O Congresso da Argentina aprovou no início da sexta-feira (28) as medidas de reforma econômica propostas pelo presidente Javier Milei, dando a ele sua primeira grande vitória legislativa pouco mais de seis meses depois de assumir o cargo.
As discussões finais sobre o projeto de reforma primária de Milei e sua contrapartida fiscal começaram na quinta-feira na Câmara dos Deputados. Com a aprovação inicial já garantida, o foco do debate era o acordo sobre os detalhes finais antes de as medidas se tornarem lei.
A legislação, que oferece incentivos ao investimento, aborda a privatização de uma série de entidades estatais e reajusta os impostos, atingirá alguns dos principais objetivos estabelecidos por Milei, que venceu as eleições no ano passado prometendo recuperar a conturbada economia do país.
Em uma publicação nas redes sociais, o governo argentino comemorou a aprovação das reformas econômicas, criticando a oposição e seus "cúmplices habituais" por atrasar o projeto por meses.
Os dois projetos de lei foram alterados significativamente desde as versões iniciais do governo, que negociou para conquistar aliados no Congresso, onde tem apenas uma pequena minoria de assentos.
"O projeto sofreu uma redução significativa se você olhar para o original", disse a empresa de investimentos local Wise Capital. "Mas o partido governista conseguirá aprovar uma estrutura que lhe permita implementar as medidas que considera necessárias para reconstruir a economia argentina."
Milei, que herdou uma bagunça econômica com inflação de três dígitos, reservas líquidas negativas de moeda estrangeira e uma economia em declínio, concentrou-se fortemente em colocar as finanças do Estado em ordem com austeridade rigorosa. Ele teve sucesso em conter os aumentos de preços, reconstruir as reservas e registrar um superávit fiscal, embora a economia tenha sido duramente atingida.
Após as aprovações dos deputados em abril e dos senadores neste mês, a Câmara agora votará as mudanças feitas no Senado. Espera-se que ela aceite uma lista reduzida de empresas estatais a serem privatizadas e ajustes no plano de incentivo ao investimento.
No entanto, o governo espera restabelecer alguns artigos sobre tributação e bens pessoais que foram removidos no Senado.
Os parlamentares da oposição de centro-esquerda disseram que poderiam recorrer aos tribunais para impedir a entrada em vigor de certas leis que, segundo eles, beiram a "inconstitucionalidade".
Reuters
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O ex-CEO das Lojas Americanas Miguel Gutierrez foi preso nesta sexta-feira (28) em Madri. A informação foi publicada em primeira mão pelo Blog da Malu Gaspar, do jornal O Globo.
A Polícia Federal (PF) havia deflagrado na quinta a Operação Disclosure, contra as fraudes contábeis nas Lojas Americanas que, segundo as investigações, chegaram a R$ 25 bilhões. Foram expedidos mandados de prisão contra Gutierrez e Anna Christina Ramos Saicali, uma de suas diretoras -- esta segue foragida.
Miguel Gutierrez vive na Espanha desde que o escândalo da Americanas estourou, em janeiro de 2023. Seu nome e o de Saicali chegaram a ser incluídos na Difusão Vermelha da Interpol, a lista dos mais procurados do mundo.
Ainda não há informações sobre para qual prisão Gutierrez foi levado. O MPF pede a extradição do executivo. Segundo a Polícia Federal brasileira, ele foi localizado pelo Centro de Cooperação Policial Internacional (CCPI), que fica localizado na Superintendência da PF, no Rio de Janeiro.
O CCPI é uma unidade que promove a articulação entre diversas instituições policiais e atua em países como: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Espanha, Paraguai, Peru e Uruguai.
Resultados financeiros da Americanas
Segundo a investigação, os resultados financeiros da Americanas foram maquiados para demonstrar um falso aumento de caixa que valorizava artificialmente as ações da companhia na bolsa de valores brasileira, a B3.
A Polícia Federal afirma que Gutierrez vinha se empenhando em blindar seu patrimônio logo após deixar seu cargo na Americanas, "sabendo que o escândalo iria explodir".
Segundo as investigações, Gutierrez criou um "engenhoso esquema societário" que inclui o envio de diversas remessas de valores a offshores sediadas em paraísos fiscais. Offshores são rendimentos obtidos fora do Brasil, por meio de aplicações financeiras ou empresas no exterior.
