Novembro 26, 2024
Arimatea

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A coordenadora da Frente Parlamentar em Apoio aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), deputada Erika Kokay (PT-DF), anunciou participação nas articulações do governo federal e da sociedade civil em torno do chamado ODS 18, que reforça a promoção da igualdade étnico-racial na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas. Essa agenda foi criada em 2015 com 17 objetivos globais.

No ano passado, o Brasil apresentou voluntariamente o ODS 18 a fim de ressaltar o combate ao racismo entre as ações para se chegar ao desenvolvimento sustentável até 2030. O novo ODS foi detalhado na ONU em julho. O tema acaba de chegar à Câmara dos Deputados, por meio de audiência na Comissão de Direitos Humanos nesta quarta-feira (25), organizada pela deputada.

“O Brasil viveu muito tempo com o mito da igualdade racial, em um processo extremamente profundo de perpetuação e de internalização das próprias desigualdades e violações de direitos. Então, penso que é muito importante que nós tenhamos o ODS 18 e o esforço para que ele se torne um ODS global”, disse ela.

Segundo Erika Kokay, a Comissão de Direitos Humanos deve acompanhar a parceria do governo com órgãos da ONU (Acnudh e Pnud) e da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) em torno do ODS 18. Também pretende debater o tema a partir da nova edição do Relatório Luz, previsto para 22 de outubro com a análise da sociedade civil sobre a implementação da Agenda 2030 no Brasil.

Ligado à Secretaria Geral da Presidência da República, o coordenador de projetos da Comissão Nacional para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, Lavito Bacarissa, também conta com o Parlamento na formulação de políticas públicas e no apoio às ações da Agenda 2030 na Lei Orçamentária Anual.

Representante do Ministério da Igualdade Racial, Tatiana Dias, falou sobre motivação do ODS 18. “O Brasil é um país de maioria negra e com um número significativo de povos indígenas, mas isso não vinha sendo representado de uma forma condizente no âmbito da Agenda 2030. Foi a partir dessa constatação que veio a decisão presidencial de adotar voluntariamente o ODS 18. Dez metas estão propostas envolvendo as áreas de segurança pública, acesso à Justiça, educação, saúde, representatividade de povos migrantes e patrimônio material e imaterial”, explicou.

Participação da sociedade civil
No Brasil, a proposta vem sendo construída com a participação da sociedade civil, principalmente representantes de populações negras e indígenas. Tiago Ranieri, do Ministério Público do Trabalho, aposta no novo objetivo para a superação do que chama de “subalternização de corpos” e “racismo estrutural histórico”. Ranieri citou dado de pesquisa do Ibge: 82,6% dos negros afirmam que a cor da pele influencia nas oportunidades de trabalho no Brasil.

“A grande informalidade e a precariedade do País no que diz respeito ao mundo do trabalho está integrada por trabalhadores e trabalhadoras negras e pretas. Nossos trabalhadores resgatados em trabalho infantil ou em trabalho análogo à escravidão também possuem cor e são pessoas pretas. Então, é meta prioritária nossa combater essa estrutura racista que atravessa o nosso País”, afirmou.

O professor Alberto Saraiva, da Faculdade Zumbi dos Palmares, classificou o ODS 18 de “resgate histórico”.

Representante do Geledés – Instituto da Mulher Negra, Letícia Leobet ressaltou a relação direta do novo ODS com o Estatuto da Igualdade Racial.

Povos indígenas
André Baniwa, do Ministério dos Povos Indígenas, reivindicou indicadores específicos sobre povos indígenas, povos quilombolas, comunidades e povos tradicionais. "Para dar visibilidade ao trabalho que esse povo faz no âmbito da mudança climática e da proteção da floresta. É esse conhecimento invisível que mantém a biodiversidade das nossas florestas”.

Além da luta por demarcação de suas terras, os indígenas também querem a extinção de “termos de inferiorização” – como “selvagem”, “primitivo”, “preguiçoso”, “pagão” e “não civilizado” – que acabam perpetuando situações de violência. Defendem a promoção e o uso dos termos aceitos por eles, como “povo”, em vez de “tribo” ou “etnia”; “indígena”, em vez de “índio”; além de “civilizado” sim, de acordo com a organização social própria e dotados da “cultura do bem-viver” e com “conhecimentos ancestrais”.

Agência Câmara
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A regulamentação da reforma tributária poderá ter como consequências, por exemplo, a maior alíquota de imposto do mundo e o impedimento de pessoas com deficiência comprarem carros mais baratos, afirmaram especialistas ouvidos em audiência pública nesta quarta-feira (25).

Na avaliação de Felipe Scudeler Salto, da Warren Investimentos, o grande número de regimes específicos previstos na reforma tributária pode fazer com que a alíquota principal cobrada no país chegue a até 33%. Esses regimes específicos são aqueles setores que terão desconto ou até isenção da cobrança da alíquota principal, como combustíveis, planos de saúde e sistema financeiro.

— Há excesso de regimes específicos e de exceções (...) A alíquota calculada para garantir as exceções, para garantir os regimes específicos, e os diferenciados principalmente, e para garantir a manutenção da carga tributária, vai precisar ser muito maior que aqueles 26,5%.

Ex-chefe da Instituição Fiscal Independente (IFI), o economista cobrou do governo federal explicações de como vão funcionar a arrecadação e a divisão de tributos previstos na reforma tributária. 

Pessoas com deficiência
O presidente da Associação Nacional de Apoio às Pessoas com Deficiência, Abrão Dib, afirmou que o primeiro projeto da regulamentação da reforma tributária, já aprovado na Câmara e em análise no Senado, pode prejudicar parte das milhões de pessoas com deficiência que precisam ter um carro para viver porque o transporte público e as vias públicas em sua maioria não são adaptados para elas.

