Mai 07, 2025
Arimatea

Arimatea

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, autorizou o uso da Força Nacional para prestar apoio técnico operacional em aviação policial na Paraíba. A decisão foi publicada em uma portaria no Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira (18).

De acordo com a Secretaria de Estado de Segurança e Defesa Social da Paraíba, o apoio foi pedido exclusivamente em relação a pilotos da Força Nacional para vão atuar nas aeronaves da Paraíba, repassando conhecimento para os pilotos locais e vice-versa.

De acordo com a publicação, o apoio é de caráter episódico e planejado e deve acontecer por um período de 90 dias. O prazo pode ser prorrogado caso haja solicitação do Governo da Paraíba.

A operação conta com o apoio logístico da Paraíba, que deve disponibilizar a infraestrutura necessária à Força Nacional de Segurança Pública.

O contingente disponibilizado deve obedecer ao planejamento definido pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. Se não houver pedido de renovação por parte do Governo da Paraíba, após os 90 dias, o efetivo é retirado do Estado.

G1 PB
Portal Santo André em Foco

O presidente Jair Bolsonaro sancionou nesta quinta-feira (17) a lei que remaneja pouco mais de R$ 3 bilhões do Orçamento Fiscal da União em benefício de órgãos do Poder Executivo. Dentre os órgãos que receberão esse crédito suplementar, estão os ministérios do Desenvolvimento Regional (R$ 1 bilhão), da Saúde (R$ 732 milhões) e da Defesa (R$ 541,6 milhões).

Os recursos eram originalmente destinados à educação e à infraestrutura. O Ministério da Educação perdeu cerca de R$ 1,16 bilhão, no entanto ainda receberá R$ 230 milhões desse valor, redirecionados para a própria pasta. O Projeto de Lei foi aprovado pelo Congresso Nacional em sessão conjunta realizada em 9 de outubro.

“O crédito aprovado será financiado a partir do cancelamento de dotações orçamentárias, não gerando custo adicional aos cofres públicos. Por se tratar de simples remanejamento de dotações, a Lei não afeta o cumprimento do Teto de Gastos nem a obtenção de resultado primário”, disse o Palácio do Planalto, em nota.

Agência Brasil
Portal Santo André em Foco

O presidente Jair Bolsonaro afirmou que o pagamento da 13ª parcela do Bolsa Família não valerá apenas para 2019. Em sua live desta semana, transmitida hoje (17), o presidente reiterou que o pagamento entrará na Lei Orçamentária Anual (LOA) a partir do ano que vem.

“O bom programa social é aquele que mais sai gente do que entra. Mas temos uma massa ainda de pessoas que necessitam do amparo do Estado. E não é apenas dezembro agora, não. Como nos outros anos entra na LOA, está garantido o décimo terceiro”.

Na última terça-feira (15), o governo enviou ao Congresso Nacional, na forma de uma medida provisória (MP), a previsão de pagamento do benefício para 2019.

No próprio evento de assinatura da medida provisória, o ministro da Cidadania, Osmar Terra, havia explicado que o recurso extra para este ano teve que ser criado via MP, mas que nos anos seguintes já estaria previsto. “A partir do ano que vem, na própria previsão do Orçamento já vai estar colocada essa questão do décimo terceiro, e daqui pra frente vai ter essa parcela”.

Óleo no Nordeste
Bolsonaro também negou que o governo esteja sendo omisso no combate às manchas de óleo que invadem o litoral do Nordeste do Brasil. “Desde o dia 2 de setembro que o governo já vem analisando esse derramamento de óleo para buscar possíveis responsáveis. […] Conversei hoje com o ministro da Defesa, Fernando [Azevedo e Silva], converso todo dia com o [ministro do Meio Ambiente] Ricardo Salles. Estamos colaborando, ampliar nosso trabalho nessa região para ajudar a limpar esse óleo”.

O presidente evitou atribuir responsabilidades sem ter certeza da origem do óleo. “Alguns dizem que seria da Venezuela esse óleo, não quero assumir esta responsabilidade ainda, tenho que ter certeza ainda para afirmar como chefe de Estado”. Na semana passada, Salles disse, na Câmara dos Deputados, que o óleo “muito provavelmente” vinha da Venezuela.

