com a AP, é provável que a paralisação não afete os Boeing 787 Dreamliners, que são construídos por trabalhadores não sindicalizados na Carolina do Sul.
Um especialista ouvido pela agência disse que é realista, com base na história de greves na Boeing, que a paralisação possa durar até meados de novembro, quando os pagamentos semanais de US$ 150 do fundo de greve do sindicato parecerão baixos à medida que as férias se aproximam.
Uma greve tão longa custaria à Boeing até US$ 3,5 bilhões em fluxo de caixa, já que a empresa recebe cerca de 60% do preço de venda quando entrega um avião ao comprador, explicou o especialista.
g1
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Com mais de 65 mil pessoas no Maracanã, o Flamengo venceu outra vez o Bahia - gol de Arrascaeta em lance de Bruno Henrique, no início da segunda etapa - e chegou a mais uma semifinal da Copa do Brasil. São 17 participações nas semis na competição criada em 1989, novo recorde - o Grêmio tem 16 semifinais.
A partida foi equilibrada, mas o Flamengo sempre levou mais perigo. A melhor chance do Bahia foi nos primeiros minutos de bola rolando, quando Everton Ribeiro encontrou Everaldo na frente de Matheus Cunha, mas o atacante do time baiano desperdiçou a chance.
Recordista
Vice no ano passado, o Flamengo colocou 2 a 0 no placar agregado sobre o Bahia, que tentava a sua primeira semifinal de Copa do Brasil. O time carioca chega a mais uma semifinal de Copa do Brasil. É recorde: são 17 participações entre os quatro melhores da competição criada em 1989. Supera o Grêmio, com 16.
Ceni perde mais uma
Campeão brasileiro pelo Flamengo em 2020, Rogério Ceni não tem vida nada mole contra o ex-time. Pelo Bahia, fez sua 14ª partida contra o Flamengo. Incrivelmente, perdeu todas. São 14 derrotas em 14 jogos em duelos como treinador contra a equipe rubro-negra.
Primeiro tempo
Na primeira etapa, o zero não saiu do placar, mas o Maracanã viu boa partida. Logo nos primeiros minutos um velho conhecido da casa deu o ar da graça - pelo Bahia. Everton Ribeiro deu aquela bola que todo atacante reza para receber. Everaldo saiu na cara de Matheus Cunha, mas tocou para fora na saída do goleiro do Flamengo.
O Flamengo, porém, recuperou-se e foi melhor na maior parte do primeiro tempo. Pressionava bastante a saída de bola do Bahia e tinha em Luiz Araújo seu melhor jogador - tanto para criar quanto para combater. A melhor chance saiu em escanteio cobrado por Arrascaeta. A bola sobrou para Bruno Henrique, que girou em grande defesa de Marcos Felipe.
Segunda etapa
No segundo tempo, o Bahia seguiu com a estratégia de ficar com a bola, mas faltou objetividade. O que sobrava para o Flamengo de Luiz Araújo - o melhor do time em campo. Ele desperdiçou uma chance no início da etapa final, mas depois Léo Ortiz, Bruno Henrique e Arrascaeta não perdoaram. O uruguaio marcou aos oito minutos e praticamente definiu o jogo.
Rogério Ceni fez quatro trocas cedo na segunda etapa, mas o panorama não mudou. O Flamengo conseguiu até se poupar na segunda etapa - Arrascaeta e Ayrton Lucas saíram por cansaço.
Próximos jogos
O Flamengo enfrenta o Vasco no Maracanã, às 18h30, no próximo domingo, pelo Campeonato Brasileiro, no Rio de Janeiro.
No mesmo horário, na Arena Fonte Nova, o Bahia enfrenta o Atlético-MG, em Salvador.
As duas partidas são válidas pela 26ª rodada.
E as semis da Copa do Brasil?
Os confrontos são os seguintes:
Flamengo x Corinthians de um lado da chave; Vasco x Atlético-MG do outro.
A CBF ainda vai sortear a ordem de mando de campo, mas as partidas estão previstas para a primeira e a terceira semanas do mês de outubro. No meio dos jogos haverá data Fifa.
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O Atlético-MG está na semifinal da Copa do Brasil! Depois de vencer o São Paulo fora de casa com um gol no último minuto, o Galo segurou o rival na Arena MRV com um empate em 0 a 0 e avançou. Foi uma partida em que o Atlético-MG criou as melhores chances e teve pelo menos duas oportunidades claras de abrir o placar, mas falhou. Depois, no fim, precisou suportar a pressão tricolor, que buscou pelo menos levar a decisão para os pênaltis. O 0 a 0, porém, bastou para os alvinegros.
