Mai 14, 2025
Arimatea

Arimatea

Anunciado pelo presidente Jair Bolsonaro em março, o escritório comercial do governo brasileiro na cidade de Jerusalém, em Israel, começa a funcionar em 15 de dezembro.

A informação é da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), órgão vinculado ao Ministério das Relações Exteriores e que vai administrar o escritório.

De acordo com a Apex, o escritório vai funcionar no edifício Jerusalem Gati Business Center em sistema de "coworking", cuja estrutura, como recepção e sala de reuniões, é compartilhada entre várias empresas, com o objetivo de reduzir custos.

Pelo espaço, o governo brasileiro vai pagar US$ 1.600 por mês, o equivalente a R$ 6.768, pela cotação atual do dólar (US$ 4,23). De acordo com a Apex, esse valor inclui o uso da sala, internet, mobiliário, impressão e limpeza.

O escritório terá três funcionários e será comandado pela analista de comércio internacional Camila Torres Meyer, que está há 12 anos na agência e será a única funcionária do governo brasileiro ali – os outros dois funcionários serão contratados em Israel.

"Um dos pontos que será trabalhado pelo escritório da Apex-Brasil em Jerusalém é o fomento às novas parcerias tecnológicas e a atração de centros de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) para o Brasil. Alguns setores que confirmam a proeminência israelita em tecnologia são as soluções voltadas ao agronegócio e ao uso de água e, ainda, avanços em cibersegurança para defesa de clientes, proteção de dados e aplicação militar", informou a agência em nota.

Polêmica
Bolsonaro anunciou a abertura do escritório em Jerusalém durante visita a Israel, março. A cidade é considerada sagrada por cristãos, judeus e muçulmanos e não é reconhecida internacionalmente como capital israelense.

A abertura do escritório em Jerusalém foi uma saída diplomática para o embaraço gerado com países árabes após o presidente ter manifestado publicamente, logo após ser eleito, a intenção de transferir a embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém, a exemplo do que fez o presidente norte-americano Donald Trump.

Israel considera Jerusalém a "capital eterna e indivisível" do país, mas os palestinos não aceitam e reivindicam Jerusalém Oriental como capital de um futuro Estado palestino.

O eventual reconhecimento por parte do governo brasileiro de Jerusalém como capital de Israel, e a possibilidade de mudança da embaixada, suscitou, na época, receio de retaliações comerciais de países árabes, grandes compradores de carne bovina e de frango do Brasil.

O recuo de Bolsonaro em relação à transferência da embaixada se deu após ponderações da ala militar do governo e de ruralistas de que a medida poderia gerar um prejuízo bilionário para a economia brasileira.

G1
Portal Santo André em Foco

A Câmara de Combate à Corrupção do Ministério Público Federal criticou, em nota divulgada nesta sexta-feira (29), as mudanças nas regras de repasses de emendas parlamentares previstas em uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), aprovada pela Câmara e que agora está sob análise no Senado.

A PEC trata das emendas parlamentares individuais impositivas e cria duas modalidades de repasse de recursos:

Transferência especial - Nessa modalidade, o dinheiro será repassado diretamente ao estado ou município beneficiado, independentemente de realização de convênios e parcerias, para aplicação em serviços públicos de competência de estados e municípios beneficiados. A partir do momento em que transferida, a verba passa a pertencer ao ente federado beneficiado. A fiscalização vai ficar a cargo de órgãos de controle interno e tribunais de contas de estados, Distrito Federal e municípios. O texto determina que 70% dos recursos previstos neste tipo de transferência devem ser aplicados em despesas de capital, como investimentos.

Transferência com finalidade definida - Por essa modalidade, o dinheiro das emendas deverá ser aplicado de acordo com o objetivo estabelecido na emenda parlamentar, e serão destinados a programas relacionados a serviços públicos de competência da União. A fiscalização ficará por conta do Tribunal de Contas da União.

Atualmente, a Constituição concede ao Tribunal de Contas da União a competência para "fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União, mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a estado, ao Distrito Federal ou a município", sem fazer a distinção sobre o tipo de transferência.

Em nota, a Câmara de Combate à Corrupção do MP aponta que as verbas dessas emendas são federais e, por isso, estariam sujeitas à fiscalização federal. A mudança feita pela PEC, aponta o documento, "abranda o controle e a vigilância sobre a execução dos valores, que não mais estariam sujeitos à apreciação de órgãos federais atuantes no combate contra a malversação e desvio de verbas públicas."

