O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), continuará despachando do Palácio da Alvorada nesta quarta-feira (29), diferente do que havia informado nota divulgada mais cedo nesta terça-feira (28) pelo ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Paulo Pimenta. Diagnosticado com broncopneumonia bacteriana e viral por Influenza A, o presidente manteve as agendas internas na residência oficial.
De acordo com a nota divulgada pela Secom, Lula está concluindo a parte mais intensa da medicação para combater a doença. Ainda segundo o texto, o presidente "está com várias agendas durante o dia, com muita disposição". A doença fez o governo brasileiro cancelar a viagem à China, que aconteceria no último domingo. A decisão foi comunicada às autoridades chinesas com a reiteração do desejo de marcar uma visita em uma nova data.
De acordo com a agenda oficial, o chefe do Executivo se reuniu pela manhã com o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e com o chefe de gabinete da Presidência, Marco Aurélio Ribeiro, mais conhecido como Marcola. O presidente se encontrou, no início da tarde, com o ministro Fernando Haddad (Fazenda) e com Miriam Belchior (secretária-executiva da Casa Civil).
Apesar de focar nas agendas internas, Lula deve acompanhar de perto a semana no Congresso. Isso porque há previsão de uma força-tarefa para a votação de medidas provisórias do governo. As votações devem ocorrer em meio a uma briga entre os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), quanto ao modo de análise das medidas provisórias.
Outro ponto sensível é a nova regra fiscal, que vai nortear os gastos públicos do país e substituir o teto de gastos, norma que limita o crescimento das despesas da União à inflação do ano anterior. A medida já está pronta, mas a divulgação está atrasada por causa das divergências dentro da própria equipe do governo e do PT.
O presidente da República pediu ao ministro da Fazenda uma apresentação prévia do texto a líderes no Congresso e a economistas como forma de garantir um alinhamento para que as regras não enfrentem resistência. Uma nova reunião para discutir a medida está marcada para quarta-feira (29).
R7
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Em conversa reservada, o ministro Ricardo Lewandowski, do STF (Supremo Tribunal Federal), avisou pessoalmente o presidente Lula sobre sua decisão de antecipar a aposentadoria para logo depois do feriado da Páscoa.
Havia pedidos de ministros do Supremo e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para ele ficar até o dia 11 de maio, quando completará 75 anos. Lewandowski deve enviar o ofício formalizando o pedido de aposentadoria até o final desta semana.
O encontro entre Lula e Lewandowski aconteceu na semana passada no Recife, quando o ministro do Supremo homologou na quarta (22) o acordo entre a União e o estado de Pernambuco para gestão compartilhada do arquipélago de Fernando de Noronha.
A homologação aconteceu no Palácio do Campo das Princesas, sede do Governo de Pernambuco, com a presença da governadora Raquel Lyra (PSDB). Chamou a atenção dos presentes a conversa prolongada dos dois numa mesa em que ficaram afastados das demais autoridades.
Sucessão
Com a aposentadoria de Lewandowski, Lula também terá que antecipar o processo de escolha de um nome para a vaga.
Em conversas no STF, o ministro Lewandowski não tem economizado elogios ao jurista e professor Manoel Carlos de Almeida Neto, que foi Secretário-Geral da Presidência do STF e do TSE e é pós-doutor e doutor em Direito Constitucional pela USP.
“Ele é uma espécie de filho para mim”, disse recentemente Lewandowski para dois interlocutores no Salão Branco do Supremo.
Já o presidente Lula tem elogiado publicamente o seu advogado Cristiano Zanin em vários momentos. Mas no Palácio do Planalto e no Congresso Nacional, interlocutores do presidente avaliam o custo político de uma indicação de Zanin para a primeira vaga.
“Uma coisa é certa: nessas duas vagas, Lula fará uma escolha pessoal baseada na sua experiência com a própria Corte”, sinalizou ao blog um ministro próximo de Lula.
g1
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A Procuradoria-Geral da República (PGR) defendeu, no Supremo Tribunal Federal (STF), que seja rejeitado o pedido para a criação da CPI dos atos antidemocráticos.