E agora?
Classificado, o Atlético-MG agora enfrentará o Vasco nas semifinais da Copa do Brasil. As partidas estão previstas paras as semanas dos dias 2 e 17 de outubro. Os mandos de campo serão sorteados.
Primeiro tempo
Os primeiros 45 minutos do jogo na Arena MRV foram equilibrados, mas os donos da casa estiveram mais perto de abrir o placar. O Atlético-MG dominou os primeiros momentos da partida, mas sem efetividade. O São Paulo demorou para neutralizar o rival e incomodar Everson.
O Galo, ao contrário do São Paulo, teve pelo menos uma chance clara para marcar. Gustavo Scarpa e Paulinho já tinham assustado Rafael antes, mas o último quase abriu o placar nos acréscimos. Hulk deixou Paulinho na cara de Rafael, mas o goleiro saiu do gol e fez grande defesa.
Segundo tempo
As equipes voltaram do intervalo sem mudanças. O cenário do primeiro tempo se manteve, com um duelo equilibrado. O São Paulo, porém, assustou mais. Luciano teve uma oportunidade ao ser lançado por Liziero, mas parou em boa defesa de Everson. O Atlético-MG também teve chances de marcar: numa delas, Hulk bateu cruzado e a bola passou raspando a trave de Rafael. Com o empate que classificava o Atlético-MG, o São Paulo se mandou para o ataque, pressionou, mas não conseguiu vazer Everson. O Galo segurou o rival e avançou no torneio.
Próximos jogos
Os dois times voltam suas atenções para o Brasileiro no final de semana. O Atlético-MG pega o Bahia, domingo, às 18h30, fora de casa. O São Paulo, no mesmo dia e horário, enfrenta o Cruzeiro, no Mineirão.
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O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já deu aval ao plano de acabar com o saque-aniversário do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). O projeto deve ser enviado em novembro ao Congresso, logo após as eleições.
O Palácio do Planalto, segundo o ministro, decidiu que, em troca do saque-aniversário, vai propor um novo formato para que o trabalhador do setor privado possa ter mais acesso a crédito consignado, aquele que é pago com descontos direto no salário.
“Aliás, ele [Lula] está me cobrando. Cadê o consignado? Porque nós aqui nós vamos oferecer um direito a pessoas que hoje não estão cobertas em nenhum lugar”, disse Marinho, em entrevista à TV Globo e ao g1.
Desde 2019, quando o saque foi criado, mais de 9 milhões de trabalhadores foram demitidos e não puderam receber o dinheiro que eles têm no FGTS por causa das regras do saque-aniversário, a que esses trabalhadores decidiram aderir voluntariamente.
Por conta disso, ficaram impedidos de resgatar R$ 5 bilhões.
Criado em 2020, o saque-aniversário do FGTS permite ao trabalhador sacar parte do saldo das contas ativas e inativas do FGTS, anualmente, no mês de seu aniversário.
A adesão é opcional. Mas, caso o trabalhador seja demitido, poderá sacar apenas o valor referente à multa rescisória (a multa de 40% paga pela empresa) e não poderá receber o valor integral acumulado na conta do fundo.
Resistência no Congresso
Marinho tenta apoio para emplacar o projeto de acabar com essa modalidade desde o início do governo. Mas, agora, ele diz que a Casa Civil já analisou a proposta e tem respaldo político para apresentar a ideia ao Congresso.
A resistência, segundo ele, passou a ser principalmente de parlamentares.
Ele declarou que a demora ocorre porque “falta a discussão, ter a segurança que o Congresso vai recepcionar [ou seja, aprovar a ideia] e nós precisávamos também pactuar internamente no governo”.
“Já falamos sobre isso com várias lideranças, já abordei isso com o presidente [da Câmara, Arthur Lira], mas vamos retomar essa conversa com a direção das casas, com o presidente Lira e o presidente [do Senado, Rodrigo] Pacheco, e propor conversa com todas as lideranças, de todos os partidos para apresentar o problema que existe hoje e a solução que nós queremos dar”, completou.
O ministro afirmou que a principal preocupação dos parlamentares é que os juros do consignado podem ser mais elevados do que os oferecidos atualmente por meio do saque-aniversário.