A Câmara avalia ainda que a alteração contradiz a Constituição ao restringir a atuação de órgãos de fiscalização.

G1
Portal Santo André em Foco

O governador João Azevêdo apresentou, nesta sexta-feira (29), na B3 (Bolsa de Valores de São Paulo), em São Paulo, os potenciais econômicos e oportunidades de investimentos da Paraíba a grupos empresariais interessados em investir no Estado. Na ocasião, o gestor detalhou os projetos para implantação do Polo Turístico Cabo Branco, em João Pessoa, e do estaleiro para reparos navais, no município de Lucena, além de ações voltadas para as áreas de saneamento, infraestrutura, segurança hídrica, solidez fiscal e pesquisa e tecnologia.

Em sua apresentação, o chefe do Executivo estadual evidenciou os potenciais da Paraíba na produção de energias renováveis e os atrativos turísticos da região. “O nosso Estado está avançando a cada dia, por isso, somos o primeiro do Nordeste na geração de emprego e no ranking de competitividade e estamos prontos para receber investimentos, pois temos uma gestão com um foco muito grande no planejamento”, ressaltou.

João Azevêdo ainda ressaltou o momento importante da economia da Paraíba. “Nós temos um pacote de obras que contempla mais de 90% do Estado, em investimentos que passam pela infraestrutura, educação, pesquisa e tecnologia e trabalhamos para atrair, cada vez mais, capital privado, para assegurarmos a geração de emprego e renda. Além disso, nós pagamos em dia o funcionalismo público e fornecedores e, até o mês de julho, mais de R$ 300 milhões foram pagos em obras com recursos próprios do tesouro estadual”, comentou.

Ele ainda destacou o trabalho conjunto dos nove Estados do Nordeste, por meio do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável do Nordeste (Consórcio Nordeste), para atrair investimentos para a região. “Nós temos atuado na divulgação das nossas potencialidades e possibilitado, além disso, uma forma eficaz de gestão; um exemplo foi a economia de R$ 50 milhões feita na primeira licitação conjunta para a aquisição de medicamentos e essas ações integradas em outras áreas, como turismo e geração de energia, serão ampliadas”, disse.

Representantes de empresas, corretoras e escritórios de advocacia como a BRK Ambiental, Mattos Filho Advogados, Russell Bedford, Gel Engenharia, Fitchs Ratings, Siqueira Castro, Aegea Saneamento e Iguá Saneamento estiveram presentes no evento.

A B3 é uma das principais empresas de infraestrutura de mercado financeiro no mundo, com atuação em ambiente de bolsa e de balcão. Nos últimos 25 anos, a empresa conduziu importantes processos de licitações em diversos setores incluindo rodovias, aeroportos, energia elétrica, saneamento e créditos de carbono para agências reguladoras e para os governos federal, estaduais e municipais.

Secom-PB
Portal Santo André em Foco

A saída do ex-presidente Lula da prisão acendeu um alerta no Palácio do Planalto em relação à única região em que o presidente Jair Bolsonaro perdeu o segundo turno das eleições do ano passado: o Nordeste. Enquanto o petista já começa a fazer viagens, mantendo seu nome forte entre os eleitores nordestinos, o governo tenta tirar do papel seus planos enquanto sofre com o impacto negativo do vazamento de óleo que atingiu as praias da região.

O Palácio do Planalto tem tido dificuldades para deixar sua marca no Nordeste no primeiro ano da gestão. O diagnóstico é que Bolsonaro ainda depende de programas do governo Lula, como o Bolsa Família — que ganhou um 13º. Os investimentos do governo federal na região caíram este ano, segundo um levantamento do GLOBO: de janeiro a outubro, foram pagos R$ 5,7 bilhões pelos ministérios, contra R$ 3,8 bilhões no mesmo período do ano passado. O mesmo ocorreu todas as regiões do país neste ano, que registra o menor nível de investimentos da União desde 2007.

O ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, é quem tem se dedicado mais ao Nordeste. Ele teve agendas recentes com os governadores petistas Fátima Bezerra (RN) e Camilo Santana (CE) e com os pessebistas Paulo Câmara (PE) e João Azevedo (PB), além de Renan Filho (MDB-AL) e Belivaldo Chagas (PSD-SE). O gesto, porém, foi malvisto entre deputados aliados. Eles fizeram chegar ao governo reclamações de uma suposta tentativa de formar pontes com a oposição.