Agência Brasil
Portal Santo André em Foco

O presidente Jair Bolsonaro sancionou nesta quinta-feira (17) a lei que define como será a distribuição dos recursos do megaleilão de petróleo. O texto da lei foi publicado em edição extra do "Diário Oficial da União".

O leilão está marcado para novembro, e o governo espera arrecadar R$ 106,5 bilhões.

O projeto que trata do tema foi aprovado pelo Senado nesta semana e já havia sido aprovado pela Câmara dos Deputados.

De acordo com o texto sancionado por Bolsonaro, os recursos serão distribuídos da seguinte maneira:

  • 15% para os estados e para o Distrito Federal (dois terços via Fundo de Participação dos Estados e um terço via Lei Kandir)
  • 15% para os municípios via Fundo de Participação dos Municípios;
  • 3% para os estados onde estiverem geograficamente localizadas as jazidas de petróleo.

Quando o projeto foi aprovado pelo Congresso Nacional, a estimativa era a seguinte:

  • R$ 10,95 bilhões para os estados e o Distrito Federal;
  • R$ 10,95 bilhões para os municípios;
  • R$ 2,19 bilhões para o estado do Rio de Janeiro, onde estão as jazidas;
  • R$ 48,9 bilhões para a União;
  • R$ 33,5 bilhões para a Petrobras.

O megaleilão
Em 2010, a União e a Petrobras assinaram um acordo que permitiu à estatal explorar 5 bilhões de barris de petróleo na Bacia de Santos. À época, a Petrobras pagou R$ 74,8 bilhões.

A estimativa do governo federal, porém, é que a área pode render mais 6 bilhões de barris e, diante disso, a União fará um megaleilão do volume excedente.

Quanto os estados receberão?
A Agência Senado, veículo de comunicação oficial da Casa, divulgou nesta semana uma tabela com os seguintes valores que cada estado receberá com o mega leilão com base na Consultoria de Orçamento:

Distribuição dos recursos

Estado Valor a receber
Acre R$ 309 milhões
Alagoas R$ 392,3 milhões
Amazonas R$ 359,4 milhões
Amapá R$ 265,5 milhões
Bahia R$ 763,1 milhões
Ceará R$ 507,1 milhões
Distrito Federal R$ 64,1 milhões
Espírito Santo R$ 331,6 milhões
Goiás R$ 382,7 milhões
Maranhão R$ 564,4 milhões
Minas Gerais R$ 848,7 milhões
Mato Grosso do Sul R$ 252,7 milhões
Mato Grosso R$ 665,1 milhões
Pará R$ 705,8 milhões
Paraíba R$ 312 milhões
Paraná R$ 494,4 milhões
Pernambuco R$ 508,6 milhões
Piauí R$ 348,5 milhões
Rio de Janeiro R$ 2,3 bilhões
Rio Grande do Norte R$ 329,1 milhões
Rio Grande do Sul R$ 450,2 milhões
Rondônia R$ 277,3 milhões
Roraima R$ 226,5 milhões
Santa Catarina R$ 188,9 milhões
São Paulo R$ 632,6 milhões
Sergipe R$ 298 milhões
Tocantins R$ 287 milhões

 

G1
Portal Santo André em Foco

A disputa pela liderança do PSL na Câmara desidratou por completo entre senadores o nome do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) como possível indicado para embaixador em Washington. Se indicado pelo pai, o presidente Jair Bolsonaro, ele terá de ser aprovado pelo Senado.

Nesta quinta-feira, Eduardo Bolsonaro tentou ser indicado pela bancada como líder do PSL no lugar de Delegado Waldir, mas não conseguiu. Waldir obteve mais assinaturas de deputados do partido e foi mantido no posto.

Senadores ouvidos pelo Blog avaliam que o episódio expôs muito a família Bolsonaro e tirou o foco do objetivo anterior – até então, a representação diplomática nos Estados Unidos para o deputado.

O consenso entre senadores é que a Casa não pode assumir o desgaste de aprovar o nome de Eduardo Bolsonaro depois de ele ter sido rejeitado pelo próprio PSL para líder da bancada.

