O discurso que o presidente Jair Bolsonaro prepara para a abertura da 74ª Assembleia Geral das Nações Unidas , no dia 24 em Nova York , terá duras críticas ao regime de Nicolás Maduro na Venezuela e Cuba como um dos pontos principais de sua fala. A defesa da soberania do Brasil sobre a Amazônia , em uma resposta ao presidente francês Emmanuel Macron , que disse que um debate sobre internacionalização da floresta estava "em aberto" , também deverá constar do texto, que está em fase de final de ajustes.
Os detalhes do discurso foram discutidos na manhã desta quarta-feira com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e os ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), no Palácio da Alvorada.
A declaração de Bolsonaro coincide com o pedido nesta quarta-feira de Julio Borges, comissário de relações exteriores do líder oposicionista venezuelano Juan Guaidó, para que os países que participarão da Assembleia Geral da ONU aumentem “ainda mais” a pressão contra o governo Maduro e Cuba.
O porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros, disse, também nesta quarta-feira, que o presidente fará um discurso “de coração” e uma defesa do Brasil nas questões envolvendo o meio ambiente.
— Ele vai apresentar o nosso país e as nossas potencialidades e vai esclarecer de uma vez por toda essas questão Brasil versus meio ambiente. O quanto o Brasil defende o meio ambiente e vem fazendo, não de agora, já há muito, um processo de sustentação ambiental que muitas vezes é desconhecido. Ou por desconhecimento da pessoa ou até por não querer divulgar o que o Brasil vem fazendo em termos de proteção — disse o porta-voz.
Rêgo Barros confirmou que a ida de Bolsonaro à ONU está “100%” certa . Segundo ele, de ontem para hoje, houve uma melhora significativa na saúde do presidente e não deixa mais “dúvida” sobre a viagem.
— Eu afirmo 100% que o presidente vai a Nova York — disse.
Na terça-feira, o porta-voz havia dito que a viagem ainda estava “sob análise” e que só seria confirmada após avaliação feita pelo equipe do cirurgião Antonio Luiz Macedo. Bolsonaro se recupera de uma operação para correção de uma hérnia, realizada em 8 de setembro. A ida também causava divergências entre pessoas próximas ao presidente. Parte defendia que ele não viajasse.
— O dr. Macedo vem na sexta-feira para dar continuidade à avaliação do presidente, mas hoje o sentimento, a partir das análises da equipe do presidente, é que não há mais dúvida com relação à confirmação da ida dele a Nova York — reafirmou Rêgo Barros.
Segundo o porta-voz, Bolsonaro caminhou 1.000 metros pela manhã e à tarde no Palácio do Alvorada e recebeu o médico da Presidência, Ricardo Peixoto Camarinha, duas vezes. Rêgo Barros confirmou também que a passagem por Dallas, no Texas, foi cancelada. Bolsonaro se encontraria com empresários ligados ao setor militar dos Estados Unidos no aeroporto.
A agenda de Bolsonaro nos Estados Unidos foi encurtada por recomendações médicas. Foram suspensas reuniões bilaterais com sete chefes de Estado que ainda estavam sendo alinhavadas. Saíram da programação encontros com o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, e com o presidente americano Donald Trump, além de conversas com os líderes de Polônia, Colômbia, Peru, Ucrânia e África do Sul. Há a previsão, porém, de que Bolsonaro assista ao pronunciamento de Trump, o segundo a discursar na ONU, logo após o brasileiro.
O presidente viajará acompanhado da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e do filho e deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que aguarda ser indicado para o cargo de embaixador do Brasil nos Estados Unidos. Também devem viajar os ministros Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo (Segov), e o senador Nelsinho Trad (PSD-MS), presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado.
O embarque da comitiva brasileira está previsto para segunda-feira, dia 23, às 8h, com chegada em Nova York às 16h. À noite, o presidente terá um jantar privado com empresários. Inicialmente, a volta para o Brasil está confirmada para o dia 25, mas pode ser antecipada para a noite do dia anterior.
O Globo
Portal Santo André em Foco
O juiz federal responsável pela Operação Lava Jato em Curitiba, Luiz Antonio Bonat, confirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que não incluiu no processo contra Luiz Inácio Lula da Silva todas as conversas interceptadas entre o ex-presidente e outras autoridades que tiveram foro privilegiado na Corte. Segundo Bonat, a decisão de não incluir o material foi em "respeito à intimidade" de Lula.
