Mai 03, 2025
Arimatea

Arimatea

No quarto e último volume da série Diários da Presidência, que chega às livrarias no dia 25, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso conta o processo de aproximação de Luiz Inácio Lula da Silva e de outras lideranças petistas de posições políticas defendidas pelo mercado na economia e revela bastidores dos dois últimos anos de seu mandato e no delicado período da transição, após a derrota em 2002 do tucano José Serra na eleição presidencial.

É possível acompanhar mês a mês a evolução do pensamento do então presidente em relação aos principais candidatos à sua sucessão. Pouco a pouco suas resistências a Lula vão se transformando na atitude que ele resume dessa forma: “Se Lula ganhar vou tentar ajudar o Brasil”.

É assim que FHC justifica sua atitude em relação ao petista durante a campanha eleitoral e a transição. Do primeiro encontro com Lula no Planalto logo após o assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel, à posse, o então presidente vai modulando nos registros gravados e agora transformados em livro sua atitude em relação a Lula.

Fernando Henrique chega mesmo a dizer de José Dirceu: “Ele raciocina como nós, como um tucano”. E o presidente alerta em agosto de 2002 o dirigente petista sobre as resistências de grandes empresários espanhóis e italianos à eleição de Lula. “Vai ter dificuldades imensas para governar.” FHC começava a captar o processo de transformismo da elite petista. O PT recebia, naquele momento, adesões de todos os lados. E deixava de ser “um partido igualzinho a você”, como no slogan dos anos 1980, para se tornar um “partido igualzinho aos outros”.

E ali o tucano afirma que não iria jogar do lado dos que querem uma crise institucional. Apesar disso, dizia que o PSDB devia apoiar apenas pautas pontuais do governo sem participar da administração petista, que era “um governo que pode não dar certo de forma pavorosa”.

No fim de 2001, FHC dizia que a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva seria um “imenso atraso” para o Brasil e que o petista passou 20 anos no Partido dos Trabalhadores sem que tivesse se preparado para o cargo – “ele não aprende”. A legenda dele representava então o pensamento regressivo da esquerda no País.

Mas, em outros momentos do fim do mandato, o tom era diametralmente oposto. “É melhor Lula e Serra do que Lula e Roseana (Sarney, no segundo turno) ou do que Serra e Roseana. Porque Lula e Serra significam forças de progresso. O Lula, mesmo que tenha aspectos atrasados, corporativos, tem aspectos positivos na questão da moralidade pública, na questão de certa responsabilidade fiscal.”

Desastre na Argentina
Fernando Henrique parecia acreditar que um desastre como o que envolvera na Argentina o governo de Fernando de la Rúa podia atingir o petista. Ao saber do resultado das urnas, disse que não era uma “onda vermelha” ou o petismo que ganhava o pleito, mas o “lulismo”. “É a vontade de mudar.”

Mas qual era a alternativa? Serra é descrito como alguém sem muitas chances, um candidato que não empolgava e, por isso, cada vez mais tenso. Era alguém ainda em torno de quem havia discórdia. Não que o presidente corrobore as acusações de pefelistas e dos tucanos do Ceará contra Serra, de que ele estaria por trás de manobras e intrigas para pavimentar sua candidatura. O tucano “não cria clima de cumplicidade”.

O último biênio de FHC no Planalto é o da degringolada da parceria com o PFL. Era abril de 2002, quando Polícia Federal deflagrou uma operação na sede da empresa Lunus, da qual o marido de Roseana Sarney, Jorge Murad, era sócio. No local, foram apreendidos documentos e R$ 1,34 milhão em espécie, valor não declarado. A foto com os maços de dinheiro sobre a mesa do escritório foi publicada nos jornais e enterrou a candidatura presidencial de Roseana, que estava em crescimento. “Historicamente fica registrado que o Executivo não vazou nada.”

O livro traz ainda momentos importantes da política externa, como a reação aos atentados de 11 de Setembro. FHC descreve sua estadia em companhia do ex-presidente americano Bill Clinton na casa de campo do então primeiro-ministro inglês, Tony Blair, em outubro de 2001.

É quando surge uma cena memorável: Blair, Clinton e FHC sentados na biblioteca da residência discutindo os próximos lances da guerra contra o terror em torno de um mapa-múndi estendido pelo inglês no chão. “Blair fala que a duração da guerra será de pelo menos um ano.” FHC se lembrou então do amigo e sociólogo José Medina Echavarria que dizia que “quanto mais conhecia quem mandava no mundo, mais tinha medo de viver no mundo”.

