O governo federal anunciou, nesta segunda-feira (20), acordo de cooperação entre o Ministério da Educação e a Google. Entre as ferramentas que serão disponibilizadas está o MECPlace – Ecossistema de Inovação e Soluções Educacionais Digitais.
A plataforma, disponibilizada de forma gratuita às unidades federativas, será integrada, em ambiente aberto e colaborativo, no qual serão consolidadas soluções e iniciativas para apoio às redes educacionais. A gestão ficará a cargo da Subsecretaria de Tecnologia da Informação e Comunicação do MEC.
"O acordo de cooperação com o Google tem como objetivo facilitar o acesso a ferramentas gratuitas para apoio acadêmico, por profissionais da educação e estudantes, de modo a contribuir para a melhoria significativa da qualidade do ensino e favorecer a aprendizagem dos alunos matriculados nas escolas", argumenta o governo.
Além do MECPlace, estão no acordo de cooperação as seguintes ações:
Google Workspace for Education Fundamentals – Pacote gratuito de ferramentas de fácil utilização, que oferece uma base flexível e segura para aprendizagem, colaboração e comunicação. A adesão pelas redes educacionais se dará mediante a assinatura de termo de adesão simplificado, de forma voluntária e não onerosa para a rede, seja municipal, estadual ou federal;
Seja Incrível na Internet – Programa de cidadania digital com trilhas de capacitação para educadores, planos de aulas e atividades;
Grasshopper – Aplicativo de programação para iniciantes, com ensino de pensamento computacional;
Google Cloud Capacita+ – Programa com treinamentos gratuitos, online, para formação de profissionais em tecnologias de nuvem.
O Ministério da Educação firmou ainda acordo com a Microsoft para disponibilização gratuita do Office 365 Educacional A1. Também estão em andamento eventuais parcerias com Adobe, Huawei, Oracle e AWS.
Evasão escolar
O governo lançou também a Política Nacional para Recuperação das Aprendizagens na Educação Básica. A ação tem como objetivos elevar a frequência escolar e reduzir os índices de evasão e de abandono escolar, desenvolver estratégias de ensino e aprendizagem, diminuir a distorção idade-série, promover a coordenação de ações e incentivar a formação para o uso pedagógico de conteúdos digitais.
A necessidade de trabalhar para ajudar a família, durante a pandemia de Covid-19, afastou da escola 39,1% dos estudantes brasileiros com idade entre 14 e 29 anos, segundo dados da Plataforma Juventude, Educação e Trabalho. Três em cada dez jovens ouvidos pela pesquisa disseram que não pensam em voltar a estudar.
A região Nordeste, que continha os maiores índices de abandono escolar, dessa vez ficou atrás da região Sudeste (130.148 contra 103.203), segundo dados do Painel de desigualdades educacionais no Brasil. Ainda assim, Norte e Nordeste do país concentram os estados mais afetados pela evasão escolar nessa faixa etária. O melhor resultado é do estado de São Paulo, com 21,7% de jovens de 19 anos sem concluir o ensino médio, enquanto a média brasileira é de 36,5%.
Jair Bolsonaro
No evento, o presidente Jair Bolsonaro disse que a maioria das escolas e universidades distribuídas pelo país fecharam durante a pandemia de Covid-19, com exceção da Academia Militar das Agulhas Negras, da Escola Naval e da Academia da Força Aérea. "Eu banquei a responsabilidade para não fechar."
"Se dependesse de mim, teríamos aula. Porque não tivemos notícia ao longo da pandemia de necessidade de UTI para criança acometida por Covid-19, mas fecharam. A decisão passou aí para governadores e prefeitos. Estamos agora na busca do tempo perdido", afirmou.
No entanto, o número de crianças e adolescentes com menos de 18 anos internados em UTIs (unidades de terapia intensiva) acometidos por Covid-19 aumentou 61% em São Paulo em dois meses, por exemplo. O número saltou de 106 crianças e adolescentes com menos de 18 anos, no dia 15 de novembro, para 171 pessoas com essa faixa etária internadas em UTIs, em janeiro deste ano.