O procurador-geral Augusto Aras apresentou parecer em uma ação na Corte da senadora Soraya Thronicke (União Brasil-MS), que defende a formação da comissão.
Ela alegou, no pedido, omissão do presidente da Casa, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), diante da "postergação injustificada do dever de processamento e consequente instalação de CPI".
O requerimento da parlamentar foi apresentado em 8 de janeiro, após os atos golpistas que terminaram com a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes.
No entanto, 27 senadores só tomaram posse em fevereiro, dando início à nova legislatura. Ou seja: um novo período de mandato dos parlamentares, com mudanças na composição da Casa.
Em manifestação ao Supremo, o Senado afirmou que um pedido de criação de CPI protocolado ao final de uma legislatura não pode ser aproveitado de forma automática.
No dia 15 de março, Pacheco estabeleceu prazo de 48 horas para que senadores confirmassem seu apoio à criação da comissão.
O pedido, que tinha inicialmente 42 assinaturas, teve 15 apoios confirmados após o fim do prazo. Dessa forma, a solicitação não alcançou o mínimo de 27 assinaturas.
Para a PGR, o fato de o presidente do Senado analisar se foram preenchidos os requisitos para a criação do colegiado – pedindo, inclusive, a confirmação dos apoios após a mudança na legislatura – não violou o direito da oposição de investigar e fiscalizar atos do poder público.
"Ao presidente da Casa Legislativa cabe fazer uma análise sobre a admissibilidade do pedido de instauração da CPI, verificando o cumprimento dos requisitos formais não só indicados na Constituição Federal, mas também nas normas regimentais específicas", afirmou a PGR.
"É nesse contexto, e para avaliar as consequências decorrentes da continuidade de produção de efeitos das proposituras apresentadas em legislaturas anteriores, que se confere ao presidente da Casa a possibilidade de análise acerca da admissão de requerimentos apresentados em legislaturas passadas", prosseguiu.
Segundo Aras, essa avaliação feita por Pacheco não feriu o "direito fundamental das minorias de investigar" e que ainda é "plenamente possível a apresentação de novo requerimento na legislatura em curso, com objeto idêntico ao da anterior, desde que cumpridos, novamente, os requisitos formais".
g1
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O marido da professora Honorina de Oliveira Costa, que teve o corpo encontrado em açude de Cuité, na região do Curimataú da Paraíba, em novembro de 2022, foi preso como suspeito pela morte, nesta terça-feira (28) . De acordo com as informações da Polícia Civil, o homem de 59 anos é policial militar reformado e o crime teria sido motivado pelo fim do relacionamento por parte da vítima.
De acordo com o delegado Rodrigo Monteiro, que investiga o caso, o PM reformado foi preso após um mandado de prisão temporária ser expedido, após as investigações avançarem. O suspeito foi ouvido na tarde desta terça, mas preferiu ficar em silêncio.
Também segundo o delegado, a prisão foi fundamentada na informação de que a vítima teria saído de casa para encontrar o marido na mesma noite em que desapareceu. O suspeito mantinha uma união estável com a professora, enquanto era casado com outra mulher.
O suspeito pode responder pelos crimes de feminicídio e, ainda, ocultação de cadáver. O homem chegou a participar do reconhecimento do corpo da mulher, quando a polícia a encontrou no açude do Cais, em Cuité.
Relembre o caso
A professora Honorina de Oliveira Costa, de 43 anos, foi executada com violência após um golpe de faca na região do abdômen e o assassino tentou ocultar o seu corpo, amarrando nela grandes pedras em cada um de seus membros e jogando o corpo no Açude do Cais, de acordo com a Polícia Civil.
O corpo da vítima foi encontrado em 5 de novembro de 2022, mas ela já havia desaparecido três dias antes e a hipótese levantada pela polícia é de que o responsável pelo crime tenha tentado ocultar o cadáver jogando no açude, já que vestígios de sangue e outros indícios não foram encontrados nos arredores do local.
De acordo com a polícia, o corpo da professora acabou flutuando no açude. Ela foi encontrada por uma pessoa que passava pelo local, viu o corpo boiando, e chamou a polícia.