Estadão
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Um grupo de pesquisadores estudando a origem do óleo que está desaguando nas últimas semanas em praias do Nordeste trabalha com a hipótese de um navio afundado décadas atrás estar sofrendo novo vazamento. A teoria está sendo investigada pelo químico oceanógrafo Rivelino Cavalcante, da Universidade Federal do Ceará (UFC), que saiu em expedição nesta semana para coletar amostras a serem enviadas para o Instituto de Oceanografia de Woods Hole (WHOI), nos EUA, que vai investigar a composição do material.

— Queremos saber se esse óleo é extraído mais recentemente ou se é um óleo mais velho — explica o pesquisador.

Como a UFC não possui laboratório capaz de responder à questão, é o geoquímico Christopher Reddy, do WHOI, que vai se encarregar das análises.

— Esperamos poder dizer algo sobre a idade de extração desse óleo e sobre de onde ele foi extraído. O óleo do Brasil é muito distinto daquele da costa da Califórnia ou do óleo da Arábia Saudita — diz o americano.

Segundo ele, é “totalmente razoável” que essa liberação de óleo seja de um naufrágio:

— O fato de ser intermitente e fragmentado está em linha com algo como uma mudança recente no navio afundado que criou esse vazamento.

Borracha misteriosa
Um evento relativamente recente que acendeu a curiosidade dos cientistas foi o encontro de grandes pedaços de borracha em praias do Nordeste desde o fim do ano passado. O material foi identificado como sendo “fardos” de látex, forma típica que a indústria da borracha usa para transportá-los.

Carlos Teixeira, oceanógrafo da UFC, buscou registros de naufrágios no Atlântico e encontrou a localização de um navio alemão afundado em 1944, a 1.000 km do Recife, que estava transportando essa carga. Um dos fardos achados na Bahia indicava “Indochina Francesa” (atuais Camboja, Laos e Vietnã) como a origem do produto.

— Como a Indochina Francesa deixou de existir em 1953, creio que respondemos à pergunta sobre de onde veio essa borracha — diz Teixeira: — Esse navio alemão navegava "disfarçado" com o nome de SS Rio Grande, uma coisa comum durante a Segunda Guerra. A localização dele, bastante profunda, já é conhecida com precisão.

O pesquisador acreditava que o vazamento de óleo também viesse deste naufrágio, mas mudou de ideia: correu ontem na comunidade científica notícia extraoficial de que a Petrobras classificou o óleo como de extração recente, o que invalida a tese do naufrágio.

Apesar de Rivelino e Reddy estarem ainda apoiando a hipótese, Teixeira diz ter perdido o entusiasmo, porque confia nas comunicações informais que obteve. A Petrobras não se pronunciou sobre o assunto. A Marinha descartou a hipótese de naufrágio recente, mas não se pronunciou sobre a possibilidade levantada pela UFC.

Distribuição bate com naufrágio
Um fato curioso é que, numa simulação de correntes feita por Teixeira, partículas de óleo liberadas a partir da localização do SS Rio Grande teriam uma distribuição similar à do óleo visto agora nas praias do Nordeste. O pesquisador, cauteloso, diz que só retomaria essa linha de investigação diante de uma confirmação de que o óleo é de extração antiga.

Entre as hipóteses ainda não descartadas pela Marinha estão a de derramamento acidental, manobra de uma embarcação e troca de óleo entre navios. Os militares estão varrendo o registro do tráfego de navios na região. O presidente Jair Bolsonaro, em uma das entrevistas que deu sobre o assunto, afirmou que a Marinha identificou 140 navios que transitaram na área suspeita. Esta quantidade, porém, vem sendo afunilada pelos investigadores.

Woods Hole, por sua vez, diz que não está certo nem mesmo de que o material sendo recolhido é petróleo cru, como indicam alguns relatos.

— Estou em contato próximo com vários cientistas brasileiros que estão monitorando o derramamento e eles estão me mantendo atualizado, mandam fotos, vídeos – conta: — É difícil dizer pelas imagens, mas não me parece petróleo cru. Isso será facilmente verificado aqui quando tivermos as amostras. É possível que seja uma variedade diferente de combustível produzido em refinaria para uso em navios.

A UFC deve demorar ainda alguns dias para conseguir enviar as amostras para os EUA, mas Reddy diz que consegue produzir uma análise consistente em um único dia.

Pressa
O petróleo já contaminou 139 localidades, em 63 cidades dos nove estados do Nordeste, conforme o levantamento atualizado do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A contaminação inclui mais de uma centena de praias e a foz de rios como Subauma e Inhampube, segundo o monitoramento do Ibama.