O documento protocolado nesta quarta-feira (18) é resposta a um pedido de explicações feito pelo relator da Lava Jato no Supremo, o ministro Luiz Edson Fachin.
Em 12 de setembro, Fachin pediu explicações em ação na qual Lula pede ao STF a declaração de nulidade de todos os atos processuais baseados em interceptações de suas conversas.
No documento, Fachin perguntou sobre a existência de diálogos interceptados que não foram juntados ao processo de Curitiba e sobre se eventuais diálogos têm como interlocutores pessoas que detinham foro no STF.
Entre os diálogos interceptados está o que a então presidente Dilma Rousseff afirma a Lula que seria entregue a ele o termo de posse como ministro da Casa Civil. O documento, diz Dilma na conversa, era para Lula usar “em caso de necessidade”.
A conversa entre Lula e Dilma não pôde ser usada como prova, por decisão do então relator da Lava Jato no Supremo, ministro Teori Zavacki. O ministro entendeu que o juiz do caso na época, Sergio Moro, feriu a competência do Supremo, a quem caberia analisar divulgação de conversas do presidente da República.
No dia 8 de setembro, reportagem do jornal "Folha de S.Paulo" e do site "The Intercep" afirmou que interceptações telefônicas teriam sido mantidas sob sigilo pela força-tarefa da Lava Jato, entre elas uma conversa de 2016 entre Lula e o na época vice-presidente Michel Temer.
O pedido de Fachin foi "de ofício", sem provocação de nenhuma parte. Conforme o gabinete do ministro, isso ocorreu porque o tema está prestes a ser liberado para julgamento e, diante disso, o relator preferiu obter as informações da própria Vara Federal de Curitiba em caráter oficial e não apenas dados publicados pela imprensa.
Resposta de Bonat a Fachin
Em uma resposta de cinco páginas, o juiz Luiz Antonio Bonat detalha que o material não foi incluído por ter sido considerado irrelevante para a investigação e por haver risco de vazamentos dos áudios.
"Os áudios não incorporados aos autos eletrônicos, além de não selecionados como relevantes pela autoridade policial, tinham conteúdo sensivelmente privado e não foram juntados com a intenção de coibir o risco de vazamentos indevidos e de respeito à intimidade do ex-Presidente", afirmou o juiz.
Segundo ele, nas conversas "há pessoas à época detentoras de foro por prerrogativa de função, que foram interceptadas ou mencionadas de forma absolutamente fortuita, já que a investigação direcionava-se à colheita de provas relativamente a ilícitos penais envolvendo o ex-Presidente".
Bonat disse que, apesar de o conteúdo não ter sido anexado ao processo, o material foi enviado na íntegra ao Supremo em 2016 e os advogados de defesa tiveram acesso.
O juiz afirmou ainda que, caso Fachin considere necessário, pode enviar ao STF novamente a íntegra das conversas. A resposta será analisado pelo ministro, e não há previsão de data para julgamento do caso na Segunda Turma.
Resumo da resposta
Ao final do documento, o juiz Luiz Antonio Bonat resumiu a resposta em oito tópicos:
"1) o material que possuía alguma relevância probatória foi selecionado pela autoridade policial - e não pelo Juízo - e juntado aos autos;
2) no material não juntado há diálogos nos quais pessoas com foro por prerrogativa de função foram interceptadas ou mencionadas de maneira visivelmente fortuita;
3) a investigação destinava-se a apurar crimes de corrupção e de lavagem de dinheiro envolvendo o ex-Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva e não autoridades com foro por prerrogativa de função;
4) a integralidade dos diálogos interceptados foi remetida ao Egrégio Supremo Tribunal Federal e, posteriormente, devolvida a este Juízo para a continuidade das investigações;
5) o Juízo sempre buscou resguardar o direito à intimidade dos investigados, o que fez pela não juntada da integralidade dos diálogos interceptados aos autos, os quais se encontram acautelados em secretaria com proteção de sigilo;
6) o Juízo sempre buscou conciliar o direito à intimidade dos investigados com o direito de Defesa, pelo que, inicialmente, propiciou aos defensores acesso restrito à integralidade dos diálogos captados;
7) foram, posteriormente, extraídas cópias integrais dos diálogos interceptados pelas Defesas de Luiz Inácio Lula da Silva e de Fernando Bittar;
8) as Defesas não pleitearam a destruição das provas eventualmente inúteis, como poderiam ter feito, em vista do previsto no art. 9º, da Lei 9296/1996."