Trabalhadores que aderiram ao saque-aniversário conseguem receber antecipadamente dinheiro por meio de empréstimos com bancos. E esse empréstimo é pago com juros.
Volume de saques
Na modalidade saque-aniversário, em 2023, o valor realizado em saques foi de R$ 38,1 bilhões, sendo que R$ 14,7 bilhões foram pagos aos trabalhadores e R$ 23,4 bilhões foram repassados às instituições financeiras, em garantia às operações de crédito contratadas com a antecipação do direito ao saque aniversário.
“Então essa é a garantia que os parlamentares querem quando perguntam e a resposta é: é possível você mudar a modalidade e ter mesmo padrão de taxa de juros por conta das garantias que o trabalhador oferece, a folha de pagamento e, em caso de demissão, o Fundo de Garantia [para quitar o empréstimo]”, explicou Marinho.
Para tentar aprovar o projeto no Congresso, o governo estuda colocar uma trava, um valor máximo do juros nesses empréstimos consignados.
A proposta deve prever ainda que a empresa não precisaria aprovar um empréstimo feito pelo trabalhador. Ela seria informada pelo banco, e transferiria a parcela do salário dele para quitar o consignado.
Outro ponto do projeto deve ser a transição: um período para que os contratos ligados ao saque aniversário em aberto se encerrem ou migrem para o modelo de crédito consignado. Não está definido qual será a duração desse período. Marinho cogita deixar essa parte para ser discutida quando o projeto já estiver no Congresso.
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A Petrobras inaugura nesta sexta-feira (13), em Itaboraí (RJ), o “Complexo de Energias Boaventura” – novo nome para o Comperj, obra símbolo da Lava Jato. A cerimônia conta com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A unidade funciona como uma “refinaria” de gás, onde o insumo é processado de acordo com especificações técnicas.
A inauguração vai solucionar um dos gargalos de infraestrutura do pré-sal, uma vez que o gasoduto “Rota 3” aumenta o escoamento de gás natural para a costa.
Além da “refinaria” de gás, a Petrobras também pretende usar a área do antigo Comperj para construir duas usinas termelétricas para concorrer em leilões de energia e refinarias para produção de combustíveis e lubrificantes.
Segundo a Petrobras, após a conclusão de todas as obras, o complexo vai produzir:
12 mil barris por dia de óleos lubrificantes;
75 mil barris por dia de diesel S-10;
20 mil barris por dia de querosene de aviação.
Rebatizado duas vezes, o antigo Comperj se tornou um símbolo da operação Lava Jato, que investigou esquemas de corrupção na Petrobras. Além disso, o projeto passou por vários redimensionamentos antes, durante e depois a operação.
O que foi o Comperj?
O Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) foi inicialmente concebido em 2006, no primeiro mandato do governo Lula.
As obras de terraplanagem foram iniciadas em 2008. Mas o projeto sofreu várias alterações desde sua concepção, de acordo com relatório do Tribunal de Contas da União (TCU):
Qual a ligação com a Lava Jato?
A operação Lava Jato investigou indícios de sobrepreço nas obras do Comperj por atuação de cartel, que teria incentivado a ampliação do escopo do empreendimento.
“Tornou-se de conhecimento público que a decisão de ampliar o escopo do Comperj partiu de gestores corrompidos, no âmbito de um complexo esquema de corrupção denunciado na operação Lava jato”, diz relatório do TCU.
Em 2017, a Corte de Contas apontou um prejuízo de US$ 12,5 bilhões nas obras do Comperj –dos quais US$ 9,5 bilhões seriam atribuídos a ex-gestores e ex-diretores da Petrobras.
Segundo o TCU, havia indícios de indefinição do projeto conceitual, “evolução inadequada” do projeto, negligência de análise de riscos e outros.
Embora a área técnica tenha recomendado a inabilitação de Gabrielli para exercer cargo público por oito anos, o TCU resolveu acolher a defesa do ex-presidente da Petrobras.
Presidente da Petrobras entre 2005 e 2012, Gabrielli foi fiscalizado por suspeitas de "viabilizar a atuação do cartel e contribuir para a fraude às licitações do Comperj", ao não adotar providências para apurar as irregularidades.
Os ministros do Tribunal entenderam não haver como comprovar que Gabrielli sabia do esquema revelado pela operação Lava Jato.
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reiterou a posição do governo federal contra a tese do marco temporal, nesta quinta-feira (12).