À colunista Camila Bomfim, da GloboNews, o diretor-geral da PF, Andrei Passos Rodrigues, disse que a corporação sabe que Saicali está em Portugal. Ela segue foragida, e seu nome ainda está na lita da Interpol. As autoridades brasileiras e portuguesas já estão em contato, diz Rodrigues.
A defesa do executivo foi procurada pelo g1, mas não respondeu aos questionamentos.
Quem é Miguel Gutierrez
O ex-executivo nasceu em 1961, é brasileiro com dupla cidadania espanhola.
Gutierrez se formou em engenharia mecânica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e em economia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Também fez um programa de formação de lideranças nos Estados Unidos.
Começou sua carreira na Americanas em 1993, quando a companhia ainda era presidida por Carlos Alberto Sicupira, um dos acionistas de referência da empresa e parte do notório trio de bilionários, ao lado de Jorge Paulo Lemann e Marcel Herrmann Telles.
Ao longo de três décadas na companhia, Gutierrez passou por diversos setores e logo agradou aos bilionários, pois era focado em estratégias para corte de custos nas operações, segundo apuração da Bloomberg.
Gutierrez assumiu a presidência da Americanas 10 anos após seu ingresso na empresa, onde ficou até dezembro de 2022. Saiu porque renunciou ao cargo. Nestes 20 anos de comando, Gutierrez fez raras aparições públicas.
No seu lugar, entrou Sergio Rial, que havia feito carreira no banco Santander. O executivo ficou no cargo por apenas nove dias, e pediu demissão após identificar as fraudes contáveis nos balanços corporativos do grupo.
Como ocorria a fraude
De acordo com a PF, a fraude maquiou os resultados financeiros do conglomerado a fim de demonstrar um falso aumento de caixa e consequentemente valorizar artificialmente as ações das Americanas na bolsa.
Com esses números manipulados, segundo a PF, os executivos recebiam bônus milionários por desempenho e obtiam lucros ao vender as ações infladas no mercado financeiro.
A maquiagem foi detectada em pelo menos 2 operações:
A operação é fruto de investigação iniciada em janeiro de 2023, após a empresa ter comunicado a existência de “inúmeras inconsistências contábeis” e um rombo patrimonial estimado, inicialmente, em R$ 20 bilhões. Mais tarde, a Americanas revelou que a dívida chegava a R$ 43 bilhões.
Foram identificados vários crimes, como manipulação de mercado, uso de informação privilegiada (ou insider trading), associação criminosa e lavagem de dinheiro. Caso sejam condenados, os alvos poderão pegar até 26 anos de prisão.
A força-tarefa contou com procuradores do Ministério Público Federal (MPF) e representantes da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A atual administração do Grupo Americanas também contribuiu com o compartilhamento de informações da empresa.
"Disclosure", expressão utilizada pela Polícia Federal para designar a operação, é um termo do mercado de capitais referente ao fornecimento de informações para todos os interessados na situação de uma companhia e tem relação com a necessidade de transparência das empresas de capital aberto.
g1
Portal Santo André em Foco
O primeiro debate eleitoral de 2024 entre o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o ex-presidente Donald Trump na noite de quinta-feira (27) terminou em uma série de ataques pessoais e troca de ofensas.
Em um enfrentamento com uma série de ineditismos e que durou cerca de 1h40, os dois adversários se dedicaram a criticar os governos alheios, principalmente em pontos como imigração, guerra e economia -- esta foi a primeira vez que um presidente e um ex-presidente ficaram cara a cara em um debate eleitoral nos EUA.
Veja, abaixo, alguns dos destaques do debate, o primeiro também entre dois candidatos que já ocuparam a presidência dos Estados Unidos:
'Otário e perdedor'
Biden, que começou o debate morno e apático, começou a subir o tom de ataques ao adversário que marcou sua atuação no resto do enfrentamento ao falar de uma suposta crítica de Trump a veteranos de guerra.
O presidente acusou o adversário de já ter chamado veteranos de guerra de "otários e perdedores" e, ao falar de seu filho Beau Biden, que lutou no Iraque e morreu de câncer no cérebro em 2015, disse a Trump:
"Meu filho não é otário e perdedor. Você é um otário e um perdedor".