G1
Portal Santo André em Foco
Por decisão do desembargador federal Leandro Paulsen nesta quarta-feira (18), o pedido da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que as mensagens obtidas na Operação Spoofing, da Polícia Federal, sejam incluídas no processo do sítio de Atibaia deve ser apreciado pela 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre.
O relator da Lava Jato na Corte, desembargador federal João Pedro Gebran Neto, negou o pedido monocraticamente no começo de setembro.
A defesa de Lula alega que os diálogos divulgados por veículos de imprensa, e obtidos pela Operação, mostram "a ingerência do então juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba [Sérgio Moro] sobre os procuradores da Força-Tarefa da Lava-Jato, situação essa incompatível com o sistema acusatório", e que "as condutas do órgão acusatório possuíam uma finalidade política", entre outros pontos.
Com isso, o processo do sítio, que já estava com Leandro Paulsen, que atua como revisor da Lava Jato, deve voltar para Gebran, que vai levá-lo à votação no colegiado. Na semana passada, o relator havia concluído o seu voto no mérito da apelação, em que os advogados pedem que Lula seja absolvido.
O trâmite obedece o seguinte rito: após o voto do relator, o processo vai para o revisor, e depois, para o terceiro membro da turma, desembargador federal Carlos Eduardo Thomspon Flores Lenz. Somente então a data do julgamento é marcada. Com a remessa de volta para Gebran, a definição da data de julgamento deve levar mais tempo.
No processo do caso Triplex, pelo qual Lula cumpre pena em regime fechado, a conclusão do voto de Gebran aconteceu em 4 de dezembro de 2017. Sete dias depois, o julgamento da apelação foi marcado. Lula foi julgado em 24 de janeiro de 2018.
O processo do sítio de Atibaia é a segunda condenação de Lula em primeira instância. O ex-presidente foi condenado pela 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba a 12 anos e 11 meses, por corrupção passiva, ativa e lavagem de dinheiro. O MPF já solicitou aumento da pena.
G1
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O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), disse nesta quarta-feira (18) que será um “erro” se o fundo eleitoral para as eleições municipais de 2020 receber a mesma quantia do fundo eleitoral das eleições de 2018 (R$ 1,7 bilhão).
Nesta terça-feira (17), o Senado aprovou um projeto que garante o fundo eleitoral para as eleições de 2020. Mas os senadores não determinaram o valor do fundo na proposta. Isso será definido no final deste ano, na votação pelo Congresso da lei orçamentária de 2020.
Para Alcolumbre, o valor do fundo no ano passado é “desproporcional” em relação ao do próximo ano porque o número de candidatos é maior.
Criado em 2017, o fundo eleitoral é abastecido, majoritariamente, com recursos públicos de emendas parlamentares de bancadas estaduais no Congresso. Geralmente, os recursos de emendas parlamentares de bancadas estaduais são destinados a áreas como saúde, educação, infraestrutura, saneamento básico, entre outras.
Um grupo de senadores defende a manutenção do valor de 2018 para as eleições de 2020, mas não há consenso entre parlamentares em relação a isso.
“Olha só a diferença: 500 mil candidatos para eleger 57 mil vereadores; no mínimo, 30 mil candidatos a prefeito para eleger quase 6 mil. Então, manter o fundo da eleição passada, que é desproporcional em relação [ao de 2018], eu acho que é um erro”, disse o presidente do Senado.
Em 2018, cerca de 28 mil candidatos disputaram mandatos de presidente, governador, senador, deputado federal e deputado estadual.
Alcolumbre afirmou que, caso a definição seja pela manutenção do valor, respeitará a decisão da maioria dos parlamentares. “Mesmo achando que esse recurso ainda é desproporcional para dar condições para que eles possam fazer uma campanha adequada”, afirmou.