O secretário de Meio Ambiente de Piaçabuçu (AL), Otávio Nascimento, diz que foi encontrado resquício do derramamento na foz do rio São Francisco. — O volume não foi grande, mas apresenta uma ameaça de contaminação. — A gente precisa entender qual foi o problema e o governo ainda não disse isso. Não recebemos uma ligação do ministro, uma fala de ajuda. Não sabemos se eles enxergam a gente no cenário de catástrofe ambiental que estamos.

O Globo
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A 1ª Turma Especializada do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) autorizou nesta quarta-feira, por 2 votos a 1, a viagem do ex-presidente Michel Temer à Inglaterra, entre os dias 13 e 18 deste mês, para palestras na Oxford Union, em Londres.

Em 19 de agosto, o ex-presidente solicitou autorização do juiz federal Marcelo Bretas para ir à Inglaterra, fazendo uso do passaporte diplomático, para palestrar na instituição de debates estudantis. O Ministério Público Federal (MPF) se opôs ao pedido e Bretas proibiu que Temer deixasse o país.

A defesa do ex-presidente recorreu ao TRF-2 e, cerca de um mês depois da decisão em 1ª instância, o desembargador Antonio Ivan Athié atendeu ao recurso e autorizou a viagem do emedebista a Londres . O MPF solicitou a cassação da decisão, mas os desembargadores decidiram nesta quarta-feira confirmar a autorização da viagem.

Votaram autorização da viagem os desembargadores Ivan Athié, que havia concedido a liminar ao ex-presidente, e Paulo Espírito Santo. O magistrado Abel Gomes votou contra.

Temer foi preso em 21 de março deste ano. Quatro dias depois, o desembargador Ivan Athié, que é relator do caso no TRF-2, deferiu a liminar para determinar a soltura do ex-presidente, sem a imposição de qualquer medida cautelar.

No início de maio, a 1ª Turma Especializada do TRF-2 cassou a liminar e Temer foi preso novamente. Em seguida, a 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) substituiu a prisão preventiva de Temer por medidas cautelares, entre as quais a proibição de deixar o país sem autorização judicial e a entrega do passaporte.

O ex-presidente responde por corrupção, peculato e lavagem de dinheiro. Ele virou réu duas vezes, acusado de receber propina nas obras de Angra 3.

A primeira ação fala sobre a contratação irregular da empresa finlandesa AF Consult, da Engevix e da Argeplan (empresa de João Baptista Lima Filho, o coronel Lima, apontado como operador de Temer), para um contrato na usina nuclear, com a apropriação, segundo os procuradores, de quase R$ 11 milhões dos cofres públicos. Para o MPF, a Argeplan foi colocada no contrato como forma de devolução da propina para Temer.

Na segunda ação penal, Temer, o ex-ministro Moreira Franco, coronel Lima, o ex-presidente da Eletronuclear Othon Silva e outras cinco pessoas respondem pela contratação fictícia da empresa Alumi Publicidades, como forma de dissimular o pagamento de propina de cerca de R$ 1,1 milhão. Temer e os demais acusados negam as imputações do MPF.

O Globo
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A 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) aceitou, na tarde desta quarta-feira (9), reduzir a pena do ex-ministro José Dirceu em 51 dias. O período corresponde ao tempo em que ele ficou preso preventivamente por duas condenações ao mesmo tempo, por processos originados na Operação Lava Jato.

Dirceu está preso no Complexo Médico-Penal, em Pinhais, no Paraná, desde maio, após ter recursos negados no TRF-4. Esta foi a segunda condenação do ex-ministro pela Lava Jato, a oito anos, 10 meses e 28 dias de regime fechado, por crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ele respondeu por irregularidades em contrato para fornecimento de tubos para a Petrobras.

"O período de coincidência merece ser objeto de detração. Autorizo que detraia o período de 13 de março de 2017 a 3 de maio de 2017", decidiu o relator da Lava Jato na Corte, desembargador federal João Pedro Gebran Neto, em voto que foi acompanhado pelos demais integrantes da 8ª Turma.

A defesa ingressou com um recurso que pedia a redução no tempo de prisão devido ao período em que o ex-ministro ficou preso preventivamente e com o uso de tornozeleira eletrônica. O advogado Daniel Romero sustentou que "a tornozeleira é um limite à liberdade, não se pode ficar em lugar onde não tem rede celular, tem que recarregar a bateria", o que restringiria o direito de ir e vir.