Em discurso durante evento com representantes de diversas etnias, o petista direcionou críticas ao Congresso Nacional.
Segundo Lula, a decisão dos parlamentares de derrubar os vetos presidenciais à proposta sobre o tema e estabelecer a validade da tese como ferramenta para a demarcação de terras indígenas indica que deputados têm compromisso apenas com agricultores e grandes proprietários de terras.
"Da mesma forma que vocês, eu também sou contra a tese do marco temporal. Fiz questão de vetar esse atentado aos povos indígenas, mas o Congresso Nacional, usando uma prerrogativa respaldada por lei, derrubou o meu veto. A discussão segue na Suprema Corte federal e minha posição não mudou", declarou o presidente em discurso, no Rio de Janeiro.
"Sou a favor do direito dos povos indígenas a seu território e a sua cultura como determina a constituição, contrário, portanto, a ideia absurda do marco temporal", seguiu.
A tese do marco temporal estabelece que indígenas só podem reivindicar a demarcação de terras que eram ocupadas pelos povos originários no momento da promulgação da Constituição, em 5 de outubro de 1988.
O tema tem sido motivo de embate entre os Poderes, após o Supremo Tribunal Federal (STF) definir que a tese é inconstitucional. O Congresso, no entanto, aprovou uma lei sobre o tema, que acabou vetada pelo presidente Lula. Os vetos, posteriormente, foram derrubados por parlamentares.
"Quando eu vetei o Marco Temporal, eu imaginei que o Congresso não teria coragem de derrubar o meu veto, e ele teve. Porque a maioria dos congressistas não tem compromisso com nenhum povo indígena, o compromisso deles é com grandes fazendas, com grandes propriedades", disse o presidente.
Lula participou nesta quinta da cerimônia de Celebração do Retorno do Manto Sagrado Tupinambá ao Brasil, na Biblioteca Central do Museu Nacional, no Rio. O evento é uma iniciativa do Ministério dos Povos Indígenas.
O Manto Tupinambá é um objeto raro e sagrado para o Povo Tupinambá, e estava no Museu da Dinamarca até ser trazido de volta ao Brasil, no início de julho.
Resposta aos indígenas
Durante discurso na cerimônia, a indígena Yakuy Tupinambá, representante do povo, criticou os Três Poderes na condução da política para os povos originários.
"Temos hoje o pior congresso da história da República. Um judiciário egocêntrico e parcial e um governo, senhor presidente, que nós entendemos o porquê, enfraquecido, acorrentado às alianças e conchavos para se manter no poder", afirmou a representante da etnia.
Em seu discurso, Lula respondeu à crítica da Yakuy Tupinambá.
"E eu queria apenas que a companheira que falou aqui mudasse o seu discurso. Aqui não tem subserviência para ficar no poder, eu não preciso disso. O que você tem é inteligência política para saber que eu tenho um partido com 70 deputados em 513, que eu tenho 9 senadores em 81 e para eu aprovar as coisas eu sou obrigado a conversar com quem não gosta de mim, eu sou obrigado a convencer as pessoas a votarem", afirmou o presidente.
"Um presidente da República não pode só fazer discurso, um presidente da república tem que cumprir a constituição, tem que cumprir a regra do jogo. Tem que respeitar a decisão do Congresso nacional, tem que respeitar a decisão da Justiça e, ao mesmo tempo, nós temos que preservar, temos que lutar", continuou.
O presidente disse também que o marco temporal criou "dificuldade" para que o governo federal continue fazendo desintrusões como desejava.
"Eu vou ver se a gente pode fazer o possível e o impossível para que a gente possa atender, quem sabe, a grandiosidade desse manto sagrado. Se a gente pode, de uma vez por todas, desintrusar as terras tupinambás para que vocês possam viver", disse o presidente.
"É importante lembrar que a nossa luta não é apenas contra aqueles que são contra os indígenas", também afirmou Lula.
Conciliação no STF
Diante do impasse, o ministro do STF, Gilmar Mendes, criou uma comissão para conciliação sobre o tema, no âmbito da Corte. Foram convidados representantes dos Três Poderes, partidos e outras organizações envolvidas.
Na segunda reunião da comissão, os representantes dos povos indígenas decidiram deixar a mesa de discussões, sob alegação de que os direitos das populações originárias são inegociáveis, e que não havia paridade no debate.
