Fevereiro 06, 2025
Arimatea

Arimatea

O presidente Jair Bolsonaro informou, na manhã desta quarta-feira em Tóquio, no Japão, que conversou com o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, para as Forças Armadas estarem preparadas para o caso de manifestações nas ruas no Brasil, como ocorre atualmente no Chile. Indagado sobre previsão de certos analistas de que o próximo país a sofrer turbulências nas ruas pode ser o Brasil, o presidente respondeu:

— Nos preparamos. Conversei com o ministro de Defesa sobre a possibilidade de ter movimentos como tivemos no passado, parecidos com o que está acontecendo no Chile, e logicamente essa conversa, ele leva a seus comandantes, e a gente se prepara para usar o artigo 142 (sobre as Forças Armadas), que é pela manutenção da lei e da ordem, caso eles venham a ser convocados por um dos três poderes —disse o presidente, ao conversar com alguns jornalistas depois do café da manhã.

Jair Bolsonaro disse que não se pode ser surpreendido.

— Apesar de as Forças Armadas estarem o tempo todo preparadas nas suas atividades constitucionais, essa também não deixa de ser. Logicamente, tem que ser potencializada no momento em que se encontra a America do Sul.

Para o presidente, o que acontece atualmente na América do Sul são movimentos de esquerda para tentar conquistar o poder.

— Não podemos ser surpreendidos, temos que ter a capacidade de nos antecipar a problemas — disse, acrescentando: — A intenção deles é atacar os EUA e se auto ajudarem para que seus partidos à esquerda tenha ascensão. Dinheiro nosso brasileiro, do BNDES, irrigou essa forma de fazer política.

Lei antiterrorismo mais dura

O presidente Jair Bolsonaro disse que “se a pena for dura” vai inibir ações violentas, como as que acontecem no Chile, ao ser indagado sobre reforma da lei antiterrorismo no país. O presidente ressaltou que o Brasil não está livre de ter problemas semelhante ao do país andino e defendeu mudança no texto.

— No passado botaram uma virgula na definição de atos terroristas, exceto movimentos sociais. Isso não pode acontecer — disse o presidente na saída do encontro com representantes da comunidade brasileira no Japão.

Bolsonbaro usou também o caso do Ceará como exemplo e contou que, há poucas semanas, conversou com o governador Camilo Santana (PT) sobre o onda de violência no estado nordestino.

— Conversei com Camilo, que está na segunda crise de violência em seu estado (Ceará), e chegamos á conclusão de que, se lá no passado, aqueles que tocaram fogo em viaturas, depredando patrimônio, fossem enquadrados numa lei de terrorismo, estariam presos. E quase todos que participaram daqueles atos no passado foram postos em liberdade, e alguns ainda estão presos, fazem parte desses grupos que anteriormente praticaram esses atos. Então, é preciso colocá-los na cadeia — disse.

Pouco antes, em discurso diante da comunidade brasileira, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, acusou movimentos de esquerda de conturbarem países na América Latina para tentarem voltar ao poder.

— Na América do Sul estamos vivendo um momento difícil em que a esquerda radical, desesperada com a perda de poder, vai jogar todas as suas fichas na mesa para conturbar a vida dos países sul-americanos e tentar retornar ao poder de qualquer maneira e nos jogar no abismo que nós paramos na porta — afirmou o general.

No dia anterior, o presidente afirmara que um país tranquilo na região era a Argentina, pela tendência de vitória do ''pessoal da Cristina''. Hoje, ele voltou a manifestar preocupação com essa possibilidade.

— Esperamos que a Argentina escolha um presidente que esteja afinado conosco, como estava, em especial no livre comércio, em defesa da democracia, e não interferência em outros países. E acrescentou: — É isso que estamos preocupados (com a situação) em quase todos os países da América do Sul. 'O ultimo país em ebulição é o Chile, e o senador Humberto Costa, apesar da estatura dele, um senador anão, não deixa de estimular as massas para o confronto'.

Em resposta a Bolsonaro, o senador Humberto Costa (PT-PE) afirmou ao GLOBO que não teve intenção de incitar nenhum tipo de revolta semelhente ao que ocorre no Chile, mas que acredita que o governo atual não chegará ao fim do mandato por conta dos erros que vem sendo cometidos.

— Anão pode ser ele. Pode até na estatura ser alto, mas quem é dono de uma pequenez política, de uma visão pequena de Brasil e de mundo é ele. E quando eu me referi ali a dizer que os dias do governo dele estavam contados, não é porque nós estamos propondo nenhum tipo de revolta como aquela. É porque eu acredito que esse governo não termina. O governo já cometeu vários crimes de responsabilidade, já há vários pedidos de impeachment, foi esse o sentido que eu quis dar. Eu acho que no Brasil as coisas vão mudar com eleição. Aqui nós estamos mais para o que está acontecendo na Argentina do que qualquer outra coisa. Agora, eu não tenho certeza se ele termina o governo — afirmou Costa.

O Globo
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A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou nesta terça-feira (22), em uma reunião de 30 minutos, o relatório do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) sobre a reforma da Previdência.

