O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), se reuniu fora da agenda nesta terça-feira (9) em Brasília com o ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL).
Na pauta, entre outros temas, os políticos trataram do projeto de lei que busca anistiar (perdoar) quem foi condenado por participação nos atos golpistas do 8 de janeiro de 2023 em Brasília.
➡️ Bolsonaro e aliados defendem a anistia desse grupo de vândalos – e tentam colher assinaturas para que o projeto sobre isso vá direto ao plenário da Câmara, sem passar pelas comissões.
➡️ Já o grupo político do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é contrário à anistia. Defende que as penas definidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) sejam mantidas e o projeto sobre anistia seja arquivado.
➡️ Hugo Motta tem evitado dar opinião sobre o conteúdo – mas vem sendo cobrado pelos dois lados do debate, porque ambos o apoiaram na campanha à presidência da Câmara no começo deste ano.
A assessoria de Motta confirmou o encontro ao g1, sem detalhar a pauta. Bolsonaro também falou sobre o encontro em entrevista a um blog na noite desta terça.
"De vez em quando, a gente se encontra por aí e trata de vários assuntos. Desde quando estava em campanha [à Presidência da Câmara], quando falaram sobre anistia, ele falou que se a maioria dos líderes quisesse priorizar uma pauta, ia atender à maioria. Ele não participa da votação, tanto é que o voto dele é pela abstenção", disse Bolsonaro ao site "Blog do Magno".
"Não precisa lembrá-lo disso aí. Ele sabe muito bem o que está acontecendo e, se a gente conseguir assinatura, ele vai botar em votação, tenho certeza disso", completou.
Em busca das assinaturas
Ao longo das últimas semanas, a oposição a Lula tem concentrado esforços para atingir 257 assinaturas em um requerimento de urgência para o PL da Anistia.
O projeto está atualmente em um "limbo" na Câmara. Um despacho de 2024 do então presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), determinou que o texto passasse por uma comissão especial – que nunca foi instalada.
O requerimento de urgência que a oposição tenta emplacar dispensaria essa comissão por completo, e permitiria que o texto fosse votado diretamente em plenário.
Para isso, no entanto, o grupo pró-anistia precisa:
Maior bancada da oposição na Câmara, o PL de Bolsonaro chegou a tentar obstruir os trabalhos da Casa por uma semana para tentar convencer partidos de centro a aderir à pauta da anistia. O esforço não deu frutos, no entanto, e o partido abandonou a tentativa.
g1
Portal Santo André em Foco
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com a presidenta do México, Claudia Sheinbaum, nesta quarta-feira (9/4), antes de participar da 9ª Reunião da Cúpula de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos — a CELAC. Após o cumprimento das agendas em Tegucigalpa, capital de Honduras, Lula destacou, em entrevista à imprensa, que quer reforçar as relações comerciais entre o Brasil e o México.
“É muito importante que o México e o Brasil estejam juntos. Não apenas para ajudar a fortalecer a América Latina, mas para fortalecer o comércio entre os dois países”, afirmou.
“O que eu propus para a presidenta Cláudia é que nós precisamos fazer dois grandes eventos empresariais, um no México e um no Brasil, para que os nossos empresários possam prospectar oportunidades de negócios e a gente possa aumentar a nossa relação comercial”, completou.
Lula pontuou que a ideia é realizar esses eventos a cada dois anos no Brasil e no México, num modelo semelhante ao que combinou com o governo japonês, durante a visita oficial que fez ao país asiático no fim de março. Na ocasião, Lula participou do Fórum Empresarial Brasil-Japão.
MULTILATERALISMO — Na conversa com jornalistas, Lula também expressou preocupação com os possíveis impactos das decisões dos Estados Unidos de taxar produtos importados de diversos países, como Brasil e China, e defendeu o multilateralismo. “Querer fazer negociação individual é você colocar fim no multilateralismo. E ele é muito importante para a tranquilidade econômica que o mundo precisa. Não é aceitável a hegemonia de um país, nem militar, nem cultural, nem industrial, nem tecnológica, nem econômica, sobre os outros. É importante que todo mundo tenha sua soberania respeitada e suas decisões levadas em conta”, disse.
O presidente enfatizou que o governo brasileiro adota uma posição baseada em negociações e em evitar contenciosos. “Tudo no Brasil é feito na base da conversa, na base de uma mesa de negociação. É assim que a gente quer fazer o Brasil se transformar num país de economia forte. É conversando, negociando e acordando”, explicou.