— É uma região muito sofrida. “Ah, votou no Haddad, é PT”. Pô, meu amigo, o povo precisa de apoio. Votou no PT? Tudo bem. É um direito deles. Agora, não vou deixar os caras a pão e água — diz o ministro.

Verbas para municípios
Ramos tem percorrido a região para apresentar o “Pacto Mais Brasil – Nordeste”. Anunciado este mês, o programa contempla 222 municípios dos nove estados região, que reúnem 7,2 milhões de pessoas — 12,7% da população nordestina. Em 2019, a estimativa de investimentos no Nordeste é de R$ 1 bilhão. No ano que vem, mais R$ 3,4 bilhões.

De acordo com a secretaria especial de Assuntos Federativos da Secretaria de Governo, Deborah Arôxa, o objetivo é criar polos de desenvolvimento que sejam ampliados ao longo do tempo até que se chegue em um universo de 1.450 cidades.

Deborah apontou que o foco principal é dar condições estruturais e logísticas de acesso à água nos municípios. A secretária também destacou o desenvolvimento do ciclo do agronegócio, a partir do AgroNordeste, programa do Ministério da Agricultura que prevê um investimento de R$ 8 bilhões em dois anos. Voltado para pequenos e médios produtores, o AgroNordeste foi lançado em outubro, no Palácio do Planalto, para ser implementado até o fim de 2020 em 230 municípios da região e também de Minas Gerais, com população rural de 1,7 milhão de pessoas. O governo tem como objetivo aumentar a assistência técnica e diversificar mercados, além de garantir segurança hídrica.

O coordenador da bancada do Nordeste no Congresso, o deputado Julio Cesar (PSD-PI), vê com bons olhos o AgroNordeste, mas diz que ele não é suficiente.

— É pouco, porque acabou o FINOR (Fundo de Investimentos do Nordeste) e o FINAM (Fundo de Investimentos da Amazônia). Eles geram muitas esperanças, mas a gente sabe do problema do caixa do Tesouro.

Procurado, o Ministério do Desenvolvimento Regional diz ter investido mais de R$ 1,4 bilhão em segurança hídrica e R$ 3 bilhões ao todo na região neste ano. Segundo o ministério, o valor dos contratos de projetos de infraestrutura no Nordeste subiu em 17,6%, de R$ 6,3 bilhões até setembro de 2018 para R$ 7,4 bilhões no mesmo período de 2019. Houve, ainda, um aumento dos recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste repassados a empreendedores e produtores, ainda segundo o ministério — um total de R$ 19,7 bilhões, ante R$ 16,5 bilhões em 2018.

A crise do óleo que atingiu centenas de praias nordestinas também expôs Bolsonaro na região. A demora em dar respostas se somou ao fato de o presidente não ter visitado sequer um local afetado. Neste mês, depois de voltar de uma viagem pela Ásia, ele prometeu ver de perto a tragédia ambiental, mas não cumpriu.

Bolsonaro só deve ir à região no dia 11, para participar de uma cerimônia que marcará a entrega da primeira fase da modernização do Aeroporto Internacional de Salvador. Será sua primeira visita à cidade, uma das quatro capitais em que não foi o mais votado no primeiro turno do ano passado. Em dez meses e meio de governo, o presidente foi cinco vezes ao Nordeste e passou por Pernambuco, Bahia, Paraíba e Piauí.

Deputados insatisfeitos
O deputado Juscelino Filho (DEM), coordenador da bancada do Maranhão na Câmara, se queixa da ausência de uma nova política habitacional, já que o governo cortou a primeira faixa do Minha Casa, Minha Vida, e da situação das rodovias federais em seu estado.

— Se ele (Bolsonaro) concentrasse um pouco e buscasse resolver alguns problemas, conseguia apresentar resultados para o povo. Só tem uma forma de conseguir penetrar no Nordeste: dando atenção. Investindo, criando oportunidades, gerando investimentos — diz Juscelino.

O coordenador de Alagoas, Marx Beltrão (PSD), tem um diagnóstico parecido. Ele queixa do Canal do Sertão, obra de transposição do Rio São Francisco que já consumiu R$ 2,5 bilhões, mas ainda não funciona:

— Não vi nenhuma ação em que se possa dizer que teve mudança positiva. É exatamente a mesma coisa que vem acontecendo há anos.