Trump exigiu um pedido de desculpas, que Biden não deu.
Traição a esposa grávida e outros ataques pessoais
Os dois candidatos também investiram em uma série de ataques pessoais ao longo do debate -- o que não costumava ser a estratégia de Biden em debates nas últimas eleições.
Joe Biden chamou Donald Trump de criminoso condenado e o acusou de fazer sexo com a ex-atriz pornô Stormy Daniels -- pivô do processo em que Trump foi condenado em maio -- enquanto sua então esposa estava grávida. O adversário negou.
Já Trump citou duas vezes o nome de Hunter Biden, filho de Joe Biden. No início de junho, Hunter foi condenado na Justiça em um caso envolvendo a compra de um revólver, enquanto lutava contra o vício em drogas.
O republicano também se referiu a Hunter Biden como "criminoso condenado".
Aborto
Como esperado, o tema do aborto entrou na pauta do debate, mas Trump avançou em argumentos antiaborto e disse informações falsas. Uma delas é a de que, segundo ele, democratas deixam que abortos sejam feitos "aos nove meses de gestação", o que é falso.
"Eles (democratas) fazem abortos aos oito meses, nove meses de gestação, até depois do nascimento".
Joe Biden voltou a prometer restaurar, caso reeleito, a lei que garantia o acesso universal ao aborto nos EUA, a chamada Roe contra Wade, derrubata pela Suprema Corte dos EUA em 2022.
Não especificou, no entanto, como fará isso -- é provável que ele enfrente forte resistência da ala conservadora do Congresso.
Já Trump garantiu que não proibirá o acesso às pílulas abortivas, mas acusou Biden a incentivar "abortos que são feitos aos nove meses de gestação".
Economia
O debate começou com um tema sensível para Biden: a inflação. Um dos moderadores questionou o presidente sobre o que ele tem a dizer a eleitores que sentem que a economia piorou na comparação com a gestão de Trump.
O presidente respondeu brevemente com o argumento de que o mundo pós-pandemia prejudicou a economia em diversos países e já partiu para atacar seu adversário, a quem acusou de causar uma situação de "caos" na economia.
Trump rebateu e acusou Biden de apenas favorecer economicamente imigrantes ilegais. "Os únicos empregos que ele criou foram para imigrantes ilegais", disse o ex-presidente, que repetiu também o discurso de que imigrantes que entram nos EUA de forma ilegal são "terroristas que estão vivendo em hotéis de luxo de Nova York" e acusou Biden de "simplesmente deixá-los entrar".
Biden, no debate, voltou a prometer reeditar a lei que garantia o direito nacional ao aborto nos EUA, a chamada Roe contra Wade, derrubada em 2022 pela Suprema Corte do país.
Resultado das eleições
Questionado sobre se aceitará resultado das eleições, Trump -- que é julgado por tentar reverter o resultado do pleito de 2020 -- tentou desviar da questão por duas vezes. Pressionado pela apresentadora do debate uma terceira vez, respondeu então que, "sem dúvida, vou aceitar o resultado das eleições se o resultado for justo e legal".
Biden, ao receber o direito de fala, disse duvidar de que Trump aceitaria esse resultado, "porque você um reclamão".
'Um palestino ruim'
Ao debater a guerra em Israel, Trump acusou Biden de não ter pulso firme na guerra entre Israel e Hamas e chamou o presidente de um "palestino ruim".
Trump disse ainda que vai terminar a guerra na Ucrânia antes mesmo de tomar posse, caso eleito.
Idade
A questão da idade do presidente, de 81 anos, foi também explorada por Trump, que já vinha investindo no argumento de que Biden sofre de lapsos de memória, o que o presidente nega. Biden e Trump, de 78 anos, são também os dois candidatos à presidência dos EUA mais velhos da história do país.
No bloco final do debate, os candidatos foram questionados pelos apresentadores sobre o que diriam a eleitores preocupados com a capacidade de governar com o passar dos anos.
A resposta de ambos foi um dos poucos momentos cômicos do debate.
Biden foi breve e disse que "este cara tem só três anos a menos que eu, e é muito menos competente".