Reforma tributária
Em entrevista no Senado, Alcolumbre também afirmou que o governo precisa estar "mais presente" nos debates da reforma tributária.
Há dois textos principais da reforma em tramitação, um na Câmara e outro no Senado. O governo ainda não apresentou sua proposta.
"Acho que o governo precisava atuar mais presente com relação a esse tema. A gente não vê o governo apresentando de fato uma sugestão que possa incorporar, aprimorar, melhorar, contribuir com o texto das reformas que estão tramitando", afirmou.
O relator da reforma tributária no Senado, Roberto Rocha (PSDB-MA), apresentou nesta quarta-feira (18) seu relatório favorável à proposta na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa.
Alcolumbre disse que vai propor uma reunião com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), com Rocha e com o relator do texto da Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB ), para criar um consenso em torno das diferentes versões da reforma. Existe a possibilidade de criação de uma comissão de deputados e senadores para discutir o tema.
"Falta participação [do governo] mais próxima das Casas. Lógico que é da equipe econômica porque a reforma tributária tem que ser construída com o auxílio do governo", disse o presidente do Senado.
G1
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A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados deu aval nesta quarta-feira (18) à tramitação de uma proposta que prevê transformar a legítima defesa em direito fundamental previsto na Constituição.
A CCJ não analisou o mérito (conteúdo), somente os aspectos formais do texto. Agora, a proposta de emenda à Constituição (PEC) passará a tramitar em uma comissão especial da Casa para os deputados discutirem o teor.
Atualmente, o Código Penal já define que não há crime quando a pessoa age em legítima defesa. De acordo com o código "entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem".
O que a PEC em tramitação da Câmara prevê é incluir a legítima defesa no artigo 5º da Constituição.
Esse artigo está incluído no capítulo sobre "direitos e garantias fundamentais" e define: "Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade."
'Excludente de ilicitude'
Críticos ao texto argumentaram durante a sessão que a PEC abre brecha para facilitar, posteriormente, a aprovação de um projeto que trata do chamado "excludente de ilicitude".
O "excludente de ilicitude" foi uma das principais bandeiras de campanha do presidente Jair Bolsonaro na eleição do ano passado. Bolsonaro defende que o policial que matar durante uma operação não seja punido.
O pacote anticrime em discussão na Câmara prevê justamente alterar a lei para prever que será considerada legítima defesa a situação em que um agente de segurança matar alguém "em conflito armado ou em risco iminente de conflito armado".
"A PEC abre uma brecha muito perigosa para questões que não são legítima defesa e sejam assim entendidas", afirmou a deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ) durante a discussão sobre a PEC na Comissão de Constituição e Justiça.
Autor da proposta, o deputado Rogério Peninha Mendonça (MDB-SC), integrante da bancada da segurança pública, confirmou ao G1 a intenção.
"Não é o objetivo principal, mas não tenha dúvida de que vai atender essa situação", afirmou.
Armas
A versão inicial da PEC também previa inserir na Constituição o direito de "possuir e portar os meios necessários" para a garantia da legítima defesa.
Deputados contrários argumentaram que o trecho autorizava, na prática, o porte e a posse de arma. Diante da polêmica, o relator, Pedro Lupion (DEM-PR), propôs um acordo e excluiu o trecho.
O direito ao porte é a autorização para transportar a arma fora de casa. É diferente da posse, que só permite manter a arma dentro de casa.
Partidos de oposição como PT e PSB disseram aceitar o acordo, mas somente para evitar a aprovação da proposta na íntegra. Em contrapartid, os deputados deixaram de usar o chamado "kit obstrução", jargão atribuído a requerimentos que visam atrasar a votação de uma proposta.
Vice-líder do PT, o deputado José Guimarães (CE) argumentou que o mérito da proposta ainda será discutido em uma comissão especial. Acrescentou que o trecho retirado pela CCJ não poderá ser reincluído.
O deputado Patrus Ananias (PT-MG), vice-líder da oposição, disse considerar a PEC inconstitucional por alterar os direitos e garantias individuais, protegidos pelo artigo 60 da própria Constituição.
Defesa da PEC
Durante a sessão, a vice-líder do PSL, Bia Kicis, citou o caso de um cunhado da apresentadora Ana Hickmann para defender a PEC.