Os magistrados entenderam, no entanto, que o período da tornozeleira eletrônica não é válido para ter a pena reduzida, pois é da natureza da substituição da prisão.

Romero afirmou que vai aguardar a publicação da decisão, mas adiantou que deve recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Na sua primeira condenação, José Dirceu foi sentenciado a 30 anos e nove meses, por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Dirceu ficou preso entre agosto de 2015 e maio de 2017. Na ocasião, ele obteve no STF um habeas corpus para aguardar o julgamento dos recursos em liberdade, mas com monitoramento por tornozeleira eletrônica. Essa decisão foi cassada em julho de 2018.

O Globo
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O plenário do Congresso Nacional aprovou nesta quarta-feira (9) o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2020. O texto segue para sanção do presidente Jair Bolsonaro.

A LDO é a base utilizada pelo governo para elaborar a proposta de Orçamento da União para 2020. Entre outros pontos, o texto relaciona as metas e prioridades da administração federal.

A proposta foi analisada mais de um mês depois de chegada ao Congresso do Projeto da Lei Orçamentária Anual (PLOA) referente ao próximo ano.

A LDO de 2020 deveria ter sido aprovada antes do recesso de julho, conforme prevê a Constituição. Porém, como até aquele mês os congressistas ainda não tinham analisado o texto, acabaram realizando o chamado "recesso branco", uma espécie de recesso informal.

O texto prevê a destinação de emendas parlamentares de bancadas estaduais para o do fundo de financiamento de campanhas para as eleições de 2020.

O valor final do fundo eleitoral, no entanto, será definido na Lei Orçamentária de 2020, que será analisada em dezembro.

O Congresso rejeitou um destaque, um sugestão de alteração do texto, que estabelecia uma regra para garantir ganho real no reajuste do salário mínimo. A proposta previa a seguinte fórmula:

"Os reajustes do salário mínimo para 2020 corresponderão à variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), calculado e divulgado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), acumulada nos 12 (doze) meses anteriores ao mês do reajuste e a título de aumento real, será aplicado o percentual equivalente à taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2018".

O texto aprovado pelo Congresso prevê a correção do salário mínimo apenas pela inflação, nos termos da proposta enviada pelo Poder Executivo.

Veja alguns pontos previstos na LDO:

Salário mínimo de R$ 1.040 – reajuste do salário mínimo, a partir de janeiro do ano que vem, em 4,2%, passando dos atuais R$ 998 para R$ 1.040. O valor será pago nos contracheques de fevereiro.

O percentual de 4,2% que será aplicado ao salário mínimo no próximo ano corresponde à previsão de inflação para este ano do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Por se tratar de uma estimativa, é possível que ocorra, até o fim do ano, alguma variação no valor de R$ 1.040.

No próprio PLOA enviado ao Congresso, o governo já propôs a revisão do valor para R$ 1.039. A questão deve voltar a ser discutida pelos parlamentares até o fim do ano.

Reajustes de servidores – ampliação do rol de servidores que podem ter aumento salarial se houver recursos para a concessão destes benefícios. O texto inicial, enviado pelo governo, estabelecia que, se houvesse verbas disponíveis no Orçamento e autorização da LDO, militares e seus pensionistas poderiam obter a “concessão de vantagens e aumentos de remuneração”.

Agora, o texto permite que, nas mesmas condições, “servidores civis, membros de Poderes” possam pleitear o aumento nas remunerações. Ainda nestas circunstâncias, ou seja, havendo dinheiro para tanto, o governo poderá também criar cargos e funções.

Recursos para a Educação – ressalva que "despesas com as ações vinculadas à função Educação" não podem ser objeto de bloqueios orçamentários nos próximos anos. Com isso, essas despesas serão preservadas e não poderão ser contingenciadas em 2020, o que, por outro lado, também dificultará a execução orçamentária em 2020, tendo em vista os limites impostos pelo teto de gastos e pela meta fiscal.

G1
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O Congresso Nacional concluiu nesta quarta-feira (9) a aprovação de proposta que destina crédito suplementar de R$ 3,04 bilhões para seis ministérios.

Em sessão conjunta, os deputados já haviam aprovado a matéria na noite de terça-feira (8) por 270 votos a 17, mas ainda faltava a votação pelos senadores, que aprovaram o texto nesta quarta por 40 votos a 2.

O dinheiro é resultado de um remanejamento nas verbas do orçamento federal. Treze ministérios tiveram redução de recursos, que foram direcionados para os seis beneficiados.