À época, o marido que atualmente é suspeito, foi o responsável por fazer o reconhecimento do corpo da mulher.
Além disso, a polícia também analisou imagens de câmeras de segurança para avançar nas investigações.
g1 PB
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Foi lançada nesta terça-feira (28), em sessão solene no Congresso Nacional, a Agenda Legislativa da Indústria. O documento, que lista as pautas prioritárias do setor ao Poder Legislativo, é apresentado todos os anos desde 1996 pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), no mês de março. E em 2023 um dos destaques é a reforma tributária (PECs 110/2019 e 45/2019), vista como "a reforma estrutural mais importante para a retomada dos investimentos produtivos e a superação da queda da atividade econômica". Na 28ª edição da Agenda da Indústria, o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, lamenta o processo de desindustrialização sofrido pelo Brasil. Ainda assim, salientou a importância do setor para a economia.
— A participação do setor industrial na economia nacional, que já chegou a ser de 48% em 1945, está agora em 24%. Ainda assim, somos responsáveis por 10,3 milhões empregos diretos, e contribuímos com 34,4% da arrecadação tributária. A indústria responde também por 69,3% em valor de exportações, e por 66,4% dos investimentos privados em ciência e tecnologia — afirmou Andrade.
O líder industrial fez um apelo para que o governo e o Parlamento votem a reforma tributária em 2023. Algo imprescindível visando a reindustrialização do país, na sua opinião.
— Essa é a grande prioridade. Simplificar e modernizar o sistema tributário é imprescindível no estímulo de novos investimentos e para o aumento da produção. Como o tema é complexo e amplo, concordamos com a estratégia de fatiar a reforma em duas partes, começando pela restruturação dos impostos que incidem sobre o consumo. Prosseguindo depois com a tributação sobre a renda — declarou.
Outro tema destacado por Braga é a modernização do setor elétrico (PL 414/2021). A CNI alerta que a disponibilidade e o custo da energia são determinantes para a competitividade do produto nacional. Ele explicita seu apoio ao texto da Comissão de Infraestrutura do Senado que expande o mercado livre de energia "de forma equilibrada e reestrutura a concessão de subsídios, que hoje promovem profundas distorções".
Papel do Estado
Falando também como líder do PT, o senador Fabiano Contarato (ES) disse que a reindustrialização é percebida como uma causa prioritária pelo governo Lula. Para Contarato, o modelo econômico defendido pelo governo se coaduna com a pauta da CNI. O senador lembra que o governo vê o Estado como um indutor do desenvolvimento. Essa visão, combinada com o novo arcabouço fiscal, pode criar oportunidades e crescimento da indústria.
— Defendemos a retomada de uma política industrial, de usarmos o Estado através de incentivos tributários e poder de compra, com foco no fortalecimento da indústria nacional. O novo arcabouço fiscal e ações microeconômicas direcionadas a setores específicos também estão no horizonte. O arcabouço fiscal trará tranquilidade aos investidores e ao setor produtivo — afirmou Contarato.
Vice-líder da oposição, o senador Eduardo Gomes (PL-TO), reforçou que agenda legislativa está acima de disputas ideológicas.
— Prefiro apostar na nossa convergência, no nosso relacionamento, para que o país realmente entenda o alerta existente no mundo hoje de manutenção de emprego, de investimento. Isso só ocorrerá se mantivermos esse bom relacionamento entre a CNI, o Congresso Nacional e as propostas efetivas de desenvolvimento do país — disse Eduardo Gomes.
Presidindo a sessão solene, o deputado Marcos Pereira (Repuplicanos-SP) afirmou que a "reforma tributária é a mãe de todas as reformas".
Pautas prioritárias da CNI
Confira aqui os outros projetos defendidos na pauta mínima da CNI.
Marco Legal do Reempreendedorismo – Recuperação Judicial de MPEs (PLP 33/2020) – Para a entidade, a proposta de um novo regime especial para a recuperação judicial e falência de micro e pequenas empresas será "decisivo para a manutenção da atividade econômica em patamares que viabilizem a retomada do crescimento". A CNI entende que o PLP resolve problemas burocráticos e reduz a complexidade e custos acessórios do atual sistema.