O relatório incorporou mudanças sugeridas ao texto após a aprovação da matéria em primeiro turno. A proposta de emenda à Constituição (PEC) agora vai ao plenário, para votação em segundo turno, em sessão marcada para a tarde desta terça. Com isso, ficará concluída a tramitação da PEC no Congresso.

No primeiro turno, a proposta foi aprovada no Senado por 56 votos a 19. A PEC exige votação em dois turnos tanto pela Câmara quanto pelo Senado. Antes de o plenário apreciar o texto, é obrigatória a emissão de parecer, pela CCJ, sobre as emendas.

Para ser aprovada em definitivo pelo Senado, a proposta precisa dos votos favoráveis de pelo menos 49 senadores no plenário. Depois, a emenda será promulgada em sessão do Congresso e fará parte da Constituição.

Inicialmente, o relator Tasso Jereissati acolheu em seu parecer uma emenda de redação (sugestão de alteração na redação do texto) e propôs outra.

Durante a reunião da CCJ, foi construído um acordo com a oposição, e o relator acatou mais duas emendas da oposição. A votação foi simbólica, sem placar de votos, devido ao acordo. Ao todo, foram apresentadas 11 sugestões pelos parlamentares. Tasso acolheu quatro emendas

Na tramitação em segundo turno, o conteúdo da proposta não pode ser alterado. Senadores só podem apresentar emendas de redação, que mexem no texto, mas não no conteúdo da reforma.

Mas ainda há possibilidade de o plenário retirar trechos da PEC por meio de destaques, o que pode reduzir a economia prevista com a reforma, de R$ 800 bilhões.

Entre outros pontos, o texto estabelece idade mínima de aposentadoria para homens (65 anos) e mulheres (62 anos).

Emendas acolhidas

A reforma da Previdência não contempla servidores estaduais nem municipais, somente trabalhadores da iniciativa privada e servidores federais.

Uma emenda de redação acolhida pelo relator trata da adoção, por estados e municípios, das novas regras da Previdência.

Para aderirem às regras de aposentadoria previstas na PEC, estados e municípios terão de criar legislação própria, uma lei local.

A emenda estabelece que regras de transição e reformas anteriores não serão aceitas e que os entes da federação precisarão aprovar legislação local para ter acesso à nova reforma.

O ajuste feito pela emenda adapta apenas os artigos da PEC relativos aos estados e municípios à necessidade de nova legislação.

A mudança foi feita para que dispositivos que não têm relação com servidores estaduais e municipais fossem estendidos a eles, ou seja, nem todas as regras da PEC valerão para essas categorias.

A emenda proposta pelo relator substitui três expressões do texto. Nas duas primeiras, Tasso Jereissati deixa claro que em caso de déficit atuarial, a contribuição dos aposentados e pensionistas poderá incidir sobre o valor de dois tipos de benefício, pensão e aposentadoria, desde que esse supere o salário mínimo. O déficit atuarial consiste na diferença negativa entre os bens e direitos e as obrigações do regime previdenciário.

A PEC prevê que para custear o sistema previdenciário, União, estados e municípios têm direito de cobrar contribuições de seus servidores ativos, dos aposentados e dos pensionistas.

Essas contribuições poderão ter alíquotas progressivas. Segundo a proposta, há duas soluções para resolver o déficit atuarial: a contribuição que incidirá sobre pensões e aposentadorias se essas forem maiores que o valor do salário mínimo; e a criação de uma "contribuição extraordinária" paga por servidores ativos, aposentados e pensionistas.

A terceira expressão mudada está em artigo da PEC que trata das alíquotas de contribuição. A reforma da Previdência muda as alíquotas de contribuição previdenciária, tanto do regime geral quanto do regime próprio.

As novas alíquotas incidem sobre faixas de remuneração. Segundo o texto, até que entre em vigor uma lei fixando os percentuais as alíquotas, elas serão divididas em oito faixas, aplicáveis sobre o salário de contribuição:

  • até um salário mínimo: 7,5%
  • mais de um salário mínimo até R$ 2 mil: 9%
  • de R$ 2.000,01 a R$ 3 mil: 12%
  • de R$ 3.000,01 a R$ 5.839,45: 14%
  • de R$ 5.839,46 a R$ 10 mil: 14,5%
  • de R$ 10.000,01 a R$ 20 mil: 16,5%
  • de R$ 20.000.01 a R$ 39 mil: 19%; e
  • acima de R$ 39.000,01: 22%

A emenda esclarece que essas regras com as alíquotas serão aplicadas a aposentados e pensionistas (pelo Executivo, Judiciário e Legislativo).

O percentual incidirá sobre aposentadorias e pensões que superem o limite máximo para os benefícios do Regime Geral de Previdência.

Atualmente, o teto dos benefícios pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) é de R$ 5.839,45 enquanto o piso é igual ao salário mínimo nacional, fixado em R$ 998 por mês.