Já Trump, como argumento a favor de sua vitalidade, alegou que "já passei em testes cognitivos" e ganhou campeonatos de golfe "que não eram só para idosos". Disse que Biden o desafiou no esporte mas "não consegue acertar uma bola a 50 jardas".
Em resposta, Biden disse que aceitaria jogar "se você não conseguir carregar sua bolsa (de tacos de golfe)".
Os dois, então, travaram uma disputa sobre quem tem melhor "handicap" (avaliação do nível de um jogador), até serem interrompidos pelos apresentadores.
Reedição de 2020
O tom agressivo do debate desta noite reeditou os históricos enfrentamentos travados por Biden e Trump em 2020, quando os dois também concorreram à presidência.
Em debates daquele ano, os dois adversários protagonizaram longos bate-bocas. O ex-presidente republicano interrompeu diversas vezes o democrata, que chegou a mandar o adversário "calar a boca".
Biden, que venceu o pleito na ocasião, seguiu a estratégia de tentar descredibilizar o adversário e suas falas, ignorando Trump e falando diretamente para as câmeras.
Regras
Neste ano, a organização do debate estabeleceu uma série de regras para tentar evitar interrupções e que os candidatos falem fora de hora, além da interferência de terceiros. Entre elas, estão:
Microfones desligados -- pela 1ª vez, o debate entre candidatos dos EUA teve microfones silenciados enquanto o adversário tiver a palavra;
Sem acessórios -- os candidatos não puderam levar papéis, pastas ou qualquer outro acessório para auxiliá-los no debate;
Também não houve público, nem jornalistas. Apenas os dois moderadores estiveram com os candidatos no auditório;
Estavam previstos dois intervalos comerciais, e, nesses momentos, os candidatos não puderam ter nenhum contato com assessores.
g1
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Cerca de 5,75 milhões de contribuintes receberão R$ 8,5 bilhões em restituições do Imposto de Renda de Pessoa Física nesta sexta-feira (28). Segundo a Receita Federal, esta leva de restituições são destinadas a contribuintes prioritários. O pagamento da restituição será depositado na conta bancária informada na declaração, de forma direta ou pela chave Pix indicada.
“Se, por algum motivo, o crédito não for realizado (por exemplo, a conta informada foi desativada), os valores ficarão disponíveis para resgate por até um ano no Banco do Brasil”, informou o Ministério da Fazenda. Neste caso, basta ao contribuinte reagendar o crédito por meio do Portal BB ou ligando para a central de relacionamento BB nos telefones 4004-0001 (capitais), 0800-729-0001 (demais localidades) e 0800-729-0088 (telefone especial exclusivo para deficientes auditivos).
Entre os 5.755.667 contribuintes prioritários que receberão esta leva de restituição, 140.360 têm idade acima de 80 anos; 1.024.071 têm idade entre 60 e 79 anos; 66.287 contribuintes com alguma deficiência física ou mental ou moléstia grave; 459.444 contribuintes cuja maior fonte de renda seja o magistério; e 3.812.767 contribuintes que não possuem prioridade legal, mas que receberam prioridade por terem utilizado a Declaração Pré-preenchida ou optado por receber a restituição via Pix.
Foram também contemplados 252.738 contribuintes do Rio Grande do Sul, que foram priorizados em razão do estado de calamidade já decretado devido às enchentes que, desde abril, assolam o estado.
Para saber se a restituição está disponível, acesse a página Consultar a Restituição no site da Receita Federal.
“Caso o contribuinte não resgate o valor de sua restituição no prazo de um ano, deverá requerê-lo pelo Portal e-CAC, disponível no site da Receita Federal, acessando o menu Declarações e Demonstrativos > Meu Imposto de Renda e clicando em ‘Solicitar restituição não resgatada na rede bancária’”, informou o ministério.
Agência Brasil
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O Conselho de Administração da Petrobras elegeu três novos diretores para a empresa: Renata Baruzzi será diretora-executiva de Engenharia, Tecnologia e Inovação; Sylvia dos Anjos assumirá a diretoria-executiva de Exploração e Produção; e Fernando Melgarejo passará a comandar a diretoria-executiva Financeira e de Relacionamento com Investidores.