— A atual reforma tributária retira o direito às isenções de todos aqueles que têm um carro que não precisa de adaptação externa; 95% das pessoas com deficiência podem perder o direito à isenção na aquisição de veículos. 

Ele disse que o texto aprovado na Câmara retira o direito a desconto das pessoas com deficiência na compra de carros sem adaptação. Ele explicou que, atualmente, pessoas com autismo ou com tetraplegia, por exemplo, podem comprar os veículos sem adaptação mais baratos, pois o veículo serve a elas mas é dirigido por pessoas que as auxiliam, como parentes ou cuidadores. 

De arcordo com Abrão Dib, a reforma mantém o direito a desconto apenas para carros adaptados. Ele exemplificou: uma pessoa amputada da perna direita precisa de carro com adaptação, com acelerador e freio colocados ao alcance da mão; enquanto uma pessoa amputada da perna esquerda não precisa de carro adaptado, bastando comprar um veículo normal com câmbio automático.

Ele pediu que o Senado aprove emendas em prol das pessoas com deficiência apresentadas pelos senadores Romário (PL-RJ), Flávio Arns (PSB-PR), Mara Gabrilli (PSD-SP), Alan Rick (União-AC) e Damares Alves (Republicanos-DF).

Biogás
A presidente da Associação Brasileira de Biogás, Renata Isfer, explicou que o artigo 225 da Constituição Federal garante regime fiscal favorecido aos biocombustíveis, para que eles tenham tributação menor que os combustíveis fósseis, que são mais poluentes. O problema, segundo ela, é que o texto aprovado na Câmara deixa essa definição para um órgão público que será criado futuramente com participação de ministérios. Ela defendeu que o Senado inclua no texto da regulamentação uma referência mais específica.

— O objetivo disso é que a gente consiga efetivamente fazer a nossa transição energética e reduzir as emissões do setor de veículos. (...) A nossa preocupação com relação a isso é que a gente entende que é importante que tenha pelo menos um teto, alguma referência dentro do texto da reforma tributária, porque isso inclusive já foi feito para o etanol. (...) A nossa proposta aqui é que o teto do etanol seja aplicado também para o biometano, para a gente ter justiça e isonomia entre os diferentes biocombustíveis, que devem ter essa regra especial, segundo a nossa Constituição.

Renata Isfer pediu a aprovação de emendas nesse sentido apresentadas pelos senadores Izalci Lucas (PL-DF), Soraya Thronicke (Podemos-MS), Damares Alves e Mecias de Jesus (Republicanos-RR).

Cooperativas
Amanda Oliveira Breda Rezende, da Organização das Cooperativas Brasileiras, afirmou que o setor do cooperativismo difere do setor de negócios por não ter finalidade lucrativa, o que, para ela, justifica regime tributário mais favorável para as cooperativas já previsto na reforma tributária. Ela disse que o cooperativismo tem proteção especial prevista na Constituição e informou que o Brasil tem atualmente 4,5 mil cooperativas e 23 milhões de associados, em áreas variadas como agricultura familiar, saúde, transportes, crédito e habitação, por exemplo.

— As cooperativas são sociedades de pessoas constituídas para prestar serviços para os seus cooperados sem finalidade lucrativa (...) A cooperativa liga o cooperado ao mercado, eliminando a figura daquele intermediário, ora viabilizando a comercialização de bens e serviços do cooperado no mercado, ora promovendo o acesso do cooperado ao consumo de bens e serviços, inclusive serviços financeiros, em melhores condições do que aquelas ofertadas pelo mercado. Ela proporciona maior e melhor distribuição de renda.

Educação
O presidente da Associação Brasileira da Educação Básica de Livre Iniciativa, Marcos Raggazzi, pediu que a redução de impostos para a educação prevista na regulamentação da reforma tributária (redutor de 60% na alíquota do IBS e da CBS) seja válida também para as atividades de contraturno da educação básica (educação infantil, ensino fundamental e ensino médio). Ele pediu a aprovação de emendas apresentadas pelos senadores Mecias de Jesus (Republicanos-RR), Zequinha Marinho (Podemos-PA) e Professora Dorinha Seabra (União-TO) nesse sentido.

— O pleno desenvolvimento da pessoa só pode ocorrer se tivermos a capacidade de desenvolver todas as dimensões humanas, não apenas a dimensão cognitiva, não apenas a dimensão social, não apenas a cidadã, mas a dimensão espiritual, a estética (...) Nós não podemos penalizar a educação brasileira porque é a partir dela que formaremos a nova geração e teremos condições de desenvolver significativamente o nosso país. Nós seremos capazes de gerar recursos, de gerar justiça social, seremos capazes de desenvolver e trazer qualidade de vida para a nossa população de uma maneira muito ampla, em todo o espectro, se estivermos oferecendo a essas crianças a possibilidade de se desenvolverem. 

Animais de estimação
Já o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação, José Edson Galvão, disse que o Brasil tem atualmente 160 milhões de pets, em sua maioria cães, gatos, pássaros, peixes, répteis e pequenos mamíferos. Segundo ele, o setor emprega diretamente 3,5 milhões de pessoas e tem faturamento anual de mais de R$ 70 bilhões. Ele pediu diminuição da carga tributária dos alimentos industrializados para animais domésticos, que atualmente pagam mais impostos que os alimentos destinados a animais de produção pecuária.

Outros setores
Também participaram da audiência pública Alexandre Leal, da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Complementar e Capitalização; Mozart Rodrigues Filho, do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes; Cláudio Souza de Araújo, da Federação Nacional das Distribuidoras de Combustíveis, Gás Natural e Biocombustíveis; Gustavo Beduschi, da Associação Brasileira de Laticínios; e Marcio Alabarce, da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial.