Outra emenda acatada por Tasso estabelece que servidores que trabalhem "expostos a agentes nocivos químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde" terão direito à aposentadoria, desde que tenham contribuído por, no mínimo, 15 anos. Nessa sugestão, foi acrescentada a expressão "no mínimo", que antes não constava na PEC.

A aposentadoria especial nesses casos varia de acordo com a idade e depende do tipo de agente nocivo a que o trabalhador foi exposto. O tempo de contribuição necessário pode ser de 15 anos, 20 anos ou 25 anos.

A reforma prevê três regras de transição para a aposentadoria por tempo de contribuição para o setor privado (INSS) – o trabalhador poderá optar pela forma mais vantajosa. Uma outra regra de transição será implementada para os servidores públicos.

A última emenda muda a redação do trecho da proposta da regra de transição que utiliza a chamada fórmula 86/96.

O trabalhador deverá alcançar uma pontuação que resulta da soma de idade mais o tempo de contribuição. Para homens, hoje esta pontuação é de 96 pontos e, para mulheres, de 86 pontos, respeitando um mínimo de 35 anos de contribuição para eles, e 30 anos para elas.

A transição prevê aumento de um ponto a cada ano. Para homens, deve alcançar 105 pontos em 2028. Para mulheres, deve chegar a 100 pontos em 2033.

'PEC paralela'
Passada a análise da PEC, o Senado continuará debatendo a Previdência, mas por meio de outro texto, a chamada "PEC paralela".

Entre outros pontos, a proposta viabiliza a adesão de estados e municípios às regras previstas para servidores federais na PEC principal.

A "PEC paralela" prevê também outras formas de receita, além de mudanças no texto da reforma aprovado pela Câmara. O relator da paralela também é o senador Tasso Jereissati, que deverá ler seu parecer sobre o texto nesta quarta-feira (23) na CCJ. O projeto pode gerar economia de até R$ 500 bilhões em 10 anos.

A presidente da comissão, Simone Tebet (MDB-MS), prevê que a proposta será votada pelo Senado, inclusive pelo plenário, na primeira quinzena de novembro.

Segundo Tebet, nesta quarta (23), o relator vai ler o seu relatório na CCJ em relação às emendas apresentadas à PEC Paralela. Em seguida, segundo ela, seá concedida vista (mais tempo para análise do texto) coletiva por um período de pelo menos uma semana.

"Pelo calendário oficial, sem acordo, já é possível até o dia 19 de novembro, termos a aprovação da PEC Paralela. Mas, com acordo, que eu acredito ser possível, nós poderemos fechar esta questão na primeira quinzena de novembro", disse Tebet.

G1
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A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou o ex-ministro G eddel Vieira Lima (MDB-BA) e seu irmão, o ex-deputado Lúcio Vieira Lima (MDB-BA,) pelos delitos de lavagem de dinheiro e associação criminosa no processo dos R$ 51 milhões encontrados em um "bunker" em Salvador em 2017. A Corte ainda vai votar a dosimetria, ou seja, o cálculo da pena.

Mesmo depois de concluída essa etapa, isso não significa que a pena já poderá ser executada. A praxe na Corte é esperar a publicação do acórdão, que é uma espécie de resumo do que foi decidido, e o julgamento de um recurso chamado embargos de declaração. Geddel já está atrás das grades em razão de uma ordem de prisão preventiva.

Todos os cinco ministros da Segunda Turma — o relator Edson Fachin, o revisor Celso de Mello, mais Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Cármen Lúcia — votaram para condenar os irmãos por lavagem de dinheiro.

— Não merece subsistir a tese sustentada pela defesa quando alega que qualquer pessoa poderia ter entrado no apartamento de posse na chave, já que não houve recibo de entrega nem havia qualquer procedimento de controle ou identificação na portaria do prédio. De fato, embora a defesa se baseie em juízo de possibilidade, as provas apontam para direção distinta. Nesse sentido, além dos depoimentos prestados pelas testemunhas, é importante destacar que as impressões digitais de Geddel Vieira Lima, Gustavo Ferraz e Job Brandão foram encontradas nos sacos plástico onde o dinheiro estava condicionado, conforme demonstrado em laudo da perícia papiloscópica — disse Gilmar na sessão desta terça-feira.

Dos cinco ministros, Lewandowski e Gilmar votaram para absolvê-los do delito de associação criminosa. Lewandowski destacou que dois pertencem à mesma família. Assim, não é possível dizer que se associaram para cometer crimes.

— No presente caso, a permanência e estabilidade do vínculo entre acusados decorre da relação familiar, caracterizada por laços de consanguinidade existente entre eles. Trata-se de uma sociedade natural, cujos membros constituem uma família. No ponto, importa considerar que nada há nos autos que permita concluir que o relacionamento dos acusados se deva ao propósito de praticar ilícitos penais. Constituem uma família — disse Lewandowski.

O placar estava empatado em dois a dois, quando houve o último voto, da ministra Cármen Lúcia, o terceiro pela condenação pelo delito de associação criminosa.

— Me pareceu comprovado sem sombra dúvida razoável que teriam se associado de forma estável e permanente para a prática dos cries de lavagem de dinheiro, superando portanto as observações, ponderações e divergências apresentadas — disse Cármen Lúcia.