De acordo com o projeto, serão contempladas com os recursos as pastas de:

  • Desenvolvimento Regional (R$ 1 bilhão)
  • Saúde (R$ 732 milhões)
  • Defesa (R$ 540,7 milhões)
  • Agricultura (R$ 421 milhões)
  • Educação (R$ 230 milhões)
  • Cidadania (R$ 116,8 milhões)

Segundo o governo, no Ministério do Desenvolvimento Regional, os recursos irão para “estruturação e dinamização de atividades produtivas”; “apoio a projetos de desenvolvimento sustentável”; e para a política nacional de desenvolvimento urbano.

Na Saúde, a verba será destinada para obras de saneamento e manutenção de unidades de saúde, serviços de atenção básica e assistência ambulatorial e hospitalar.

Na Defesa, os recursos vão para a compra de helicópteros e aviões e implantação de programas de defesa estratégica, entre outros.

A verba a ser remanejada para esses seis ministérios será transferida de outros 13: Educação, Agricultura, Ciência e Tecnologia, Economia, Relações Exteriores, Justiça, Minas e Energia, Infraestrutura, Meio Ambiente, Defesa, Desenvolvimento Regional, Turismo e da Mulher, Família e Direitos Humanos.

Das 13, a pasta mais atingida é Educação (mais de R$ 1 bilhão). O programa mais impactado do ministério é o Educação de Qualidade Para Todos, que destina recursos para o funcionamento de instituições federais de ensino superior no país.

Como haverá uma suplementação para a pasta, de cerca de R$ 200 milhões, o saldo negativo para o MEC ficará na casa dos R$ 900 milhões.

Outro ministério que sofrerá redução orçamentária com o remanejamento é o da Infraestrutura (cerca de R$ 700 milhões).

Críticos ao projeto afirmam que parte dos recursos vai para o pagamento de emendas parlamentares que teriam sido prometidas pelo governo para deputados e senadores em troca de apoio à reforma da Previdência.

Emendas parlamentares são recursos previstos no Orçamento da União cujas aplicações são indicadas por deputados e senadores. O dinheiro é empregado em projetos e obras nos estados e municípios.

G1
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Por 8 votos a 1, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quarta-feira (9) manter trecho da lei federal que estabelece a transferência de 25% de royalties de petróleo recebidos pelos estados a todos os municípios, produtores e não.

O royalty é uma compensação paga pela extração de recursos naturais, minerais e hídricos.

Nos votos, ministros adiantaram posições que devem impactar nas ações sobre o tema e que aguardam julgamento pela Corte, previsto para novembro.

A ação movida pelo governo do Espírito Santo questionou o artigo 9º da Lei federal 7.990/1989, que determina que estados afetados pela exploração de recursos naturais, hídricos e minerais, repassem 25% dos royalties recebidos a todos os seus municípios.

O estado alegou que as participações governamentais pagas pelas empresas exploradoras deveriam ser distribuídas apenas aos municípios afetados pela atividade econômica, como uma compensação.

União x estados
Durante o julgamento desta quarta, ministros citaram argumentos que devem voltar a ser debatidos nas ações que tratam da divisão dos royalties, suspensa pela ministra Cármen Lúcia em 2013.

Quando suspendeu a divisão, Cármen Lúcia argumentou que a Constituição garante o royalty como compensação ao produtor e que uma nova lei não poderia ferir o direito adquirido dos produtores. A decisão manteve a antiga regra de divisão, com maior benefício aos produtores.

Em julgamento marcado para novembro, o plenário deve decidir se mantém ou não a decisão liminar (provisória) da ministra. A discussão é importante principalmente para estados como o Rio de Janeiro, cujo orçamento tem maior dependência dos royalties.

Uma das questões a ser analisada em novembro é a titularidade dos royalties. Nesta quarta, o relator de ação sobre esse tema, ministro Luiz Edson Fachin, disse considerar que os royalties são da União e não dos estados produtores, o que deixaria os estados em desvantagem no julgamento sobre a divisão.

“A meu ver, as receitas de royalties são receitas originárias da União, tendo em vista a propriedade federal dos recursos minerais, e obrigatoriamente transferidas aos Estados e municípios”, disse Fachin.

Segundo Fachin, “produtor” só se aplica aos royalties terrestres, que é objeto das ações que ainda serão julgadas, adiantou. O ministro votou nesta quarta pela manutenção do repasse dos royalties a todos os municípios, produtores ou não.

Três ministros, Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes e o presidente da Corte, ministro Dias Toffoli, fizeram ressalvas ao voto de Fachin. Os ministros discordaram do entendimento de que os royalties são da União.

Mesmo com as ressalvas, o voto de Edson Fachin foi seguido pelos ministros Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Dias Toffoli.