Outros debatedores que também  participaram foram Murillo Estevam Allevato, da Associação para Interoperabilidade entre Infraestruturas do Mercado Financeiro; Fábio Macêdo, da Federação Nacional dos Auditores e Fiscais de Tributos Municipais; Tiago Conde, da Associação dos Notários e Registradores do Brasil; Antônio Machado Guedes Alcoforado, da Secretaria de Fazenda de Pernambuco; Carlos Evangelista, da Associação Brasileira de Geração Distribuída; e Tiago do Vale, do Ministério da Fazenda.

A reforma
As mudanças no sistema tributário estão previstas na Emenda Constitucional 132, promulgadas em dezembro de 2023, . A audiência pública desta quarta-feira (25) integra o ciclo de debates solicitado pelo presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), para ajudar o grupo de trabalho coordenado pelo senador Izalci Lucas — que presidiu a reunião — na análise do primeiro projeto de lei que regulamenta a reforma (PLP 68/2024), já aprovado na Câmara dos Deputados.

O texto detalha as regras de unificação dos tributos sobre o consumo, os casos de diminuição da incidência tributária e normas para a devolução do valor pago, conhecido como cashback. A reforma prevê a substituição de cinco tributos (ICMS, ISS, IPI, PIS e Cofins) por três: o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e o Imposto Seletivo. 

A reforma estabelece uma série de atividades beneficiadas com a redução de tributos. Os regimes diferenciados asseguram descontos de 30% para 18 profissões, 60% para medicamentos, produtos artísticos, culturais e jornalísticos e atividades desportivas, entre outros, ou 100%, como produtos de saúde menstrual.

Também deverão pagar tributos menores atividades como combustíveis, serviços financeiros, planos de saúde, loterias, cooperativas, bares, restaurantes, hotelaria, parques de diversão, transporte coletivo e agências de turismo, entre outros.

O segundo projeto da regulamentação da reforma ainda está na Câmara (PLP 108/2024).

Agência Senado
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Em 2023, a pesquisa Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (PEVS 2023) registrou produção primária florestal em 4.924 municípios brasileiros, que, juntos, totalizaram R$ 37,9 bilhões em valor da produção, o que representou um aumento de 11,2% em relação ao ano anterior. Esse crescimento é inferior ao verificado em 2022, que foi de 13,4%, porém representa um recorde no valor da produção do setor.

A pesquisa foi divulgada nesta quinta-feira (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O valor da produção da silvicultura superou o da extração vegetal, o que ocorre desde o ano de 1998. Em 2023, houve crescimento de 13,6% no valor da produção da silvicultura e diminuição de R$ 132 mil na extração vegetal. Em termos proporcionais, observa-se que a silvicultura aumentou 1,8% sua participação no valor da produção primária florestal (83,6%) frente ao extrativismo vegetal, que passou a responder por 16,4% desse total.

A silvicultura é a exploração de florestas plantadas para fins comerciais e o extrativismo vegetal é a exploração dos recursos vegetais naturais.

A participação dos produtos madeireiros segue preponderante no setor silvicultural, representando 98,2% do valor da produção florestal. O conjunto dos produtos madeireiros com origem em áreas plantadas para fins comerciais registrou aumento de 15,4% no valor da produção, enquanto naqueles decorrentes da extração vegetal o aumento foi de 0,5%. Esses resultados ratificam a tendência de crescimento dos produtos madeireiros oriundos da silvicultura e registra-se uma estabilidade nos da extração desde 2021.

Entre os produtos madeireiros da silvicultura, houve registro de crescimento do valor da produção em todos os grupos, sendo mais acentuado na lenha, que aumentou 20,6%. O valor da produção da madeira destinada à fabricação de papel e celulose cresceu 19,4%; do carvão vegetal, 6,5%; e da madeira em tora para outras finalidades, 16,2%.

A extração vegetal registrou aumento no valor gerado em 2019 (6,8%), 2020 (5,8%) e 2021 (31,6%), porém, em 2022, registrou redução de 0,3% e, em 2023, apresentou pequena diminuição de R$ 132,0 mil em valores correntes. Enquanto os produtos madeireiros respondem pela quase totalidade do valor da produção da silvicultura (98,2%), na extração vegetal esse grupo representa 64,2%, seguido pelos alimentícios (29,9%), ceras (3,6%), oleaginosos (1,6%) e outros (0,7%).

Entre os produtos extrativos não madeireiros, o açaí, com R$ 853,1 milhões, e a erva-mate, com R$ 589,6 milhões, são os produtos que mais geram valor da produção a preços correntes. Entre o grupo de produtos alimentícios, o açaí, a erva-mate, a castanha-do-pará ou castanha-do-brasil, o pequi (fruto) e o pinhão representam 46,0%, 31,8%, 9,3%, 3,5% e 3,3%, respectivamente, do valor da produção nacional.

As regiões Sul e Sudeste concentram grande parte da produção florestal do país. Juntas, responderam por 69,1% do valor total da produção nacional. Considerando apenas o segmento das florestas plantadas, esse valor é ainda mais concentrado (79,7%). O estado de Minas Gerais continua registrando o maior valor da produção para esse segmento, atingindo R$ 8,3 bilhões em 2023, o que representa 26% do valor da produção nacional da silvicultura, seguido pelo estado do Paraná, com R$ 5,1 bilhões, 16% do total nacional.

A área estimada de florestas plantadas totalizou 9,7 milhões de hectares, dos quais 68,8% encontravam-se nas regiões Sul e Sudeste. Estavam plantados no Brasil 7,6 milhões de hectares de eucalipto e 1,8 milhão de hectares de pinus. As áreas com cobertura de eucalipto corresponderam a 78,1% das florestas plantadas para fins comerciais no país. Enquanto 44,7% das áreas de eucalipto concentraram-se na Região Sudeste, observou-se predominância de florestas de pinus, correspondentes a 85,5%, na Região Sul.

