A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, defendeu nesta sexta-feira (14) a continuidade de investimentos em descarbonização e na transição energética no Brasil.
Marina, contudo, não citou a exploração de petróleo na Bacia da Foz do Amazonas — processo que está sob análise técnica do Ibama.
?️ O tema opõe, desde o início do governo, órgãos ambientais como Ibama e Ministério do Meio Ambiente e instâncias ligadas à extração do óleo, como Petrobras e Ministério de Minas e Energia. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defende que sejam feitas pesquisas na região e tem falado sobre o assunto em entrevistas.
"A COP é a grande oportunidade de — além de mostrarmos aquilo que estamos fazendo: combate ao desmatamento, plano de transformação ecológica, NDCs [Contribuições Nacionalmente Determinadas] ambiciosas, que vai reduzir de 59% a 67% as emissões do Brasil para todos os setores — de mostrar que nós podemos produzir alimento com a agricultura de baixo carbono, que nós podemos desenvolver bioeconomia", afirmou Marina.
Descarbonização e riqueza
A ministra do Meio Ambiente citou a China como país de maior contribuição energética para a transição climática, e afirmou que o Brasil pode ser "endereço dos melhores investimentos", já que tem energia limpa.
A ministra ponderou, contudo, que, para isso, é necessário "continuar investindo na descarbonização da sua matriz energética, inclusive com o hidrogênio verde". Segundo ela, dessa forma, o Brasil será capaz de transformar matéria-prima em riqueza.
"O mundo vai ter que fazer essa transição. Essa COP tem que ser a COP da implementação. Nós ficamos 33 anos discutindo, fazendo regras, criando estrutura. Agora não tem como discutir. As decisões foram tomadas na COP 28 nos Emirados Árabes Unidos: triplicar a energia renovável, duplicar a eficiência energética, fazer a transição para o fim do uso de combustível fóssil [...] e, ao mesmo, tempo sermos capazes de fazer uma transição justa, sobretudo para os mais vulneráveis", concluiu Marina.
A fala da ministra, em um evento em Belém de investimentos para COP30, aconteceu horas depois de o presidente Lula afirmar, que tem "certeza" de que Marina não será contra a exploração de novos poços de petróleo na região, se houver a liberação de órgãos ambientais.
"Nós vamos explorar esse petróleo, vamos fazer pesquisa. Nós pagamos uma sonda, US$ 500 mil por dia, você acha pouco? E essa sonda está paralisada. Precisamos colocar ela para funcionar, para fazer pesquisa. Se não achar petróleo, tudo bem, vamos procurar em outro lugar. Mas se tiver, temos que saber como explorá-lo", disse Lula em entrevista, mais cedo, a uma rádio de Belém (PA).
O presidente ainda destacou que o dinheiro vindo dessa exploração poderia ser utilizado para ter uma "política mais forte de fiscalização" do setor.
O Brasil vai sediar a COP30 em novembro deste ano, em Belém (PA). Recentemente, foram anunciados como presidente do evento o diplomata de carreira André Corrêa do Lago, considerado pelas entidades do setor uma das principais referências em negociações climáticas, e como diretora-executiva a economista Ana Toni, secretária nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente.
g1
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