O Globo
Portal Santo André em Foco

O procurador-geral da República, Augusto Aras, afirmou em documento apresentado nesta sexta-feira (29) ao Supremo Tribunal Federal que não vê "indícios mínimos" de obstrução de Justiça por parte do presidente Jair Bolsonaro e do filho dele Carlos envolvendo a investigação do assassinato da vereadora do Rio Marielle Franco.

Aras se manifestou contra dois pedidos, feitos por integrantes do Partido dos Trabalhadores (PT) e pela Associação Brasileira de Imprensa (ABI), para que os dois fossem investigados pelo acesso a dados da portaria do condomínio onde ambos têm casa, no Rio de Janeiro.

Os pedidos se basearam em reportagem do Jornal Nacional que revelou o depoimento de um porteiro do condomínio que afirmou que, em 14 de março de 2018, dia do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, um dos acusados do crime, Élcio Queiroz, entrou no condomínio dizendo que ia para a casa 58, que pertence ao presidente Jair Bolsonaro, na época deputado federal.

Naqueles depoimentos iniciais, o porteiro disse ainda que ligou para a casa 58 duas vezes e que a autorização para a entrada de Queiroz no condomínio veio de alguém cuja voz, segundo ele, era a do "Seu Jair".

Ainda de acordo com o porteiro, Queiroz acabou não indo para o imóvel 58. A reportagem apontou que Bolsonaro não estava no local no momento em que a visita aconteceu, mas sim em Brasília.

Depois, o porteiro que citou Jair Bolsonaro deu novo depoimento, dessa vez à Polícia Federal, e voltou atrás sobre a informação que tinha dado anteriormente à Polícia Civil do Rio.

Segundo o pedido da ABI, depois da reportagem, Jair Bolsonaro afirmou que o filho Carlos havia obtido gravações na guarita do condomínio. Com isso, para a associação e para os petistas, eles teriam cometido obstrução de Justiça e interferido na investigação.

O relator desses pedidos é o ministro Alexandre de Moraes, que enviou os casos para parecer da Procuradoria, que é o órgão responsável por investigar autoridades com foro, como o presidente da República.

Para o procurador-geral, não há elementos que exijam investigação.

"Os noticiantes não trouxeram aos autos indícios mínimos da ocorrência de ilícito criminal. Isso porque arquivos de áudio a que aludem já se encontram, há muito, sob a guarda das autoridades competentes – Ministério Público e autoridade policial –, tendo havido a análise técnica do seu conteúdo antes mesmo dos fatos noticiados", disse ao STF.

Aras afirmou que Carlos Bolsonaro exerceu direito de morador ao acessar gravações da portaria.

"O fato de um condômino ter o eventual acesso a cópias dos áudios da portaria do local onde reside consiste em mero exercício de direito, na medida em que possui o domínio ou posse – embora não exclusivamente – sobre os bens de uso comum."

O procurador-geral também destacou que cabe ao Ministério Público decidir sobre investigações e não ao Judiciário ou a terceiros.

"Demais disso, a Constituição Federal de 1988, notadamente em seu artigo 129, estabeleceu no Brasil um sistema processual de viés acusatório, a abranger toda a persecução penal. Daí caber ao Ministério Público a titularidade da ação penal e, em consequência, a exclusividade da formação da ‘opino delicti’ (considerar se há ou não elemento de crime)."

G1
Portal Santo André em Foco

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), revogou, nesta sexta-feira, decisão dada em setembro que suspendia as investigações envolvendo o senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ) no âmbito do Rio de Janeiro. A nova decisão libera o Ministério Público do estado a retomar a apuração contra o filho do presidente Jair Bolsonaro.

No despacho, Gilmar Mendes cita a decisão do plenário do STF e alega que, como a liminar de Toffoli que paralisava as investigações baseadas em dados da Receita e da UIF foi revogada, o pedido de Flávio pela suspensão de seu caso "não mais subsiste".

Flávio Bolsonaro e o ex-assessor Fabrício Queiroz são suspeitos de praticar “rachadinha” — pegar parte dos salários dos funcionários do gabinete — na época em que o hoje senador era deputado estadual na Assembleia do Rio. A investigação contra os dois teve início a partir de relatórios do antigo Coaf, atual Unidade de Inteligência Financeira (UIF).