Os nomes foram escolhidos em reunião nesta sexta-feira (28). Eles se somam a Clarice Coppetti (diretora executiva de Assuntos Corporativos) e à presidente Magda Chambriard na composição da diretoria executiva da Petrobras.
Com isso, a diretoria executiva da empresa passará a ter quatro mulheres, pela primeira vez na história. O recorde anterior era de duas mulheres atuando simultaneamente.
Renata e Sylvia já assumiram o cargo nesta sexta-feira, enquanto Melgarejo aguardará conclusão de seu processo de aposentadoria como servidor do Banco do Brasil, previsto para 15 de julho, para tomar posse no cargo.
Renata Baruzzi é formada em Matemática pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e tem especializações nas áreas de Gestão Estratégica de Tecnologia e Administração. É funcionária da Petrobras há 38 anos e gerenciava a área de Gestão Integrada de Logística.
Sylvia dos Anjos é formada em Geologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e tem mestrado e doutorado na área, pela University of Illinois. É aposentada da Petrobras e possui mais de 42 anos de experiência na área de exploração e produção. Antes de assumir a diretoria, era consultora especial da presidência da empresa.
Já Fernando Melgarejo é formado em Ciências Econômicas pela União Educacional de Brasília (Uneb) e tem mestrado em Economia de Empresas pela Fundação Getulio Vargas (FGV). É diretor de Participações do fundo de previdência do Banco do Brasil, o Previ, desde 2022.
Agência Brasil
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As contas públicas fecharam o mês de maio com déficit de R$ 63,9 bilhões. Em maio do ano passado, o resultado primário do setor público estava em R$ 50,2 bilhões. De acordo com as estatísticas fiscais divulgadas nesta sexta-feira (28) pelo Banco Central, os governos central, regionais e as empresas estatais apresentaram déficits de R$ 60,8 bilhões, R$ 1,1 bilhão, e R$ 2,0 bilhões, respectivamente.
O déficit primário representa o resultado das contas do setor público (despesas menos receitas), desconsiderando o pagamento dos juros da dívida pública. No acumulado do setor público entre janeiro e maio de 2024 chegou ao déficit de R$ 362,5 bilhões (7,83% do Produto Interno Bruto - PIB). No mesmo período de 2023, o resultado foi também deficitário, em R$ 268 bilhões (6,11% do PIB).
Segundo a autoridade monetária, o déficit acumulado do setor público consolidado em 12 meses é R$ 280,2 bilhões, o que corresponde a 2,53% do PIB. Se comparado ao acumulado de 12 meses fechados em abril, esse valor representa um aumento de 0,11 ponto percentual (p.p.) do PIB.
Juros nominais
O gasto do setor público não financeiro com juros nominais em maio ficou consolidado em R$ 74,4 bilhões em maio de 2024, ante aos R$ 69,1 bilhões registrados em maio de 2023.
Em 12 meses, tendo como base o mês de maio, os juros nominais acumulados chegaram a R$ 781,6 bilhões (7,04% do PIB). No mesmo período de 2023, esses valores estavam em R$ 695,6 bilhões (6,64% do PIB).
O resultado nominal do setor público consolidado (resultado primário e juros nominais apropriados) foi negativo em R$138,3 bilhões em maio. Com isso, no acumulado em 12 meses, o déficit nominal chega a R$1,062 trilhões (9,57% do PIB). No acumulado de 12 meses encerrado em abril de 2024, o déficit nominal estava em R$ 1,04 trilhões (9,45% do PIB).
Dívida
Segundo o BC, a Dívida Líquida do Setor Público ((balanço entre o total de créditos e débitos dos governos federal, estaduais e municipais) atingiu 62,2% do PIB (R$6,9 trilhões) em maio, o que corresponde a uma alta de 0,7 (ponto percentual) p.p. do PIB no mês.
“Esse resultado refletiu em especial nos impactos dos juros nominais apropriados (aumento de 0,7 p.p.), do déficit primário (aumento de 0,6 p.p.), da desvalorização cambial de 1,3% no mês (redução de 0,2 p.p.), dos demais ajustes da dívida externa líquida (redução de 0,2 p.p.), e da variação do PIB nominal (redução de 0,3 p.p.)”, disse BC.