CANDIDATURA UNIFICADA — Lula abordou, ainda, a proposta brasileira de uma candidatura unificada da CELAC para que uma mulher ocupe o cargo de secretária-geral da Organização das Nações Unidas (ONU). “Eu acho que vai dar certo, porque as mulheres estão em ascensão, estão ocupando espaços cada vez melhores. As mulheres estão provando que muitas vezes têm mais competência do que o homem em muitas coisas, a mulher tem mais sensibilidade, e eu acho que o século 21 pode ser, verdadeiramente, o século da mulher”, declarou.
Agência Gov
Portal Santo André em Foco
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, reforçou a necessidade de harmonia entre os países da America Latina e do Caribe, nesta quarta-feira, 9 de abril, durante a abertura da 9ª Reunião da Cúpula de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos — a CELAC. A cerimônia, que ocorreu em Tegucigalpa, capital de Honduras, tratou de temas prioritários para a região com o objetivo de reforçar a integração regional.
Lula também defendeu a candidatura unificada da região para o cargo de secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU). “A CELAC pode contribuir para resgatar a credibilidade da ONU elegendo a primeira mulher secretária-geral da organização”, declarou Lula.
O líder brasileiro falou ainda sobre a necessidade de fortalecer a união dos países da América Latina e Caribe diante do risco de retornar à condição de zona de influência, com a liberdade e a autodeterminação sendo os primeiros elementos a serem atingidos. Lula citou o preparo de outras regiões em resposta às transformações em curso, como a Ásia, com a ASEAN, e a União Europeia, com a reorganização da OTAN.
“É imperativo que a América Latina e o Caribe redefinam o seu lugar na nova ordem global que se discute. Nossa inserção internacional não deve se orientar apenas por interesses defensivos. Precisamos de um programa de ação estruturado em torno de três temas que demandam ação coletiva”, afirmou Lula.
DEMOCRACIA — Como resposta a essas mudanças globais, o presidente Lula elencou três principais ações a serem trabalhadas em conjunto pelos países latinos e caribenhos: fortalecimento da democracia, mudança do clima e integração econômica e comercial.
“Nenhum país pode impor seu sistema político a outro. Mas foi nos períodos democráticos que o Brasil mais avançou na superação de seus desafios sociais e econômicos. Assistimos nos últimos anos à erosão da confiança na política, o que abriu espaço para projetos autoritários”, disse Lula.
DESINFORMAÇÃO — O presidente citou, ainda, a distorção da liberdade de expressão com o avanço da desinformação e extremismo disseminados nas plataformas virtuais. “Negacionistas desprezam a ciência e a cultura e atacam as universidades. Indivíduos e empresas poderosas, que se consideram acima da lei, investem contra a soberania de nossos países. É trágico que tentativas de golpe de Estado voltem a fazer parte do nosso cotidiano”, afirmou.
COMBATE À FOME — De acordo com Lula, a segurança alimentar e a garantia de oportunidades são um dos pilares para a proteção dos países. O presidente também convidou os participantes da reunião a fazerem parte da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. “Nossos países só estarão seguros se forem capazes de erradicar a fome, gerar bem-estar e garantir oportunidades para todos. Em linha com o Plano de Segurança Alimentar e Nutricional da CELAC, o Brasil lançou, em sua presidência do G20, a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. Convidamos todos a se somarem à iniciativa, que começará seus trabalhos com projetos no Haiti e na República Dominicana”, registrou.
MUDANÇA DO CLIMA — No segundo tema de atuação conjunta, Lula registrou que a região é uma das mais vulneráveis do planeta. Nesse sentido, ele destacou a COP 30, que será realizada em Belém do Pará, em novembro deste ano, em que será exigido dos países ricos as metas de redução de emissões e de financiamento.
“A COP30, em pleno coração da Amazônia, não será apenas a COP do Brasil, mas de toda a América Latina e Caribe. Precisamos exigir dos países ricos metas de redução de emissões alinhadas ao Acordo de Paris e de financiamento à altura das necessidades da transição justa”, ressaltou.
FUNDO — Outro destaque no discurso do presidente Lula foi o Fundo Florestas Tropicais para Sempre, uma iniciativa brasileira que será lançada durante a COP 30. O Fundo irá remunerar países em desenvolvimento que conservam suas florestas tropicais.