A revogação de Gilmar Mendes que autoriza a retomada das investigações contra Flávio ocorre depois de a maioria dos ministros do Supremo votar para liberar o compartilhamento de dados de órgãos de controle com o Ministério Público (MP) e a polícia, mesmo quando não houver decisão judicial prévia.

Na quinta-feira, a Corte também decidiu pela revogação da decisão liminar dada em julho de 2019 pelo presidente do STF, Dias Toffoli, que paralisou inquéritos e processos baseados em informações detalhadas repassadas pela Receita Federal e pelo antigo Coaf, hoje rebatizado de Unidade de Inteligência Financeira (UIF).

A decisão de Tofolli havia sido dada em resposta a um pedido de Flávio em um processo que não tratava do caso dele, mas que previa "repercussão geral". Ou seja, a decisão tomada deve ser aplicada por juízes de todo o país em processos sobre o mesmo assunto. Com base nessa liminar de Toffoli, em setembro, Gilmar Mendes deu a decisão - agora, revogada -, suspendendo especificamente os processos de Flávio Bolsonaro.

O Globo
Portal Santo André em Foco

Um grupo de investigadores da Polícia Federal identificou duas falhas no sistema de urnas eletrônicas durante o Teste Público de Segurança (TPS), feito pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta semana. A Corte considerou essas vulnerabilidades superficiais e sem prejuízo capaz comprometer o sigilo do voto ou a segurança do processo eleitoral. A equipe trabalhará agora para sanar as falhas a tempo das eleições municipais.

A perícia para aperfeiçoar as urnas contou com 22 investigadores, divididos em cinco grupos e três investigadores individuais. Dos 13 planos de ataque apresentados, somente dois foram bem sucedidos, sob autoria de profissionais da Polícia Federal.

O secretário de Tecnologia da Informação do TSE, Giuseppe Janino, avalia que os achados vêm a contribuir para a melhoria dos processos envolvidos no sistema eletrônico de votação.

— O objetivo do TPS não é um desafio. Não estamos aqui desafiando os investigadores. Eles são nossos parceiros, na medida em que tenham um olhar mais preciso e diferenciado para achar pontos de fragilidade — disse.

A próxima fase do TPS 2019 será desempenhar um trabalho para fazer a correção das vulnerabilidades apontadas. No ano que vem, os mesmo investigadores da Polícia Federal que identificaram as falhas serão chamados a retornar ao TSE para verificar a efetividade dos reforços de segurança que serão implementados.

— O sistema vai para a eleição muito mais fortalecido — assegurou Giuseppe Janino.

A presidente do TSE, ministra Rosa Weber, afirmou ser imprescindível a colaboração da sociedade para o avanço do processo democrático e para a melhoria do sistema eleitoral como um todo. Ela lembrou que a realização do TPS auxilia a Justiça Eleitoral a manter a tecnologia implementada no sistema eletrônico de votação atualizada e imune a ferramentas que possam ser desenvolvidas para atacá-lo.

— É o momento de abertura dos sistemas de segurança ao olhar externo da comunidade científica, dos estudantes, dos partidos políticos, dos cidadãos como um todo. Um chamado para que atuem como hackers e tragam seus planos de testes, com estratégias de ataque às urnas, a fim de identificar possíveis e eventuais vulnerabilidades e falhas relacionadas à violação da integridade ou do anonimato do voto nas eleições — disse.

Giuseppe Janino lembrou também que os investigadores tentaram neste ano efetuar ataques em pontos nos quais foram detectadas vulnerabilidades nas edições anteriores, mas não obtiveram êxito desta vez.

— Esses testes mostram, efetivamente, a melhoria contínua a cada fase, a cada etapa, a cada ciclo, baseada e impulsionada pela participação popular e por esses especialistas que vêm aqui dedicar o seu tempo a trabalhar em parceria com a Justiça Eleitoral — afirmou.

O Teste Público de Segurança é um evento permanente no calendário eleitoral criado para aprimorar o processo eletrônico de votação. Realizado preferencialmente no ano anterior às eleições, traz a participação e a colaboração de especialistas na busca por problemas ou fragilidades que, uma vez identificados, serão resolvidos e testados antes da realização do pleito. Desde 2015, o evento passou, por força de resolução do Tribunal, a compor o calendário de atividades da Corte.

O Globo
Portal Santo André em Foco

O procurador-geral da República (PGR), Augusto Aras, opinou pela rejeição da queixa-crime proposta pela organização ambientalista Greenpeace contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.

