O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta terça-feira (10) que, de forma geral, a eleição do democrata Joe Biden como presidente dos Estados Unidos não trará problemas ao Brasil.

Biden foi eleito no sábado (7) o 46º presidente dos Estados Unidos. A vitória foi anunciada após projeções de institutos e meios de comunicação indicarem a vitória do democrata no estado da Pensilvânia. Com isso, Biden ultrapassou os 270 delegados no colégio eleitoral. O presidente Donald Trump, derrotado, não reconheceu o resultado e recorre na Justiça.

“Eu não acho que, no âmbito geral, teremos problemas. De forma alguma”, afirmou Guedes durante um fórum virtual promovido pela agência de notícias Bloomberg ao ser questionado sobre o impacto da eleição de Biden no país.

O presidente Jair Bolsonaro ainda não se manifestou sobre a vitória do democrata. Ele torceu por Trump, para quem já havia publicamente expressado apoio diversas vezes.

O ministro da Economia argumentou que tanto o Brasil quanto os Estados Unidos prezam pela democracia e pela economia de mercado. Para Guedes, não será uma pessoa ou outra que irá afetar a relação entre os países.

“Nós estamos juntos nessa construção, o que é secular, eu diria milenar, uma grande construção de sociedade aberta. Nós estamos nesse processo. Então, não será uma personalidade aqui ou acolá que deverá afetar essa relação entre essas democracias liberais”, disse

O ministro ressaltou a importância da democracia e de se respeitar o resultado das urnas, gostando ou não de quem tiver sido eleito.

"Assim como você poderia ter votado em um ou outro e, no final, respeitar o resultado....é exatamente como pensamos sobre isso que está se passando nos Estados Unidos. Em relação a gostar ou não gostar de Trump ou de outra pessoa, entendemos que a democracia é tudo o que somos. Democracia e economia de mercado. É sobre o que somos", afirmou.

Porém, Guedes ponderou que, assim como Biden, Bolsonaro também foi eleito com milhões de votos e, por isso, as opiniões de ambos devem ser respeitadas.

“O próprio presidente foi eleito com quase 60 milhões de votos. Se Biden teve um pouco mais de 70 milhões, nosso presidente teve 60 milhões, o que significa que o seu ponto de vista deve ser respeitado, exatamente assim como o ponto de vista do Biden, quando for confirmado, também é inteiramente respeitável”, afirmou.

Sobre a atuação do governo brasileiro – já criticada por Biden – em relação ao meio ambiente e às queimadas na Amazônia, Guedes disse haver um "grande mal-entendido" e "muita narrativa política".

O ministro afirmou ainda que as queimadas já vinham acontecendo na região décadas antes de Bolsonaro assumir o governo.

"Tem muito mal-entendido e tem muita narrativa política. Tem muita narrativa política. Afinal, nós estamos só há um ano e meio no governo. Nós não queimamos a Amazônia", disse.

G1
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