Abril 15, 2025

Lula recomenda 'muita prudência' com tarifaço dos EUA, diz Haddad: 'As coisas mudam a cada 24 horas'

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (10) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem recomendado "muita prudência" diante das alterações de tarifas anunciadas pelo mandatário dos Estados Unidos, Donald Trump.

As declarações foram dadas na portaria do Ministério da Fazenda.

"Como as coisas mudam a cada 24 horas, não há uma diretriz clara. As pessoas estão com muita insegurança sobre o que está acontecendo com o governo dos Estados Unidos. Não é possível, com estes poucos dias transcorridos, fazer uma avaliação criteriosa", disse Haddad.

"Qualquer coisa que eu falasse aqui, poderia ser desmentida amanhã, a depender dos desdobramentos, do que acontecer. Então o que o presidente [Lula] está recomendando é muita prudência", acrescentou o ministro da Fazenda.

Segundo ele, os canais diplomáticos do Brasil com os norte-americanos seguem abertos. "As conversas com o governo dos Estados Unidos estão acontecendo, sobretudo com o secretário que cuida do comércio exterior. Estão em curso", acrescentou.

Ele lembrou que os países da América do Sul tiveram um tratamento diferenciado, sendo menos sobretaxados (somente em 10%) do que outras nações, como da Europa, por exemplo.

"Nessa semana, as coisas mudaram de novo, as tarifas mais altas só ficaram valendo para a China. Nós temos que aguardar um posicionamento final para saber como proceder. Mas o mais importante é que temos relações históricas de negociação com os Estados Unidos, e estamos na mesa há algumas semanas dialogando. Penso que, em relação ao Brasil, o que aconteceu já faz parte da atuação da boa diplomacia brasileira", concluiu.

Tarifaço dos EUA
A política comercial norte-americana tem sido marcada, nas últimas semanas, pela inconstância. Capitaneada pelo presidente Donald Trump, há idas e vindas nas decisões.

No último dia 2 de abril, o norte-americano anunciou taxas de importação sobre 180 países de todo o mundo. De lá para cá, ouve retaliações de parte a parte, subindo tarifas de importação.

A maior sobretaxa foi aplicada sobre produtos chineses, chegando a uma tarifa extra de 104%, que entraria em vigor nesta quarta. Em resposta, o Ministério das Finanças da China anunciou que subiria tarifas para 84% sobre os produtos americanos.

"Em um futuro próximo, a China perceberá que os dias de exploração dos EUA e de outros países não são mais sustentáveis ou aceitáveis", reagiu o presidente americano.

Nesta quarta-feira, em um novo revés, Trump anunciou que irá pausar por 90 dias o programa de tarifas recíprocas e reduzirá para 10% as tarifas de importação contra países, exceto a China.

Segundo o presidente dos EUA, as taxas contra os chineses aumentarão para 145%, devido às retaliações anunciadas por Pequim nesta semana.

Agência Gov
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