Para o atual comandante do Palácio do Planalto, a educação nunca foi prioridade no país e criticou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Parece que interessa para alguns políticos que passaram por aqui, de uma coloração mais avermelhada, que a pessoa tem que terminar a escola, botar um diploma na parede e está tudo resolvido. Não é assim, longe disso", disse.
Na cerimônia, Bolsonaro contou que tinha dificuldades educacionais sobre língua portuguesa e eletricidade, além de ter feito cursinho na cidade de Eldorado Paulista (SP). "Eu ganhava meu dinheiro pescando, pegando maracujá ou, naquele tempo não era crime, cortando palmito, e pagava esse cursinho."
R7
Portal Santo André em Foco
Suécia e Finlândia continuam nesta segunda-feira (20) com as conversas sobre a entrada na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), mas a expectativa de uma adesão rápida está mais distante devido ao bloqueio da Turquia, que quer que os países nórdicos deixem de apoiar grupos curdos considerados terroristas por Ancara.
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, se reunirá hoje em Bruxelas com representantes turcos, suecos e finlandeses com a esperança de desbloquear as conversas antes da cúpula da aliança militar em Madri na próxima semana.
Antes que a Turquia bloqueasse o processo no mês passado, Estocolmo e Helsinque esperavam uma adesão rápida à Otan, que requer a unanimidade de seus 30 membros. A Turquia faz parte da Otan desde 1952.
"Estamos preparados para que leve tempo", declarou à imprensa nesta segunda a ministra de Relações Exteriores sueca, Ann Linde, em Luxemburgo.
A premiê finlandesa, Sanna Marin, também reconheceu na semana passada que existia o risco de um "congelamento" se o conflito não fosse resolvido antes da cúpula de Madri.
Medidas concretas
Na quarta-feira passada, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, pediu "medidas concretas" através de compromissos escritos de Suécia e Finlândia.
Ancara acusa os dois países — principalmente a Suécia — de apoiar grupos curdos como o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, na sigla em idioma curdo) e as Unidades de Proteção Popular (YPG), que considera terroristas.
Também exige a suspensão dos bloqueios de exportação de armas imposto por ambos os países após sua intervenção militar no norte da Síria em outubro de 2019, um endurecimento da legislação antiterrorista sueca e a extradição de vários indivíduos que considera terroristas.
Para Paul Levin, diretor do Instituto de Estudos Turcos na Universidade de Estocolmo, "é possível" que nos próximos dias ocorra um desbloqueio, "mas seria muito difícil". Isso "implicaria que ambas as partes mostrem uma real vontade de compromisso", disse o especialista durante uma entrevista à AFP.
Uma deputada chave
Com uma comunidade curda importante, de cerca de 100 mil pessoas, a "Suécia se destaca [...] por ser, em geral, mais solidária com a causa curda", assinalou Levin.
"Existe um conflito real entre o ponto de vista da Suécia sobre a questão curda e as exigências turcas para a Suécia", comentou a sueca Li Bennich-Björkman, professora de ciência política na Universidade de Uppsala.
Esse dilema ficou evidente nas últimas semanas no papel desempenhado pela deputada sueca de origem curdo-iraniana Amineh Kakabaveh, que se opõe a qualquer concessão para o presidente Erdogan.
Sua voz é essencial para garantir o apoio do governo social-democrata minoritário de Andersson, devido ao equilíbrio precário no Parlamento sueco. Na semana passada, a deputada ameaçou não apoiar o orçamento do governo, exigindo uma promessa clara de embargo às exportações de armas para a Turquia.
AFP
Portal Santo André em Foco
A Rússia intensificou nesta segunda-feira (20) os ataques contra as regiões de Kharkiv e Donetsk, no nordeste e leste da Ucrânia, poucos dias antes de os 27 países da União Europeia discutirem a candidatura de Kiev ao bloco.
No início de uma semana de intensa atividade em torno da candidatura da Ucrânia ao bloco europeu, o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, afirmou que a Rússia está cometendo um "verdadeiro crime de guerra" ao bloquear as exportações de cereais e grãos ucranianos.
Em um momento de crescentes temores das consequências da invasão sobre o preço dos alimentos, a Alemanha organiza na próxima sexta-feira (24) uma reunião internacional sobre o assunto, que contará com a participação do chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken.