Por unanimidade, a Segunda Turma também absolveu o ex-assessor Job Ribeiro Brandão e o empresário Luiz Fernando Machado da Costa Filho, que eram acusados de ajudarem os políticos a ocultar o dinheiro no apartamento em Salvador.

Segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), os R$ 51 milhões têm origem criminosa: propinas recebidas da construtora Odebrecht e repasses do operador financeiro Lúcio Funaro. Ainda segundo os investigadores, há provas de que a família Vieira Lima lavava dinheiro por meio do mercado imobiliário. Já as defesas alegaram nulidades em laudos incluídos no processo e falta de provas da origem supostamente ilegal do dinheiro.

Esta já é a quinta sessão da Segunda Turma, que se reúne às terças-feiras, dedicada ao julgamento. Em 24 de setembro, foram apresentadas as sustentações orais das defesas e da acusação. Em 1º de outubro, Fachin deu seu voto. Em 8 de outubro, Celso começou a votar. Em 15 de outubro, o revisor terminou seu voto, mas o julgamento foi interrompido para que a Segunda Turma pudesse julgar outros processos, que estavam acumulados em razão da ação penal contra os irmãos. Nesta terça-feira, foi a vez de os outros três ministros votarem.

O Globo
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Uma nova forma de editar o código genético humano pode corrigir até 89% de erros no DNA que causam doenças, dizem cientistas americanos.

A tecnologia, conhecida como "prime editing" ("edição de qualidade", em tradução livre), foi descrita como uma espécie de "editor de texto genético" capaz de reescrever o DNA com precisão.

Em teste de laboratórios, a nova tecnologia foi usada para corrigir mutações que causam doenças. Uma das mutações que a técnica conseguiu corrigir foi a da anemia falciforme.

O método foi desenvolvido pela equipe do "Instituto Broad", ligado à universidade de Harvard e ao MIT ("Massachusetts Institute of Technology") nos Estados Unidos. A equipe de cientistas afirma que a tecnologia é "muito versátil e precisa", mas destaca que a pesquisa está apenas começando.

Já podemos editar DNA?
O DNA é o "manual de instruções" para a construção e o desenvolvimento de cada corpo humano. Ele está presente em quase todas as nossas células.

A capacidade de alterar o DNA através da edição de genes promete revolucionar a medicina — mas traz também novos questionamentos morais e éticos, como a polêmica criação de bebês geneticamente modificados para terem proteção contra o HIV.

O "prime editing" é o mais novo avanço no campo da engenharia genética, que está se desenvolvendo em ritmo acelerado.
Uma das técnicas mais revolucionárias nesse campo — e que chamou grande atenção — foi a "Crispr-Cas9", desenvolvida há sete anos.

Ela escaneia o DNA em busca do lugar certo para cortá-lo e permitir sua edição, ou seja, que um gene seja deletado ou inserido. O problema é que as edições nem sempre são perfeitas e os cortes no DNA podem ser feitos no lugar errado.

Isso limita o uso dessa tecnologia na medicina.

O avanço trazido pelo "prime editing" é justamente a precisão.

Como o 'prime editing' funciona?
Uma pesquisa publicada nesta semana na revista científica Nature mostra como os cientistas usaram o método para inserir ou deletar seções de DNA. O "prime editing" também é capaz de corrigir seções menores, como uma única "letra" das três bilhões que formam o código genético humano.

"Você pode imaginar os 'prime editors' como processadores de palavras, capazes de procurar por um alvo entre as sequências de DNA e substituí-lo com precisão", afirma o bioquímico David Liu, um dos pesquisadores.
"Os 'prime editors' oferecem mais flexibilidade para encontrar um alvo e maior precisão na edição."

O método pode ser ilustrado comparando-o com a edição de texto no computador: é algo como pressionar Ctrl-F para encontrar uma parte do texto que você quer mudar e depois pressionar Crtl-V para colar o texto novo que você quer inserir.

A tecnologia usa uma sequência de código genético feita em laboratório. Essa sequência tem duas funções: uma, é encontrar a parte do DNA que você quer editar, e a outra, é introduzir as mudanças que você quer fazer.

Essa sequência é combinada com uma enzima chamada transcriptase reversam, que "copia" as edições para o DNA.

Como o método pode curar doenças?
O DNA tem quatro componentes básicos, as bases nitrogenadas: adenina, citosina, guanina e tiamina. Elas são conhecidas por suas letras A, C, G e T.

Três bilhões dessas letras formam o nosso DNA, ou seja, o "manual completo" para desenvolvimento e funcionamento do corpo. Mas erros minúsculos causam doenças e transtornos.

A forma mais comum de anemia falciforme (doença hereditária causada pela alteração anatômica dos glóbulos vermelhos), por exemplo, é causada por uma mutação que torna um A específico em um T.

A doença de Tay-Sachs, que afeta os nervos e é fatal, com frequência é causada por uma mutação que adiciona quatro letras extras de código no DNA.

