Já é histórica! A final deste sábado (30) do Campeonato Carioca de 2024 entre Flamengo e Nova Iguaçu entra para a lista de decisões “raras” entre uma equipe grande e outra pequena chegando para brigar pelo título estadual. A última vez no Rio foi em 2006 - portanto, há 18 anos.
Para equipe de Tite, este pode ser o segundo troféu conquistado no ano após levar a Taça Guanabara. Além disso, o Rubro-Negro pode voltar a levantar o estadual após jejum de dois anos, sendo o último conquistado em 2021. Atravessando bom momento no início da temporada, o Flamengo ainda não sabe o que é perder e pouco lembra como é sofrer gol dentro da competição. Em doze partidas o novo comandante flamenguista soma oito vitórias além de quatro empates.
Entretanto, o único gol sofrido aconteceu diante do mesmo Nova Iguaçu, em jogo válido pela primeira rodada da Taça Guanabara, terminado em empate por 1 a 1 enquanto boa parte da delegação titular flamenguista estava em turnê amistosa pelos Estados Unidos.
Segurando imponentes 60 mil vozes contra o cruzmaltino na semifinal para chegar na decisão do Campeonato Carioca, a Laranja da Baixada agora sonha em voltar a repetir feito levantando o estadual diante do Flamengo no palco do Maracanã.
"Sabemos que o Flamengo representa na América do Sul, mas não podemos perder a nossa identidade. O que nos trouxe até aqui foi o perfil de fazer um jogo diferente. O Flamengo vai pressionar, ser agressivo, mas se tem uma coisa para a qual estamos preparados é esse momento" destacou Carlos Vitor, técnico do Nova Iguaçu em momento prévio da decisão.
Entretanto, do outro lado existe um Flamengo que causa dor de cabeça para Tite em toda pausa para cumprir data Fifa. Em preparação para o primeiro duelo da final, o técnico do Rubro-Negro não pode contar com sete atletas, são eles: Fabrício Bruno, Varela, Viña, Ayrton Lucas, Pulgar, Arrascaeta e De La Cruz, convocados para representar as respectivas seleções.
"Nós temos que nos adaptar a essa situação [desfalques]. Há o ideal e o real, e essa é a situação real. Procuramos fazer um trabalho de mobilização com todos atletas, com o clube trazendo os atletas que estiveram nas seleções, para estarmos com as melhores condições possíveis" disse Tite à FlaTV.
Buscando o 38º título estadual, o Rubro-Negro deve ir alinhado para primeira partida da final com: Rossi, Varela, Fabrício Bruno, Léo Pereira e Ayrton Lucas; Pulgar, De la Cruz e Arrascaeta; Luiz Araújo, Everton Cebolinha e Pedro.
Já o Nova Iguaçu deve subir ao gramado do Maracanã com escalação semelhante do confronto diante do Vasco, com: Fabrício, Yan Silva, Gabriel Pinheiro, Sergio Raphael e Esquerdinha; Igor Fraga, Albert e Yago; Maxsuell, Bill e Carlinhos.
Finais “raras” de Carioca: você lembra das mais emblemáticas?
Desde os anos 1980, quando o Bangu, turbinado pelo dinheiro do bicheiro Castor de Andrade, incomodou os grandes, poucas foram as vezes em que um pequeno disputou com os grandes. Em 1985, o Bangu enfrentou o Fluminense na final e perdeu em uma decisão de arbitragem contestada pelos torcedores do clube da zona oeste.
O Bangu, aliás, é o último pequeno campeão: foi em 1996, batendo o Flamengo na final.
Outras três finais neste intervalo de tempo com o enredo parecido de um “intruso” dentre os quatro grandes também aconteceram de 1986 a 2006.
O Carioca de 2002 acabou esvaziado pela tentativa, na época, de valorização dos torneios regionais, como o Rio-São Paulo. Pouca gente lembra do campeonato, de regulamento confuso e com os times grandes desinteressados. A final, porém, teve um deles, o Fluminense, que venceu o Americano na decisão.
O Bangu, alegando ter sido prejudicado pela arbitragem na semifinal contra o Flu, ainda tentou ganhar uma vaga na final no tapetão, e a questão só foi resolvida de vez em 2009 pelo TJD-RJ. Não por acaso, o Carioca de 2002 ficou conhecido como "Caixão", em referência ao então presidente da Ferj, Eduardo Viana, conhecido como Caixa d'Água.