A ministra das Relações Exteriores da França, Catherine Colonna, pediu à Rússia que "pare de brincar com a fome no mundo".
Nesta segunda-feira, "começa uma semana realmente histórica", afirmou Zelenski no domingo em seu discurso diário.
Os 27 países da UE se reúnem na quinta e na sexta-feira para decidir se o país pode receber o status de candidato, decisão que deve ser tomada por unanimidade.
"Nosso Exército resiste"
"Obviamente esperamos que a Rússia intensifique seus ataques nesta semana", alertou o presidente ucraniano. "Nosso Exército resiste", afirmou.
Em seu relatório matinal, a Presidência da Ucrânia informou que há um aumento dos bombardeios na região de Kharkiv e um aumento dos ataques "em toda a linha do front" em Donetsk, no leste, onde houve o registro de um morto e sete feridos.
No Donbass, a cidade de Severodonetsk concentrou a ofensiva para assumir toda essa bacia de mineração oriental, parcialmente controlada por separatistas pró-Rússia desde 2014.
"Os russos controlam a maioria dos bairros residenciais" de Severodonetsk, mas, "se você contar toda a cidade, mais de um terço ainda é controlado por nossas Forças Armadas", disse o chefe da administração municipal, Oleksandr Striuk.
Serguii Gaidai, governador de Lugansk, uma das regiões que compõem o Donbass, confirmou na televisão a queda no controle russo de Metiolkiné, na periferia de Severodonetsk.
Retorno ao carvão
No front sul, o Exército ucraniano afirma que as forças russas "não conseguem avançar no terreno" e apenas continuam com os bombardeios.
O ministério da Defesa da Rússia informou que utilizou mísseis de cruzeiro para atacar uma fábrica em Mykolaiv e destruiu "dez morteiros de 155 mm e até 20 veículos blindados fornecidos ao regime de Kiev pelo Ocidente nos últimos dez dias".
Mykolaiv é uma cidade portuária e industrial, onde morava meio milhão de pessoas antes da guerra. A localidade é alvo dos ataques russos porque fica na rota para Odessa, o principal porto da Ucrânia.
Por sua vez, a Rússia acusou as forças ucranianas de terem atacado plataformas de perfuração de petróleo no mar da península da Crimeia.
Contra a UE, a Rússia usa seus hidrocarbonetos como arma e cortou o fluxo de gás para vários países na semana passada.
Em contraste, as importações russas de petróleo para a China aumentaram 55% em maio, em comparação com o ano passado.
Em uma tentativa de reduzir a dependência da Rússia e para diminuir o consumo de gás, a Alemanha recorrerá às usinas de carvão.
"É amargo, mas é indispensável", disse o ministro da Economia, o ambientalista Robert Habeck. O governo, no entanto, disse nesta segunda-feira que essa medida é "limitada" e que a promessa de abandonar o carvão antes de 2030 será cumprida.
A Áustria também anunciou no fim de semana a reativação de uma usina de carvão fechada em 2020.
As sanções adotadas contra Moscou também envolveram restrições ao trânsito pela Lituânia até o enclave de Kaliningrado, que a diplomacia russa descreveu como "abertamente hostis".
AFP
Portal Santo André em Foco
Gustavo Petro convenceu metade dos colombianos com suas promessas de mudança. Mas agora o primeiro presidente de esquerda eleito da Colômbia terá que formar maiorias e vencer a resistência de militares e empresários para governar um país dividido sobre seu mandato.
Para derrotar o milionário Rodolfo Hernández (47,3%), o ex-guerrilheiro e senador de 62 anos moderou muitas de suas antigas posições radicais. Depois de vencer o segundo turno com 50,4% dos votos, ele tem a responsabilidade de governar um país marcado pela polarização após uma campanha agressiva.
A seguir, os principais desafios que Petro enfrentará, segundo analistas:
Formar maiorias
Uma bancada importante, mas não majoritária, acompanhará as iniciativas do inédito governo de esquerda no Parlamento.
"Agora o problema é a governabilidade no Congresso. Petro deve tentar propor o que chamou de grande acordo nacional (...) porque claramente o país está bem fragmentado em dois setores", disse à AFP o cientista político Alejo Vargas, da Universidade Nacional.