O "prime editing" foi usado com sucesso para corrigir esses dois erros genéticos em experimentos feitos em células humanas no laboratório.

Existem cerca de 75 mil mutações que causam doenças nos seres humanos. David Liu estima que o "prime editing" tem o potencial para corrigir 89% delas.

Os outros 11% incluem situações em que a pessoa tem cópias demasiadas de um gene (uma seção de DNA responsável por uma instrução específica) ou quando um gene inteiro está faltando.

"O 'prime editing' é o começo, em vez do fim da longa aspiração das ciências que lidam com vida molecular por serem capazes de fazer qualquer mudança no DNA em qualquer posição em uma célula viva ou um organismo, incluindo, em potencial, pacientes humanos com doenças genéticas", diz Liu.

Quanto tempo até a tecnologia estar disponível?
O grande desafio agora é conseguir viabilizar que o maquinário molecular capaz de fazer essas edições possa acessar corretamente as partes certas do corpo humano de forma segura.

É provável que as primeiras aplicações sejam feitas em doenças em que seja possível retirar células do corpo, editá-las, garantir que elas são seguras, e colocá-las de volta.

Isso é aplicável no tratamento de doenças do sangue, como anemia falciforme e as talassemias, em que a medula óssea pode ser removida e colocada de volta.

"Nós somos capazes de 'corrigir' mutações humanas associadas com doenças, mas a habilidade de fazer isso no tipo certo de célula e de uma forma que seja aplicável em um tratamento clínico vai demorar algum tempo", diz a bióloga molecular Hilary Sheppard, da Universidade de Auckland.

Qual foi a repercussão dessa pesquisa?
O professor Robin Lovell-Badge, do instituto Francis Crick, em Londres, elogiou o estudo.

"Como a vasta maioria das doenças genéticas humanas são resultado de tipos de mutação que podem ser corrigidos pelo 'prime editing', o método deve ser útil em terapias para esses tipos de doenças."

"Claro que será necessário muito mais trabalho para otimizar o método e encontrar formas de entregar os componentes eficientemente antes de que eles possam ser usados para tratar pacientes. Mas com certeza tem muito potencial."

A geneticista Helen O'Neill, da University College London, diz que os resultados são impressionantes.

"A pesquisa foi feita in vitro em células humanas com exemplos de 175 edições, incluindo algumas das doenças mais difíceis de tratar."

BBC
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Sentir-se tonto ou ter uma sensação de desmaio iminente ao se levantar bruscamente após um período deitado ou sentado são sintomas de uma condição chamada na medicina de hipotensão ortostática.

Não se trata de uma doença, mas sim da manifestação da regulação anormal da pressão arterial, que pode ser decorrente de uma série de fatores, incluindo doenças.

O médico neurologista Saulo Nader, do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, também conhecido como Doutor Tontura, afirma que esse problema pode acontecer em qualquer faixa etária, mas é mais frequente em idosos.

"Com o envelhecimento, os vasos sanguíneos do corpo vão ficando mais calcificados e perdem a elasticidade. Como o vaso está mais rígido, a pessoa muda rápido de posição, e não dá tempo desse vaso se recalibrar para adequar a pressão. E aí a pressão cai."

Em condições normais, os vasos sanguíneos do corpo ficam mais dilatados, quando estamos deitados e mais constritos quando ficamos de pé. A mensagem para o cérebro fazer esses ajustes é imediata.

Nader, que também faz parte do Departamento Clínico de Distúrbios Vestibulares e do Equilíbrio da Academia Brasileira de Neurologia, ressalta que em alguns casos os sintomas vão alem da tontura.

"Quem tem [o problema] vai reclamar de tontura, sente normalmente uma sensação de mal-estar na cabeça, a visão escurecendo como se fosse um túnel fechando, uma luz apagando devagarzinho, sensação de mal-estar no corpo inteiro e uma sensação de quase desmaio."

Palidez, batimentos cardíacos acelerados e suor são outras queixas de quem sofre de hipotensão ortostática.

"É um episódio que normalmente dura segundos. A pessoa para o que estava fazendo, normalmente senta imediatamente. Em 30 segundos, 1 minuto e meio, a pressão se recalibra e volta ao normal", acrescenta o neurologista.

O diagnóstico é muitas vezes confundido com problemas no labirinto (sistema que fica na região da orelha e é responsável pelo equilíbrio).

"O que eu mais vejo são pessoas taxadas como labirintite, mas que na verdade tinham hipotensão ortostática e estava sendo conduzido como se fosse um problema do labirinto. É uma tontura, mas uma tontura que não tem nada a ver com o sistema do labirinto."

No entanto, a hipotensão ortostática exige uma investigação mais aprofundada do paciente, pois pode ser sinal de algumas outras doenças, afirma Nader.

"A doença de Parkinson, anos antes de a pessoa começar a tremer pode desenvolver hipotensão ortostática. É um dos sintomas. Pode ocorrer também em uma doença chamada miastenia, que causa fraqueza muscular, pode ter relação ainda com a atrofia de múltiplos sistemas, que é uma doença neurológica rara, mas grave."