Na final de 2005 do Campeonato Carioca, seria outra vez o Fluminense diante de um “intruso”. Dessa vez, o Volta Redonda. Nesta edição o campeão da Taça Rio (Fluminense) encarava o vencedor Taça Guanabara (Volta Redonda), assim, decidia-se o título do Campeonato Carioca.
No primeiro jogo o Voltaço de Túlio Maravilha venceu por 4 a 3 o Tricolor de nomes como Arouca e Diego Souza. Enquanto na volta o Flu de Abel Braga revidou e terminou com vantagem de 3 a 1, sagrando-se campeão com gol do título no fim anotado pelo zagueiro Antônio Carlos, quando a torcida tricolor já cantava para o papa.
Em 2006 a história se repetiu quando o Botafogo enfrentou o Madureira na final do Campeonato Carioca. Com um jejum de nove anos sem gritar campeão, o Glorioso recebeu dois troféus após o título, um de Campeão Estadual e o Troféu Luiz Zveiter, em menção honrosa aos 100 anos de Campeonato Carioca.
Os jogos terminaram com duas vitórias sem dificuldades para o Botafogo de Dodô. Na ida, Botafogo 2 a 0 Madureira com gols anotados na segunda etapa por Reinaldo e Joílson. Enquanto no jogo da volta a partida terminou com triunfo do alvinegro por 3 a 1, levantando na época o 18º título estadual.
Os jogos da decisão do Campeonato Carioca de 2024 acontecem neste sábado (30) com ida no Maracanã, às 17h e domingo (7), pela volta, no mesmo gramado também às 17h, com transmissão da Band, Bandsports e Bandplay.
BAND
Portal Santo André em Foco
O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes negou o segundo pedido da defesa de Jair Bolsonaro pela devolução do passaporte do ex-presidente.
"As diligências estão em curso, razão pela qual é absolutamente prematuro remover a restrição imposta ao investigado", diz Moraes na decisão.
Bolsonaro quer viajar para Israel a convite do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. A defesa de Bolsonaro entregou o passaporte do ex-presidente em 8 de fevereiro, em Brasília.
A determinação da apreensão foi autorizada por Moraes e faz parte da operação da Polícia Federal que apura uma suposta organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, para obter vantagem política com a manutenção do então presidente da República no poder.
Depois disso, outro fato veio a público e pesa contra Bolsonaro: o fato de ter se hospedado na Embaixada da Hungria por dois dias. Após o episódio, o ministro do STF deu o prazo de 48 horas para que o ex-presidente explique a situação. Moraes pediu explicações sobre a estada de Bolsonaro na embaixada da Hungria, e se ele tinha a intenção de pedir asilo político. A resposta do ex-presidente está sob análise da PGR (Procuradoria-Geral da República).
A defesa informou que havia ausência de preocupação com a prisão preventiva e que"é ilógico sugerir que a visita dele à embaixada [da Hungria] e um país estrangeiro fosse um pedido de asilo ou uma tentativa de fuga". "O ex-presidente Jair Bolsonaro tem uma agenda de compromissos políticos, nacional e internacional, que, a despeito de não mais ser detentor de mandato, continua extremamente ativa, inclusive em relação a lideranças estrangeiras alinhadas com o perfil conservador", disse.
R7
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O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Luís Roberto Barroso, pediu vista do processo que julga o alcance do foro privilegiado de autoridades na Corte. Até o momento da interrupção, os ministros Gilmar Mendes e Cristiano Zanin haviam votado a favor da ampliação. Agora, o julgamento está suspenso, sem data para ser retomado.
Mais cedo, Gilmar Mendes havia votado para ampliar o alcance do foro. Segundo ele, quando se tratar de crimes funcionais, o foro deve ser mantido mesmo após a saída das funções. Isso valeria para casos de renúncia, não reeleição, cassação, entre outros motivos.
Gilmar argumentou que é preciso "recalibrar os contornos" do foro privilegiado. Ao pedir que o processo fosse incluído na pauta, o ministro afirmou que a tese trazida a debate não apenas é relevante, como também pode reconfigurar o alcance de um instituto que é "essencia"l para assegurar o livre exercício de cargos públicos e mandatos eletivos, garantindo autonomia aos seus titulares.