“No Sudeste, o destaque é a plantação de eucalipto. No Sul, a predominância é de pinus. No Nordeste, a gente tem o extrativismo madeireiro e o grupo de alimentícios e ceras. No Norte, a gente tem extrativismo madeireiro e a produção de açaí. E no Centro-Oeste, a gente tem tanto as plantações de eucalipto quanto o extrativismo madeireiro”, disse Carlos Alfredo Guedes, gerente de Agricultura do IBGE.

Silvicultura
“Verificou-se, em 2023, aumento do valor nominal da produção da silvicultura, que atingiu R$ 31,7 bilhões, o que representa crescimento de 13,6% em relação ao ano anterior, confirmando a tendência de ampliação no setor que, em 2022, registrou aumento de 16,9% em relação a 2021. Todos os produtos do setor madeireiro apresentaram crescimento, com destaque para a madeira em tora para papel e celulose (19,4%) e a lenha (20,6%). No grupo dos não madeireiros, dois produtos registraram queda na produção - cascas secas de acácia-negra (-22,2%) e resina (-40,3%), enquanto a produção de folhas de eucalipto aumentou 68,3%, diz o IBGE.

O Brasil, que registra os maiores índices de produtividade de biomassa florestal com origem em áreas plantadas, destaca-se, internacionalmente, no mercado de papel e celulose. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, a celulose ocupou o 10º lugar no ranking das exportações totais do país em 2023 (2,3%), com 19,1 milhões de toneladas exportados, que geraram US$ 7,9 bilhões, uma redução de 5,3% frente ao ano anterior. O setor da madeira em tora para papel e celulose permanece com tendência de alta, atingindo o valor de R$ 11,7 bilhões, crescimento de 19,4% no valor da produção, após o crescimento de 35,4% registrado em 2022.

A segunda colocação no valor da produção da silvicultura foi ocupada pela madeira em tora para outras finalidades, que cresceu 16,2% em relação a 2022. Com isso, o carvão vegetal passou a ocupar a terceira posição na geração de valor da silvicultura, com 23,6% do total do setor, somando R$ 7,5 bilhões, o que indica aumento de 6,5% em relação ao ano anterior. Em termos de volume produzido, houve retração de 4,9%.

Entre os produtos madeireiros da silvicultura, apresentaram aumento na quantidade produzida a lenha (5,8%), a madeira em tora para papel e celulose (3,0%) e a madeira em tora para outras finalidades (2,6%).

Agência Brasil
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O conflito no Oriente Médio fez um vítima brasileira nesta quarta-feira (25). Um adolescente de 15 anos morreu no Líbano após uma série de bombardeios de tropas israelenses. Ali Kamal Abdallah foi atingido no Vale do Beqaa, a 30 quilômetros de Beirute.

O pai do adolescente é paraguaio e também morreu nas explosões. A embaixada do Brasil no Líbano está em contato com a família.

Mais cedo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva condenou o conflito entre Israel e o Hezbollah no Líbano. Lula concedeu entrevista à imprensa após último compromisso na 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), em Nova York.

“É importante a gente lembrar que no Líbano o total de mortos é 620 pessoas. É o maior número de mortos desde a guerra civil que durou entre 1975 e 1990. É importante lembrar também que morreram 94 mulheres e 50 crianças, 2.058 pessoas feridas e 10 mil pessoas forçadas a recuar e esvaziar suas casas”, disse Lula.

Repúdio
Na segunda-feira (23), o governo brasileiro condenou “nos mais fortes termos” os contínuos ataques aéreos israelenses contra áreas civis em Beirute, no Sul do Líbano (foto) e no Vale do Beqaa. O Ministério das Relações Exteriores também recomendou aos brasileiros que deixassem a área conflagrada. O aeroporto de Beirute continua aberto, mas o governo avalia a necessidade de uma operação de repatriação.

Israel e o grupo Hezbollah, do Líbano, têm trocado tiros através da fronteira desde o início da atual guerra em Gaza no ano passado, detonada após um ataque do Hamas, aliado do Hezbollah, mas Israel intensificou sua campanha militar na última semana.

Em nota, o Itamaraty lamentou as declarações de autoridades israelenses em favor de operações militares e da ocupação de parte do território libanês e expressou “grave preocupação” diante das exortações do governo israelense para que civis libaneses evacuem suas residências naquelas regiões.

“O Brasil renova o apelo às partes envolvidas para que cessem, imediatamente, os ataques, de forma a interromper a preocupante escalada de tensões, que ameaça conduzir a região a conflito de amplas proporções, com severo impacto negativo sobre populações civis”.

Assistência
Segundo o Itamaraty, a embaixada do Brasil em Beirute continua prestando assistência e fornecendo as orientações devidas à comunidade brasileira, com a qual mantém contato permanente.

Agência Brasil
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O sonho do título inédito da Conmebol Libertadores continua vivo para o Botafogo, mas de novo com drama. Depois das oitavas de final contra o Palmeiras, com susto no fim, o Glorioso novamente testou os corações de seus torcedores nas quartas, mas saiu classificado às semifinais em disputa de pênaltis contra o São Paulo, na noite desta quarta-feira, após empate por 1 a 1 no tempo normal. O time carioca começou muito bem, abriu o placar com Thiago Almada nos primeiros minutos, mas viu o rival reagir e buscar o empate na reta final, com Calleri, fazendo pulsar um Morumbis completamente lotado. Na decisão por pênaltis, porém, a frieza botafoguense fez a diferença: Vitinho até errou, mas Calleri e Rodrigo Nestor desperdiçaram pelo São Paulo, e Matheus Martins fez o gol da classificação alvinegra, vencendo por 5 a 4. Agora, são três jogos até a glória eterna!