Já o ministro Marco Aurélio Mello considerou que cabe aos estados definir critérios para o repasse. Os ministros Luiz Fux e Celso de Melo não estavam na sessão.

Parecer da PGR
Ao se manifestar pela rejeição do pedido do governo do Espírito Santo, o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que a lei está em completa sintonia com a Constituição, pois assegura participação sensivelmente maior, de 75%, na divisão dos royalties aos estados-membros e aos municípios em que ocorra a exploração desses recursos naturais.

“Tal perspectiva não impede que os demais entes federativos, nos quais não se desenvolvam ditas atividades, tenham participação minoritária nos seus resultados, a fim de permitir melhor distribuição de renda e erradicação das desigualdades regionais”, disse.

“O argumento de quebra do pacto federativo não se sustenta", avaliou Janot na época.

Cessão onerosa
O julgamento marcado para novembro independe das discussões sobre a cessão onerosa pelo Congresso. Está em discussão pelos parlamentares se haverá e como será o repasse a estados e municípios do valor arrecadado com o megaleilão de petróleo marcado para novembro.

O acordo de cessão onerosa foi fechado pela Petrobras com a União em 2010 e permitiu à estatal explorar 5 bilhões de barris de petróleo em campos do pré-sal na Bacia de Santos (SP), sem licitação. Em troca, a empresa pagou R$ 74,8 bilhões.

O governo estima, porém, que a área pode render mais 6 bilhões de barris e fará um megaleilão, marcado para novembro, que pode render R$ 100 bilhões aos cofres públicos.

A discussão pelo Supremo sobre os royalties não deve ter impacto direto na cessão onerosa, já que as discussões pelo Congresso tratam da divisão específica dos recursos do leilão.

G1
Portal Santo André em Foco

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu um alerta para que profissionais prescritores tenham cautela ao indicar ondansetrona a mulheres no primeiro trimestre de gravidez. A agência investiga se o medicamento causa malformação do bebê. Após a conclusão dos estudos, há a possibilidade de contraindicar o uso desse medicamento por mulheres grávidas.

O alerta da Anvisa cita um estudo que comparou 88.467 mulheres expostas à ondansetrona durante o primeiro trimestre de gravidez com 1.727.947 mulheres não expostas à substância. O resultado foi de três casos adicionais, 14 contra 11, de defeitos de fechamento orofacial identificados para cada 10 mil nascimentos de descendentes de mulheres expostas, principalmente relacionados à ocorrência de casos de fissura palatina.

Segundo a Anvisa, o mecanismo pelo qual a ondansetrona pode interferir na gravidez é desconhecido. Dessa forma, a segurança de uso desse medicamento durante o segundo e o terceiro trimestres de gravidez também não está estabelecida.

Diante dessas informações, a agência diz que analisa a possibilidade de se alterar esse medicamento para a categoria D de risco na gravidez, categoria em que há evidências positivas de risco fetal humano, no entanto os benefícios potenciais para a mulher podem, eventualmente, justificar o risco.

Atualmente, esse medicamento pertence à categoria B de gravidez, ou seja, não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.

Tratamento de náuseas
A ondansetrona é um medicamento indicado na prevenção e no tratamento de náuseas e vômitos em geral, especialmente os casos induzidos por quimioterapia ou radioterapia e os relacionados ao pós-operatório.

Nos casos de uso da ondansetrona por mulheres em idade fértil, a Anvisa orienta que deve ser recomendado o uso de medidas contraceptivas eficazes. Além disso, os profissionais de saúde devem informar todas as mulheres em idade fértil, que estão em tratamento com ondansetrona, sobre o risco de esse medicamento ocasionar uma malformação congênita, especialmente no primeiro trimestre de gravidez.

A anvisa orienta pacientes que se enquadram nas características descritivas devem procurar orientação junto ao profissional de saúde. A Agência informa ainda que monitora continuamente os medicamentos e solicita aos profissionais de saúde e pacientes que notifiquem os eventos adversos ocorridos com o uso de qualquer medicamento por meio do sistema VigiMed.

Agência Brasil
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Para cada 100 mulheres diagnosticadas com câncer de mama, existe um homem atingido pela doença. Isso significa que os homens representam 1% do total de casos de câncer de mama no Brasil.

A médica Fabiana Tonelotto, chefe do Serviço de Mastologia do Hospital do Câncer 3 (HC3), unidade do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA) alerta que os homens devem estar atentos a qualquer mudança ou alteração nas mamas.