“O episódio provocou grande desgaste. Não dá para ter tudo ao mesmo tempo. Afinal, o que é prioridade para Eduardo Bolsonaro: ser embaixador ou líder na Câmara?”, questionou um senador que estava inclinado a votar a favor da indicação do filho do presidente.

Até o momento, o presidente Jair Bolsonaro ainda não enviou ao Senado a indicação do filho para embaixador.

Isso sinaliza que há insegurança do Palácio do Planalto em relação à aprovação pelo plenário do Senado do nome de Eduardo Bolsonaro.

Ao Blog, o porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros disse que a indicação está mantida. “A indicação do deputado Eduardo Bolsonaro para embaixador nos EUA está mantida e oportunamente será encaminhada mensagem ao Senado”, afirmou.

No Itamaraty, diplomatas ouvidos pelo Blog informam que o governo brasileiro não retirou a indicação de Eduardo Bolsonaro e que não há qualquer comunicação ao governo americano de mudança nos planos do presidente.

O governo foi informado em 8 de agosto que os Estados Unidos deram aval para a indicação de Eduardo Bolsonaro.

O pedido de "agréement", como é chamada a consulta feita pelo Itamaraty, foi enviado no final de julho ao Departamento de Estado americano, que, após duas semanas, deu retorno positivo ao Brasil.

Em conversa com o Blog, senadores reconhecem que foi um erro o presidente Bolsonaro ter entrado pessoalmente em favor do filho na disputa da liderança do PSL na Câmara.

Além de não ter conseguido o apoio suficiente de deputados, o próprio Bolsonaro ficou exposto, com a revelação de um áudio em que trabalha para derrubar Delegado Waldir.

Ao ser questionado por jornalistas na quarta-feira sobre a mudança de prioridade, o deputado Eduardo Bolsonaro disse que sua indicação para a embaixada brasileira no Estados Unidos é secundária.

Para senadores, o presidente Bolsonaro deveria ter procurado outro nome para indicar como líder do PSL.

“Bolsonaro ficou muito exposto. E mostrou que a indicação do filho para embaixador não é fundamental. Depois de toda essa confusão, fica difícil o Senado aprovar um nome que foi rejeitado pela própria bancada do PSL. O Senado não pode assumir esse desgaste”, resumiu outro senador que já tinha assumido o compromisso de votar em Eduardo Bolsonaro para embaixador.

G1
Portal Santo André em Foco

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira (18) que "por enquanto" não há alteração na ideia de indicar o filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), para o posto de embaixador do Brasil nos Estados Unidos.

Nesta semana, o presidente e Eduardo sofreram uma derrota no PSL, partido que vive uma crise interna, ao tentarem substituir o líder da legenda na Câmara. A ideia era que Eduardo ocupasse o posto do deputado Delegado Waldir (PSL-GO). No entanto, o grupo ligado ao presidente perdeu a disputa e Waldir se manteve líder.

O presidente Bolsonaro foi questionado por jornalistas, ao sair da residência oficial do Palácio do Alvorada, sobre a indicação de Eduardo para a embaixada.

"Por enquanto, sem alteração", respondeu o presidente.

Bolsonaro havia acabado de receber no palácio o presidente do PSD, Gilberto Kassab. Jornalistas perguntaram se a reunião tratou de uma eventual ida de Bolsonaro para o partido. O presidente disse que a visita foi de "cortesia".

"Cortesia. Converso com todo mundo. Uns eu convido, outros querem vir. É o papel de um presidente. Eu quero paz para poder governar. Temos problemas enormes no Brasil para resolver", afirmou.

G1
Portal Santo André em Foco

A decisão de Dias Toffoli de restringir o uso dos relatórios do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) em investigações levou o principal órgão de prevenção à lavagem de dinheiro do mundo, o Grupo de Ação Financeira contra a Lavagem de Dinheiro e o Financiamento do Terrorismo (Gafi), a expressar preocupações sobre a capacidade do Brasil de combater esse crime.

Em julho, Toffoli atendeu um pedido do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e impediu que a polícia e o Ministério Público usem dados do Coaf sem autorização da Justiça.