Gustavo Correa respondeu pelo crime de homicídio por matar uma pessoa que se dizia fã da apresentadora e atirou contra a mulher dele, assessora de Ana Hickmann. Correa já foi absolvido pela Justiça, que considerou que ele agiu em legítima defesa.
"Ele teve que passar por esse julgamento. Isso avilta a lógica humana, avilta a nossa consciência. O direito à legítima defesa é fundamental e inafastável da condição de pessoa, de ser humano", afirmou Bia Kicis.
G1
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A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (18) um projeto de lei que prevê aumento de pena quando o crime sexual for cometido por líder religioso ou alguém que "inspire confiança" na vítima.
O texto agora segue ao plenário da Câmara. Se aprovado, ainda precisará passar pelo Senado.
Atualmente, o artigo 226 do Código Penal estabelece aumento em metade da pena se o agressor for pai, mãe, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro ou por qualquer pessoa que tenha autoridade sobre a vítima, como empregador.
Pelo texto aprovado na CCJ, também haverá aumento de pena quando o agressor inspirar "confiança" ou se o crime for "cometido com abuso ou violação de inerente a ofício, ministério ou líder religioso".
Justificativa da proposta
O objetivo do projeto, segundo o autor, o deputado Luiz Lima (PSL-RJ), é atingir casos como o de padres e pastores acusados de abusos sexuais.
Na justificativa apresentada junto com o projeto, o parlamentar cita os episódios envolvendo o médico Roger Abdelmassih, condenado por estupro de pacientes, e os do médium João de Deus e do guru Sri Prem Baba, acusados de abuso por mulheres que os procuraram em busca de cura espiritual.
Pelo regimento da Câmara, o projeto tramitou apenas na CCJ por tratar de um tema referente à restrição de liberdade.
G1
Portal Santo André em Foco
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse ao blog que a Casa não vai reincluir no projeto sobre regras eleitorais os pontos polêmicos que foram derrubados em votação nesta terça-feira (17), no Senado. Ele afirmou ainda que alguns trechos barrados pelos senadores, que não estão entre aqueles em que há maior divergência no Congresso, podem ser retomados.
Os críticos ao texto, considerado uma minirreforma eleitoral, afirmam que algumas das novas regras podem diminuir a transparência, dificultar a fiscalização e favorecer irregularidades em campanhas. Para que possa valer nas eleições do ano que vem, a proposta deve ser aprovada ainda neste mês. Como foi modificada pelo Senado, tem que voltar para a Câmara.
Entre os pontos que devem continuar de fora, Maia citou a permissão para partidos e políticos pagarem advogados e multas partidárias com verba do fundo partidário.
“Vamos discutir com os líderes. Tem pontos em que ficaram com alguma polêmica, como a questão dos advogados, que podem ser retirados. Mas tem outros pontos que são positivos. Não podemos pegar todo o projeto e dizer que todo ele tem problemas”, afirmou Maia.
“Não, [o texto original] não. Os mais polêmicos [devem ser retirados], dos advogados, de pagar multa com dinheiro do fundo, mas tem muitas coisas que não têm divergências”, explicou o presidente da Câmara.
Na votação da terça, o Senado decidiu aprovar apenas a criação do fundo eleitoral para financiar a eleição municipal do próximo ano e rejeitou todos os demais pontos do projeto que havia sido aprovado anteriormente pelos deputados.
A nova votação na Câmara pode ocorrer ainda nesta quarta. Maia reclamou que muitas coisas foram ditas do projeto “que não condizem com a realidade.
"Temos de tomar certo cuidado para, mais uma vez, parecer que vai se criminalizando a política de qualquer forma”, disse.
Fundo eleitoral
Maia afirmou ainda que o ponto mais polêmico para a sociedade era criação do fundo eleitoral para o pleito do ano que vem. No entanto, ele defende a medida, que considera importante para compensar a ausência de financiamento de empresas nas campanhas.
“O mais polêmico era o fundo eleitoral, esse o Senado aprovou, mais polêmico para a sociedade, que eu defendo, já que não há financiamento de pessoa jurídica”.
Maia afirmou, porém, que, diante da crise fiscal, não é possível ter um fundo com um valor acima do da última eleição, em 2018, de R$ 1,7 bilhão.