O julgamento foi retomado quase seis anos após o Supremo limitar o mecanismo que estabelece quem pode ser investigado, processado e julgado no STF.
Em 2018, após um ano de debates e diversas interrupções no julgamento, o Supremo bateu o martelo: estava na hora de restringir o alcance do foro privilegiado. Desde então, inquéritos e processos criminais envolvendo autoridades como deputados e senadores só precisam começar e terminar no STF se tiverem relação com o exercício do mandato.
Mesmo com a mudança, o escopo do foro privilegiado no Brasil é amplo em termos comparativos, sobretudo pela lista de autoridades que têm direito a ele – de políticos a embaixadores e magistrados de tribunais superiores. Países como Japão, Argentina e Estados Unidos não preveem um foro específico em função do cargo público, embora concedam imunidade ao presidente. Em outros, como na França, a prerrogativa se estende apenas ao chefe do Executivo e aos ministros de Estado.
A reabertura do debate ocorre em uma nova composição do STF. Os ministros Marco Aurélio, Rosa Weber, Celso de Mello e Ricardo Lewandowski, que participaram do julgamento em 2018, deixaram a Corte no ínterim.
Gilmar defendeu a aplicação imediata da nova interpretação de aplicação de foro privilegiado aos processo em curso, “com a ressalva de todos os atos praticados pelo STF e pelos demais Juízos com base na jurisprudência anterior”.
Discussão ganha força
A discussão ganhou tração em meio à transferência das investigações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes ao STF. O deputado Chiquinho Brazão, apontado pela Polícia Federal como mandante do crime, era vereador na época. O ministro Alexandre de Moraes, no entanto, argumentou que houve tentativas de obstrução do inquérito quando ele já tinha assento na Câmara dos Deputados, o que em sua avaliação justifica o deslocamento do caso ao Supremo.
O pano de fundo do julgamento é um habeas corpus do senador Zequinha Marinho (Podemos-PA). Ele é réu em uma ação penal na Justiça Federal do Distrito Federal por suspeita operar um esquema de "rachadinha" quando foi deputado. A defesa nega as acusações e alega que o processo deveria tramitar no Supremo, porque desde então ele exerce cargos com prerrogativa de foro.
Uma das zonas cinzentas envolvendo o alcance do foro é justamente o cenário dos "mandatos cruzados" – quando um deputado (estadual ou federal) ou senador troca de Casa Legislativa. Em 2021, a Segunda Turma manteve o foro do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) no caso das "rachadinhas" na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), o que levou ao arquivamento da denúncia.
R7
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O bloqueio de R$ 2,9 bilhões no Orçamento da União de 2024 atingiu 13 ministérios, sendo as pastas de Cidades e Transportes as mais atingidas. O detalhamento foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) e é assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento). O corte se dá com o objetivo de cumprir limite de gastos do arcabouço fiscal.
Confira, abaixo, o detalhamento do bloqueio de R$ 2,9 bilhões:
- Ministério das Cidades: -R$ 741,47 milhões
- Ministério dos Transportes: -R$ 678,97 milhões
- Ministério da Defesa: -R$ 446,48 milhões
- Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social: -R$ 281,68 milhões
- Ministério da Integração: -R$ 179,79 milhões
- Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação: -R$ 118,79 milhões
- Ministério da Agricultura: -R$ 105,49 milhões
- Ministério da Fazenda: -R$ 94,39 milhões
- Ministério das Relações Exteriores: -R$ 69,29 milhões
- Ministério da Justiça e Segurança Pública: -R$ 65,59 milhões
- Ministério dos Portos e Aeroportos: -R$ 52,29 milhões
- Ministério do Planejamento e Orçamento: -R$ 37,09 milhões
- Ministério da Gestão e Inovação: -R$ 36,29 milhões
O bloqueio foi anunciado pelos ministérios da Fazenda e do Planejamento, conforme revelado no relatório de avaliação de receitas e despesas primárias (gastos realizados pelo governo para prover bens e serviços públicos à população) do primeiro bimestre. O montante bloqueado representa 1,42% do total das despesas discricionárias (aquelas que não são obrigatórias) do Executivo e corresponde a 0,14% do limite total de despesas estabelecido no Orçamento de 2024.