No ano, a Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) elevou-se em 1,2 p.p. do PIB, “em função, sobretudo, dos impactos dos juros nominais (aumento de 3,2 p.p.), do reconhecimento de dívidas (aumento de 0,2 p.p.), do efeito do crescimento do PIB nominal (redução de 1,3 p.p.) e do efeito da desvalorização cambial de 8,3% acumulada no ano (redução de 0,9 p.p.)".
A Dívida Bruta do Governo Geral (governo federal, INSS e governos estaduais e municipais) registrada em maio chegou a 76,8% do PIB (R$ 8,5 trilhões). O resultado corresponde a um aumento de 0,5 p.p. do PIB em relação ao mês anterior.
“Esse aumento decorreu principalmente dos juros nominais apropriados (aumento de 0,6 p.p.), das emissões líquidas (aumento de 0,1 p.p.), do reconhecimento de dívida (aumento de 0,1 p.p.) e da variação do PIB nominal (redução de 0,4 p.p.). No ano, o aumento de 2,4 p.p. do PIB decorreu principalmente da incorporação de juros nominais (aumento de 3,2 p.p.), da emissão líquida de dívida (aumento de 0,4 p.p.), da desvalorização cambial (aumento de 0,3 p.p.) e do crescimento do PIB nominal (redução de 1,6 p.p.)”, informou BC.
Agência Brasil
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A taxa de desocupação no trimestre encerrado em maio ficou em 7,1%, alcançando o menor patamar para o período desde 2014. O índice representa um recuo em relação ao trimestre móvel anterior, terminado em fevereiro, quando marcou 7,8%. Além disso, fica abaixo do nível registrado no mesmo período de 2023, quando era 8,3%.
Se comparados com todos os trimestres da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, iniciada em 2012, o indicador é o menor desde o período de três meses encerrado em janeiro de 2015. Na época, a taxa ficou em 6,9%. O menor índice já registrado foi 6,6% no fim de 2014.
Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento aponta que, em maio, a população desocupada - pessoas com 14 anos ou mais de idade que não tinham trabalho e procuravam emprego – era de 7,8 milhões. Isso representa uma diminuição de 751 mil pessoas em relação ao trimestre encerrado em fevereiro de 2024 e de 1,2 milhão em comparação ao trimestre encerrado em maio de 2023.
A Pnad apura todas as formas de ocupação, seja emprego com ou sem carteira assinada, temporário e por conta própria, por exemplo.
Ocupados
A população ocupada chegou a 101,3 milhões de pessoas, um recorde da série histórica do IBGE. Esse contingente é 1,1 milhão superior ao do trimestre encerrado em fevereiro e 2,9 milhões acima do registrado no mesmo período de 2023.
De acordo com a coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE, Adriana Beringuy, “o crescimento contínuo da população ocupada tem sido impulsionado pela expansão dos empregados, tanto no segmento formal como informal. Isso mostra que diversas atividades econômicas vêm registrando tendência de aumento de seus contingentes”.
Para ilustrar a avaliação, o número de empregados com carteira assinada (38,3 milhões) foi recorde. “Esse recorde não acontece de uma hora para outra. É fruto de expansões a cada trimestre”, diz Adriana Beringuy.
O contingente de empregados sem carteira também foi o maior já registrado (13,7 milhões).
Na passagem de três meses, se destacaram na criação de vagas os grupamentos de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde e serviços sociais (4,4%, ou mais 776 mil pessoas). Apresentaram redução os setores de transporte, armazenagem e correio (2,5%, ou menos 146 mil pessoas). Os demais grupamentos não tiveram variações significativas.
Recorde na massa salarial
O rendimento médio dos trabalhadores no trimestre encerrado em maio ficou em R$ 3.181, estável em relação ao trimestre anterior (R$ 3.161) e 5,6% maior na comparação anual. Esse valor é o mais alto já registrado para um trimestre encerrado em maio. Quando a comparação é geral, é o maior desde o outubro de 2020.
“Em 2020 havia rendimento elevado, mas com perda de população ocupada”, explica Adriana, se referindo ao período em que a economia sofria efeitos da pandemia, que forçaram o corte de postos de trabalho de menor remuneração e informais, principalmente.