Gilmar Mendes, no entanto, afirmou que a comissão do tribunal vai prosseguir "com quem estiver à mesa" e que nenhum integrante tem o poder de paralisar os trabalhos do colegiado.
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta quinta-feira (12), que vai convocar ainda neste mês uma reunião com os governadores de todo o país para discutir a proposta sobre segurança pública. Em cerimônia em Belford Roxo (RJ), o chefe do Executivo falou, inclusive, em aumento salarial para a categoria.
“Estou convocando ainda esse mês os 27 governadores e vamos discutir com seriedade uma política de segurança pública para proteger a população. Não é possível continuar morrendo gente de bala perdida. Esse negócio de bala perdida ou é porque o atirador é muito ruim ou porque ele está querendo matar quem é vítima e não está sendo culpado”, afirmou Lula.
Na sequência, o presidente falou em cuidar dos policiais para que os profissionais sejam tratados com respeito. “É preciso ter salário melhor, é preciso ter uma jornada de trabalha que permita o policial ser amigo do ser humano e não inimigo”, completou.
A PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da segurança pública foi elaborada pelo Ministério da Justiça e está em análise na Casa Civil. Como mostrou a reportagem do R7, a matéria enfrenta obstáculos como questão orçamentária, efetivo policial e diferenças regionais, de acordo com especialistas. Na prática, o texto visa dar à União a competência de coordenar o SUSP (Sistema Único de Segurança Pública).
O modelo está em vigor desde 2018, mas lida com falta de recursos e ações esvaziadas. Com a PEC, o governo espera criar um fundo para o sistema a fim de reequipar as polícias. A matéria também pretende ampliar a competência da Polícia Federal no país, sobretudo em ações contra milícias privadas, crimes ambientais e narcotráfico. Além disso, a PEC quer alargar as atividades feitas pela Polícia Rodoviária Federal para dar um caráter mais ostensivo à corporação, com fiscalização em hidrovias e ferrovias, por exemplo.
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O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou nesta quinta-feira (12) que a Otan estará "em guerra contra a Rússia" caso autorize a Ucrânia a usar mísseis de longo alcance. Essa possibilidade está sendo avaliada por Estados Unidos e aliados.
A Otan, Organização do Tratado do Atlântico Norte, é uma aliança militar composta pelos Estados Unidos e países europeus. A Ucrânia não faz parte do grupo, mas é apoiada pela Otan na guerra.
Atualmente, a grande maioria dos aliados da Ucrânia autorizam o país a usar as armas de parceiros estrangeiros apenas para a defesa do próprio território.
Segundo Putin, uma eventual mudança nessa política "mudaria de maneira significativa a própria natureza do conflito". Diante disso, ele alertou que o país tomará "decisões apropriadas com base nas ameaças".
"Significaria que os países da Otan, os Estados Unidos, os países europeus, estão em guerra com a Rússia", afirmou durante uma entrevista.
Em agosto, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que só conseguiria frear o avanço russo se aliados autorizassem o emprego de armas de longo alcance.
Na terça-feira (10), o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que estava trabalhando para autorizar o uso de mísseis de longo alcance norte-americanos pela Ucrânia.
Uma mudança de postura dos Estados Unidos e aliados começou a ganhar força após o governo norte-americano afirmar que o Irã está fornecendo mísseis para a Rússia.
Nesta semana, a Rússia anunciou que está perto de assinar um novo acordo bilateral com o Irã.
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A candidata democrata à Casa Branca, Kamala Harris, ampliou a liderança das intenções de voto sobre o republicano Donald Trump após o debate eleitoral entre os dois, segundo um levantamento da agência de notícias Reuters e do Instituto Ipsos divulgado nesta quinta-feira (12).
Harris tem 47% das intenções de voto, contra 42% de Trump, segundo uma nova pesquisa de intenção de voto Reuters/Ipsos, a primeira do instituto realizada após o debate. A diferença é um ponto percentual maior que a registrada no último levantamento feito pelo mesmo instituto, no fim de agosto.
Na ocasião, 45% dos entrevistados disseram que votariam na vice-presidente, contra 41% que manifestaram apoio a Trump.
A pesquisa Reuters/Ipsos ouviu 1.690 pessoas entre quarta-feira (11) e esta quinta, entre elas 1.405 eleitores registrados — nos EUA, o voto não é obrigatório, e os cidadãos têm de fazer um registro a cada pleito para poder votar — e tem margem de erro de três pontos percentuais.