“O Fundo Florestas Tropicais para Sempre permitirá que nações que preservam sua cobertura florestal sejam remuneradas por esse esforço. Somos berço de imensa biodiversidade e fonte abundante de energias renováveis, incluindo importantes reservas de minerais críticos, que precisam estar a serviço do nosso desenvolvimento”, disse Lula.
INTEGRAÇÃO ECONÔMICA — A integração econômica e comercial é essencial para proteger os países contra ações unilaterais, afirmou o presidente brasileiro. Como exemplo, Lula citou as cinco Rotas de Integração Sul-Americana que visam reforçar o comércio do Brasil com os vizinhos da América do Sul.
“Em 2023, o comércio entre países da América Latina e Caribe correspondeu a apenas 14% das exportações da região. O volume de comércio anual que o Brasil mantém com os países da CELAC é de 86 bilhões de dólares, maior do que temos com os Estados Unidos e próximo do que possuímos com a União Europeia”, assinalou.
O presidente destacou que é necessário promover o comércio regional de bens e serviços, beneficiados, por exemplo, com a união de redes de transportes e energia. Além disso, é fundamental fortalecer as instituições financeiras regionais.
“Para ampliar nosso intercâmbio, meu governo está determinado a reativar o Convênio de Pagamentos e Créditos Recíprocos da ALADI e a expandir o Sistema de Pagamentos em Moeda Local. Integrar redes de transporte, energia e telecomunicações reduz distâncias, diminui custos e incentiva sinergias entre cadeias produtivas”, pontuou.
ZONA DE PAZ — Ao encerrar o discurso, o presidente Lula reforçou que é primordial manter a América Latina e Caribe como uma zona de paz com a recuperação de suas tradições diplomáticas. “Não queremos guerras nem genocídio. Precisamos de paz, desenvolvimento e livre comércio. Manter a América Latina e o Caribe como uma zona de paz significa trabalhar para que o uso da força não se sobreponha à resolução pacífica de conflitos. O multilateralismo é abalado cada vez que silenciamos ante as ameaças à soberania dos países da região”, ressaltou Lula.
Agência Gov
Portal Santo André em Foco
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sinalizou nesta quarta-feira (9) que o deputado Pedro Lucas Fernandes (União Brasil-MA), líder do partido na Câmara, deverá ser o novo titular do Ministério das Comunicações, em substituição a Juscelino Filho, que pediu demissão após ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
"Da mesma forma que o União Brasil tem o direito de me indicar o sucessor para o Juscelino, que é do União Brasil. Eu já tenho o nome, eu conheço o Pedro Lucas. Eu vou voltar para o Brasil, amanhã de manhã vou conversar com o União Brasil e, se for o caso, eu já discuto a nomeação dele", afirmou Lula, durante viagem oficial Hondureas.
O presidente disse ainda que pretende conversar com dirigentes do União Brasil assim que retornar ao país.
“Eu amanhã [quinta], quando chegar, vou convocar o presidente do Senado, [Davi] Alcolumbre, algum dirigente do União Brasil para conversar. Essa é uma coisa tranquila. Isso não está dentro do processo de mudanças no governo que eu venho fazendo no tempo em que eu tiver interesse de fazer”, disse Lula.
Ele destacou que não há um calendário definido para trocas ministeriais mais amplas.
“Ou seja, eu não tenho uma data, eu não tenho um prazo, eu não tenho uma decisão. Eu vou fazendo na hora que eu achar que tem que mudar as coisas. É assim.”
g1
Portal Santo André em Foco
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta terça-feira (9), que tarifas arbitrárias desestabilizam a economia internacional. Segundo o petista, "guerras comerciais não tem vencedores".
A fala do presidente faz referência à decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de promover o chamado "tarifaço", isto é, a imposição de tarifas a países do mundo que, no entendimento da Casa Branca, "roubam" os EUA na relação comercial.
"Agora, nossa autonomia está novamente em cheque. Tentativas de restaurar antigas hegemonias pairam sobre nossa região", afirmou o presidente. "Tarifas arbitrárias desestabilizam a economia internacional e elevam os preços. A história nos ensina que guerras comerciais não tem vencedores".