Regulamentação do Mercado de Crédito de Carbono (PLs 528/2021 e 3.100/2022) – regula o mercado de emissões e incentiva o mercado voluntário de créditos de carbono, permitindo uma integração econômica internacional e investimentos em tecnologia e conservação necessários para o Brasil cumprir os compromissos internacionais, com vista a uma economia de baixo carbono.
Modernização da Lei do Bem (PL 4.944/2020) – adequa a legislação para inovação tecnológica aos novos modelos de negócios e instrumentos de financiamento e permite o aproveitamento do prejuízo fiscal em anos posteriores.
Marco Legal das Garantias (PL 4.188/2021) – Para a CNI, esse novo marco legal pode potencializar o uso de garantias no processo de concessão de crédito, com expectativas de melhora nas condições financeiras e a redução do spread bancário.
Estatuto do Aprendiz (PL 6.461/2019) – A CNI entende que o Estatuto do Aprendiz consolida a interação entre o sistema educacional e o mundo do trabalho, preparando o jovem para lidar com novas dinâmicas.
Permissão para o Trabalho Multifunção (PL 5.670/2019) – Para a CNI, este projeto moderniza as relações de trabalho ao atender à necessidade de normatização do contrato por multifuncionalidade, decorrente do avanço de novas formas de produção, que exigem de empregadores e empregados adaptação às novas exigências de mercado. Esse modelo "reduz custos e otimiza as atividades empresariais, beneficiando especialmente as micro e pequenas empresas".
Regulamentação do "limbo previdenciário" (PL 3.236/2020) – permite ao empregador recorrer de decisão do INSS que negar a concessão ou prorrogação do auxílio-doença do empregado incapacitado, sem que o empregado fique sem remuneração nem benefício do INSS. "E que tampouco o empregador seja onerado pelo pagamento de salários durante o afastamento", destaca a CNI.
Incentivos de IRPJ e Reinvestimento dentro da Sudene e da Sudam (PL 4.416/2021) – possibilita a isonomia constitucionalmente estabelecida para o desenvolvimento regional e prorroga para 2028 o prazo de incentivos nas áreas de atuação da Sudene e da Sudam.
Código de Defesa do Contribuinte (PLP 125/2022) – "Assegura a ampla defesa dos direitos do contribuinte no âmbito do processo administrativo fiscal", segundo a CNI.
Novo marco do licenciamento ambiental (PL 2.159/2021) – Para a CNI, o projeto dará maior previsibilidade e racionalidade ao processo de licenciamento ambiental, "com resultados positivos sobre a competitividade e a redução de custos".
Agência Senado
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A ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta terça-feira (28), em Brasília, veio com um tom mais moderado que o comunicado emitido na semana passada, disse, hoje, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Em conversa com jornalistas na chegada ao ministério, ele atribuiu a suavização do tom ao tempo maior de preparação do documento, que sai seis dias após a reunião do Copom.
“Da mesma forma que aconteceu na reunião anterior, a ata, com mais tempo de preparação, veio com termos mais condizentes com as perspectivas futuras, de harmonização da política fiscal com a política monetária”, declarou o ministro.
Haddad pediu colaboração entre o Banco Central (BC) e a equipe econômica para coordenar as políticas fiscal (que cuida da arrecadação e dos gastos públicos) e monetária (taxa de juros para segurar a inflação). Segundo ele, a união é necessária para que o país cresça com baixa inflação.
“O Banco Central também de nos ajudar. É um organismo que tem dois braços, um ajudando o outro. Eu sempre insisto nessa tese, pois dá a impressão que um é espectador do outro. Não é assim que a política econômica tem de funcionar. São dois lados ativos, concorrendo para o mesmo propósito, o mesmo objetivo, que é garantir crescimento com baixa inflação”, disse o ministro.
No início da manhã de hoje, o BC divulgou a ata da reunião da semana passada do Copom, que manteve em 13,75% ao ano a Taxa Selic (juros básicos da economia).