Na ocasião, ele determinou que todos os processos que discutem provas obtidas pelo Coaf sem autorização judicial devem esperar decisão definitiva da Corte –o julgamento que vai analisar o tema está marcado para novembro.

O gabinete de Toffoli argumenta que o ministro suspendeu o uso de dados detalhados de informações do Coaf, mas que dados globais podem ser compartilhados sem aval da Justiça, e que o julgamento está marcado para o dia 21 de novembro.

Capacidade de combater a lavagem de dinheiro
No comunicado, o órgão internacional afirmou que "está seriamente preocupado com a capacidade de combater lavagem de dinheiro e o financiamento ao terrorismo que resultam da limitação imposta por uma decisão provisória dada por um ministro da Suprema Corte em relação ao uso de material de inteligência financeira em investigações criminais".

"O Gafi também está gravemente preocupado com a decisão da corte que impacta o Coaf de usar informações com autoridades de investigação."

"O Gafi acompanha a situação de perto e aguarda atualizações e garantias do Brasil a esse respeito."

Recomendações do órgão
Criado em 1989, o Gafi é uma reunião de países para promover políticas nacionais e internacionais de combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo.

Desde a década de 1990, o Gafi publica um conjunto de 40 recomendações que servem como guia para que os países adotem medidas concretas de combate a esses crimes. Atualmente, 180 países adotam os padrões estabelecidos pelo grupo.

Os países membros passam por avaliações regulares sobre a implementação dessas medidas.

Avaliação do Brasil
Em fevereiro de 2016, o Gafi publicou um documento em que tornava públicas as suas preocupações com a incapacidade do Brasil de resolver as deficiências identificadas em 2010 –então, o Brasil tinha um problema para identificar financiamento ao terrorismo.

O Gafi reiterou essa preocupação diversas vezes e, em junho de 2019, levantou essa questão como um possível impedimento à participação do Brasil no órgão.

O Brasil aprovou, em fevereiro, uma lei que permite congelar ativos de suspeitos de terrorismo. O órgão, então, estudou as novas regras no país.

De uma maneira geral, a entidade diz estar satisfeita com o progresso do Brasil, que respondeu à maior parte de suas deficiências, o que conclui o processo.

Essa não é mais uma ameaça à participação brasileira na entidade –a questão, agora, é a decisão de Toffoli.

G1
Portal Santo André em Foco

O Ministério Público Federal (MPF) pediu nesta quinta-feira a absolvição dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff , dos ex-ministros Antonio Palocci e Guido Mantega e do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto no processo em que são acusados de formarem uma organização criminosa para desviar recursos da Petrobras. Segundo a procuradora Marcia Brandão Zollinger, que assina o pedido, não há elementos que embasem a denúncia, apresentada originalmente em 2017 pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

O caso, que ficou conhecido como “quadrilhão do PT”, foi levado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF) porque incluía a então senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), hoje deputada federal. Por decisão do ministro Edson Fachin, os trechos referentes aos acusados sem foro na Corte foram direcionados para outros tribunais. Na peça, que ainda será analisada pelo juiz Vallisney Souza, da 10ª Vara da Justiça Federal de Brasília, a procuradora afirma que, por definição legal, uma organização criminosa precisa ter estrutura bem definida, divisão de tarefas, entre outras características que, segundo ela, não se adequam ao caso.

“No presente caso, não se verificam os elementos configuradores da dita organização criminosa, pois não se observa a consolidação de um grupo, estável e estruturado, voltado para a prática delitiva, com repartição de tarefas e metodologia estruturada”, escreveu o MPF.

A investigadora acrescentou que “não se verifica a ordenação estrutural e a precisa e clara divisão de tarefas que caracterizariam a reunião dos denunciados como uma organização criminosa”.

A procuradora lista quatro exemplos de supostos crimes relacionados a desvios na Petrobras, que teriam a participação, de alguns dos acusados, mas que teriam sido praticados de forma “autônoma” e estão sendo investigados em inquéritos diversos ou analisados em outras ações penais. Em um dos casos narrados na denúncia, a procuradora destaca que o próprio texto afirma que Dilma e então presidente da Petrobras, Graça Foster (que não é acusada na ação), só ficaram sabendo do pagamento de propinas ao PT e ao MDB posteriormente.