O discurso de Lula ocorreu durante a cúpula dos países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), em Honduras.
O evento reúne representantes dos 33 países da América Latina e do Caribe, além de delegados de organismos internacionais e parceiros extrarregionais convidados pela presidência hondurenha.
?A CELAC é o único mecanismo de diálogo que abrange todos os países em desenvolvimento do continente americano.
Na fala, o petista pediu pela cooperação entre os países do grupo. "Se seguirmos separados, a comunidade latino-americana e caribenha corre o risco de regressar à condição de zona de influência em uma nova divisão de superpotências. O momento exige que deixemos as nossas diferenças de lado".
g1
Portal Santo André em Foco
O deputado Rui Falcão (PT-SP) lançou nesta quarta-feira (8) em Brasília sua candidatura à presidência do PT e minimizou o apoio de Lula ao seu adversário, Edinho Silva.
Falcão representa a ala minoritária do PT, a Novo Rumo. Edinho é da corrente majoritária, chamada de Construindo um Novo Brasil (CNB), a mesma de Lula.
“Nós temos que cuidar da eleição dele [Lula], não saber se ele é a favor ou contra candidatos do PT. Tenho certeza que quem for eleito vai ter um tratamento respeitoso da parte dele”, afirmou.
O deputado já presidiu o PT de 2011 a 2017. Se eleito, Falcão pretende apresentar uma agenda com prioridade à reeleição de Lula e o fim da escala 6x1.
“Nós estamos ministrando um país, somos governo. Mas o nosso projeto de país é diferente do que está aí. O governo precisa ao mesmo tempo gerir o sistema atual e o PT criar a perspectiva futura de outro tipo de sistema. Não podemos nos transformar em um braço institucional de governo”, disse o deputado.
Conexão com as bases
Falcão destacou que o partido deve dar sustentação ao governo, mas que é fundamental expressar a posição estratégica do partido.
“Quando você tem consensos forçados, você caminha para o erro e para o engano. Quando você tem confronto de ideias, temos soluções criativas”, afirma.
O deputado também disse que defende um PT mais conectado com as suas bases e origens.
“Precisamos valorizar a participação popular. Temos instrumentos esterilizados na Constituição, como por exemplo, iniciativa popular legislativa, plebiscito e referendo e o próprio PT já lançou mão disso. Esse tipo de consulta à base precisa ser mais exercido”", diz Falcão.
O parlamentar afirmou que na segunda-feira (14) vai fazer o lançamento da candidatura em São Paulo, no sindicato dos engenheiros, e depois apresentar o registro no diretório nacional do partido para poder visitar estados em campanha pela presidência.
g1
Portal Santo André em Foco
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na tarde desta quarta-feira (9) que aumentará para 125% a tarifa sobre a importação de produtos da China. A medida tem efeito imediato.
"Com base na falta de respeito que a China demonstrou aos mercados mundiais, estou, por meio deste, aumentando a tarifa cobrada da China pelos Estados Unidos da América para 125%, com efeito imediato", escreveu Trump em sua rede social.
O republicano disse esperar que, "em um futuro próximo, a China perceba que os dias de exploração dos EUA e de outros países não são mais sustentáveis ou aceitáveis".
Na mesma publicação, o líder norte-americano anunciou que irá reduzir para 10% as taxas recíprocas a outros países, pelo prazo de 90 dias. Ele se referiu à decisão como uma "pausa" no tarifaço detalhado na quarta-feira da semana passada (2), que resultou na escalada da guerra comercial global.
"Autorizei uma pausa de 90 dias e uma tarifa recíproca substancialmente reduzida durante esse período, de 10%, também com efeito imediato", escreveu Trump.
O republicano afirmou que a decisão teve como base o fato de que mais de 75 países convocaram representantes dos EUA, incluindo os Departamentos de Comércio, Tesouro e USTR (agência do governo para o comércio exterior), para negociar uma solução ao tarifaço.
"Esses países não retaliaram de forma alguma contra os EUA", acrescentou.