Como fica?
O Botafogo aguarda o vencedor do confronto entre Peñarol e Flamengo para conhecer seu rival nas semifinais – os uruguaios venceram o jogo de ida das quartas por 1 a 0, e o duelo de volta é nesta quinta-feira, em Montevidéu. Os duelos das semis serão nas semanas de 23 e 30 de outubro.

Os pênaltis
Calleri começou a série errando, acertando o travessão. O Botafogo saiu em vantagem com Tchê Tchê. Na sequência, converteram Luiz Gustavo, Danilo Barbosa, Lucas, Marçal e Igor Vinícius. Vitinho errou o quarto pênalti do Bota, chutando por cima do gol, e Luciano e Almada levaram a disputa para as cobranças alternadas. Ali, Rodrigo Nestor bateu mal, e John defendeu. Na sequência, Matheus Martins chutou com categoria e selou a classificação.

51 anos depois...
O Botafogo volta a figurar entre as quatro melhores equipes do continente pela primeira vez desde 1973. É a primeira vez, porém, que o Alvinegro jogará a fase semifinal no atual formato, com duas equipes se enfrentando em cada chaves e as respectivas vencedoras se encontrando na final. Na outra ocasião, o Botafogo esteve na semifinal com outras duas equipes, Cerro Porteño e Colo-Colo. Na época, o finalista era decidido por uma fase de grupos entre os primeiros colocados da fase de grupos inicial.

Primeiro tempo
O Botafogo começou como terminou o jogo de ida das quartas de final, no Nilton Santos: pressão na saída de bola do São Paulo, trocas rápidas de passes e envolvimento do rival sem grandes dificuldades. Com o Tricolor quase sem tocar na bola, o Glorioso abriu o placar antes dos 15 minutos, em falha de Luiz Gustavo que resultou em jogada de Savarino e gol de Thiago Almada, na pequena área, aproveitando rebote de Rafael. O time de Luis Zubeldía se limitou às bolas longas na direção de Calleri, muito marcado – às vezes com força excessiva – por Bastos e Alexander Barboza. Zubeldía lançou Luciano ainda no primeiro tempo, na vaga de William Gomes, e o São Paulo teve uma ligeira melhora, suficiente para alçar mais bolas na área e conseguir um pênalti após cabeçada de Lucas e toque no braço de Barboza, em lance que teve de ser revisado pelo VAR. Na cobrança, porém, o camisa 7 chutou mal, viu a bola beliscar o travessão e sair por cima. O Morumbis, aliado importantíssimo até então, murchou.

Segundo tempo
O São Paulo voltou melhor e impôs minutos de pressão sobre o Botafogo, rodando mais a bola e apostando nas infiltrações de Lucas da direita para o meio do ataque. As chances começaram a aparecer: Wellington Rato e Lucas exigiram grandes defesas de John em chutes de dentro da área, enquanto Calleri, assim como no jogo de ida, perdeu um gol incrível. Sozinho, quase sobre a linha do gol, errou o alvo após bola que cruzou a área e chegou limpa para ele. Com o tempo a favor, o Botafogo fez substituições, tentou controlar o jogo sempre que possível, mas não assustou o Tricolor em busca do segundo gol. Isso causou um cenário de pressão total nos minutos finais, com o São Paulo precisando do empate para levar a decisão aos pênaltis. O esforço deu resultado: aos 41 minutos, André Silva cruzou na cabeça de Calleri, que decretou o 1 x 1 e a definição da vaga nas penalidades.

Próximos jogos
Os dois times voltam atenções ao Brasileirão no fim de semana, pela 28ª rodada. O São Paulo tem clássico contra o Corinthians, às 16h de domingo, no Mané Garrincha, em Brasília, enquanto o Botafogo, líder do campeonato, encara o Grêmio no sábado, às 21h, no mesmo Mané Garrincha.

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Na pressão e na emoção, o Atlético-MG venceu o Fluminense por 2 a 0, na noite desta quarta-feira, se classificando para as semifinais da Conmebol Libertadores. Deyverson, que saiu do banco de reservas, foi o nome do jogo, ao marcar os dois gols do Galo. O time mineiro teve a chance de abrir o placar com quatro minutos de jogo, em pênalti cobrado por Hulk, que Fábio defendeu. Battaglia ainda acertou a trave do Tricolor no primeiro tempo. Na segunda etapa, Deyverson, que substituiu Bernard, marcou para o Galo aos cinco minutos. O Atlético seguiu na pressão e foi premiado aos 43, quando Deyverson recebeu de Hulk para fazer o segundo dele na partida e colocar os donos casa nas semifinais da Libertadores.

O que vem pela frente
Com o resultado, o Atlético vai enfrentar o River Plate, decidindo uma vaga na final da Conmebol Libertadores. Por ter feito melhor campanha na fase de grupos, o time argentino decide a classificação em casa. As semifinais da Libertadores 2024 serão realizadas nas semanas dos dias 23 e 30 de outubro. A Conmebol ainda irá divulgar em detalhes datas e horários das partidas.

Casa cheia...
O Atlético atingiu outra marca importante na Arena MRV. Contra o Fluminense, 43.659 torcedores acompanharam o jogo de volta das quartas de final da Conmebol Libertadores. Esse foi o segundo maior público do estádio até aqui. A renda foi de R$ 3.782.448,90.

... e bolso cheio
Com a classificação, o Atlético garantiu mais uma premiação milionária ao chegar à semifinal da Conmebol Libertadores. A vitória sobre o Fluminense fez o clube faturar R$ 12,5 milhões, somando mais de R$ 50 milhões na competição.

De novo?
Parte da torcida do Atlético, presente na Arena MRV, voltou a entoar gritos homofóbicos contra o goleiro do Fluminense, Fábio. O episódio acontece um mês depois de cantos semelhantes acontecerem na partida entre as equipes pelo Campeonato Brasileiro.