“Percebe-se, portanto, que não há o pretendido domínio por parte dos denunciados, especialmente pelos ex-presidentes da República, a respeito dos atos criminosos, que obviamente merecem apuração e responsabilização e são objetos de investigações e ações penais autônomas, cometidos no interior das Diretorias da Petrobras e de outras empresas públicas”, disse a procuradora.

Por fim, Marcia Brandão Zollinger afirmou que “a utilização distorcida da responsabilização penal, como no caso dos autos de imputação de organização criminosa sem os elementos do tipo objetivo e subjetivo, provoca efeitos nocivos à democracia, dentre elas a grave crise de credibilidade e de legitimação do poder político como um todo”.

O Globo
Portal Santo André em Foco

O Supremo Tribunal Federal (STF) começou nesta quinta-feira a julgar a legalidade das prisões após condenação em segunda instância, com possibilidade de rever o entendimento adotado em 2016 e que autoriza o início da execução da pena antes do trânsito em julgado. Hoje, o relator, o ministro Marco Aurélio, abriu a sessão com a leitura do relatório, seguido das manifestações dos advogados dos autores das ações. O julgamento será retomado na quarta-feira com a manifestação de mais duas entidades da sociedade civil e os pronunciamentos da Procuradoria Geral da República (PGR) e da Advocacia Geral da União (AGU). Depois deles, o relator e os demais ministros anunciam o voto.

A tendência, segundo ministros ouvidos pelo GLOBO, é o plenário permitir que os condenados fiquem em liberdade por mais tempo, enquanto recorrem da sentença. Se a tendência for confirmada, a decisão vai beneficiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-ministro José Dirceu e outros 13 condenados em segunda instância na Lava-Jato que poderão ser libertados.

O presidente do Supremo, Dias Toffoli, iniciou a sessão esclarecendo que o julgamento sobre prisões de condenados em segunda instância não se refere a um réu específico, mas terá consequência para todo o sistema de Justiça do país .

— As ações definirão o alcance da norma constitucional e o entendimento que aqui emanará, independentemente de sua conclusão, servirá de norte para todos os magistrados do país e de todos os sistema de Justiça. Que fique bem claro que as presentes ações e o presente julgamento não se referem a nenhuma situação particular. Estamos diante de ações abstratas de controle de constitucionalidade. O objetivo é, dada a provocação que vem, porque o Judiciário não age de maneira própria, de ofício, dar o alcance efetivo e a interpretação a uma das garantias individuais previstas na nossa Constituição Federal — disse Toffoli, concluindo:

— Esse entendimento se estenderá a todos os cidadãos brasileiros sujeitos à sua eventual aplicação, sem distinção.

Em seguida, o ministro Marco Aurélio Mello leu seu relatório sobre o caso. Ele citou a decisão do presidente do STF, ministro Dias Toffoli, que, em dezembro do ano passado, suspendeu uma decisão do próprio Marco Aurélio que determinava a liberdade de condenados em segunda instância que ainda tinham recursos para serem analisados. Disse que Toffoli agiu de acordo com o regimento, uma vez que as decisões foram tomadas durante o recesso do Judiciário, quando o presidente trabalha em regime de plantão e os demais ministros deixam de despachar. Mas reclamou.

— Abro aqui um parêntese, aditando o relatório já distribuído. É inconcebível visão totalitária e autoritária no Supremo. Os integrantes ombreiam têm acima apenas o colegiado. O presidente é apenas coordenador, e não superior hierárquicos dos pares. Coordena, simplesmente coordena os trabalhos do colegiado. Fora isso é desconhecer a ordem jurídica, a Constituição Federal, as leis e o regimento interno, enfraquecendo a instituição, afastando a legitimidade das decisões que profira. Tempos estranhos em que verificada até mesmo a autofagia. Aonde vamos parar? — questionou Marco Aurélio, dizendo em seguida fazer justiça a Toffoli, que agiu regimentalmente.

No começo, ele brincou com o boato, já desmentido, de que teria ido ao hospital. Na verdade, ele apenas passou mal, foi ao serviço médico do STF e logo depois já estava bem.