Se esse tipo de tontura ocorrer em adultos jovens, o médico vai verificar se não há descontrole do relflexo neurológico que controla a pressão arterial. O neurologista afirma que condições momentâneas às vezes são gatilho para o problema.

"Pode muitas vezes ter como gatilho o calor, ansiedade, estresse, hidratação ruim que a pessoa tenha."

Pacientes jovens podem apresentar sintomas semelhantes, como fadiga e sensação de desfalecimento, com aumento dos batimentos cardíacos. É a chamada síndrome da taquicardia ortostática postural (POTS, na sigla em inglês), que pode vir acompanhada ou não de queda da pressão arterial.

A incidência da POTS é rara entre a população, observa o neurologista. A causa até hoje não está esclarecida.

Casos ainda mais raros envolvem doenças autoimunes, que afetam a condução do sistema nervoso que leva informações para os vasos sanguíneos. Uma delas é a polirradiculoneurite disautonômica.

Tem tratamento?
Os principais riscos da hipotensão ortostática envolvem queda e desmaio, já que o indivíduo fica mais exposto a acidentes, como cair e bater com a cabeça.

Independentemente de qual seja a suspeita, esse tipo de queixa deve ser levada ao médico para que seja avaliado o grau de gravidade.

"O tratamento vai depender do impacto que ela [tontura] tem na vida da pessoa. Se é uma ou outra vez, levinha, não atrapalha, a pessoa nunca caiu, a gente coloca como variação dentro da normalidade. Se está acontecendo sempre, de maneira mais intensa, se a pessoa teve alguma queda ou perda de consciência por causa dessa queda de pressão, aí vai exigir tratamento."

Mudanças de hábitos são o primeiro passo na tentativa de minimizar ou acabar com os episódios de tontura ao se levantar. Entre elas estão: beber mais líquidos (para aumentar o volume de sangue nos vasos); aumentar um pouco a quantidade de sal na comida (o sal absorve mais sangue para dentro dos vasos); e levantar em etapas, como se fosse em câmera lenta. Também é indicado que o paciente evite lugares quentes.

Se nada disso funcionar significativamente, Nader diz que existem três tipos de remédios que podem ser usados, sendo que dois deles são encontrados no Brasil. Um tipo existe apenas no exterior.

R7
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Estão abertas as inscrições de 2.182 vagas para entrada de graduados, reopção e transferência de curso e turno na Universidade Federal da Paraíba (UFPB). As inscrições devem ser realizadas até a próxima sexta-feira (25) e abrangem todos os campus.

Das 2.182 vagas, 791 são para ingresso de graduados; 694 para reopção de curso ou turno e 697 para transferência voluntária, com ingresso no período letivo de 2020.1. A previsão de início das aulas é o 20 de abril do próximo ano.

Poderá participar do processo seletivo de ingresso de graduados, o candidato que possua diploma de graduação de instituição de ensino superior (IES) reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC) e que apresente histórico acadêmico com coeficiente de rendimento acadêmico (CRA) igual ou maior do que 7.

Para reopção de curso ou de turno, é necessário ter concluído, no mínimo, 15% da carga horária; possuir vínculo ativo com o curso atual, com no mínimo de dois períodos letivos regulares, sem incluir períodos suspensos ou aqueles em que o interessado não cumpriu nenhuma carga horária; e possuir coeficiente de rendimento acadêmico (CRA) igual ou maior do que 5.

Já para solicitar transferência voluntária, é preciso estar regularmente vinculado em um curso de graduação de outra instituição de ensino superior brasileira, pública ou privada, desde que tenha concluído, na unidade educativa de origem, um mínimo de 25% da carga horária total do curso ao qual está vinculado e que não tenha integralizado mais de 50% da carga horária total.

As inscrições para ingresso de graduados e transferência voluntária devem ser realizadas pela página da seleção na internet. Já para reopção de curso e turno, devem ser feitas pelo Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas (Sigaa) da UFPB. Outros detalhes estão disponíveis em editais na página da Pró-reitoria de Graduação (PRG).

G1 PB
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O Ministério da Educação (MEC) anunciou a liberação de R$ 30,2 milhões para a UFPB, UFCG e IFPB referentes aos valores que tinham sido contingenciados em abril de 2019. De acordo com o MEC, foram liberados na sexta-feira (18) um total de R$ 30.293.852 para as três instituições mantidas pelo governo federal na Paraíba. O MEC havia liberado no dia 30 de setembro R$ 43,8 milhões para as três instituições.

Os dois desbloqueios feitos pelo MEC para as três instituições federais na Paraíba somam R$ 74.144.960. Ainda de acordo com o ministério, as duas liberações totalizam 100% do orçamento que tinha sido contingenciado em abril deste ano, embora, o valor somado a partir dos cortes informados por UFPB, UFCG e IFPB fosse de R$ 91 milhões.

