Novembro 29, 2024

Ernesto Araújo diz que sistema de saúde no Brasil está 'suportando bem' a crise da Covid-19

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou nesta sexta-feira (5) que, apesar da falta de UTI em "alguns estados", o sistema de saúde do Brasil tem conseguido lidar bem com a pandemia de Covid-19.

Araújo deu a declaração ao ser questionado sobre as ações do governo Bolsonaro no enfrentamento à doença em um evento internacional, promovido pelo Conselho das Américas, sobre a relação bilateral entre Brasil e Estados Unidos.

"O sistema de saúde está, claro, sob estresse, mas está conseguindo suportar bem. Tem falta de UTI em alguns estados, mas, no geral, o sistema está suportando bem", disse o ministro.

O Brasil vem batendo recordes diários de mortes, na última semana, com o agravamento da crise sanitária. Há seis dias seguidos, a média móvel (calculada sobre os últimos 14 dias) registrada se torna a maior desde o início da pandemia.

Em carta divulgada nesta quinta, governadores de 14 estados informaram que as redes de saúde locais estão "no limite" e que a vacinação em massa "é a alternativa que se afigura como a mais recomendável, e, provavelmente, a única capaz de deter a pandemia". A ocupação dos leitos de UTI chegou a 100% em diversos centros urbanos de todas as regiões do país, do Rio Grande do Sul a Rondônia.

O chanceler disse acreditar que as pessoas querem ser vacinadas, mas também querem voltar ao trabalho. Segundo Araújo, há "forte pressão popular" contra os lockdowns impostos por governos locais. Ele reconheceu, no entanto, que a situação só deve melhorar na medida em que a vacinação progredir no país.

"O sentimento na população é que nós precisamos voltar ao trabalho. Então, tão logo tenhamos uma decente... nós já temos isso, mas, quando a vacinação estiver mostrando que está fazendo os casos caírem, as coisas vão melhorar, tenho certeza, em algumas semanas", afirmou.

O ministro afirmou que a vacinação no Brasil está avançando e que, embora esteja atrás dos Estados Unidos e Israel, está comparativamente à frente de países europeus.

“A vacinação está ganhando velocidade. Claro que gostaríamos que estivesse muito mais rápida. Está devagar em comparação aos Estados Unidos ou Israel, mas, em comparação à Europa, não está tão devagar. Os países europeus estão com um pouco mais de 5% da população total vacinada. No Brasil, estamos em torno de 4%, com todos os desafios logísticos que temos. Mas os números [de vacinados] vão subir, temos certeza, nas próximas semanas, com a vacinação”.

Araújo disse ainda que o governo está lidando com a questão da Covid de forma "tremendamente séria" e que ele espera que, em duas ou três semanas, o número de casos no país caia. O chanceler não informou dados que respaldem essa "expectativa".

“Estamos encarando [a situação] de forma tremendamente séria em relação ao número de casos e de mortes que tão tragicamente subiu. Mas aparentemente, é normal depois do início de uma forte vacinação que os casos subam no país e caiam abruptamente. Nós devemos estar a duas ou três semanas desse ponto, se considerarmos a mesma curva em outros países onde os casos começaram a cair”, afirmou.

Discurso do governo
Nos últimos dias, diferentes membros do governo vêm dando declarações contraditórias, entre si, sobre os rumos da pandemia e da vacinação no país.

Assim como Araújo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu nesta quinta a importância de agilizar a vacinação para que o país possa voltar as atividades econômicas.

"Nós precisamos de saúde, emprego e renda. Primeiro, a saúde. Sem saúde, não há economia. E, da mesma forma, a vacinação em massa é o que vai nos permitir manter a economia em funcionamento", afirma Guedes em vídeo divulgado.

Horas antes, também na quinta, o presidente Jair Bolsonaro declarou em Uberlândia (MG): "Tem idiota que a gente vê nas redes sociais, na imprensa, [dizendo] 'vai comprar vacina'. Só se for na casa da tua mãe. Não tem [vacina] para vender no mundo."

Em seguida, durante outro evento em Goiás, Bolsonaro disse que é preciso "enfrentar os problemas", acrescentando: "Chega de frescura, de mimimi. Vão ficar chorando até quando?".

G1
Portal Santo André em Foco

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