Entenda como a tarifa sobre a China chegou a 125%:
Veja a íntegra do que publicou Donald Trump:
Com base na falta de respeito que a China demonstrou aos mercados mundiais, estou, por meio deste, aumentando a tarifa cobrada da China pelos Estados Unidos da América para 125%, com efeito imediato. Em algum momento, esperançosamente em um futuro próximo, a China perceberá que os dias de exploração dos EUA e de outros países não são mais sustentáveis ou aceitáveis. Por outro lado, e com base no fato de que mais de 75 países convocaram representantes dos Estados Unidos, incluindo os Departamentos de Comércio, Tesouro e USTR, para negociar uma solução para os assuntos em discussão relativos a Comércio, Barreiras Comerciais, Tarifas, Manipulação Cambial e Tarifas Não Monetárias, e que esses países não retaliaram de forma alguma contra os Estados Unidos, por minha forte sugestão, autorizei uma PAUSA de 90 dias e uma Tarifa Recíproca substancialmente reduzida durante esse período, de 10%, também com efeito imediato. Obrigado pela sua atenção a este assunto!
A guerra tarifária entre os gigantes mundiais
A nova decisão de Trump vem na esteira das reações chinesas às tarifas impostas pelos EUA. Nesta quarta, os asiáticos anunciaram taxas de 84% sobre os produtos importados dos norte-americanos, com previsão de que a medida passe a valer nesta quinta (10).
O contra-ataque chinês veio em resposta à taxa de 104% aplicada pelos EUA — medida que entrou em vigor já nesta quarta. Esse é mais um capítulo da escalada da guerra comercial entre as duas potências mundiais, que se intensificou na última semana.
Entenda, ponto a ponto, o embate:
Reflexos nos mercados
Apesar da nova ofensiva contra os chineses, o recuo de Trump em relação ao tarifaço fez o humor dos mercados mudar completamente.
Os principais índices dos EUA passaram a disparar, com ganhos que chegavam a 10% por volta das 15h40 desta quarta. Veja abaixo o desempenho:
Os mesmos índices tinham despencado na última semana, chegando a derreter até 10%. Um dia após o detalhamento do tarifaço, por exemplo, as bolsas norte-americanas registraram as maiores quedas em um único dia desde 2020 — ano em que o planeta enfrentava a pandemia de Covid-19.
Bolsas da Ásia e da Europa também despencaram em consequência da guerra comercial. Aqui no Brasil, o dólar disparou nos últimos dias e se tornou a terceira moeda que mais perdeu valor contra o dólar desde o tarifaço. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores, acumulou quedas.
O cenário, no entanto, se inverteu também nos mercados brasileiros após o anúncio de Trump de que irá pausar a aplicação geral de tarifas.
O dólar passou a cair e, perto das 16h, acumulava perdas de 2,28%, a R$ 5,86. Enquanto isso, o Ibovespa disparava 3,39%, aos 128.130 pontos.
g1
Portal Santo André em Foco
Na escalada de tensões entre EUA e China por conta do aumento mútuo de tarifas, o governo chinês associou nesta quarta-feira (9) a guerra das tarifas à Grande Depressão dos anos 1930.
A Embaixada da China nos Estados Unidos compartilhou uma postagem em suas redes sociais em que faz uma comparação entre o "tarifaço" anunciado semana passada por Trump e o subsequente aumento de tarifas à China nos últimos dias com a Lei Tarifária de 1930, também conhecida como Lei Smoot-Hawley, aplicada pelos Estados Unidos naquele ano para proteger a economia do país.
"A Lei de Tarifas Smoot-Hawley de 1930 alimentou a Grande Depressão. Hoje, as Tarifas Recíprocas correm o risco de abrir novamente a Caixa de Pandora", disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, que fez a postagem.
Em meio à "guerra" tarifária sem precedentes entre Estados Unidos e China, o presidente dos EUA, Donald Trump, acusou Pequim de "sempre ter passado a perna" nos cidadãos norte-americanos e afirmou que, agora, fará o mesmo.
"Eles sempre nos passaram a perna a torto e a direito. Vamos agora passar a perna neles", disse Trump durante um jantar do Comitê Nacional Republicano para o Congresso, na noite de terça-feira (8).
A declaração se refere ao aumento da tarifa aplicada pelos EUA a produtos chineses. Nesta quarta (9), Washington anunciou que a taxa aos produtos da China passarão a 125%, após Pequim retaliar o "tarifaço" de Trump com taxas maiores a produtos norte-americanos.
Mais cedo, o governo chinês criticou a fala do presidente dos EUA e o acusou de "bullying" e "atos intimidatórios".