Segundo o documento, a inflação brasileira está desacelerando e o controle dos preços requer “serenidade e paciência”. O BC ressaltou a continuidade de incertezas em relação à economia, como o aumento de gastos públicos e a alta da dívida pública. A ata, no entanto, ressaltou que as novas regras fiscais que substituirão o teto de gastos poderão trazer alívio nas expectativas de inflação, desde que tenha “parâmetros críveis”.
Na semana passada, Haddad tinha considerado “muito preocupante” o comunicado emitido pelo BC após a reunião do Copom. Para o ministro, a divulgação do Relatório de Avaliação de Receitas de Despesas, no último dia 22, demonstrou o compromisso do governo em reequilibrar as contas públicas e seria uma razão para o BC começar a flexibilizar a política monetária, em vez de endurecer o tom no comunicado.
Arcabouço fiscal
Em relação às novas regras que substituirão o teto de gastos, Haddad disse que terá uma reunião “conclusiva” nesta quarta-feira (29) como ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa.
“Como o ministro Rui teve leves problemas de saúde e permaneceu na Bahia, deixamos para amanhã [quarta-feira] a reunião sobre o arcabouço fiscal para verificar a possibilidade de ele poder participar”, declarou Haddad, acrescentando que o encontro poderá ser presencial ou virtual.
Embora a Emenda Constitucional da Transição estabeleça até agosto o prazo para o governo enviar um projeto de lei complementar com o novo marco fiscal, Haddad disse que o prazo máximo com o qual trabalha para encaminhar o texto ao Congresso é até 15 de abril. Nessa data, o governo tem de enviar o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024, já com os novos parâmetros que guiarão o Orçamento do próximo ano em consonância com o novo modelo.
Segundo o ministro, é possível que o governo divulgue as regras algumas semanas antes do envio ao Congresso. “Mas isso [o prazo até 15 de abril] não nos impede de já dizer qual vai ser a nova regra do novo arcabouço fiscal”, afirmou. Haddad revelou que o governo está fazendo um trabalho forte para combater a sonegação e está revendo algumas desonerações.
Agência Brasil
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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) reforçou a possibilidade de subir a taxa Selic, juros básicos da economia, caso o processo de desinflação não transcorra como esperado. A instituição diz que “segue vigilante”, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa por período prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação.
“O Comitê reforça que irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação, como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas, que mostrou deterioração adicional, especialmente em prazos mais longos”, diz a ata da última reunião do Copom, divulgada nesta terça-feira (28).
O encontro ocorreu na semana passada e, na ocasião, o colegiado manteve a Selic em 13,75% pela quinta vez consecutiva. A taxa está em 13,75% desde agosto do ano passado, mais alto nível desde janeiro de 2017, quando também estava neste patamar.
Anteriormente, o Copom tinha elevado a Selic por 12 vezes consecutivas, em um ciclo que começou em meio à alta dos preços de alimentos, energia e combustíveis. A taxa básica de juros é o principal instrumento do Banco Central para manter a inflação sob controle e, mais uma vez, o comitê disse que não hesitará em retomar o ciclo de aperto monetário.
Por outro lado, a Selic em alta leva à desaceleração da economia e redução dos investimentos e, por isso, a decisão do BC vem sendo criticada pelo governo federal.
Política fiscal
A ata do Copom menciona incertezas em relação ao futuro arcabouço fiscal em elaboração pelo Ministério da Fazenda, mas elogia a recente reoneração parcial da gasolina e do etanol. “O comitê avalia que o compromisso com a execução do pacote fiscal demonstrado pelo Ministério da Fazenda, e já identificado nas estatísticas fiscais e na reoneração dos combustíveis, atenua os estímulos fiscais sobre a demanda, reduzindo o risco de alta sobre a inflação no curto prazo”, diz o documento.