A opinião é compartilhada por Sergio Guzmán, da consultoria Colombia Risk Analysis: "Este resultado não dá um mandato claro para executar suas políticas sem ao menos tentar acalmar os questionamentos de seus opositores".
Durante o mandado como prefeito de Bogotá (2012-2015), Petro entrou em conflito com a Câmara Municipal, que barrou muitas de suas iniciativas. Agora ele chega à Presidência cercado de políticos tradicionais, que podem servir de ponte com o Parlamento.
"Ele vai enfrentar uma oposição muito forte, porque a direita neste país é a principal ideologia. Apesar de estar espalhada por muitos partidos, é fácil estabelecer uma associação e desafiar o governo de Petro", afirma Felipe Botero, professor de ciências políticas da Universidad de Los Andes.
Apaziguar os mercados
Em seu primeiro discurso como presidente eleito, Petro enviou uma mensagem tranquilizadora ao empresariado, que durante a campanha o acusou de promover um socialismo fracassado.
"Foi uma campanha de mentiras e medo, que iríamos expropriar os colombianos, destruir a propriedade privada (...) Nós vamos desenvolver o capitalismo na Colômbia. Não porque o adoramos, mas porque primeiro temos que superar a pré-modernidade", disse à multidão que celebrava sua vitória.
Para Felipe Botero, essa foi uma "mensagem muito clara à direita, dizendo 'eu sou de esquerda, mas isso não quer dizer que vou transformar radicalmente o modelo econômico'".
O economista Jorge Restrepo, no entanto, alerta para o fato de que o ex-guerrilheiro e senador ainda precisa construir "confiança" com o setor produtivo.
"Tem a ver com não considerar as empresas como rivais, e sim gestoras de desenvolvimento e geração de empregos (...) É muito difícil porque não há antecedentes de um governo de esquerda em nível nacional", adverte o professor da Universidade Javeriana.
A julgar pelo primeiro discurso de Petro, o atrito não vai demorar: "Ele disse coisas que envolvem regulamentação, um dos principais medos dos mercados", afirmou Botero.
O empresário Mario Hernández, ativo opositor de Petro durante a campanha, se mostrou aberto ao diálogo.
"Chegou a oportunidade para Gustavo Petro demonstrar a 50% dos colombianos e a mim que estávamos equivocados", escreveu no Twitter o magnata do setor de vestuário.
Nos quartéis
Após a posse, os militares terão que jurar lealdade a um ex-membro das guerrilhas esquerdistas que combateram durante seis décadas de conflito.
No fim de abril, Petro acusou membros da cúpula militar de aliança com o Clã do Golfo, o maior grupo de narcotráfico do país.
Em resposta, o comandante do Exército, general Eduardo Zapateiro, o acusou de "politicagem", em uma incomum intervenção política em um país onde a Constituição proíbe a força de segurança pública de participar do debate político e votar.
"A desconfiança entre o presidente e os militares é significativa", afirma Guzmán, antes de acrescentar que o esquerdista "terá que escolher um ministro da Defesa que tenha o respeito e a confiança dos membros das Forças Militares".
Em caso contrário, destaca, a transição será um "desastre".
"O que todos os presidentes fazem quando chegam ao poder é um expurgo dos altos postos militares (...) Petro tem que fazer isso com luva de pelica", explica Botero.
Nesse sentido será fundamental o nome escolhido para o cargo de ministro da Defesa. Até o momento, o presidente eleito revelou apenas que nomeará para a pasta uma mulher especializada em direitos humanos.
AFP
Portal Santo André em Foco
Um menino de 15 anos foi morto e três pessoas ficaram feridas, incluindo um policial, em um tiroteio após um show não autorizado em Washington na noite do último domingo (19), disse o chefe de polícia local da capital dos Estados Unidos.
O tiroteio ocorreu após dois incidentes violentos durante um show não autorizado que forçaram a polícia a encerrar o evento, disse o comandante do Distrito de Columbia, Robert Contee, a repórteres.
Apesar de uma forte presença policial para dispersar a multidão, um jovem morreu com um ferimento de bala nas proximidades.
Contee informou que não houve troca de tiros e que a arma usada no crime ainda não foi recuperada.
