O Irã responderá imediata e decisivamente se suas instalações nucleares forem atacadas, o que levaria a uma "guerra total na região", disse o ministro das Relações Exteriores de Teerã à TV Al Jazeera, em uma entrevista exibida nesta sexta-feira (31).
Abbas Araqchi afirmou que o lançamento de um ataque militar de Israel e dos Estados Unidos ao país seria "um dos maiores erros históricos que os EUA poderiam cometer".
A declaração ocorre em um momento em que crescem as preocupações entre as autoridades do Irã de que o presidente dos EUA, Donald Trump, possa, em seu segundo mandato, autorizar o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, a atacar as instalações nucleares do Irã.
As sanções dos EUA à indústria petrolífera iraniana também aumentam as tensões. Araqchi sugeriu que os Estados Unidos poderiam liberar os fundos iranianos bloqueados como um primeiro passo para construir confiança entre os dois países.
"Ativos e fundos iranianos foram congelados em vários pontos pelos EUA (que) não cumpriram suas promessas anteriores (de liberá-los). Essas coisas podem ser feitas pela administração dos EUA para trazer confiança entre nós", disse Araqchi.
Após um período de muita tensão, com o aumento de ataques entre Irã e Israel, aliado americano, a troca de ameaças entre os dois países havia diminuído.
Em novembro, poucos dias antes das eleições presidenciais nos Estados Unidos, o líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, prometeu uma resposta "rígida" a qualquer ataque de Israel e Estados Unidos, enquanto apoiadores do Irã, no Iraque, lançaram drones contra o território israelense.
"Os Estados Unidos e o regime sionista (Israel) devem saber que, sem dúvida, receberão uma resposta rígida pelo que fazem contra o Irã, sua nação e a frente de resistência", declarou Ali Khamenei.
Aliado do Hamas e do Hezbollah, o Irã se envolveu em um ciclo de ataques com Israel nos últimos meses, aumentando temores de uma extensão do conflito no Oriente Médio.
Além do Hamas e do Hezbollah, o Irã apoia os rebeldes houthis no Iêmen e grupos pró-Irã no Iraque, que fazem parte do que Teerã chama de "Eixo da Resistência" a Israel, que ocupa territórios palestinos desde 1967.
g1
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