O governo federal também precisa cumprir a meta de resultado primário. O déficit projetado de R$ 9,3 bilhões está dentro do limite de tolerância, não sendo necessário contingenciamento. A meta de resultado primário para este ano é zero, com um intervalo de tolerância de 0,25 ponto percentual do PIB (Produto Interno Bruto) para cima ou para baixo, equivalente a R$ 28,8 bilhões.
O Orçamento proposto pelo governo previa inicialmente um superávit de R$ 2,8 bilhões, mas essa estimativa foi revisada para R$ 9,1 bilhões. As projeções da equipe econômica para as receitas primárias totais da União neste ano foram reduzidas de R$ 2,720 trilhões para R$ 2,688 trilhões, enquanto a estimativa para a receita líquida foi ajustada de R$ 2,192 trilhões para R$ 2,175 trilhões.
Em relação às despesas primárias, a previsão de gasto total em 2024 aumentou de R$ 2,183 trilhões para R$ 2,184 trilhões. Com as revisões do relatório, o volume de gastos obrigatórios foi de R$ 1,974 trilhão para R$ 1,980 trilhão, enquanto as despesas discricionárias variaram de R$ 208,9 bilhões para R$ 204,4 bilhões neste ano.
R7
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O Banco Central (BC) revisou de 1,7% para 1,9% a previsão de crescimento do Produto Interno Bruno (PIB) em 2024. O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país. A previsão consta no relatório de inflação divulgado pela autoridade monetária nesta quinta-feira (28).
Na avaliação do Banco Central, a economia brasileira apresentou no início do primeiro trimestre deste ano “dinamismo ligeiramente maior do que o esperado”. As estimativas do BC, no entanto, indicam que o setor agropecuário deverá ter resultados um pouco menores do que em 2023, após uma grande alta observada no ano passado.
Inflação
Em junho, a projeção do BC é que a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) chegue a 4,02% em 12 meses. Segundo o relatório, ao longo dos próximos meses a inflação deve diminuir em um ritmo mais lento. No entanto, há previsão é que os preços continuem a subir acima da meta de inflação de 3%. A projeção do BC é inflação de 3,5% em 2024 e 3,2% para 2025 e 2026.
“No último um ano e meio, o que a gente vê é que o Brasil está fazendo a inflação convergir [para dentro da meta], ainda que essa última milha seja um pouco mais dolorida”, destacou o presidente do BC, Roberto Campos Neto. As metas de inflação têm um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior 4,5%.
Entre os fatores que mantiveram a inflação de 2023 acima da meta, o relatório aponta o fim das desonerações da gasolina e do etanol. No segundo semestre de 2022, haviam sido reduzidas as alíquotas para combustíveis do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins). A medida foi revertida em fevereiro do ano passado.
Mercado de trabalho
O aquecimento do mercado de trabalho e a queda dos índices de desemprego levaram, de acordo com o relatório, a um aumento dos rendimentos reais dos trabalhadores “em ritmo superior ao esperado”.
A taxa de desemprego, medida pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, ficou em 7,8% no trimestre encerrado em fevereiro deste ano. A taxa é superior aos 7,5% registrados no trimestre imediatamente anterior (encerrado em novembro de 2023). Por outro lado, ficou abaixo dos 8,6% do trimestre findo em fevereiro do ano passado.
Para Campos Neto ainda há dúvidas se o aquecimento do mercado de trabalho e o aumento da atividade econômica podem ter reflexos na inflação. “Não necessariamente é o fato de ter uma surpresa um pouquinho para cima no crescimento vai afetar a nossa projeção de inflação. A gente precisa ver como é que isso vai ser transmitido para a parte de preços”, disse.
O cenário sem mudanças no presente, mas com incertezas em relação aos próximos meses, dificulta, na avaliação do presidente do BC, a previsão é se a taxa básica de juros continuará a ser reduzida no mesmo ritmo nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária. Na semana passada, o comitê cortou a taxa em 0,5 ponto percentual, que ficou em 10,75% ao ano. “Existe mais incerteza, mas que não mudou o cenário fundamental”, afirmou Campos Neto ao apontar que as dificuldades de previsão são tanto em relação a economia brasileira, como também sobre o que se passa no exterior.
Agência Brasil
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O presidente da França, Emmanuel Macron, citou nesta quinta-feira (28) os atos golpistas de 8 de janeiro e afirmou que a Praça dos Três Poderes – local onde estão localizados o Palácio do Planalto, o Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional – foi maltratada por inimigos da democracia.