Antes do incidente a polícia apreendeu duas armas perto do local e estava perseguindo um homem com uma arma não licenciada.
Os Estados Unidos enfrentam um debate profundo em meio a uma epidemia de violência armada. Desde o início do ano, mais de 20 mil pessoas morreram por ferimentos de bala, segundo a ONG Gun Violence Archive, um balanço que inclui suicídios.
R7
Portal Santo André em Foco
Depois de abrir o dia em baixa de 2% com o pedido de José Mauro Ferreira Coelho para deixar o comando da Petrobras, as ações da empresa viraram e passaram a subir no início da tarde desta segunda-feira (20).
Às 12h15, os papéis preferencias da Petrobras (PETR3) apareciam em alta de 0,47% e eram negociados a R$ 30,07. Já as ações ordinárias (PETR4) subiam 0,51%, a R$ 27,45. Com as variações, o Ibovespa, o principal índice da Bolsa brasileira, operava em alta de 0,46%, novamente acima dos 100 mil pontos.
Mais cedo, os papéis preferenciais da companhia apareciam com queda de 2,17% e eram negociados a R$ 29,28. Já as ações ordinárias (PETR4) caíam 2,12%, a R$ 26,73. Com isso, o principal índice da Bolsa brasileira recuava mais de 1%.
Na sexta-feira (17), os papéis preferenciais da petroleira desabaram mais de 6% e as ações ordinárias recuaram 7,25%. As baixas guiaram a queda de 2,84% do Ibovespa, que fechou abaixo dos 100 mil pontos pela primeira vez desde novembro de 2020.
As perdas da companhia na semana passada ocorreram mesmo após o anúncio de reajuste de 5,2% no preço da gasolina e de 14,3% no valor do diesel nas distribuidoras, o que tem provocado um embate do presidente Jair Bolsonaro (PL) e de aliados do governo contra a diretoria da Petrobras.
R7
Portal Santo André em Foco
Apesar das críticas ao lucro da Petrobras, o governo federal está entre os maiores beneficiários dos resultados financeiros da petroleira. Nesta segunda-feira (20), a União receberá mais uma parcela, de R$ 8,8 bilhões, do lucro da estatal. A cifra faz parte de um total, já anunciado neste ano, de R$ 32 bilhões em dividendos que serão pagos até julho ao governo, o maior acionista da companhia.
Entre 2019 e 2021, a União já tinha embolsado em dividendos outros R$ 34,4 bilhões, em valores atualizados, segundo levantamento de Einar Rivero, da TC/Economática. Quando se somam ao lucro destinado à União os impostos e os royalties, verifica-se que a Petrobras injetou nos cofres federais R$ 447 bilhões de 2019, início do governo Bolsonaro, a março deste ano, conforme dados dos relatórios fiscais da companhia.
Considerando estados e municípios, o montante chega a R$ 675 bilhões. Só o montante pago à União corresponde a aproximadamente cinco vezes o orçamento do Auxílio Brasil previsto para este ano, em torno de R$ 89 bilhões.
Desde o início do ano, para rebater as críticas de Bolsonaro e de líderes do Congresso Nacional, a Petrobras vem ressaltando que seus ganhos retornam para a sociedade. A empresa informou que em 2021 recolheu R$ 203 bilhões em tributos próprios e retidos, o maior valor anual já pago pela companhia, um aumento de 70% em relação a 2020. No primeiro trimestre de 2022, pagou mais R$ 70 bilhões aos cofres públicos entre lucro, tributos e participações governamentais, "praticamente o dobro do valor recolhido no mesmo período de 2021".
Problema ou solução?
Diante dos números, economistas de formação mais liberal ou ortodoxa costumam defender o uso da receita a mais para o governo com o lucro da estatal como fonte de financiamento de políticas que mitiguem os efeitos do encarecimento dos combustíveis especialmente sobre os mais pobres.
Nessa lógica, segurar os preços, deixando a conta no caixa da estatal, é ineficiente, pois afeta todas as empresas do setor e todos os consumidores saem beneficiados, dos mais pobres aos mais ricos. Por isso seria mais eficiente direcionar os recursos, via Tesouro, só para os mais pobres, sem afetar o mercado.
