A detenção de migrantes deve ser considerada um último recurso, disseram as Nações Unidas nesta sexta-feira (31), depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou um plano para deter milhares de migrantes sem documentos na prisão da Baía de Guantánamo.
O porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, Jeremy Laurence, enfatizou que é "fundamental respeitar a dignidade e os direitos de todos os indivíduos, independentemente de sua situação imigratória, e garantir que eles sejam tratados de acordo com as normas internacionais de direitos humanos".
"A detenção de migrantes deve ser usada apenas como último recurso e somente em circunstâncias excepcionais. Independentemente de sua situação, os migrantes têm direitos e devem ser respeitados, onde quer que estejam", insistiu.
Trump disse, na quarta-feira, que havia ordenado a construção de um campo de detenção na Baía de Guantánamo para abrigar até 30 mil "estrangeiros criminosos ilegalmente presentes" em solo americano.
O campo seria construído na instalação militar dos EUA em Cuba, usada para deter pessoas suspeitas de terrorismo desde os ataques de 11 de setembro de 2001 contra os Estados Unidos.
Para muitas ONGs, ela se tornou um símbolo dos abusos da guerra contra o terrorismo, devido às suas condições extremas de detenção e ao uso de tortura.
Atualmente, a prisão de Guantánamo abriga 15 detentos. Cerca de 800 detentos - incluindo um pico de 680 em 2003 - foram mantidos lá em mais de 20 anos.
France Presse
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