O presidente da França deu a declaração, que foi traduzida pelo governo brasileiro, depois de se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Palácio do Planalto.
Macron cumpre agenda no Brasil nesta semana. Antes de visitar Brasília, o francês esteve no Pará, no Rio de Janeiro e em São Paulo.
"Toda minha comitiva e eu, pessoalmente, nos sentimos imensamente honrados de estarmos hoje aqui ao seu lado, hoje, aqui, neste lugar, nesta Praça dos Três Poderes, que foi atacada, destruída praticamente, ou, pelo menos, bastante maltratada pelos inimigos da democracia. A maneira com que [Lula] conseguiu reconstituir os equilíbrios da democracia e levar a cabo esse debate internacional significa muitíssimo para nós", declarou Macron.
"Ninguém está a salvo de forças muito extremas, que vêm estremecer a democracia. E a força da democracia do Brasil foi de resistir a isso. Com uma alternância democrática, restaurando plenamente e integralmente todos os equilíbrios", completou o francês, segundo a tradução feita pelo governo brasileiro.
g1
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (28) que o presidente da França, Emmanuel Macron, constatou nos últimos dias que o compromisso do Brasil com o meio ambiente "não é retórico".
Os dois fizeram fizeram uma declaração à imprensa nesta tarde, no Palácio do Planalto, em Brasília. No Brasil desde terça-feira (26), Macron finalizou na capital federal a passagem pelo país. Antes, também visitou Pará, Rio de Janeiro e São Paulo.
Lula afirmou que, durante as viagens, o francês presenciou os esforços brasileiros para o desenvolvimento sustentável.
"O presidente Macron pêde constatar pessoalmente que o nosso compromisso com o meio ambiente não é retórico. No último ano reduzimos o desmatamento ilegal na Amazônia em 50%, e vamos zerá-lo até 2030", afirmou.
O petista também disse que a parceria entre Brasil e França está fortalecida. Nesta quinta, os dois presidentes assinaram mais de 20 acordos de cooperação entre os dois países, em áreas como meio ambiente, inteligência artificial, direitos humanos e igualdade de gênero.
"O Brasil e a França estão decididos a trabalhar juntos para promover, pelo debate democrático, uma visão compartilhada de mundo", disse.
"Uma visão fundamentada na prioridade da produção sobre a finança improdutiva, da solidariedade sobre o egoísmo, da democracia sobre o totalitarismo, da sustentabilidade sobre a exploração predatória", continuou.
Lula também afirmou que "o Brasil rechaça categoricamente todas as manifestações de antissemitismo e islamofobia".
"Não podemos permitir que a intolerância religiosa se instale entre nós. Judeus, muçulmanos e cristãos sempre viveram em perfeita harmonia no Brasil, ajudando a construir o país moderno de hoje."
Já Macron disse que existe uma "amizade recíproca" entre os dois países, citou o 8 de janeiro e disse que a Praça dos Três Poderes foi "maltratada por inimigos da democracia".
Cerimônia e reunião
Mais cedo, Macron foi recebido em cerimônia oficial em Brasília. Em seguida, os presidentes participaram de uma reunião bilateral, em que discutiram assuntos sobre os dois países discordam no campo da política internacional, como o acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul, e a guerra entre a Rússia e a Ucrânia.
Lula também concedeu a Macron o Grande Colar da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, a mais alta condecoração brasileira atribuída a cidadãos estrangeiros.
No fim da tarde, o presidente francês tem um encontro com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Passagem pelo Brasil
A visita de Macron encerra um hiato de oito anos – o último presidente francês a vir ao Brasil foi François Hollande, que participou da abertura da Olimpíada do Rio em 2016.
A terça-feira (26), primeiro dia do presidente francês no Brasil, não foi marcada apenas pelo anúncio de uma parceria bilionária pela bioeconomia na Amazônia, mas também por uma série de posts nas redes sociais e "mimos" para o visitante.
Em Belém, cidade que vai receber a Conferência do Clima da ONU (COP30) em 2025, na primeira parada da visita de três dias pelo país, Macron recebeu presentes do governador do Pará, Helder Barbalho.
Na pequena bolsa de palha entregue ao presidente francês havia três camisas: uma tradicional camisa do Marajó, produzida no estado do Pará, e duas dos principais times de futebol paraenses – Remo e Paysandu.