O BC ressalta que não há relação mecânica entre a convergência de inflação e a apresentação do arcabouço fiscal, pois a primeira reage às expectativas de inflação, às projeções da dívida pública e aos preços de ativos. Ainda assim, segundo o Copom, a harmonia entre política monetária e fiscal reduz distorções do mercado, diminui a incerteza, facilita o processo de desinflação e fomenta o pleno emprego ao longo do tempo.
“O comitê destaca que a materialização de um cenário com um arcabouço fiscal sólido e crível pode levar a um processo desinflacionário mais benigno através de seu efeito no canal de expectativas, ao reduzir as expectativas de inflação, a incerteza na economia e o prêmio de risco associado aos ativos domésticos”, diz o documento. “Nesse aspecto, o comitê reforça a importância de que a concessão de crédito, público e privado, se mantenha com taxas competitivas e sensíveis à taxa básica de juros”, completa.
Para o órgão, o cenário básico para a inflação envolve fatores de risco em ambas as direções. Entre os riscos de alta, além da elevada incerteza sobre o futuro do arcabouço fiscal do país e seus impactos sobre a dívida pública, está uma maior persistência das pressões inflacionárias globais e uma desancoragem maior, ou mais duradoura, das expectativas de inflação para prazos mais longos.
Entre os riscos de baixa, o Copom destaca uma queda adicional dos preços das commodities (produtos primários) internacionais em moeda local, uma desaceleração da atividade econômica global mais acentuada do que a projetada e uma desaceleração na concessão doméstica de crédito maior do que seria compatível com o atual estágio do ciclo de política monetária.
Cenário econômico
O Copom informou que o ambiente internacional se deteriorou desde a última reunião do órgão, em fevereiro, com bancos nos Estados Unidos e na Europa em problemas e com a inflação persistente na maioria dos países. “A política monetária nas economias centrais segue avançando em trajetória contracionista. O ambiente externo segue marcado pela perspectiva de crescimento global abaixo do potencial”, diz a ata.
Na economia doméstica, a desaceleração econômica continua, como esperado, e a expectativa de inflação se mantém acima do teto da meta. Também se observa um aperto adicional nas condições para concessão de crédito em algumas modalidades.
“Após um período de forte recuperação nos dois últimos anos, iniciou-se um processo de desaceleração do crescimento no setor de bens duráveis, que havia sido particularmente impulsionado na pandemia, e que é mais sensível à política de juros. A desaceleração se espalhou para o setor de bens não duráveis e, posteriormente, para o setor de serviços, ainda que de forma mais branda. O Copom segue avaliando que a desaceleração econômica em curso é necessária para garantir a convergência da inflação para suas metas, particularmente após período prolongado de inflação acima das metas”, diz a ata.
Projeções
Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta de inflação é de 3,25% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 1,75% e o superior de 4,75%.
As projeções de inflação do Copom são de 5,8% para 2023 e 3,6% para 2024. As projeções para a inflação de preços administrados são de 10,2% para 2023 e 5,3% para 2024. No horizonte de seis trimestres à frente, referente ao terceiro trimestre de 2024, a projeção de inflação acumulada em 12 meses situa-se em 3,8%.
O Copom ainda adotou uma hipótese de bandeira tarifária “amarela” em dezembro de 2023 e 2024, além de taxa de câmbio partindo de R$ 5,25 e preço do petróleo seguindo a curva de alta pelos próximos seis meses e aumentando 2% ao ano posteriormente.
A projeção do BC para a inflação de 2024 também está acima do centro da meta prevista – 3%, mas ainda dentro do intervalos de tolerância de 1,5 ponto percentual.
O comitê avalia que a dinâmica da desinflação segue em dois estágios distintos, o primeiro, já encerrado, com velocidade de desinflação maior e o segundo, com menor velocidade. “Tal processo demanda serenidade e paciência na condução da política monetária para garantir a convergência da inflação para suas metas”, argumentou o BC.
Segundo o Copom, adicionalmente, o comportamento das expectativas é um aspecto fundamental do processo inflacionário, pois afeta a definição de preços e salários presentes e futuros. “À medida que se projeta inflação mais alta à frente, empresas e trabalhadores passam a incorporar tal inflação futura em seus reajustes de preços e salários. Assim, há maior elevação de preços no período corrente, e o processo inflacionário é alimentado por essas expectativas.”