“Vai ficar por ali, não tem muito como mudar, o Brasil vive uma crise, a arrecadação está lenta. Não podemos deixar de financiar as eleições, temos de tomar esse cuidado, mas também não precisamos ter um valor que não seja razoável em relação à crise econômica que o país vem passando nos últimos anos”, afirmou.
Ele alertou, porém, que o tamanho do fundo, para uma eleição municipal, certamente irá “gerar muito conflito dentro dos partidos, mas é o valor que é possível neste momento para ser aprovado pelo Congresso Nacional”.
Alguns dos pontos mais criticados do texto
Entre os trechos mais polêmicos da minirreforma eleitoral estão os que preveem que:
O Globo
Portal Santo André em Foco
O grupo de trabalho da Câmara que analisa o projeto anticrime apresentado pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, voltou a se reunir nesta quarta-feira (18) e avançou em diversos pontos do relatório.
Os parlamentares analisam a proposta em conjunto com projeto apresentado por um grupo de juristas liderado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Após diversas propostas do ministro serem rejeitadas pelo grupo, nesta quarta várias foram aprovadas.
A proposta de Moro de novas regras para os presídios de segurança máxima foi aprovada por maioria, com a exclusão de alguns parágrafos. Em fevereiro deste ano, Moro publicou uma portaria com algumas dessas regras. O texto aprovado prevê:
Ainda sobre as penitenciárias de segurança máxima, foi derrubada a exigência de agendamento prévio dos atendimentos de advogados e liberação de gravação de conversas entre advogados e presos mediante autorização judicial.
Também foi aprovada a proposta de que condenados por crimes dolosos sejam submetidos obrigatoriamente à identificação do perfil genético para compor o Banco Nacional de Perfis Genéticos.
A proposta foi aprovada com uma emenda do deputado Orlando Silva (PC do B-SP), que retirou a possibilidade de colheita do DNA mesmo antes do trânsito em julgado do processo, quando a tramitação do caso chega ao fim e não há mais possibilidade de recurso.
O grupo também acrescentou "crimes dolosos contra a pessoa e contra a vítima", para restringir o rol de crimes passíveis de colheita do material genético.
Outras mudanças
Na reunião desta quarta-feira do grupo de trabalho também foram aprovados:
Pontos excluídos
Entre os trechos do pacote anticrime propostos por Moro e derrubados pelo grupo de trabalho estão:
Prorrogação do grupo
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), assinou na última sexta-feira (13) a prorrogação do grupo de trabalho por mais 30 dias. Com isso, os parlamentares terão até outubro para elaboração do texto final.
Esta é a quarta prorrogação do prazo de funcionamento do grupo, que foi instituído em março deste ano.
O Globo
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A Polícia do Rio investiga a morte do ex-presidente da extinta Odebrecht Energia Henrique Serrano do Prado Valladares, delator da Operação Lava Jato que revelou supostas propinas para o deputado Aécio Neves (PSDB/MG) e para o ex-senador Edison Lobão (MDB/MA), ex-ministro dos Governos Lula e Dilma. O registro oficial da 14.ª Delegacia, no Leblon, aponta ‘causa indeterminada’. O corpo foi encontrado nesta terça, 17, no apartamento onde o delator morava. A polícia abriu uma guia de remoção para que os Bombeiros levassem o corpo ao Instituto Médico Legal.
As primeiras investigações indicam que não havia sinais de arrombamento no apartamento, nem evidências de luta.
O corpo já foi necropsiado e liberado para a família.
Valladares foi apontado por outros delatores da empreiteira como um dos negociantes de R$ 30 milhões de propina para Aécio atuar a favor dos Projetos do Rio Madeira (Usinas Hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, em Rondônia) e, assim, atender interesses da empreiteira e também da Andrade Gutierrez.
Valladares contou que a empreiteira pagava prestações de R$ 1 milhão a R$ 2 milhões, repassados pelo Setor de Operações Estruturadas, o departamento de propinas do grupo, para ‘Mineirinho’, codinome atribuído a Aécio.
O delator também dedicou parte de suas revelações a Lobão, ou ‘Esquálido’, como o ex-ministro e ex-senador era rotulado nas planilhas de propinas da empreiteira.