Primeiro tempo
Com quatro minutos de jogo, Arana finalizou na área, e Arias desviou com o braço. O árbitro Wilmar Roldan marcou pênalti para o Galo. Hulk cobrou, e Fábio defendeu sem dar rebote. Aos 17, Scarpa bateu cruzado, e a bola passou perto da trave. Na sequência, Arana tentou pela esquerda, Fábio espalmou, Hulk ficou com a sobra, mas chutou para fora. O Fluminense respondeu com Thiago Silva, que cabeceou com perigo depois de escanteio pela direita. Aos 30, Battaglia arriscou de longe e acertou a trave. Os jogadores do Atlético chegaram a reclamar de um toque no braço de Thiago Silva na jogada, mas o árbitro nada marcou. No último lance da etapa inicial, Lyanco cruzou da direita, Fábio desviou, Arana ficou com a bola e bateu cruzado, mas Thiago Silva colocou para fora.

Segundo tempo
O Galo voltou o intervalo e foi logo abrindo o placar aos cinco minutos. Scarpa cruzou da esquerda, Deyverson ganhou de Thiago Silva no alto e cabeceou sem chance para Fábio. Serna teve a chance do empate na sequência, mas mandou para fora. O Galo teve duas chances seguidas, primeiro com Scarpa que bateu com perigo, e depois com Paulinho, que desperdiçou grande oportunidade, batendo por cima do gol. Aos 12, Scarpa bateu no ângulo, e Fábio colocou para escanteio. Em outra tentativa, Paulinho parou no goleiro do Tricolor. Aos 39, em tabelinha com Hulk, Paulinho voltou a ficar cara a cara com Fábio e desperdiçou. Quatro minutos depois, Hulk cruzou na medida para Deyverson fazer o segundo dele no jogo e encaminhar a classificação do Galo.

Agenda
O Atlético volta a campo no sábado, às 18h30 (de Brasília), contra o Palmeiras, no Brinco de Ouro, em Campinas. No domingo, o Fluminense visita o Atlético-GO, às 16h, no Antônio Accioly, em Goiânia. As duas partidas são válidas pela 28ª rodada da Série A do Brasileirão.

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Red Bull Bragantino e Internacional empataram por 2 a 2 na noite desta quarta-feira, 25, pela 16ª rodada do Brasileirão (jogo atrasado). O resultado não agrada as equipes. Enquanto o Massa Bruta queria a vitória para se afastar mais da zona de rebaixamento, o Colorado desejava o triunfo para entrar no G-6.

OS GOLS
O Inter abriu o placar aos 11 minutos do primeiro tempo. Bernabei cruzou a bola na área, e Borré cabeceou para o gol. O empate do Bragantino veio ainda na etapa inicial. Aos 42, Lincoln lançou Sasha no ataque. O atacante cabeceou para Jhon Jhon, que limpou a marcação e bateu forte no gol.

No segundo tempo, o Bragantino virou com Vitinho, aos 29 minutos. O atacante recebeu passe de Lucas Evangelista e chutou cruzado para marcar. O empate do Inter veio logo na sequência, aos 31, com Enner Valencia. O jogador aproveitou um rebote de Cleiton e chutou forte no gol.

CLASSIFICAÇÃO
O empate deixa o Internacional na oitava colocação, com 42 pontos. O Bragantino é o 11º colocado, com 32.

PRÓXIMA RODADA
Os times voltam a jogar neste domingo, 29. O Bragantino entra em campo às 11h para enfrentar o Juventude, no Alfredo Jaconi. O Inter recebe o Vitória, às 18h30, no Beira-Rio. Os jogos são válidos pela 28ª rodada.

PRIMEIRO TEMPO
O Inter foi o dono das ações no primeiro tempo. Antes dos cinco minutos, já tinha perdido chances com Borré e Wesley e abriu o placar aos 11, quando o colombiano completou de cabeça o cruzamento de Bernabei. O Colorado teve até mais chances de ampliar, tal o domínio. Porém, pecou nas finalizações. O Bragantino tinha muitas dificuldades para marcar e quase não incomodava. Quando avançou, alcançou a igualdade. Aos 42, Lincoln lançou para Sasha. O atacante saltou e escorou de cabeça para Jhon Jhon, que driblou Igor Gomes e marcou para os mandantes.

SEGUNDO TEMPO
O Inter começou o segundo tempo com mais intensidade que o Bragantino e criou chances para marcar. O Colorado até chegou a colocar a bola na rede, mas o impedimento foi marcado. Em outras oportunidades, o goleiro Cleiton, do Massa Bruta, fez grandes defesas que impediram gols dos gaúchos.

O Braga, por outro lado, tinha dificuldades para criar jogadas e levar perigo. A equipe melhorou após os 20 minutos, quando passou a também levar perigo. E a melhora resultou em virada. Aos 29, Lucas Evangelista recebeu na entrada da área e tocou para Vitinho, que bateu firme e cruzado para fazer o gol. A comemoração, entretanto, durou pouco. Aos 31, o Inter empatou. Após chute de Gustavo Prado, Cleiton defendeu e, no rebote, Valencia mandou a bola para a rede. Os times ainda tiveram chances de fazer o terceiro, mas não tiveram êxito na conclusão das jogadas.

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O Criciúma foi até a Arena do Grêmio e venceu um duelo direto na parte de baixo da tabela do Campeonato Brasileiro. Em jogo atrasado da 5ª rodada na noite desta quarta-feira, o Tigre fez 2 a 1 no Tricolor, gols Arthur Kaíque e Ronald Lopes. Villasanti marcou para os gaúchos. A vitória alivia a situação do time carvoeiro.