Agência Brasil
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O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu, nesta terça-feira (28), um alerta amarelo de perigo potencial de chuvas intensas para 84 cidades da Paraíba. O aviso vale até 10h da quarta-feira (29). Veja relação dos municípios no fim desta notícia.
Para as cidades sob o alerta, há previsão de chuvas entre 20 e 30 milímetros por hora e 50 milímetros por dia e também de ventos intensos entre 40 e 60 quilômetros por hora. Há ainda baixo risco de corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores, alagamentos e de descargas elétricas.
Caso haja algum problema, o Inmet orienta que as pessoas entrem em contato com a Defesa Civil, por meio do número 199, e com o Corpo de Bombeiros, por meio do número 193.
Cidades em alerta amarelo de perigo potencial de chuvas intensas
Água Branca
Aguiar
Aparecida
Belém do Brejo do Cruz
Bernardino Batista
Boa Ventura
Bom Jesus
Bom Sucesso
Bonito de Santa Fé
Brejo do Cruz
Brejo dos Santos
Cachoeira dos Índios
Cacimba de Areia
Cajazeiras
Cajazeirinhas
Carrapateira
Catingueira
Catolé do Rocha
Conceição
Condado
Coremas
Curral Velho
Diamante
Emas
Frei Martinho
Ibiara
Igaracy
Imaculada
Itaporanga
Jericó
Joca Claudino
Juru
Lagoa
Lastro
Mãe d'Água
Malta
Manaíra
Marizópolis
Mato Grosso
Monte Horebe
Nazarezinho
Nova Olinda
Nova Palmeira
Olho d'Água
Patos
Paulista
Pedra Branca
Piancó
Picuí
Poço Dantas
Poço de José de Moura
Pombal
Princesa Isabel
Quixaba
Riacho dos Cavalos
Santa Cruz
Santa Helena
Santa Inês
Santa Luzia
Santana de Mangueira
Santana dos Garrotes
Santa Teresinha
São Bentinho
São Bento
São Domingos
São Francisco
São João do Rio do Peixe
São José da Lagoa Tapada
São José de Caiana
São José de Espinharas
São José de Piranhas
São José de Princesa
São José do Bonfim
São José do Brejo do Cruz
São José do Sabugi
São Mamede
Serra Grande
Sousa
Tavares
Triunfo
Uiraúna
Várzea
Vieirópolis
Vista Serrana
g1 PB
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Três anos após a primeira morte por Covid-19, o Brasil alcançou nesta terça-feira (28) a marca de 700 mil óbitos pela doença - um ano e cinco meses após registrar 600 mil mortos. Os dados foram divulgados pelo Ministério da Saúde.
A primeira morte por Covid no Brasil ocorreu no dia 12 de março de 2020. A vítima foi uma paciente de 57 anos em São Paulo.
Abril de 2021, o mês mais letal
Abril de 2021 foi o mês mais letal da Covid-19 no Brasil. Foi quando o país chegou às 400 mil mortes. Entre março e abril, foram 100 mil mortes registradas em apenas 36 dias.
Em 29 de abril daquele ano, o consórcio de veículos de imprensa havia registrado mais de 76 mil mortes, mais do que março, que havia registrado 66.868 mortes em 31 dias.
Na época, o país tinha pouco mais de 14% da população com uma dose.
Vacinação mudou o curso da pandemia
A vacina mostrou, ao longo da pandemia, que é a melhor forma de proteção contra casos graves e óbitos da Covid. Segundo o vacinômetro do Ministério da Saúde, mais de 510 milhões de doses já foram aplicadas no país, seja primeira, segunda ou dose de reforço.
Em entrevista ao g1 no começo de 2022, o presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Alberto Chebabo, reforçou a importância da vacinação na história da pandemia.
"Transformamos a história natural da Covid-19 com a vacina. Transformamos uma doença que era altamente letal, com uma taxa de letalidade importante, para uma doença cujo risco de morte é muito mais baixo em pessoas que se vacinaram corretamente", destaca Chebabo.