Nas redes sociais, os dois presidentes fizeram questão de fazer postagens conjuntas – quando a publicação aparece simultaneamente nos dois perfis, reforçando a estratégia de parceria entre eles.
Na quarta-feira (27), Macron passou por Itaguaí (RJ), também acompanhado por Lula, onde a Marinha do Brasil deu início às operações do submarino Tonelero (S42), que faz parte do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), desenvolvido em parceria com a França com orçamento de aproximadamente R$ 40 bilhões.
Ainda na quarta, Emmanuel Macron foi a São Paulo para um encontro com investidores brasileiros. Brasília foi a última parada no país.
O presidente francês deve voltar ao Brasil em novembro para as reuniões da Cúpula do G20, no Rio de Janeiro, e para a Conferência do Clima da ONU (COP30), que será sediada em Belém em 2025.
g1
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O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu convidou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para visitar Israel uma semana após declarar Lula (PT) 'persona non grata'.
O convite, por carta, foi assinado em 26 de fevereiro de 2024. O atual presidente brasileiro, Lula, foi declarado 'persona non grata' em 19 de fevereiro após o petista comparar as ações de Israel na Faixa de Gaza ao extermínio de judeus na Segunda Guerra.
Na carta, Netanyahu agradece pelo " apoio inabalável [de Bolsonaro] a Israel em arenas internacionais". (Leia abaixo a carta na íntegra).
"Durante o seu mandato como Presidente do Brasil, as relações entre nossos dois países atingiram novos patamares. Guardo lembranças muito queridas da minha viagem ao Brasil e gostei muito de me encontrar com você."
Bolsonaro foi convidado alguns dias após pedir a devolução do passaporte, retido por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, em 9 de fevereiro.
Em 25 de fevereiro, Bolsonaro participou de um ato na Avenida Paulista, em São Paulo. Na ocasião, ele discursou em um trio elétrico no qual subiu exibindo a bandeira de Israel. O gesto não passou despercebido por Netanyahu.
Não foi o primeiro aceno do ex-presidente ao israelense. Alguns dias antes, Bolsonaro publicou um vídeo antigo em que, durante uma entrevista, defende a autonomia de Israel e afirma que gostaria de mudar a embaixada brasileira para Jerusalém.
Em novembro de 2018, Bolsonaro disse que gostaria de fazer a mudança, porém, menos de uma semana depois, afirmou que a decisão não havia sido tomada.
A mudança de endereço da embaixada brasileira —que hoje fica na capital comercial de Israel, Tel Aviv— poderia criar embaraços ao Brasil diante da comunidade internacional.
Mudar a sede brasileira da diplomacia com Israel para Jerusalém poderia ser interpretado pela comunidade internacional como um reconhecimento da Jerusalém Ocidental enquanto capital de Israel em detrimento da Jerusalém Ocidental, reivindicada por Palestinos como capital de um eventual futuro Estado Palestino.
Lula 'persona non grata'
Lula foi declarado 'persona non grata' por ter comparado as ações de Israel na Faixa de Gaza ao extermínio de judeus na Segunda Guerra.
A reação das autoridades israelenses foi imediata: "Não perdoaremos e não esqueceremos — em meu nome e em nome dos cidadãos de Israel, informei ao Presidente Lula que ele é uma 'persona non grata' em Israel até que ele peça desculpas e se se retrate", escreveu o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, nas redes sociais.
Mais de 30 mil pessoas já morreram no conflito, que começou em outubro de 2023.
O termo "persona non grata" (alguém que não é bem-vindo, em tradução livre) é um instrumento jurídico utilizado nas relações internacionais para indicar que um representante oficial estrangeiro não é mais bem-vindo. O termo foi descrito no artigo 9 da Convenção de Viena sobre relações diplomáticas.
Katz afirmou também que "a comparação do presidente brasileiro Lula entre a guerra justa de Israel contra o Hamas e as ações de Hitler e dos nazistas, que exterminaram 6 milhões de judeus, é um grave ataque antissemita que profana a memória daqueles que morreram no Holocausto".
Carta de Netanyahu a Bolsonaro
Prezado sr. Bolsonaro,
Espero que esta carta o encontre bem. Gostaria de expressar meu apreço pelo seu contínuo e veemente apoio ao Estado de Israel.