O levantamento também perguntou aos eleitores quem foi melhor no debate, e 53% deles disseram ter achado que Kamala Harris venceu o enfrentamento, contra 24% que opinaram que Trump se saiu melhor. Os 23% restantes disseram achar que nenhum dos dois foi bem.
Debate
O primeiro debate entre Donald Trump e Kamala Harris, na noite de terça-feira (10), foi marcado por trocas de acusações em temas centrais da corrida à Casa Branca e pelo tom mais assertivo de Harris, que empurrou o adversário para a defensiva e conseguiu se impor até em temas mais confortáveis para Trump, como imigração e economia.
Enfática e expressiva, Kamala Harris investiu em ataques a Trump e procurou se desassociar de Joe Biden ao mesmo tempo em que defendeu seu governo. Com oratória segura, ela também evocou seu passado como procuradora-geral, deixando de lado dúvidas sobre se conseguiria lidar com acusações de Trump. E, mesmo sem o apoio de sua equipe e de anotações prévias, que não puderam entrar no auditório do debate, conseguiu dar respostas rápidas.
Segundo levantamento do jornal "The New York Times", Trump passou a maior parte do debate, de pouco mais de 90 minutos, se defendendo de ataques da adversária, ao contrário do enfrentamento que teve em junho contra o presidente Joe Biden. Na ocasião, o republicano foi quem mais fez ataques.
Donald Trump, que começou o debate repetindo o tom mais calmo que adotou no cara a cara contra Biden, também foi optando por falas mais agressivas ao longo do enfrentamento em reação a provocações constantes da adversária.
Ele tentou atrelar a democrata a Joe Biden, buscando tirar proveito do mau desempenho do presidente. "Ela é Biden. Ela está querendo se afastar de Biden, mas ela é Biden", disse.
"Claramente, eu não sou Biden, e certamente não sou Donald Trump. Estou querendo oferecer uma nova geração de líderes aos americanos", retrucou Kamala Harris. "Deixe eu te lembrar que você não está concorrendo com o Joe Biden. Você está concorrendo comigo."
A atual vice-presidente dos EUA disse ter passado os quatro últimos anos "limpando a bagunça de Donald Trump". Ela o acusou de deixar o governo com altas taxas de desemprego e com uma política externa desastrosa, além de ter criticado sua gestão da pandemia.
Aborto, transgêneros e armas
Kamala foi especialmente enfática e cresceu no debate ao ser questionada sobre aborto. Disse que seu adversário vai liderar um "plano nacional para banir o direito ao aborto", o que Trump negou.
O ex-presidente acusou a adversária de "querer fazer operações transgênero pelo país", chamou-a de "marxista" e disse que os EUA se tornarão "uma Venezuela com anabolizante" caso Harris vença. Ele também a acusou de ter um plano para "confiscar as armas de todo mundo", o que a democrata não só negou como retrucou dizendo que ela própria e seu candidato a vice, Tim Walz, têm armas.
"Kamala e eu somos portadores de armas. Nós não vamos retirar seus direitos protegidos pela Segunda Emenda (da Constituição). Só vamos impedir que seus filhos sejam baleados na escola", disse Walz, após o debate.
Também depois do debate, a equipe de Donald Trump se queixou das correções feitas pela rede de TV ABC, organizadora do evento e que fez checagens em tempo real. O próprio Trump afirmou ter achado o mesmo e disse que o debate "foi um 3 contra 1", sugerindo que os dois apresentadores estariam do lado de Kamala Harris.
Discurso anti-imigração de Trump
Além dos ataques, o republicano insistiu em discursos voltados ao seu eleitorado, como o de que o país está sendo "invadido" por criminosos estrangeiros.
Em cinco ocasiões diferentes, Trump repetiu o discurso anti-imigração, desvirtuando de outros temas. Chegou a dizer que imigrantes estão comendo cachorros de norte-americanos, fala que foi seguida de uma risada alta de Kamala Harris e de uma correção quase imediata dos apresentadores.
Primeiro encontro frente a frente
O enfrentamento foi também o primeiro encontro entre o republicano e a democrata, que nunca haviam ficado frente a frente ao vivo. Antes mesmo do início do debate, quando entraram no estúdio, Kamala Harris adotou uma postura mais assertiva. Caminhou até o púlpito do candidato republicano, estendeu a mão e disse: "bom te ver".