Em outubro, o Greenpeace protocolou uma ação contestando declarações de Ricardo Salles.

O ministro havia sugerido em uma rede social que a ONG pode ter sido responsável pelo derramamento de óleo em praias do Nordeste. Salles ainda se referiu à organização com o termo "#greenpixe".

Ao entrar com a queixa-crime por suposta difamação cometida por Salles, o Greenpeace citou ainda o fato de o ministro ter se referido a ativistas da ONG como "ecoterroristas" e depredadores do patrimônio público.

Na avaliação do PGR, as declarações do ministro contra o Greenpeace estão protegidas pela liberdade de expressão, fundamental para a configuração de um espaço público de debate e do Estado Democrático de Direito.

“As críticas de caráter político estão compreendidas no campo da liberdade de expressão, passando para o domínio da ilicitude quando manifesta a intenção de violar a honra alheia, especialmente a de pessoas físicas, destinatárias de maior proteção estatal”, afirma Augusto Aras.

Augusto Aras recordou em seu despacho que, no entendimento do STF, a pessoa jurídica, caso do Greenpeace, pode ser vítima apenas de difamação, mas não de injúria e calúnia. Daí o motivo de a ONG ter alegado esse tipo de crime em sua queixa.

Contudo, para o procurador-geral, as declarações do ministro, apontadas pelo Greenpeace como difamatórias, não seriam graves o suficientes para atingir a honra ou a imagem da ONG ambientalista.

G1
Portal Santo André em Foco

A Polícia Federal indiciou, nesta sexta-feira, o presidente nacional do PSL e deputado federal Luciano Bivar (PE), e três candidatas classificadas como “laranja” durante as eleições de 2018 em Pernambuco . Eles são investigados pelos crimes de falsidade ideológica eleitoral, associação criminosa e apropriação indébita de recursos destinados às eleições.

A utilização de candidaturas laranja durante as eleições de 2018 foi revelada pelo jornal "Folha de S. Paulo" e passou a ser investigada pela Polícia Federal. As investigações mostraram que, além de funcionar em Pernambuco, o esquema também foi executado em Minas Gerais. No mês passado, o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, também foi indiciado .

De acordo com nota da Polícia Federal sobre o caso, Bivar teria “ocultado/disfarçado/omitido movimentações de recursos financeiros oriundos do fundo partidário, através de três candidatas fictícias”.

O esquema investigado em Pernambuco e em Minas Gerais funcionava da seguinte forma: candidatas com pouca viabilidade eleitoral recebiam recursos destinados pelo partido para suas candidaturas.

A verba, porém, era desviada para ser usada para custear despesas de outros candidatos, em geral, homens. Assim, o partido burlava a legislação eleitoral que determina que um percentual de 30% do fundo partidário seja destinado às candidaturas de mulheres.

Em Pernambuco, além de Bivar, foram indiciadas: Maria de Lourdes Paixão, Érika Santos e Mariana Nunes. O inquérito faz parte de um processo que tramita no Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE).

Nesta semana, o Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) rejeitou as contas de Maria de Lourdes Paixão e determinou que ela devolvesse R$ 380 mil aos cofres públicos. Nas eleições de 2018, ela recebeu R$ 400 mil do fundo partidário e teve apenas 274 votos.

Após o indiciamento, caberá ao Ministério Público avaliar se oferece denúncia contra os quatro ou não. Caso eles sejam condenados, as penas variam entre três e seis anos de prisão.

As candidaturas-laranja do PSL são apontadas como um dos motivos que levou à queda do ex-presidente nacional do PSL e coordenador da campanha de Jair Bolsonaro (sem partido) à Presidência, Gustavo Bebianno. O caso também é apontado como um dos pivôs para a saída de Bolsonaro do PSL e para a tentativa de criar o “Aliança pelo Brasil”.

Luciano Bivar foi procurado, mas até o fechamento desta reportagem não retornou. A reportagem não conseguiu localizar a defesa das três candidatas indiciadas.

O Globo
Portal Santo André em Foco

A investigação sobre o senador Flávio Bolsonaro , filho do presidente Jair Bolsonaro, não será a única que deverá ser reaberta após a decisão do Supremo Tribunal Federal, que liberou o compartilhamento de dados da Unidade de Inteligência Financeira (UIF), antigo Coaf , e da Receita Federal. Segundo dados da Procuradoria-Geral da República, 935 casos estavam parados em razão da liminar concedida pelo ministro Dias Toffoli, que suspendeu todas os processos no país que utilizaram relatórios desses órgãos sem prévia autorização judicial.