A massa de rendimentos, que é o total de renda que os trabalhadores recebem, atingiu o recorde de R$ 317,9 bilhões. Esse valor funciona como um combustível para movimentar a economia, seja com consumo ou poupança.
A taxa de informalidade foi 38,6% da população ocupada, o que representa 39,1 milhões de trabalhadores informais. No trimestre anterior o índice era de 38,7 % e, um ano atrás, de 38,9%.
Esse grupamento informal inclui, principalmente, empregados sem carteira, empregador e trabalhador por conta própria sem CNPJ.
Contribuição para a previdência
A pesquisa do IBGE revelou que o país alcançou recorde no número de trabalhadores com contribuição para a previdência social. Foram 66,171 milhões no trimestre encerrado em maio. Esse volume tem crescido seguidamente desde o início de 2023.
Esse dado representa que 65,3% dos trabalhadores contribuíram para a previdência no trimestre terminado em maio. O maior patamar registrado foi 66% no início de 2016.
Agência Brasil
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O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse nesta sexta-feira (28) que o "monstro não está morto" ao se referir a movimentos antidemocráticos.
Pacheco também afirmou que recebe com "muita alegria" elogios vindos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que, segundo ele, é um político que preza pela democracia.
Nesse contexto, o presidente do Senado relembrou dos atos antidemocráticos do 8 de janeiro — quando as sedes dos Três poderes foram invadidas e depredadas.
Pacheco citou também o episódio na Bolívia, nesta semana, quando em uma tentativa frustrada de golpe, o ex-comandante do Exército do país Juan José Zúñiga e soldados aliados invadiram o Palácio Quemado, antiga sede do governo, mas acabaram desmobilizados.
"Há dois anos tivemos problema de atentado à democracia. Na Bolívia essa semana tivemos violação democrática em um país. Portanto, esse monstro não está morto. Nós precisamos constantemente trabalhar em defesa da democracia", disse Pacheco.
A declaração foi dada durante evento do governo federal de investimentos para Minas Gerais. Lula está no estado desde esta quinta-feira (27), onde cumpre agenda.
Aproximação entre Pacheco e Lula
Mais cedo, em entrevista à rádio FM O Tempo, Lula elogiou o presidente do Senado que, na sua opinião, atualmente "é a figura pública mais importante de Minas Gerais".
O presidente da República foi questionado sobre uma eventual candidatura de Pacheco ao governo mineiro, em 2026.
"Acho que ele tem todas as condições de fazer disputar eleitoral e ganhar as eleições", afirmou Lula.
Lula e Pacheco se aproximaram nos últimos anos. E estiveram juntos em Minas em outros eventos do governo, cumprindo agenda.
Durante a entrevista dada à rádio, Lula também disse que o governo federal está disposto a negociar a dívida R$ 170 bilhões de Minas Gerais.
A expectativa é que Pacheco apresente na próxima segunda (1º) um projeto com objetivo de reduzir os juros de pagamento dos débitos.
Isso ocorrerá se os estados entregarem ao governo federal ativos que possuem em empresas e investirem em segurança, por exemplo.
Na ocasião, o presidente da República fez críticas ao governo de Minas Gerais, e afirmou que o estado "não pode simplesmente ficar sem pagar [a dívida] e ter como prêmio o não pagamento".
g1
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O governo federal publicou em edição extra do "Diário Oficial da União" desta sexta-feira (28) a medida provisória que estabelece a retomada da taxação de importações de até US$ 50 a partir de 1º de agosto
O texto deixa claro que o imposto federal não incidirá sobre medicamentos comprados por pessoas físicas.
O presidente Lula sancionou nesta quinta-feira (27) a lei que estabelece a cobrança do imposto de importação para compras internacionais de até US$ 50. Embora tenha sancionado, Lula era crítico da medida, que classificou como irracional.
A taxação foi estabelecida pelo Congresso Nacional após pressão do setor produtivo sobre deputados e senadores.
A crítica era de que, com a isenção, os produtos comprados no exterior, principalmente na China, ingressavam no país mais baratos — prejudicando a geração de empregos no país.
"O Congresso Nacional teve enorme sensibilidade e compreendeu que não faz nenhum sentido ter uma política de favorecimento de produtos vindos do exterior em detrimento dos produzidos e vendidos no Brasil", avaliou o presidente do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), Jorge Gonçalves Filho.