Como fica
Com três pontos, o Criciúma foi a 32 e ultrapassou o próprio Grêmio na tabela. Agora a equipe catarinense está em 13º lugar, quatro pontos à frente da zona de rebaixamento. O Tricolor é 14º, com 31, três a mais que o Corinthians, primeiro time dentro do Z-4.

Primeiro tempo
O Grêmio começou com mais domínio das ações. Aos três, Cristaldo recebeu na área e caiu, gerando reclamação de pênalti, mas o jogo seguiu. A primeira chegada foi pouco antes dos sete. Braithwaite recebeu belo passe de Villasanti, invadiu a área e bateu cruzado, para fora. O Criciúma respondeu quatro minutos depois. Após cruzamento da direita, Marchesín saiu mal, e a bola sobrou para Fellipe Mateus, mas o chute saiu por cima do gol. Aos 13, também em jogada pela direita, Arthur Kaíque recebeu na área e bateu de primeira. A bola tocou na trave e sobrou para o próprio atacante empurrar para as redes: 1 a 0. Correndo atrás do prejuízo, o Grêmio não teve mais do que uma chegada com mais perigo. Aos 22 João Pedro finalizou de canhota da entrada da área para defesa firme de Gustavo.

Segundo tempo
A primeira chegada de perigo foi do Criciúma, aos cinco minutos. Newton recebeu com espaço na direita e arriscou da entrada da área, para defesa firme de Marche. O Grêmio respondeu no lance seguinte, em cruzamento de Soteldo para Braithwaite, cabeceio por cima. O time da casa chegou ao empate aos 21. Monsalve avançou da esquerda para o meio e tocou em Diego Costa. A bola tocou no centroavante e no zagueiro e ficou com Villasanti, que ajeitou de direita e bateu cruzado de canhota: 1 a 1. A virada quase saiu quatro minutos depois, quando Diego Costa recebeu quase na marca do pênalti, mas isolou. O castigo veio. Jhonata Robert quase marcou aos 29, em chute perigo para fora, mas Ronald Lopes, aos 33, acertou belo chute da esquerda, no cantinho, para anotar o segundo do Tigre.

Agenda
As equipes voltam a campo no fim de semana pela 28ª rodada do Brasileirão. No sábado, o Grêmio visita o líder Botafogo, às 21h, no Nilton Santos. No dia seguinte, o Criciúma também joga fora de casa, diante do Bahia, às 18h30, na Arena Fonte Nova.

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Nesta quarta-feira, 25 de setembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou à imprensa um balanço da visita oficial a Nova York, nos Estados Unidos, iniciada no sábado (21). Durante a viagem, Lula discursou na 79ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) e se reuniu com líderes como os presidentes Emmanuel Macron (França), Pedro Sánchez (Espanha) e Ursula von der Leyen (Comissão Europeia), entre outros compromissos.

“Nunca estive tão otimista com o acordo União Europeia-Mercosul. Ontem, eu disse à Ursula von der Leyen que o Brasil está pronto para assinar o acordo, que agora a responsabilidade é toda da União Europeia e não do Brasil. Porque durante 20 anos se jogava a culpa nos países do Mercosul”, frisou o presidente, na entrevista coletiva.

Lula afirmou que sugeriu que a assinatura do acordo ocorra durante a Cúpula do G20 — grupo que reúne as maiores economias do mundo —, que será realizada nos dias 18 e 19 de novembro, no Rio de Janeiro, ou em uma reunião na sede da União Europeia.

“Temos muitos outros acordos para fazer. Preciso fazer acordos estratégicos com a Índia, porque é um país muito grande. O nosso comércio bilateral é muito pequeno, se você imaginar as duas economias. Queremos trabalhar melhor a questão da China, da União Europeia, queremos voltar a trabalhar as nossas políticas na América do Sul, na América Latina”, declarou o presidente.

ONU — Sobre a Assembleia Geral da ONU, Lula disse que “a participação do Brasil foi um momento de marcar posição com relação às coisas que estamos reivindicando há algumas décadas. Todo mundo sabe que o Brasil tem falado, insistido e tentado articular com outros presidentes a necessidade da gente renovar as Nações Unidas para que ela possa resolver conflitos que hoje estão simplesmente à deriva, porque não tem governança global no mundo”.

O presidente reforçou que o governo brasileiro defende que todos os continentes estejam representados na ONU, inclusive no Conselho de Segurança, com o fim do direito de veto e elevação do poder de comando da organização. “Se isso acontecer, eu penso que a gente poderia evitar muitos conflitos que tem hoje”, argumentou.

Ministros do G20
Antes da entrevista coletiva, Lula participou de reunião de ministros das Relações Exteriores do G20. Por iniciativa do Brasil, os membros do grupo adotaram o “Chamado à Ação sobre a Reforma da Governança Global”, documento com compromissos de reforma e modernização das principais organizações internacionais, como as Nações Unidas e a Organização Mundial de Comércio (OMC).

Em 2024, o Brasil exerce a presidência do G20 e, segundo Lula, pretende fazer um evento especial. “Não só porque vai ser feito no Rio de Janeiro e, só por isso, já é um pouco especial, mas porque nós vamos ter no dia 16, me parece, um G20 social, em que estão sendo convocadas pessoas do movimento social de vários países. E, depois, acho que vai ter uma participação apenas entre membros fixos e convidados muito importante, porque além de discutir a desigualdade, além de voltar a discutir a convergência da ONU, a questão da transição climática, a gente tem que discutir outros temas que estão na ordem do dia e que não era possível colocar na pauta quando nós fizemos a pauta”, relatou à imprensa.

