A Polícia Federal indiciou, nesta sexta-feira, o presidente nacional do PSL e deputado federal Luciano Bivar (PE), e três candidatas classificadas como “laranja” durante as eleições de 2018 em Pernambuco . Eles são investigados pelos crimes de falsidade ideológica eleitoral, associação criminosa e apropriação indébita de recursos destinados às eleições.
A utilização de candidaturas laranja durante as eleições de 2018 foi revelada pelo jornal "Folha de S. Paulo" e passou a ser investigada pela Polícia Federal. As investigações mostraram que, além de funcionar em Pernambuco, o esquema também foi executado em Minas Gerais. No mês passado, o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, também foi indiciado .
De acordo com nota da Polícia Federal sobre o caso, Bivar teria “ocultado/disfarçado/omitido movimentações de recursos financeiros oriundos do fundo partidário, através de três candidatas fictícias”.
O esquema investigado em Pernambuco e em Minas Gerais funcionava da seguinte forma: candidatas com pouca viabilidade eleitoral recebiam recursos destinados pelo partido para suas candidaturas.
A verba, porém, era desviada para ser usada para custear despesas de outros candidatos, em geral, homens. Assim, o partido burlava a legislação eleitoral que determina que um percentual de 30% do fundo partidário seja destinado às candidaturas de mulheres.
Em Pernambuco, além de Bivar, foram indiciadas: Maria de Lourdes Paixão, Érika Santos e Mariana Nunes. O inquérito faz parte de um processo que tramita no Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE).
Nesta semana, o Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) rejeitou as contas de Maria de Lourdes Paixão e determinou que ela devolvesse R$ 380 mil aos cofres públicos. Nas eleições de 2018, ela recebeu R$ 400 mil do fundo partidário e teve apenas 274 votos.
Após o indiciamento, caberá ao Ministério Público avaliar se oferece denúncia contra os quatro ou não. Caso eles sejam condenados, as penas variam entre três e seis anos de prisão.
As candidaturas-laranja do PSL são apontadas como um dos motivos que levou à queda do ex-presidente nacional do PSL e coordenador da campanha de Jair Bolsonaro (sem partido) à Presidência, Gustavo Bebianno. O caso também é apontado como um dos pivôs para a saída de Bolsonaro do PSL e para a tentativa de criar o “Aliança pelo Brasil”.
Luciano Bivar foi procurado, mas até o fechamento desta reportagem não retornou. A reportagem não conseguiu localizar a defesa das três candidatas indiciadas.
O Globo
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