Retração de pele, aparecimento de nódulos ou caroços, secreção pela aréola (mamilo), gânglios ou ínguas nas axilas são os sintomas mais comuns de câncer de mama em homens, além de vermelhidão na área do peito e coceira.

Fabiana Tonelotto revela que o tratamento para os homens é igual ao das mulheres, com radioterapia, quimioterapia e hormonioterapia. Ela explica que como a mama é pequena e atrofiada no homem, não tem tecido para que se faça uma cirurgia conservadora. E como o homem tem pouco tecido mamário, há mais facilidade de o câncer infiltrar na pele e no músculo posterior do peito, provocando metástase. “Por isso, esse tratamento é mais radical, com mastectomia [remoção da mama]”, conta. O tumor fica grande em relação ao tamanho da mama. “Toma uma proporção que não se pode poupar o tecido mamário”, disse a especialista.

Genética
A médica do INCA advertiu também que sempre que ocorre um caso de câncer de mama em homens, é preciso avaliar todas as mulheres da família, porque pode haver uma mutação genética de BRCA (família de genes), o que aumenta o risco de ter a doença. Em alguns casos, Fabiana disse que pode ser pedido um teste genético. “É uma avaliação bem importante que se faça”.

Segundo Fabiana, é quase desnecessário que o paciente faça uma reconstrução da mama, porque os homens não têm mamas grandes. O que pode ser feito é a tatuagem do mamilo ou aréola.

Os casos de câncer de mama em homens não são frequentes no atendimento do INCA, porque são raros, uma vez que representam somente 1% do total de casos de câncer de mama. Pelo fato de não estar entre os tipos de câncer mais incidentes, o câncer de mama masculino não está incluído nas estimativas do INCA.

Estatísticas
De acordo com dados disponibilizados pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus), do Ministério da Saúde, houve no país 16.724 mortes por câncer de mama feminino e 203 mortes por câncer de mama masculino no Brasil, em 2017. Em 2016, foram16.069 mortes por câncer de mama feminino no país e 185 mortes por câncer de mama masculino e, em 2015, ocorreram 15.403 mortes por câncer de mama feminino no Brasil e 187 mortes por câncer de mama masculino.

Outros fatores
De acordo com dados do INCA, disponibilizados pela assessoria de imprensa do órgão do Ministério da Saúde, outros fatores de risco para o câncer de mama em homens são condições que podem aumentar o nível de estrogênio no corpo, como obesidade, alcoolismo, doença hepática, síndrome de Klinefelter (quando uma pessoa do sexo masculino apresenta um cromossomo X a mais); e radioterapia prévia para a área do tórax.

Recidiva
Hélio Pepe foi diagnosticado com câncer de mama em 2012. Operou pela primeira vez em 2013 e, como a doença voltou, precisou operar novamente, em maio do ano passado. “Hoje, estou curado, não tenho mais nada”, disse à Agência Brasil. Trabalhador autônomo, com 61 anos de idade, Hélio revelou que teve que recorrer à Justiça Federal para receber benefício do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), já que está afastado do trabalho. “Mesmo com toda a documentação do INCA, foi uma luta conseguir alguma coisa no INSS. Mas as coisas estão caminhando”, assegurou. Indagado se pensava em fazer uma tatuagem do mamilo, foi enfático ao responder: “Não vejo necessidade. O importante é a saúde”.

Casado e pai de dois filhos, Hélio viu um dos rapazes, de 31 anos, operar pela quarta vez de lipossarcoma (tumor maligno de tecido adiposo) no retroperitônio (na barriga), no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A última cirurgia foi na semana passada, no intestino.

Por sugestão de geneticista do INCA, Hélio Pepe se submeteu a exame para detectar se pode haver relação genética entre o câncer de mama que ele teve com a doença do filho. O resultado é esperado para o final deste ano.

Agência Brasil
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O Ministério Público Federal, por meio da Procuradoria Federal Direitos do Cidadão (PFDC), entrou na terça-feira (8) na Justiça para que o Ministério da Educação refaça a consulta pública do Future-se, a proposta da pasta para alterar as formas de financiamento das universidades federais. Segundo o MPF, a consulta feita pelo MEC entre julho e agosto deste ano "não cumpriu minimamente os requisitos legais na área".

A ação também pede que o MEC suspenda a portaria de 30 de setembro que instituiu um grupo de juristas para consolidar as propostas apresentadas na "pré-consulta" pública e elaborar o projeto de lei do Future-se.