“Para a minha alegria, a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza tem sido um sucesso e, até agora, todos os países que nós temos conversado têm tido a posição extraordinária de aceitar participar dessa aliança global”, disse Lula

ALIANÇA GLOBAL — Durante a Cúpula do G20 no Rio de Janeiro, o Brasil vai lançar oficialmente a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, iniciativa que foi tema de reuniões bilaterais que Lula teve em Nova York. “Para a minha alegria, a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza tem sido um sucesso e, até agora, todos os países que nós temos conversado têm tido a posição extraordinária de aceitar participar dessa aliança global”, compartilhou.

O governo brasileiro vai apresentar os exemplos de políticas públicas nacionais bem-sucedidas e também vai estudar iniciativas exitosas de outros países. “Com um conjunto de políticas bem-sucedidas, vamos poder provar que a única possibilidade que nós temos de cumprir essa meta é colocar o povo pobre no orçamento de cada país”, assinalou.

DEMOCRACIA — Lula também destacou o evento “Em Defesa da Democracia. Lutando Contra o Extremismo”, promovido pelo Brasil em parceria com a Espanha, na terça-feira (24). “Chamei os democratas para a gente discutir onde é que a democracia errou. Porque em algum momento a democracia cometeu uma falha que permitiu que pessoas extremistas e de extrema direita pudessem questionar a própria democracia, o sistema, uma série de coisas”, comentou.

Participaram do encontro líderes e representantes de Barbados, Cabo Verde, Canadá, Chile, Colômbia, Estados Unidos, França, México, Noruega, Quênia, Senegal, Timor Leste, além do presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e do secretário-Geral Adjunto das Nações Unidas, Guy Ryder.

“É uma discussão muito séria, porque eu considero a democracia o sistema de governo mais extraordinário que se inventou, porque somente num processo democrático é que um metalúrgico pode chegar à presidência de um país que é a oitava economia do mundo”, disse o presidente.

INVESTIDORES — A agenda de Lula nos Estados Unidos também incluiu reuniões com empresários e agências de classificação de risco. “São pessoas que querem fazer investimento no Brasil, que estão acreditando que as coisas estão dando certo. A economia brasileira está surpreendendo os homens do mercado externo, do mercado interno, os pessimistas de plantão. As pessoas estão percebendo que a economia vai crescer no Brasil, que o salário mínimo vai continuar crescendo no Brasil, que as políticas de inclusão social vão continuar acontecendo, e que a gente vai continuar a levar o Brasil para viver um padrão de vida que seja respeitável”, pontuou.

ENERGIA — Lula ressaltou que o Brasil vai aproveitar o potencial que tem de liderar a transição energética, o que vai alavancar a economia nacional. “O mundo inteiro está falando que nenhum país do mundo tem as condições que o Brasil tem para ser um país exemplo de fazer a energia mais limpa do planeta Terra, em quase toda a sua plenitude. O Brasil tem uma chance que a gente não vai jogar fora. E eu, sempre que tenho oportunidade nesses fóruns internacionais, faço questão de dizer o que a gente quer fazer”, afirmou.

RECONHECIMENTO — Além disso, o presidente participou da Cúpula do Futuro, evento que precedeu a Assembleia Geral da ONU, e da premiação anual Goalkeepers, organizada pela Fundação Bill e Melinda Gates. Lula foi premiado pelas políticas de combate à fome e à pobreza implementadas durante seus três mandatos na Presidência da República, como o programa Bolsa Família.

Agência Gov
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira (25) condenar "veementemente" comportamento de Israel e diz que o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, promove "genocídio" no Oriente Médio.

Lula deu as declarações durante coletiva de imprensa em Nova York, após a conclusão de agendas internacionais nos Estados Unidos. Ele foi questionado sobre o conflito entre israelenses e o grupo extremista Hezbollah no Líbano.

Na resposta, o petista afirmou que os países que dão sustentação aos discursos de Netanyahu precisam "fazer um esforço maior" para que o "genocídio" promovido pelo líder israelense pare. O presidente mencionou mortes na Faixa de Gaza e na Cisjordânia.

"Nós estamos em uma situação, de um lado cuidando do planeta, para ver se a gente tem melhora a qualidade de vida [...]. E, do outro lado, o ser humano se matando. Não tem nenhuma explicação. Portanto, eu condeno de forma veemente esse comportamento do governo de Israel, que eu tenho certeza que a maioria do povo de Israel não concorda com esse genocídio. Eu tenho certeza", declarou Lula.

Na última segunda-feira (23), em uma ofensiva contra o Hezbollah, Israel realizou um ataque aéreo no Líbano. Conforme autoridades libanesas, cerca de 500 pessoas morreram e mais de 1,6 mil ficaram feridas. Foi o dia mais sangrento no Líbano desde a guerra de 2006.

Ao mencionar as ações israelenses, Lula também disse que Netanyahu não atende a negociações de paz promovidas pela comunidade internacional.

"É importante lembrar que o primeiro-ministro Netanyahu foi julgado pelo Tribunal Internacional, que julgou o Vladimir Putin, e ele está condenado da mesma forma do Putin. É importante lembrar que já foram feitas várias discussões no Conselho de Segurança da ONU, várias tentativas de paz e de cessar-fogo foram aprovadas e ele não cumpre. Simplesmente não cumpre", afirmou.

'Persona non grata'
Ao criticar Netanyahu, Lula acrescenta mais um elemento na crise diplomática vivida por Brasil e Israel.

Em fevereiro deste ano, Israel declarou o petista uma "persona non grata" no país. A declaração ocorreu depois de o presidente do Brasil comparar ações de Israel na Faixa de Gaza ao extermínio de judeus na Segunda Guerra.

O termo "persona non grata" (alguém que não é bem-vindo, em tradução livre) é um instrumento jurídico utilizado nas relações internacionais para indicar que um representante oficial estrangeiro não é mais bem-vindo. O termo foi descrito no artigo 9 da Convenção de Viena sobre relações diplomáticas.

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