Ontem, você demonstrou sua solidariedade com o povo e o Estado de Israel, orgulhosamente empunhando a bandeira de Israel em um comício em São Paulo. Isso foi uma clara e moralmente sólida rejeição às acusações ultrajantes do seu sucessor contra as operações das Forças de Defesa de Israel em Gaza.
Durante o seu mandato como Presidente do Brasil, as relações entre nossos dois países atingiram novos patamares. Guardo lembranças muito queridas da minha viagem ao Brasil e gostei muito de me encontrar com você.
Sua verdadeira amizade para com Israel foi firmemente expressa ao longo de seu mandato, tanto em palavras quanto em ações, incluindo seu apoio inabalável a Israel em arenas internacionais. Sua amizade é ainda mais importante durante tempos de crise e guerra, e por isso convido você e sua família a visitar Israel para demonstrar sua solidariedade com o povo de Israel.
Espero vê-lo em breve.
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O número de empregados com carteira de trabalho no setor privado atingiu 37,995 milhões no trimestre encerrado em fevereiro deste ano. É o maior valor da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Houve um aumento de 0,7% em relação ao trimestre anterior (encerrado em novembro de 2023) Segundo o IBGE, não é uma variação estatisticamente relevante e significa estabilidade.
“Essa estabilidade vem sendo precedida por sucessivos aumentos da população com carteira de trabalho assinada”, afirma a pesquisadora do IBGE Adriana Beringuy.
Em relação ao ano anterior (trimestre encerrado em fevereiro de 2023), por exemplo, foi registrado crescimento de 3,2%, ou seja, mais 1,2 milhão de trabalhadores com carteira assinada no setor privado.
Esses números não consideram os trabalhadores domésticos, ainda que tenham carteira assinada. Esses se mantiveram estáveis (5,9 milhões de pessoas) em ambas comparações temporais. O mesmo aconteceu com os trabalhadores por conta própria (25,4 milhões) e os empregadores (4,2 milhões).
Os empregados sem carteira no setor privado somaram 13,3 milhões, estatisticamente estável na comparação trimestral. Na comparação com o ano anterior, no entanto, houve crescimento de 2,6%, ou seja, mais 331 mil pessoas.
Informalidade
O número de trabalhadores informais ficou em 38,8 milhões, abaixo dos 39,4 milhões de trimestre anterior, mas acima dos 38,2 milhões de fevereiro de 2023.
A população ocupada (100,25 milhões) manteve-se estatisticamente estável no trimestre, apesar da variação negativa, mas estatisticamente não significante, de 258 mil.
“A parte informal da população ocupada caiu em 581 mil pessoas, ou seja, a informalidade caiu mais do que a população ocupada como um todo. Então viramos o ano com uma redução mais acentuada do segmento informal da ocupação”, explica a pesquisadora.
A taxa de informalidade que é o percentual dos trabalhadores informais em relação ao total da população ocupada ficou em 38,7% no trimestre encerrado em fevereiro deste ano, abaixo dos 39,2% de novembro.
Ocupação
Como a população ocupada cresceu 2,2% na comparação anual, a taxa de informalidade de fevereiro deste ano também é inferior à registrada em fevereiro do ano passado (38,9%), mesmo que tenha tido um número absoluto de trabalhadores informais superior (38,8 milhões contra 38,2 milhões).
O nível de ocupação, que é o percentual de pessoas ocupadas em relação àquelas em idade de trabalhar, ficou em 57,1% em fevereiro deste ano, abaixo dos 57,4% do trimestre anterior mas acima dos 56,4% do ano passado.
Na comparação trimestral, os setores com quedas na ocupação foram agricultura (-3,7%) e administração pública, saúde e educação (-2,2%), enquanto transporte, armazenagem e correio foi o único segmento com alta (5,1%).
Já na comparação anual, foi observada queda apenas na agricultura (-5,6%). Altas foram registradas na administração pública, saúde e educação (2,8%), informação e comunicação (6,5%), armazenagem e correio (7,7%) e indústria (3,1%).
Desemprego
A taxa de desemprego ficou em 7,8% em fevereiro deste ano, 0,3 ponto percentual acima do trimestre anterior (7,5%). Esse crescimento é sempre registrado no início do ano, devido à base de comparação ser o final do ano anterior, quando há mais geração de postos de trabalho por conta do Natal.