"Os EUA continuam a abusar das tarifas sobre a China. A China se opõe firmemente e jamais aceitará tais atos hegemônicos e de bullying", disse o ministro das Relações Exteriores chinês.
"Se os EUA realmente desejam abordar as questões por meio do diálogo e da negociação, devem demonstrar uma atitude de igualdade, respeito e benefício mútuo. Se os EUA estiverem determinados a travar uma guerra tarifária e comercial, a China continuará a responder até o fim".
Lei Smoot-Hawley
O objetivo da Lei Tarifária de 1930 era semelhante ao de Trump: proteger a agricultura e indústria locais da competição de produtos do exterior.
Ao longo dos anos 1920, agricultores americanos enfrentavam crises de excesso de oferta e exigiam maiores taxas de importação de produtos estrangeiros. O candidato republicano Herbert Hoover encampou a causa em sua campanha presidencial, e ele se tornou presidente em 1928.
"Mas uma vez que o processo de revisão das tarifas começou, provou-se impossível pará-lo", diz o site do Departamento de Estado, alimentado pela última vez em 2016, ainda no governo do democrata Barack Obama. "Pedidos por maior proteção inundaram grupos de interesse especial do setor industrial e logo um projeto de lei destinado a fornecer alívio para fazendeiros se tornou um meio de aumentar tarifas em todos os setores da economia."
A lei aumentou 20%, em média, as tarifas sobre 20 mil produtos importados, sob as críticas de diversos economistas e até de alguns grandes empresários, como Henry Ford.
De acordo com muitos economistas, o tiro saiu pela culatra. Com preços mais altos, o consumo interno não viu aumento expressivo, e a Grande Depressão se estendeu ao longo de boa parte dos anos 1930.
Mais do que isso, a Lei Smoot-Hawley se tornou o símbolo da política externa "cada um por si" que marcou os anos seguintes. Outros países responderam na mesma moeda, retaliando com tarifas próprias para produtos estrangeiros, e o comércio internacional caiu vertiginosamente
A política também afetou as relações exteriores em um momento delicado, no qual movimentos totalitaristas marcados pelo ultranacionalismo se espalhavam pela Europa.
'Puxando o saco'
Também no jantar de terça-feira, o presidente Donald Trump afirmou que líderes mundiais estão "puxando seu saco" para conseguir negociar as tarifas recíprocas.
"Estou te falando, esses países estão nos ligando, puxando o meu saco. Eles estão doidos para fazer um acordo. 'Por favor, por favor, senhor, me deixe fazer um acordo'", disse.
? Em inglês, Trump usou a expressão "kissing my ass", que significa "bajular" e também pode ser traduzida como "puxando o saco". A tradução literal da expressão é "beijando o meu traseiro".
Esse novo capítulo do "tarifaço global" dos EUA começou no último dia 2 de abril, quando Trump anunciou taxas de importação sobre 180 países de todo o mundo. As tarifas variam entre 10% e 50%.
As taxas individualizadas começaram a valer à 1h desta quarta (9). No último sábado (5), as tarifas gerais entraram em vigor.
Trump também acusou a China de manipular "a moeda para compensar tarifas".
“Tem que dar o braço a torcer. Eles estão manipulando a moeda hoje como uma forma de compensar as tarifas”, disse Trump no evento.
Tarifaço afeta, principalmente, a China
Como a tarifa para a China chegou a 125%:
Trump disse acreditar que a China queira negociar um acordo, mas mesmo assim decidiu manter a retaliação.
O Ministério do Comércio chinês ainda reiterou a promessa da terça de continuar revidando até o fim. "A China tem vontade firme e meios abundantes, e contra-atacará resolutamente até o fim", disse um porta-voz.
"A China não deseja travar uma guerra comercial, mas o governo chinês jamais ficará de braços cruzados vendo os direitos e interesses legítimos do povo serem prejudicados e violados".
France Presse
Portal Santo André em Foco
O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, afirmou que os EUA não buscam uma guerra com a China, mas que um conflito também pode ser "inevitável", em discurso nesta quarta-feira (9).
O chefe do Pentágono, que está no Panamá para uma conferência de segurança regional, alertou que o Exército chinês "tem presença excessiva no hemisfério ocidental" e "opera instalações militares" que ampliam seu alcance.
