O presidente Luiz Inácio Lula da Silva agradeceu nesta quinta-feira (10) a presidente de Honduras, Iris Xiomara Castro de Zelaya, pelo comando da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), “num ano especialmente desafiador”.
Em mensagem publicada nas redes sociais, o brasileiro saudou ainda o presidente do Uruguai, Yamandú Orsi, por assumir a chefia do bloco em 2026. Neste ano, o grupo é comandado pelo colombiano Gustavo Petro.
“Agradeço a companheira Xiomara Castro por liderar a CELAC num ano especialmente desafiador. Desejo ao companheiro Gustavo Petro muito sucesso na condução da CELAC daqui para frente. E saúdo também meu amigo Yamandú Orsi pela decisão de assumir a presidência da CELAC em 2026. Contem com o Brasil para seguir construindo nossa Pátria Grande”, escreveu Lula.
O brasileiro participou, na última quarta-feira (9), da 9ª Cúpula de Líderes da Cleac, realizada em Tegucigalpa, capital de Honduras. Na ocasião, Lula defendeu que os países da América Latina e do Caribe usem moedas locais nas transações comerciais internas. O petista também afirmou ter interesse em colocar o Brasil novamente em um convênio de pagamentos recíprocos da Aladi (Associação Latino-Americana de Integração), do qual o país abandonou em 2019.
“Para ampliar nosso intercâmbio, meu governo está determinado a reativar o Convênio de Pagamentos e Créditos Recíprocos da Aladi e a expandir o Sistema de Pagamentos em Moeda Local. Integrar redes de transporte, energia e telecomunicações reduz distâncias, diminui custos e incentiva sinergias entre cadeias produtivas. O Brasil vem impulsionando cinco Rotas de Integração Sul-Americana, que vão unir o Caribe, o Atlântico e o Pacífico”, afirmou Lula na ocasião.
O Sistema de Pagamentos em Moeda Local é administrado pelo Banco Central brasileiro em parceria com os bancos centrais argentino, uruguaio e paraguaio. O mecanismo permite que exportadores e importadores dos países membros façam as operações comerciais nas moedas locais, sem necessidade de recorrer a um terceiro câmbio — normalmente, o dólar. O sistema fica responsável por efetivar a conversão, por meio de uma taxa própria.
O objetivo do mecanismo é ampliar a integração financeira e econômica dos países. Com o modelo, o exportador pode determinar os preços na moeda do próprio país, sem ficar exposto a variações nas taxas de câmbio. Assim, há a certeza de que vai receber o valor negociado na sua moeda.
Além disso, Lula declarou que nenhum país sozinho é capaz de negociar com os Estados Unidos em condições de igualdade. Ao defender o multilateralismo e o livre comércio, o petista criticou as recentes medidas protecionistas do presidente dos EUA, Donald Trump. O brasileiro afirmou que a intenção do republicano é “tentar fazer negociações individuais” e chamou as medidas do norte-americano de unilaterais.
“O que está por detrás disso é colocar fim ao multilateralismo e tentar fazer negociações individuais. Mas negociação individual, nenhum país tem condições de negociar com o EUA, será um acordo leonino, de um gigante com um pequeno. É preciso que o multilateralismo seja a base da nossa ação. O que precisamos é aprimorar nossa relação, conversar mais, tentar ver onde a gente pode estabelecer mais acordos, comercial, politico, cultural, entre nossas universidades”, declarou Lula.
América Latina e Caribe
A pauta regional é uma das principais bandeiras do governo do presidente — o retorno do Brasil à Celac foi o primeiro ato de política externa de Lula na volta à Presidência da República, em 2023. Em janeiro de 2020, o então presidente Jair Bolsonaro anunciou a saída brasileira do grupo. À época, o ex-presidente alegou a participação de ditaduras no bloco. Os países da Celac reúnem 670 milhões de habitantes, em uma área de mais de 22 milhões de km².
R7
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