Segundo Valladares, o ex-ministro recebeu R$ 5,5 milhões para rever o leilão da usina de Jirau e a Odebrecht assumisse o empreendimento.
O delator contou que ‘Esquálido’ teria cobrado uma ‘contrapartida’ após reunião com os executivos da empreiteira. “Ele sinalizava que iria nos ajudar. E que precisava de nossa ajuda, de propina”, declarou Valladares.
Segundo Valladares, o então presidente do grupo, Marcelo Odebrecht, ‘acreditou nisso’.
“Sem que ele (Lobão) entregasse nada, simplesmente para que ele fizesse um esforço de, usando nossos argumentos, que eram verdadeiros e absolutamente legais, ele criasse um contraponto na Casa Civil, para isso surgiu um pagamento de R$ 5,5 milhões. Com certeza, caixa 2”, afirmou o delator.
O pagamento da propina, relatou Valladares, foi feito em algumas ocasiões, com entrega de dinheiro diretamente na casa do filho de Lobão, Márcio Lobão, no Rio.
O ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura disse, ainda, que em encontros em São Paulo, Lobão Filho falava que podia ‘ajudar a Odebrecht em obras, mas que isso exigia contrapartidas da empreiteira’.
Em suas reuniões com o ministro Lobão em Brasília, Valladares disse que era recebido no gabinete com gaspacho, uma tradicional sopa espanhola. “Ele é magro que nem um palito, e se alimenta a base de gaspacho”, disse Valladares.
Depois de acertar os pedidos e propinas, disse o delator, Lobão pedia para que o ‘fiscal’ entrasse no gabinete, para registrar os temas e discussões feitas durante o encontro.
Tanto o deputado Aécio Neves quanto o ex-ministro Edison Lobão sempre negaram enfaticamente a prática de ilícitos e o recebimento de propinas da Odebrecht.
Estadão
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Um novo estudo apontou que a poluição do ar respirado por mulheres grávidas pode ir além dos pulmões, chegando também à placenta, órgão que envolve o feto e o protege de substâncias danosas na corrente sanguínea da mãe.
A pesquisa, realizada por cientistas da Universidade de Hasselt, na Bélgica, detectou partículas de poluição normalmente emitidas por escapamentos de veículos e usinas a carvão em amostras de placenta. A concentração foi maior em mulheres expostas à poluição em suas vidas cotidianas.
A poluição do ar já havia sido associada a partos prematuros e ao nascimento de bebês com peso abaixo do ideal, mas os cientistas não compreendiam o motivo dessa associação, uma vez que os poluentes afetariam somente o pulmão das gestantes.
O estudo, publicado na revista científica "Nature Communications", sugere que as partículas de carbono negro são capazes de se deslocar dos pulmões até a placenta.
Os pesquisadores utilizaram uma técnica inovadora de rastreamento e encontraram um tipo de partícula semelhante a uma fuligem escura em placentas doadas por 28 mães que haviam acabado de dar à luz.
Das 28 placentas, dez eram de mulheres que vivem em áreas de muita poluição, e outras dez de regiões pouco poluídas. Quanto maior era a exposição aos poluentes, maior era a concentração de partículas nas placentas.
Os cientistas desenvolveram um meio de rastrear as partículas de poluição de modo que pulsos ultracurtos de laser faziam o carbono negro brilhar com uma forte luz branca, o que permitiu medir essas partículas. Elas estavam acumuladas na parte mais próxima do feto, perto do local de onde surge o cordão umbilical.
Isso não prova, contudo, que a fuligem atravessou a placenta e alcançou o feto, ou que ela seja responsável por qualquer efeito nocivo aos bebês, alerta o especialista em placenta Yoel Sadovsky, do Centro Médico da Universidade de Pittsburgh, que não participou da pesquisa.
Ainda assim, "apenas encontrá-la na placenta já é importante", diz Sadovsky.
O próximo passo é avaliar em qual quantidade essas partículas de poluição podem causar danos à criança. "Como os órgãos fetais estão em pleno desenvolvimento, pode haver, sim, riscos à saúde", afirma Tim Nawrot, principal autor da pesquisa.
Estudos científicos realizados em animais já indicavam que a poluição seria capaz de se aproximar dos fetos, mas essa foi a primeira pesquisa a utilizar placentas humanas.
Deutsche Welle
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