Novembro 29, 2024

Pazuello diz que Brasil não terá colapso na Saúde e reduz pela quinta vez previsão de vacinas para março

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, declarou, na quarta-feira (10), que o sistema de saúde brasileiro "não colapsou, nem vai colapsar". A fala foi proferida no mesmo dia em que o país perdeu 2.349 vidas para a Covid-19, o maior número de mortes em 24h desde o início da pandemia. A declaração de Pazuello também é o contrário do que dizem secretários de Saúde, prefeitos e governadores ao redor do país.

Na semana passada, o jornal "Valor Econômico" noticiou que pessoas no entorno do ministro previam que o Brasil teria 3 mil mortes diárias pela Covid em março.

Ainda na quarta-feira (10), Pazuello afirmou, também, que o Brasil receberia, neste mês, de 22 a 25 milhões de doses de vacinas, "podendo chegar a 38 milhões". A quantidade é menor do que a última previsão divulgada pelo Ministério da Saúde, no dia 6 de março, de 30 milhões de doses. A redução é a quinta feita nas previsões de doses a serem entregues no mês de março. (Veja detalhes mais abaixo).

Até agora, o Brasil aplicou 9 milhões de doses de vacina – o equivalente a 11,7% da população em grupos prioritários. Só 3,1 milhões de pessoas receberam ambas as doses de algum imunizante.

Recordes de mortes e colapso nos estados
Depois de registrar, em fevereiro, o 2º maior número de mortes mensais desde o início da pandemia, o Brasil teve quatro recordes de mortes vistas em 24h só no mês de março. O primeiro foi no dia 2, quando 1.726 pessoas perderam a vida para a Covid.

No dia seguinte, mais 1.840 pessoas morreram pela doença, outro recorde diário. Os últimos dois picos foram vistos na terça (9), com 1.954 mortes, e na quarta (10), com 2.349 óbitos.

O colapso na Saúde que Pazuello afirmou que o país não teria também está acontecendo, segundo afirmações feitas por prefeitos, governadores, secretários de Saúde municipais e estaduais e profissionais na linha de frente. Dados de internações em UTIs também levaram a Fiocruz a dar "alerta crítico" para 20 estados.

Alguns estados já tiveram que alugar contêineres e abrir covas para acomodar os mortos pela Covid-19.

Veja algumas situações ao redor do país:

  • No estado de São Paulo, ao menos 30 pessoas com Covid haviam morrido na fila por vagas de UTI até o dia 9. Com o ritmo atual de internações e de criação de novos leitos, o sistema de saúde estadual pode chegar ao colapso em 25 dias.
  • Em Salvador, o secretário de Saúde alertou que a cidade vai entrar em colapso até a manhã de sexta (12). O dono de uma funerária também disse que "vai entrar em colapso" devido à alta na demanda. O governo da Bahia já alugou contêineres para armazenar corpos e ampliou o número de vagas em cemitérios.
  • Recife também teve que abrir novas covas e ao menos um hospital já alugou um contêiner para armazenar os mortos. Uma urgência pediátrica foi fechada para abrigar leitos de Covid-19.
  • Em Divinópolis (MG), o secretário de Saúde afirmou que evita falar em colapso, mas que o município está 'próximo disso'.
  • Em Teresina, as UTIs atingiram 100% de ocupação no dia 9. O presidente da Fundação Municipal de Saúde afirmou que a demanda por leitos estava maior do que a capacidade local de abrir mais vagas. Um especialista fala em colapso no Piauí.
  • No Rio Grande do Norte, o secretário estadual de Saúde disse que o estado vive "um momento trágico" na pandemia.
  • Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná estão com mais de 90% da capacidade das UTIs esgotadas. No Rio Grande do Sul, a capacidade está acima de 100% desde 2 de março.
  • No Paraná, 42 Unidades Básicas de Saúde (UBS) serão fechadas e transformadas em pronto-atendimento, enquanto as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) passam a atender como unidades de internação para Covid-19.
  • Em Santa Catarina, pacientes chegaram a ser transferidos para o Espírito Santo, mas o serviço terá que ser suspenso após aumento de hospitalizações no outro estado.
  • No Distrito Federal, pacientes com Covid-19 foram deixados no corredor de um hospital com as enfermarias lotadas. Profissionais de Saúde relataram a falta de profissionais e material nos hospitais; o chefe da Casa Civil alertou para a falta de leitos.
  • No Amapá, o maior hospital do estado atingiu 100% de ocupação de UTIs no dia 7. O Ministério Público pediu abertura de mais leitos.
  • No mesmo dia, Mato Grosso tinha 59 pessoas à espera de UTI e pediu ajuda a outros estados para transferir pacientes. Na noite de quarta (10), eram 68 pessoas na fila por um leito intensivo.

G1
Portal Santo André em Foco

Rate this item
(0 votes)

Leave a comment

Make sure you enter all the required information, indicated by an asterisk (*). HTML code is not allowed.

© 2019 Portal Santo André em Foco - Todos os Direitos Reservados.

Please publish modules in offcanvas position.