"Não buscamos a guerra com a China. E a guerra com a China certamente não é inevitável. Mas juntos, devemos evitar a guerra, dissuadindo de forma robusta e vigorosa as ameaças da China neste hemisfério", ressaltou.
Hegseth afirmou que, além disso, as empresas chinesas "estão se apoderando de terras e infraestrutura crítica em setores estratégicos, como energia e telecomunicações" e acusou a China de "explorar os recursos" de países da região "para alimentar" suas "ambições militares globais".
"Não se enganem, Pequim está investindo e operando nesta região para obter vantagens militares e benefícios econômicos injustos", alertou ele aos ministros, comandantes militares e autoridades de segurança da região presentes na reunião.
O secretário do governo Donald Trump também reiterou as acusações feitas pelo presidente americano de que a China tenta controlar o Canal do Panamá. Disse que o país não teria permissão para "transformar o canal em uma arma" usando relacionamentos comerciais de empresas chinesas para espionagem.
"O presidente Trump deixou claro que o Canal do Panamá e suas áreas não podem e não serão controlados pela China. Estamos trabalhando em estreita colaboração com nossos parceiros no Panamá para proteger o canal e promover nossos interesses mútuos de segurança. Juntos, estamos recuperando-o da influência chinesa", afirmou.
Estados Unidos e China estão vivendo uma grande guerra comercial neste momento. Nesta quarta-feira, Pequim aumentou novamente a tarifa aplicada a produtos norte-americanos, que agora passará a ser 84%.
A medida foi uma resposta a anúncio feito pela Casa Branca, um dia antes, da decisão do governo Trump em subir as taxas de produtos chineses para até 104% em resposta à primeira retaliação feita pela China.
Planos secretos para guerra contra China?
No dia 20 de março, o jornal "The New York Times" publicou uma reportagem afirmando que Elon Musk, chefe do DOGE e conselheiro de Trump, deveria ter acesso a um plano ultrassecreto dos Estados Unidos sobre uma possível guerra contra a China durante visita ao Pentágono.
Duas autoridades disseram ao jornal que o bilionário receberia um relatório com segredos militares sobre um possível conflito, com detalhes de alvos chineses e possíveis respostas dos EUA em caso de ameaça.
Após a notícia ser divulgada pelo jornal norte-americano, o presidente Donald Trump disse se tratar de uma fake news.
Musk também negou ter tido acesso a qualquer plano e pediu um processo contra os funcionários do Pentágono que vazaram 'informações falsas'.
France Presse
Portal Santo André em Foco
Os países da União Europeia aprovaram, nesta quarta-feira (9), o primeiro pacote de retaliação contra as tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O bloco de 27 países enfrenta desde o mês passado tarifas de importação de 25% sobre aço, alumínio e carros, além de novas taxas de 20% para quase todos os outros produtos, que acabaram de entrar em vigor.
Em retaliação, a UE decidiu que serão aplicadas tarifas de 25% sobre uma série de importações dos EUA a partir da próxima terça-feira (15), em etapas.
As importações dos EUA incluem milho, trigo, cevada, arroz, motocicletas, aves, frutas, madeira, roupas e fio dental, de acordo com um documento visto pela Reuters.
Elas totalizaram cerca de 21 bilhões de euros (US$ 23 bilhões) no ano passado.
A comissão da União Europeia destacou, no entanto, que as tarifas retaliatórias podem ser suspensas a qualquer momento caso os EUA concordem com um "resultado negociado justo e equilibrado".
Por enquanto, a ação da UE é uma resposta específica às tarifas de 25% sobre o aço e o alumínio. O bloco ainda está avaliando como responder às tarifas sobre automóveis e outras questões mais amplas.
'Tarifaço' derruba bolsas europeias
As principais bolsas de valores da Europa voltaram a operar em queda nesta quarta-feira (9), dia em que passaram a valer as novas tarifas de Donald Trump para dezenas de países.
As perdas nas ações se aprofundaram ainda mais quando a China retaliou ao tarifaço novamente e elevou para 84% as taxas sobre importações norte-americanas.
As quedas ficaram menores, no entanto, depois que a União Europeia anunciou o pacote de medidas retaliatórias.
O índice Euro Stoxx 50, que reúne as ações das principais empresas europeias, fechou em queda de 3,31%.
Veja abaixo o desempenho dos principais índices no fechamento:
*Com informações das agências Reuters e France Presse.
g1
Portal Santo André em Foco