Entre eles, há processos rumorosos, em que figuram outros acusados famosos, como o bicheiro Carlos Cachoeira, os ex-governadores Sérgio Cabral e Marconi Perillo, e o ex-ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos no governo Collor, Leoni Ramos.

De acordo com o Ministério Público, dos 935 procedimentos que foram parados em razão da decisão de Toffoli, 78% investigam apenas três crimes, geralmente conectados: crimes contra a ordem tributária, crimes de lavagem ou ocultação de bens, e crimes contra o sistema financeiro nacional. Os três são conhecidos como crimes do colarinho branco, geralmente cometidos por acusados com boa condição econômica.

Os ministros do Supremo ainda vão definir os limites da decisão desta quinta-feira, mas os votos dos ministros indicaram que a maioria é favorável a um compartilhamento amplo dos dados da Receita e do UIF, desde que seja preservado o sigilo das informações recebidas. Em julho, o ministro Dias Toffoli proferiu liminar que suspendia todas as investigações baseadas em informações compartilhadas por esses órgãos de controle, o que levou a uma corrida aos tribunais para que ações ou inquéritos que utilizaram esse tipo de informações fossem paralisados.

O ministro Gilmar Mendes, por exemplo, acatou o pedido de Lineu Castilho Martins, um dos acusados da Operação C'est Fini, desdobramento da Lava-Jato do Rio de Janeiro, e que tem entre os seus acusados o ex-governador Sérgio Cabral. Posteriormente, no entanto, Mendes afirmou em despacho que os efeitos da decisão valeriam apenas para Lineu Castilho Martins, visto que ele foi o único a acionar o Supremo.

A Justiça Federal de Goiás, no entanto, chegou a paralisar toda a ação relacionada ao bicheiro Carlinhos Cachoeira após um pedido feito pela defesa de outro réu, o contador Geovani Pereira da Silva, que trabalhava no escritório do contraventor. Ele obteve uma liminar que suspendeu a ação, um desdobramento da Operação Monte Carlos e que apura crimes de sonegação de impostos e lavagem de dinheiro.

Em outra ação que resultou da Operação Monte Carlo, a Justiça Federal de Goiás também paralisou uma ação que, além de Carlinhos Cachoeira, também inclui o ex-governador Marconi Perillo e o empresário Fernando Cavendish. Eles são acusados, neste caso, pelos crimes de corrupção passiva e ativa.

Além dele, outros réus de operações que correm no Rio de Janeiro, como a Furna de Onça, que investiga a corrupção de deputados estaduais, também conseguiram que as ações penais fossem paralisadas. Na última quarta-feira, o Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) concedeu pedido de réus da operação e determinou a suspensão do processo a que respondem no tribunal.

Não está claro, ainda, como serão os efeitos da decisão de quinta-feira do Supremo: os ministros precisam decidir se a questão terá repercussão automática em outras decisões ao redor do país ou se os ministros terão que despachar novamente nos casos.

Em São Paulo, os ex-prefeitos de Marília Abelardo e Vinicius Camarinha também foram beneficiados pela decisão. É no estado em que estão a maioria dos procedimentos paralisados pela Justiça, segundo os dados da Procuradoria-Geral da República: 233 de 935 ou, cerca de 1 a cada 4 investigações suspensas pela decisão de Toffoli.

Na Lava-Jato do Paraná, que atuou em conjunto com a Receita Federal em quase todas as ações deflagradas pela operação, a juíza Gabriela Hardt suspendeu apenas a utilização de um relatório do então Conselho de Controle de Atividades Financeiras, o Coaf. A decisão ocorreu no processo referente à 62ª fase da operação, que investiga o Grupo Petrópolis, acusado de servir como grupo interposto para o pagamento de propinas pela Odebrecht.

A magistrada se limitou apenas à suspensão do uso do documento porque, segundo ela, a investigação não se iniciou com base nas informações transmitidas pelo Coaf, mas na colaboração premiada de executivos da Odebrecht.

"Assim, em vista da decisão monocrática proferida pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal, o Eminente Ministro Dias Toffoli, determino a suspensão do uso do (relatório)", decidiu Gabriela Hardt.

O Globo
Portal Santo André em Foco

© 2019 Portal Santo André em Foco - Todos os Direitos Reservados.

Please publish modules in offcanvas position.