A diferença de R$ 16,8 milhões a menos do que foi informado pelas instituições não foi explicada pelo MEC. Confira abaixo a divisão do valor liberado pelo MEC na sexta-feira (18) para as instituições federais no estado:

  • Universidade Federal da Paraíba (UFPB): R$ 7.302.348
  • Universidade Federal de Campina Grande (UFCG): R$ 6.421.221
  • Instituto Federal da Paraíba (IFPB): R$ 16.570.283

Em nota, o ministério informou que “o orçamento de custeio das universidades e institutos foi 100% descontingenciado, o que torna possível à instituição a utilização de todo o orçamento de custeio”.

Segundo o ministro, foi liberado R$ 1,1 bilhão de reais – R$ 771 milhões para universidades e R$ 336 milhões para institutos federais –, após um remanejamento interno no orçamento da pasta. O MEC não informou quais áreas perderam recursos nesta troca.

G1 PB
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O ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse nesta terça-feira (22) que Moscou vai deslocar militares para a fronteira da Síria com a Turquia para assegurar retirada de milícias curdas do YPG da região.

Segundo o chanceler, os combatentes terão 150 horas – contadas a partir da 0h desta quarta-feira (horário local) – para se afastar em no mínimo 30 km da divisa síria-turca. A data estende em algumas horas o prazo definido pelo acordo de cessar-fogo entre Turquia e milícias curdas, há cinco dias.

Lavrov e o presidente Vladimir Putin participaram de encontro nesta terça com o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, em Sochi, no sul da Rússia. Além dos militares russos, o chanceler disse que guardas de fronteira da Síria – país aliado de Moscou, mas rival de Ancara – também patrulharão a área.

Não ficou claro se os curdos participaram da reunião que autorizou o patrulhamento russo no nordeste da Síria. Entretanto, autoridades curdas pediram na semana passada um "corredor humanitário" para remover civis, especialmente na cidade de Ras al-Ain.

A ideia é viabilizar a área de segurança de 30 km na fronteira entre Síria e Turquia desejada por Erdogan. As milícias curdas também terão de baixar armas nas cidades sírias de Manbij e Tal Rifat.

No sábado, Erdogan ameaçou "acabar com os curdos" caso as forças do YPG não deixassem a zona de segurança próxima da fronteira até o prazo dado pelos Estados Unidos.

EUA dizem que milícia já se retirou
Autoridades dos Estados Unidos afirmam que as forças lideradas pelas milícias curdas na Síria já se retiraram da faixa de fronteira nordeste com a Turquia, informa a agência Associated Press. Isso significaria que os combatentes cumpriram com o prazo estipulado no cessar-fogo.

A interrupção nos combates, inclusive, foi acertada durante encontro de Erdogan com o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, na semana passada.

A crise na região se intensificou depois que o presidente Donald Trump anunciou a retirada dos militares norte-americanos que apoiavam os curdos. A Turquia, que considera a milícia YPG terrorista, começou a atacar bases no nordeste da Síria – o que levantou acusações de que Trump teria permitido que o ataque ocorresse.

Trump, então, anunciou sanções à Turquia e disse que poderia "destruir a economia" turca caso as ofensivas continuassem.

Mais de 176 pessoas deslocadas na região
Em comunicado publicado nesta terça-feira, a Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou que mais de 176 mil pessoas que viviam na região tiveram de deixar suas casas. O número inclui cerca de 80 mil pessoas.

O porta-voz da ONU Stephane Dujarric disse que linhas de energia e unidades de saúdes foram danificadas com os recentes ataques. Uma estação de água, que serve mais de 400 mil pessoas na cidade de Al-Hassakeh, precisou passar por reformas, disse ele.

G1
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O número de mortos nos protestos violentos que afetam o Chile subiu para 15, quatro a mais que no balanço oficial anterior, anunciou nesta terça-feira (22) o governo.

"Temos um total, a nível nacional, de 15 falecidos, 11 deles na região metropolitana (...) associados a incêndios e saques, principalmente de centros comerciais", afirmou o subsecretário do Interior, Rodrigo Ubilla, em uma entrevista coletiva.

Três pessoas que morreram em incidentes fora da capital foram vítimas de tiros, indicou Ubilla.

Um militar foi preso pela morte de um manifestante de 25 anos, afirmou o promotor Julio Contardo ao jornal "El Mercúrio".

Na cidade de Talcahuano, um dos manifestantes foi atropelado na segunda-feira (21) por um caminhão da Marinha, de acordo com a promotora Ana María Aldana. O motorista foi identificado e levado ao departamento da polícia e indiciado por lesões graves, disse ela.

Nesta terça-feira (22) há manifestações convocadas em Santiago, Valparaiso, Antofagasta, Concepción e outras cidades.

Entenda as manifestações no Chile:

  • Os protestos no Chile começaram depois que o governo anunciou um aumento de 30 pesos na tarifa do metrô, equivalente a R$ 0,17;
  • Violência aumentou nos protestos a partir de sexta (18), após confrontos com a polícia;
  • O governo decretou, no sábado (19), estado de emergência por 15 dias, e Exército foi às ruas pela 1ª vez desde a ditadura;
  • Presidente chileno suspendeu o aumento na tarifa do metrô, mas os protestos continuaram.