Procurado pelo G1, o MEC afirmou, na tarde desta quarta-feira (9), que "recebeu mais de 20 mil contribuições no anteprojeto do programa Future-se" e que, "como planejado, após a compilação dos dados e discussão sobre as propostas apresentadas será proposto um novo texto legislativo e será aberta a consulta pública nos moldes do Decreto nº 9.191, de 2017".

Ainda de acordo com a pasta, "só depois disso o projeto de lei será encaminhado ao Congresso Nacional".

O G1 entrou em contato com o MEC, mas ainda não recebeu retorno até a publicação desta reportagem.

O que é o Future-se

  • O Future-se é a proposta lançada em julho pelo MEC para ampliar as formas de financiamento das universidades federais –além do orçamento anual definido pelo Congresso Nacional, a pasta pretende usar recursos da União, como imóveis, para criar um fundo multimercado, no qual o rendimento seria repassado às instituições;
  • Para isso, o MEC propos a alteraração de 17 leis, incluindo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), o Plano de Carreiras e Cargos do Magistério Federal, a lei que trata dos fundos constitucionais das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, as regras para isenção tributária de importações e as regras de deduções do imposto de renda;
  • Por enquanto, o Future-se é apenas um rascunho, e não há previsão de quando o MEC pretende encaminhar o projeto de lei para tirar a ideia do papel;
  • A adesão ao novo formato, segundo o MEC, é voluntária, mas a universidade que decidir aderir deverá aceitar todos os termos do Future-se, incluindo submeter-se a decisões de um Comitê Gestor, como quem poderá ser candidato ao cargo de reitor;
  • A maior crítica que reitores e associações fizeram ao programa, até agora, é o fato de ele colocar em risco a autonomia das universidades.

Regulamento das consultas públicas
Assinada pelo procurador regional Enrico Rodrigues de Freitas, do Rio Grande do Sul, a ação civil pública diz que o governo, para realizar uma consulta pública, precisa seguir as regras definidas em dois decretos para todas as etapas do processo, incluindo "elaboração, redação, alteração, consolidação e encaminhamento de propostas recebidas". Mas o MEC, de acordo com o MPF, descumpriu esses requisitos.

Entre as irregularidades apontadas pela ação judicial estão o fato de que o MEC não teria dado "ampla e prévia divulgação do documento convocatório", além de não ter oferecido, aos participantes da consulta, "documentos em linguagem simples e objetiva", além dos "estudos e do material técnico que fundamentaram a proposta".

Além disso, o MPF diz que o MEC usou uma organização social sem contrato estabelecido para realizar a consulta, "embora a legislação determine que consultas públicas sejam efetuadas, em todas as suas etapas, pelo Poder Público".

Consulta x pré-consulta
Segundo o MPF, "embora tenha sido anunciada publicamente pelo Ministério da Educação como Consulta Pública, a pasta passou a nomear o procedimento como 'pré-consulta' ou 'pesquisa' após as irregularidades terem sido questionadas pelo Ministério Público Federal".

Como foi a consulta pública do Future-se
A consulta pública do Future-se foi lançada em 17 de julho, na mesma data de lançamento da proposta, em um evento capitaneado pelo ministro Abraham Weintraub.

O MEC afirmou, em mais de uma ocasião, que construiu o texto da proposta com base em reuniões feitas durante o ano com reitores. Uma versão resumida do documento foi apresentada a alguns reitores na véspera do lançamento oficial.

Os documentos em consulta, porém, não estavam disponíveis de forma aberta. Para ter acesso ao texto, o site exigia que o usuário primeiro criasse um cadastro com e-mail e CPF no sistema.

Já para enviar comentários sobre a proposta, o participante deveria preencher um perfil, indicando sua cidade e estado, faixa etária, nível de escolaridade e ocupação.

A cada capítulo, os participantes poderiam responder a perguntas objetivas sobre se consideram o texto "totalmente claro", "claro com ressalvas" ou "não está claro" – não havia uma opção específica para discordar totalmente da pergunta. Havia também pelo menos um campo por capítulo no qual os participantes poderiam incluir comentários por escrito. Na décima e última página do formulário, um último campo de texto ficava aberto para um "comentário geral sobre a proposta do programa".

Inicialmente, a pasta havia dito que a consulta ficaria aberta a contribuições até 15 de agosto. No dia 16, porém, ela foi adiada até 29 de agosto. Ao longo de mais de 40 dias, o MEC diz que 59.204 pessoas se cadastraram na plataforma e 20.462 responderam a pelo menos uma pergunta dos formulários – o MEC não esclareceu se as respostas se tratavam do formulário com dados pessoais, ou a comentários específicos sobre a proposta.

G1
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