Setembro 19, 2024

Mais de 30 mil funcionários da Boeing nos EUA aprovam greve

Trabalhadores da Boeing nos Estados Unidos rejeitaram na quinta-feira (12) uma proposta salarial da empresa e decidiram entrar em greve, de acordo com a agência Associated Press (AP). A empresa que perdeu mais de US$ 25 bilhões nos últimos seis anos vai encarar a interrupção na produção de seus aviões mais vendidos.

O sindicado dos trabalhadores informou que a proposta de aumento salarial de 25% ao longo de quatro anos foi rejeitada por 94,6% dos 33 mil trabalhadores da empresa. Em seguida, 96% dos funcionários consultados votaram pela paralisação das atividades. Era necessário que um terço dos trabalhadores aprovassem a greve.

"Isso é sobre respeito, isso é sobre o passado e isso é sobre lutar pelo nosso futuro," disse o diretor do sindicato Jon Holden, ao anunciar o resultado da votação.

Enquanto a greve durar, a Boeing deixará de faturar o dinheiro da entrega de novos aviões às companhias aéreas, o que será mais um desafio para o novo CEO Kelly Ortberg, que há seis semanas foi contratado para reverter a situação da empresa que ficou atrás da rival europeia Airbus.

Ortberg alertou os operários de que um voto a favor da greve colocaria a recuperação da Boeing em risco e levantaria mais dúvidas sobre a empresa aos olhos de seus clientes de companhias aéreas.

Segundo a agência, os trabalhadores estavam em clima de greve. Ortberg fez um último esforço para evitar a paralisação, dizendo aos operários na quarta-feira (11) que "ninguém ganha" com uma greve.

"Para a Boeing, não é segredo que nosso negócio está em um período difícil, em parte devido aos nossos próprios erros no passado," afirmou. "Trabalhando juntos, sei que podemos voltar aos trilhos, mas uma greve colocaria nossa recuperação em risco", disse o CEO.

Diversos membros do sindicato publicaram queixas sobre o acordo nas redes sociais durante toda a semana. Os trabalhadores recebem em média US$ 75,6 mil por ano, sem contar horas extras. O valor subiria para US$ 106,3 mil ao final do contrato de quatro anos, segundo a Boeing.

No entanto, o acordo ficou aquém da demanda inicial do sindicato de aumento de 40% ao longo de três anos. O sindicato também queria restaurar pensões tradicionais que foram eliminadas há uma década.

Adam Vogel, trabalhador da Boeing ouvido pela AP, disse que os trabalhadores não tiveram aumento durante 16 anos. Broderick Conway, outro trabalhador da companhia, afirmou que a empresa pode pagar mais.

"Muitos dos membros estão bastante irritados com a nossa primeira oferta. Esperamos que a segunda oferta seja o que estamos procurando," afirmou. "Se não for vamos continuar em greve e nos defender."

Efeitos da greve
A greve vai paralisar a produção do 737 Max, o avião comercial mais vendido da empresa, junto com o jato 777 e o cargueiro 767 nas fábricas em Everett e Renton, que ficam em Washington, perto de Seattle.

De acordo com a AP, é provável que a paralisação não afete os Boeing 787 Dreamliners, que são construídos por trabalhadores não sindicalizados na Carolina do Sul.

Um especialista ouvido pela agência disse que é realista, com base na história de greves na Boeing, que a paralisação possa durar até meados de novembro, quando os pagamentos semanais de US$ 150 do fundo de greve do sindicato parecerão baixos à medida que as férias se aproximam.

Uma greve tão longa custaria à Boeing até US$ 3,5 bilhões em fluxo de caixa, já que a empresa recebe cerca de 60% do preço de venda quando entrega um avião ao comprador, explicou o especialista.

g1
Portal Santo André em Foco

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