Na segunda-feira (21), os manifestantes desafiaram um decreto de emergência e confrontaram a polícia em Santiago.

A polícia usou bombas de gás e jatos de água para interromper a marcha de estudantes e sindicalistas pelas principais vias de Santiago.

Os manifestantes se dispersavam para se reunir em outro ponto.

Protegidas por policiais e militares, lojas reabriram as portas depois de um fim de semana em que houve saques.

Cerca de 2 milhões de alunos não foram às aulas na segunda (21), de acordo com a France Presse.

Presidente anuncia reunião
O presidente Sebastián Piñera disse, no domingo (20), que o país está em guerra com um inimigo perigoso e incansável que não respeita nada e está disposto a usar violência e crime sem limites, mas ele não especificou a quem se referia.

Depois de ter sido criticado, na segunda (21), ele afirmou que iria se encontrar com seus ministros e com a oposição para encontrar uma solução para os problemas que afetam os chilenos.

"[Eu] me reunirei com presidentes de partidos, tanto do governo quanto da oposição, para poder explorar e, oxalá, avançar para um acordo social que permita a todos nos aproximarmos com rapidez, eficácia e também responsabilidade para melhores soluções aos problemas que afligem os chilenos e as oportunidades que merecem nossos compatriotas", afirmou o presidente em mensagem pública.

Piñera convocou a oposição para participar do encontro, mas os partidos de esquerda não compareceram à reunião.

O governo estuda um plano para cobrir os danos à infraestrutura causados durante as manifestações –na estimativa de Piñera, há prejuízos na casa dos milhões de dólares.

G1
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Militantes católicos ultraconservadores admitiram ter roubado estátuas que consideram ser ídolos pagãos da Amazônia, em uma igreja próxima ao Vaticano, na segunda-feira (21). Eles jogaram três imagens iguais, feitas de madeira, no Rio Tibre, em Roma. O ato de vandalismo ocorre no contexto do Sínodo dos Bispos sobre a Amazônia.

Um vídeo postado por diversos sites católicos conservadores, como a rede americana "EWTN" e o site "LifeSiteNews", mostraram o episódio em quatro minutos. A polícia italiana está tratando do tema como um furto.

Em um editorial publicado nesta terça-feira (22), o diretor editorial do Vaticano, Andrea Tornielli, afirma que a destruição das estátuas de madeira é um "episódio triste" e "um gesto intolerante" de "novos iconoclastas". O objeto, diz, simbolizava nada mais que a maternidade e a sacralidade da vida.

Na abertura do Sínodo, em 7 de outubro, o Papa Francisco afirmou que a sociedade moderna não deve tentar impor suas regras aos povos indígenas, mas sim respeitar sua cultura e permitir que eles planejem seu próprio futuro.

O pontífice advertiu que “as ideologias são uma arma perigosa”, e defendeu que "a colonização ideológica é muito comum hoje". O líder católico pediu que se controlem os impulsos "de domesticar os povos originais".

As estátuas indígenas estavam expostas com outros artefatos amazônicos na Igreja de "Santa Maria in Traspontina", a algumas quadras do Vaticano.

As três estátuas idênticas representavam uma mulher indígena grávida e de joelhos. Outra imagem igual foi usada durante uma cerimônia, no Vaticano, em que foram plantadas algumas árvores na presença do Papa Francisco.

Grupos ultraconservadores consideraram a cerimônia ofensiva. Eles acusam o Vaticano de deixar uma imagem da "Mãe Terra", também conhecida como "Pachamama" entrar em território cristão.

O Vaticano respondeu que a imagem é apenas um símbolo da vida. Perguntado sobre o roubo, na segunda-feira, o chefe do setor de Comunicação do Vaticano, Paolo Ruffini, afirmou que o ato foi "uma exibição".

Sem diálogo
A cerimônia em que a controvérsia começou ocorreu na sexta-feira (4) antes do início do Sínodo, a assembleia de três semanas que reúne líderes religiosos com o Papa para discutir o futuro da Igreja Católica na região amazônica.

Alguns grupos conservadores atacaram o documento que preparou a assembleia, o "Instrumentum Laboris", chamando-o de "herético".

Na tarde de segunda-feira, o site "LifeSiteNews", o mesmo que abriu uma petição online para que as imagens indígenas fossem removidas da igreja, publicou um comunicado atribuído às pessoas que roubaram as estátuas.

Eles dizem que fizeram isso porque pessoas fiéis a Jesus "estão sendo atacadas por membros de nossa própria Igreja. Nós não aceitamos isso! Não ficaremos em silêncio! Começamos a agir AGORA!".

O Sínodo também vem discutindo riscos ambientais à região amazônica. Alguns católicos conservadores, muitos dos quais são "negacionistas" do aquecimento global, disseram que a Igreja precisa se concentrar em salvar as almas, e não se envolver no debate científico sobre o clima.

Entre os temas discutidos está também a possibilidade de ordenar homens maduros e casados como padres, para que possam celebrar missas na ampla região amazônica.

Reuters
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