Apenas em 2022, quando havia o efeito da pandemia de covid-19, não foi registrada alta da taxa de desemprego de novembro para fevereiro. Por outro lado, na comparação com fevereiro do ano passado (8,6%), a taxa caiu 0,8 ponto percentual.
A população desocupada ficou em 8,5 milhões, alta de 4,1% na comparação trimestral (ou seja, com novembro de 2023) e queda de 7,5% na comparação anual (ou seja, com fevereiro do ano passado).
Subutilização
A pesquisa também avalia o total de subutilizados no mercado de trabalho, contingente que soma desempregados, trabalhadores que gostariam de trabalhar mais horas, que gostariam de trabalhar mas estavam impedidos por algum motivo e aqueles que chegaram a buscar emprego mas não queriam trabalhar.
Os subutilizados somaram 20,637 milhões de pessoas, ou seja, 3,4% a mais do que no trimestre anterior, mas 4,5% abaixo de fevereiro de 2023. A taxa de subutilização ficou em 17,8%, 0,5 ponto percentual acima de novembro mas 1 ponto percentual abaixo do ano anterior.
Rendimento
O rendimento real habitual de todos os trabalhos (R$ 3.110) cresceu 1,1% no trimestre e 4,3% no ano.
A massa de rendimento real habitual (R$ 307,3 bilhões) atingiu novo recorde da série histórica iniciada em 2012. Não houve variação significativa no trimestre, mas houve alta de 6,7% (mais R$ 19,3 bilhões) na comparação anual.
Agência Brasil
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O presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco, afirmou, nesta quarta-feira (27), que a avaliação mais positiva em quase 21 anos sobre o trabalho de senadores e deputados federais, divulgada pelo Instituto Datafolha, deve-se principalmente ao fato de que o Parlamento tem entregado marcos legislativos relevantes que proporcionam progresso para o país, “na vida real”, e reconhecidos pelos brasileiros.
O levantamento do Datafolha destacou que a atuação do Congresso Nacional obteve 22% de aprovação, com 53% que veem o trabalho dos parlamentares como regular e 23% dos entrevistados que desaprovam o trabalho dos congressistas. A série histórica do instituto, que afere a percepção sobre o trabalho de legislaturas, é realizada desde 1993.
Pacheco ressaltou ainda que pautas fundamentais para o Brasil continuarão sendo debatidas pelos parlamentares de maneira concreta.
— O Congresso vem trabalhando com muito vigor para entregar à sociedade pautas necessárias ao desenvolvimento do Brasil. Ao contrário de discussões vazias pelas redes sociais, que só servem para ampliar o ódio e passar a falsa impressão de trabalho, o Congresso tem histórico de serviços prestados. São entregas relevantes e concretas, dentro daquilo que verdadeiramente interessa ao Brasil. E a sociedade vem percebendo isso — destacou.
Como exemplo, o senador citou as aprovações das reformas tributária, trabalhista e política. Além da capitalização da Eletrobrás, da autonomia do Banco Central, de diversas leis na área de energia, da nova Lei de Falências e da nova Lei de Licitações. Ele relembrou ainda de marcos legislativos como o do Saneamento Básico, e a Lei da SAF, Sociedade Anônima do Futebol, fundamental para a recuperação financeira de muitos clubes brasileiros. Pacheco também citou projetos na área de cultura, como as leis Paulo Gustavo e Aldir Blanc, de combate ao racismo e que promovem igualdade entre mulheres e homens.
Na ótica do presidente do Senado, os problemas atuais do país, que ainda precisam ser superados, afetam a todos, independentemente de opções políticas ou ideológicas.
— E, acima de tudo, não podemos permitir que uma discussão sobre o combate à fome, ao desemprego, à falta de moradia, de saúde, de educação e de segurança seja colocada como uma questão de extrema-direita ou de extrema-esquerda. O Brasil é um só e os problemas dizem respeito a todos. A sociedade brasileira quer viver em paz, ter oportunidades e evoluir — frisou Pacheco.
O senador declarou ainda que o Parlamento precisa seguir nesta conduta. “Então, essas são situações que o Congresso vai enfrentar e continuar trabalhando para resolver, pois acredito que seja isso que os brasileiros e as brasileiras esperam do Parlamento”, reforçou.
Agência Senado
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