— Ao fim, ressuscitado. Hoje pela manhã me disseram que estaria no hospital entubado e que já teriam chamado o padre para a extrema unção — disse Marco Aurélio, provocando risos.

Em seguida, começaram as sustentações orais. Os três primeiros advogados a se manifestarem no plenário tiveram, juntos, 15 minutos para representar o Patriota, partido autor da ação sobre as prisões de condenados em segunda instância. Em defesa da tese, o advogado Heracles Marconi Góes da Silva começou citando a Bíblia e lembrando o slogan da campanha do presidente Jair Bolsonaro: “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”.

— Não sou teórico do Big Bang, não sou terrivelmente evangélico, mas sou evangélico. Peço licença a todos, porque o Estado é laico, para dizer que temos novos ares, o Brasil passou por um processo eleitoral muito concorrido — afirmou.

O advogado citou os julgamentos do mensalão, que resultaram na prisão dos condenados pelo STF. Também lembrou, sem citar nomes, que na Lava-Jato “alguém foi condenado e serve de paradigma para uma reflexão”.

— Tratamos aqui de uma ação objetiva, mas sabemos que os jurisdicionados são seres humanos, são pessoas que precisam ter uma resposta satisfatória desta corte — concluiu.

Em segunda, outros dois advogados do partido também fizeram sustentação oral. Lucio Adolfo da Silva se limitou a prestar homenagem à legenda, que possibilitou a discussão no STF. Marcos Vinícius Carvalho pediu que Deus iluminasse os corações dos ministros. Antes disso, deixou no plenário uma indagação:

— Se houver flexibilização da segunda instância, não vai haver também flexibilização da Lei da Ficha Limpa? Isso é algo que devemos refletir.

OAB E PCdoB defendem trânsito em julgado
O representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Juliano Breda, defendeu a execução da pena somente após o trânsito em julgado, quando não houver mais recursos possíveis. A OAB é a autora de uma das três ações.

— O entendimento da Ordem dos Advogados do Brasil é no sentido de reafirmação da Constituição da República, é no sentido da reafirmação da independência e da liberdade do Poder Legislativo.Entende a Ordem dos Advogados do Brasil que, em nome da força normativa da Constituição, em home da afirmação histórica das garantias individuais, a ação deve ser declarada procedente — disse Breda, que ainda afirmou:

— Falou-se que durante 20 anos o Supremo permitiu a execução antecipada da pena. Esse argumento é parcialmente verdadeiro, porque diz única e exclusivamente a penas privativas de liberdade.

Em nome do PCdoB, partidos autor de uma das ações em julgamento, os advogados Fabio Tofic e José Eduardo Cardozo defenderam que um réu possa aguardar em liberdade até que sejam examinados todos os recursos judiciais possíveis.

— O Brasil é um dos que mais prende preventivamente. Isso vai continuar acontecendo. O que não pode haver é uma decisão carimbo, uma decisão automática de prisão. Uma corte constitucional não pode ceder a essa ânsia de luxuria dessa amante chamada opinião pública — disse Tofic.

Cardozo ressaltou que o trânsito em julgado antes da prisão está expresso na Constituição Federal – e, por isso, a regra não pode ser ignorada. Ele lembrou que, nos cinco anos que foi ministro da Justiça, assistiu a horrores em prisões brasileiras. E que as prisões de condenados em segunda instância contribuem para o aumento da superlotação dos presídios.

— O principal problema do sentimento de impunidade está no nosso sistema prisional. O crime é comandado dali. As pessoas entram pequenos delinquentes e saem integrantes de organizações criminosas. Nós queremos ampliar isso, para ampliar a violência? Não é prendendo dessa forma que nós resolveremos o problema — disse Cardozo.

Além dos advogados dos autores das ações, também foi dada a oportunidade de outros interessados exporem seus argumentos. O primeiro deles foi o advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que tem como clientes vários políticos importantes. Ele, que é contrário à prisão após condenação em segunda instância, falou em nome do Instituto de Garantias Penais (IGP). Kakay negou que a ação seja uma reação à Lava-Jato ou tenha por objetivo garantir a liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

— Quanto entramos com a ação, em 16, Lula não era sequer, sequer investigado. Quando julgamos a liminar, Lula não era sequer absolutamente denunciado. Somente em 2018 houve a condenação. São falácias — disse Kakay.