Para Kamala Harris, o debate foi a primeira e, talvez, a única oportunidade de se apresentar para o público geral e de tentar fazer chegar ao eleitorado de Trump o discurso de que seu rival, um bilionário, só governará para si mesmo, enquanto ela, uma ex-procuradora-geral, seguirá pensando no povo. Uma pesquisa do "The New York Times" afirmou que 28% dos eleitores não sabem bem quem ela é.
Ao responder à primeira pergunta, sobre economia, ela disse "vim da classe média e seguirei governando para a classe média", enquanto, segundo Kamala, Trump "governará para ele mesmo". "Meus valores não mudaram", afirmou a democrata, que se esquivou ao ser questionada sobre se a economia do país estava melhor agora do que há quatro anos. Ela disse apenas que reduzirá taxas para a compra de imóveis.
Raça
Como esperado, Donald Trump evitou ataques pessoais a Kamala Harris, mas foi perguntado pelos apresentadores por que questionou a identidade racial da adversária durante um comício em julho.
"Eu não ligo para o que ela é, não podia me importar menos. Eu disse aquilo porque li que ela não disse que era branca", disse o republicano.
Harris, que também tem evitado explorar demais as questões de raça e gênero, aproveitou o momento para evocar o passado "racista" de Trump. "É uma tragédia que tenhamos alguém que queira ser presidente e que tenta usar a raça para dividir o povo americano. Não queremos essa abordagem, especialmente sobre raça", disse.
Guerra em Gaza e na Ucrânia
Quando os temas de Israel e da guerra em Gaza foram colocados no debate, as atenções se voltaram para Kamala Harris. Os comícios dela têm sido alvo de protestos pró-Palestina por conta do apoio que o governo de Joe Biden tem dado a Israel desde o início do conflito.
Em uma fala repetida e sem riscos, a democrata disse apoiar o direito de defesa de Israel, mas afirmou acreditar que "vidas inocentes demais foram perdidas em Gaza", e que, por isso, defende o acordo de cessar-fogo e a solução de dois Estados.
Trump foi mais enfático ao falar sobre o tema: "Se eu fosse presidente, a guerra nunca teria começado. Se eu fosse presidente, a Rússia nunca teria invadido a Ucrânia. Eu conheço o Vladimir Putin muito bem".
Ele também acusou Harris de "odiar Israel e a população árabe".
Aproveitando o gancho aberto pelo próprio adversário ao mencionar Putin, a democrata disse que "é sabido que ele admira ditadores" e afirmou que, se a guerra na Ucrânia tivesse ocorrido na gestão de Trump, o presidente russo estaria "sentando em Kiev olhando para a Europa" e teria "almoçado" o republicano.
Ainda sobre o conflito na Ucrânia, Trump disse que tem "um bom relacionamento" tanto com Putin quanto com presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e prometeu que dará um fim à guerra caso seja eleito. Já Biden, afirmou o republicano, não tem boa relação com nenhum dos dois.
Kamala isolada e em treinamento
Antes do debate, a vice-presidente democrata passou o fim de semana reclusa em intenso treinamento com especialistas em debates. A ideia era prepará-la para as regras rígidas do debate — os candidatos não puderam nem levar anotações nem se comunicar com suas equipes — e para um desempenho bem mais confiante e assertivo que o de Joe Biden, em junho.
Na ocasião, o atual presidente norte-americano, também sem anotações prévias ou comunicação com sua equipe, teve um desempenho muito ruim: confundiu temas, mostrou-se apático e deu o pontapé para uma enxurrada de pedidos para que desistisse da corrida eleitoral, o que ele acabou fazendo cerca de um mês depois.
Trump: sem treinamento
Já Trump, experiente em debates e em oratória, disse que não se preparou para o enfrentamento e escolheu passar os últimos dias fazendo campanha nos chamados estados-chave, nos quais o apoio para um partido ou outro variam de acordo com as eleições.
Esse foi o principal motivo, inclusive, para que o local do debate fosse definido: o enfrentamento ocorrerá na Filadélfia, cidade na Pensilvânia, um dos estados onde o voto ainda não está definido. Nas duas últimas eleições, o partido apoiado pela maioria dos eleitores de lá foi o vencedor.
Por isso, embora historicamente os debates presidenciais dos EUA não tendem a se reverter em votos para um ou outro lado, a expectativa é que o enfrentamento desta terça tenha rompido com essa lógica e se tornado uma das peças decisivas do quebra-cabeça eleitoral dos EUA.
g1
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