Fevereiro 21, 2025

'Meu mundo' era Bolsonaro, diz Mauro Cid em delação premiada Featured

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, afirmou a investigadores da Polícia Federal que o seu "mundo" era o ex-presidente e que sempre atuava a serviço do político do PL.

As declarações foram dadas durante depoimento de delação premiada – que o militar firmou com a PF, e que foi homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) – em troca de benefícios, como a redução de eventuais penas e proteção a familiares.

O conteúdo da delação estava sob sigilo, mas o ministro Alexandre de Moraes decidiu tornar os depoimentos públicos nesta quarta-feira (19).

Nos depoimentos, Mauro Cid também afirma não ter participado de "nenhum planejamento detalhado" de tentativa de golpe.

"Eu não participei de nenhum planejamento detalhado, de nenhuma ação, meu mundo era o mundo do presidente, eu não estou mentindo, não estou omitindo [...] o meu mundo era o presidente, o meu mundo de ação era o presidente, eu estou falando a verdade aqui", afirmou.
Nesta terça-feira (18), o procurador-geral da República, Paulo Gonet, acusou formalmente Bolsonaro por cinco crimes:

  • liderança de organização criminosa armada
  • tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
  • golpe de Estado
  • dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima
  • deterioração de patrimônio tombado

Somadas, as penas máximas previstas para esses crimes podem chegar a quase 40 anos, caso Bolsonaro seja condenado.

O delator Mauro Cid, embora atuasse como ajudante do ex-presidente, também foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República.

Monitoramento de Moraes
Na delação, Mauro Cid também deu mais detalhes sobre o pedido feito por Jair Bolsonaro para que o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes fosse monitorado. À época, o magistrado era presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Segundo Cid, Bolsonaro havia recebido uma informação de que o general Hamilton Mourão, então vice-presidente da República, estaria se encontrando reservadamente com o ministro do Supremo em São Paulo.

E que esse foi um dos motivos que levaram o ex-presidente a solicitar o monitoramento do magistrado, que queria verificar se essa informação de reuniões de Mourão com Moraes era "verdadeira ou não".

"O objetivo era verificar se o general Mourão estaria em São Paulo (SP), nas mesmas datas em que o ministro Alexandre de Moraes também estivesse na cidade", concluiu.

g1
Portal Santo André em Foco

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