Vacinação hoje
Neste ano, o Brasil começou uma nova etapa da vacinação, com o imunizante bivalente da Pfizer. A primeira fase engloba:
Veja as recomendações para outras faixas etárias:
g1
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A França tem nesta terça-feira (28) a 10ª jornada de protestos contra a reforma da Previdência adotada pelo governo do presidente liberal Emmanuel Macron, que busca uma solução para o cada vez mais violento conflito social, mas sem cogitar a retirada da lei impopular.
As manifestações começaram pacificamente pela manhã, com grandes multidões em várias cidades. Mas as tensões aumentaram durante uma marcha majoritariamente pacífica na capital francesa, com um confronto entre a polícia e ultraesquerdistas que atiraram projéteis e outros objetos contra policiais.
Desde 19 de janeiro, data da primeira manifestação, os manifestantes conseguiram mobilizar centenas de milhares de pessoas (3,5 milhões nos dias 7 e 23 de março, segundo o sindicato CGT) em grandes protestos pacíficas, mas sem sucesso para convencer o governo.
As centrais sindicais pedem a retirada da reforma, que aumenta a idade de aposentadoria a partir de 2030 e antecipa para 2027 a exigência de contribuição por 43 anos (e não 42 como atualmente) para que o trabalhador tenha direito a uma pensão integral.
Laurent Berger, líder do sindicato CFDT, afirmou que aceitaria negociar, mas apenas se o governo deixar a reforma de lado, em particular o aumento da idade de aposentadoria de 62 para 64 anos.
Macron e a primeira-ministra, Élisabeth Borne, anunciaram que estão dispostos a conversar com os sindicatos, que lideram os protestos desde janeiro, mas sem ceder na reivindicação para que o governo desista da reforma.
13.000 agentes
Para esta terça-feira, o ministro do Interior, Gérald Darmanin, anunciou um "dispositivo de segurança inédito" de 13.000 agentes no país e advertiu para a presença em Paris de "mais de 1.000 radicais, alguns procedentes do exterior".
As autoridades esperavam "de 650.000 a 900.000" manifestantes". O sindicato CGT relatou uma diminuição no número de manifestantes de Paris nesta terça-feira, após um recorde de 800.000 cinco dias antes. Os números oficiais, sempre muito mais baixos, não estavam imediatamente disponíveis.
Os trens circulavam com atraso em todo país. Na capital, o transporte público registrava "perturbações", segundo a operadora RATP.
Situação explosiva
Os protestos assumiram várias formas nas últimas semanas: milhares de toneladas de lixo acumuladas nas ruas de Paris, bloqueios de depósitos e refinarias que deixaram 15% dos postos de gasolina sem combustível, entre outros.
O site da Torre Eiffel anunciou que os grevistas fecharam a atração turística mundialmente famosa. O Museu do Louvre foi igualmente fechado para greve na segunda-feira.
Os trabalhadores de saneamento em Paris anunciaram que estão suspendendo sua greve de mais de três semanas. O sindicato CGT, que organizou as greves, disse em um comunicado que os trabalhadores retornarão aos seus empregos na quarta-feira (29).
As manifestações do dia 23 terminaram com 457 detidos e 441 policiais e agentes de segurança feridos, em sua maioria nos distúrbios que aconteceram após as passeatas que reuniram mais de um milhão de pessoas em todo o país, segundo as autoridades.
A decisão de Macron de adotar o projeto por decreto, por temer uma derrota durante a votação no Parlamento, e sua recusa a voltar atrás provocaram a radicalização dos protestos, com distúrbios registrados desde 16 de março.
À espera da decisão do Conselho Constitucional sobre a validade da reforma, o governo tenta virar a página para outras prioridades, como saúde e educação, e a tentativa de garantir uma maioria estável no Parlamento.
Os sindicatos já haviam alertado Macron há algumas semanas para a situação explosiva que seria registrada se o governo não considerasse o mal-estar provocado pela reforma, rejeitada por mais de dois terços dos franceses, de acordo com as pesquisas.
g1
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