Kakay era inicialmente advogado do PEN, partido autor de uma das ações. Mas o PEN o destituiu da função quando negociava o ingresso do então deputado federal Jair Bolsonaro na sigla. Bolsonaro acabou se filiando ao PSL, partido pelo qual se elegeu presidente. Kakay disse que essa foi a única vez em 40 anos de advocacia em que foi destituído, mas destacou que essa destituição foi uma honra para ele, por demonstrar que está do lado certo.

A votação dos onze ministros só vai começar na sessão seguinte, marcada para quarta-feira da semana que vem – que começa às 9h30 e deve se estender até o fim da tarde. A expectativa é de que a votação comece e termine no mesmo dia, colocando um ponto final na questão.

O Globo
Portal Santo André em Foco

O líder do PSL na Câmara, deputado Delegado Waldir (PSL-GO), afirmou que vai "implodir" o presidente Jair Bolsonaro, a quem chamou de "vagabundo".

A declaração do deputado consta de um áudio que passou a circular nesta quinta-feira (17), depois de revelado pelo portal R7. Nesta quarta (16), Waldir já havia acusado Bolsonaro de pressionar deputados para destituí-lo da função de líder do PSL e pôr no cargo o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).

"Eu vou implodir o presidente. Aí eu mostro a gravação dele, eu tenho a gravação. Não tem conversa, não tem conversa. Eu implodo o presidente. [trecho inaudível] Acabou, acabou. Acabou, cara. Eu sou o cara mais fiel a esse vagabundo. Eu votei nessa porra, eu andei no sol 246 cidades, no sol, gritando o nome desse vagabundo", afirma Waldir na gravação.

Esse áudio de Bolsonaro ao qual o Delegado Waldir se refere revela uma articulação para tirá-lo da liderança do PSL.

Até a publicação desta reportagem, o presidente não havia se pronunciado sobre o assunto. Na tarde desta quinta-feira, Bolsonaro viajou para Santa Catarina, a fim de participar de evento da Polícia Rodoviária Federal.

Cabe ao líder de bancada, por exemplo, orientar o voto dos deputados conforme os interesses do partido; indicar representantes da legenda nas comissões; e articular com os parlamentares a atuação política no Congresso.

Atualmente, porém, o PSL enfrenta uma crise que envolve o comando da legenda, o Palácio do Planalto e os parlamentares no Congresso.

Desde a semana passada, as alas ligadas a Bolsonaro e ao presidente do partido, Luciano Bivar, travaram uma disputa interna.

A crise começou quando o presidente da República se dirigiu a um apoiador e o pediu para "esquecer" o PSL porque Bivar está "queimado para caramba".

Disputa pela liderança
O atual líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir, é ligado a Luciano Bivar. Nesta quarta, o líder do governo na Casa, deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO), ligado a Bolsonaro, anunciou uma lista para tirá-lo do posto e pôr Eduardo Bolsonaro.

Logo em seguida, porém, Waldir conseguiu uma outra lista, para retomar o posto.

Mais cedo, nesta quinta-feira, a Câmara dos Deputados validou a lista que mantém Delegado Waldir na liderança do PSL na Câmara.

Também nesta quinta, o presidente Jair Bolsonaro tirou a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) do posto de líder do governo no Congresso. Joice assinou a lista que devolvia a Waldir a liderança do PSL.

Relação de Bolsonaro e Bivar
A colunista do G1 e da GloboNews Andréia Sadi informou que Luciano Bivar tem dito a aliados que a relação entre ele e Bolsonaro "não tem volta".

Questionado nesta quarta-feira sobre o assunto, Bolsonaro afirmou que "nunca" teve relação com Bivar. Em seguida, disse que havia feito uma brincadeira.

Luciano Bivar, por sua vez, divulgou um texto nesta quarta afirmando, sem citar nomes, que "interesses pessoais" têm criado "fatos artificiais".

G1
Portal Santo André em Foco

© 2019 Portal Santo André em Foco - Todos os Direitos Reservados.

Please publish modules in offcanvas position.