No ano passado, segundo dados da Receita Federal, os consumidores brasileiros gastaram R$ 6,42 bilhões em um total de pouco mais de 210 milhões de encomendas internacionais. A maior parte dos pacotes não pagou imposto de importação.
Pela regra anterior à sanção presidencial, essas compras estavam sujeitas apenas à incidência do ICMS, um imposto estadual. O novo texto inclui no preço, antes do ICMS, um imposto de importação de 20% sobre o valor da compra.
A nova taxa
Desde agosto do ano passado, o governo vinha isentando as compras internacionais feitas na internet de até US$ 50. A medida foi implementada por uma portaria publicada em junho de 2023 pelo Ministério da Fazenda.
De acordo com as regras, as empresas que aderissem ao programa Remessa Conforme, da Receita Federal, e recolhessem o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), estariam isentas da cobrança.
Com a sanção do projeto, os produtos importados passarão em agosto a ser taxados duas vezes, com o novo imposto federal e com o ICMS. Serão cobradas duas alíquotas diferentes.
Na prática, será dado um desconto de US$ 20 para compras acima de US$ 50, de modo a abater a tributação dos primeiros US$ 50 de compra.
Numa compra de US$ 60, por exemplo hoje a taxa seria de US$ 36 (60%). Mas, a partir de agosto:
Hoje em dia, essa compra pagaria um imposto de US$ 1.800. Com a nova regra, vai pagar US$ 1.780.
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O presidente Lula empoderou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante a reunião do Conselhão nesta quinta-feira (28).
Essa é a avaliação de empresários presentes ao encontro – que, mais uma vez, foram alvo de reclamações do presidente da República. Para esses empresários, a sinalização de Lula a favor de Haddad tem efeito positivo para a economia e tende a acalmar o mercado em breve.
Em mais de uma oportunidade, durante sua fala, Lula fez gestos de apoio na direção de seu ministro da Fazenda, o que acaba também sendo uma sinalização para aqueles que, dentro do próprio governo, estavam querendo minar Haddad.
A ala política aproveitou os últimos episódios, vistos como indícios de enfraquecimento do ministro da Fazenda, para pressionar o Ministério da Fazenda a deixar de lado qualquer tentativa de fazer cortes.
Nesta quinta, Lula manteve sua defesa dos gastos sociais e dos investimentos em infraestrutura. Mas ressaltou que não se pode gastar mais do que se arrecada, citando um conselho que sua mãe lhe dava.
O empresariado entendeu que foi a forma de Lula dizer que haverá espaço para fazer corte de despesas – algo que Lula nunca negou, mas também nunca defendeu como prioridade de governo.
Ou seja: aqueles que estavam apostando no enfraquecimento de Fernando Haddad receberam o recado claro de Lula de que ele segue sendo seu principal ministro.
Críticas ao mercado
Durante a reunião do Conselhão, Lula voltou a fazer novas críticas ao mercado.
Disse que ele gosta de especular, muitas vezes sem motivo algum, não tendo nenhuma preocupação com a parcela mais pobre da população.
Por outro lado, emitiu sinais para a plateia de que tem um interlocutor no sistema financeiro: o presidente da Febraban, Isaac Sidney, citado por Lula em sua fala mais de três vezes.
Isaac foi um dos escolhidos para falar durante a reunião do Conselhão, reforçando a importância de fortalecer o ministro da Fazenda para afastar as turbulências da economia.
O empresariado gostou do que ouviu, por entender que esta é a forma do presidente se comunicar politicamente. Mas fez ressalvas, é claro, às falas mais duras de Lula, incluindo o momento em que o presidente sinalizou despreocupação com o tamanho da dívida pública do país.
Lula disse que, em comparação com as dívidas dos Estados Unidos, Japão, Alemanha e Itália, "a dívida brasileira é troco".
A dívida pública do Brasil realmente é menor, mas seu custo de financiamento é muito maior proporcionalmente, porque a taxa de juros aqui é muito mais alta.
Além disso, o mercado tem receios de que o Brasil, como já fez no passado, deixe de pagar sua dívida.
g1
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