Para o consultor Raul Velloso, as críticas dos políticos, inclusive Bolsonaro, têm a ver com os efeitos dos preços elevados sobre o comportamento dos eleitores. "O melhor seria fazer algo via recurso público. O dinheiro [do lucro] vem para o dono, o principal acionista é o governo, e ele usa isso, de alguma forma, para resolver esse problema dos eleitores", disse Velloso, citando um adicional do Auxílio Brasil para os mais pobres como medida para mitigar, por exemplo, a inflação do botijão de gás. "As mães pobres que não conseguem cozinhar, não podemos ter dúvida de que precisam ser ajudadas. O lucro vem para isso", completou.
É consenso praticamente mundial a necessidade de lançar mão de políticas para mitigar os efeitos da inflação de combustíveis, choque turbinado pela invasão da Ucrânia pela Rússia, ocorrida quando os desequilíbrios causados pela pandemia ainda não haviam se dissipado. O Reino Unido adotou um imposto extraordinário sobre o lucro das petroleiras. O presidente dos EUA, Joe Biden, também pressiona as petroleiras.
"Não culpe as petroleiras por seus elevados lucros. Não se trata de preços escorchantes, é apenas como os mercados funcionam. Mas não há nada de errado em taxar esses lucros excepcionais", escreveu o francês Olivier Blanchard, ex-economista-chefe do FMI (Fundo Monetário Internacional), em sua conta no Twitter na sexta-feira, mesmo dia em que Biden culpou, em entrevista à Associated Press, o avanço dos preços da gasolina pelo pessimismo econômico nos EUA. Também foi o mesmo dia em que a Petrobras anunciou o reajuste no preço do diesel e da gasolina.
Na visão mais ortodoxa, as medidas financiadas com recursos públicos, aumentados pelo pagamento de dividendos de petroleiras estatais ou de impostos extraordinários sobre o lucro dessas companhias, são melhores que o controle dos preços cobrados pelas empresas.
Para Eduardo Costa Pinto, pesquisador do Ineep (Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo), vinculado à FUP (Federação Única dos Petroleiros), a escolha não é simples. Professor do Instituto de Economia da UFRJ, ele disse que a Petrobras poderia definir uma nova política de preços, com critérios técnicos de mercado, desatrelada dos custos internacionais.
Nas contas do especialista, se a Petrobras tivesse praticado preços 20% mais baixos em 2021, o lucro líquido da estatal cairia dos R$ 106,6 bilhões registrados para R$ 46,8 bilhões, já considerando quanto a companhia perderia ao se responsabilizar por toda a importação de combustíveis do mercado nacional. O lucro cairia, mas a empresa ainda ofereceria retorno aos acionistas.
"A política atual não se baseia em preços de mercado, mas, sim, em preços máximos", afirmou Costa Pinto, completando que isso é resultado da combinação da política de paridade internacional com a posição monopolista no mercado nacional. Para o professor da UFRJ, a discussão deveria partir da reflexão sobre o que fazer com o aumento da renda do petróleo, diante da evolução da produção da camada do pré-sal.
A Petrobras reduziu sua dívida e está investindo apenas nos projetos mais rentáveis, enquanto a receita com o petróleo extraído do pré-sal é crescente, a um custo de produção cada vez menor. O Brasil se tornou exportador líquido de petróleo, e a renda do setor se beneficia quando os preços internacionais sobem.
Cálculos de Costa Pinto, com base no atual plano quinquenal da Petrobras, sugerem que esse aumento da renda do petróleo se traduzirá em lucro líquido de R$ 400 bilhões nos próximos cinco anos. "A discussão é: como vamos usar a renda petrolífera?", questionou o professor.
Agência Estado
Portal Santo André em Foco
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) inicia hoje (20) a coleta da Pesquisa Urbanística do Entorno dos Domicílios, que mobilizará mais de 22 mil supervisores censitários até 12 de julho. Trata-se do marco de início da operação do Censo 2022. No entanto, ainda não serão feitas entrevistas e os dados serão colhidos apenas por meio de observação.
"Não é o início da visita de porta em porta, mas é a primeira operação pública de coleta de informações", disse o diretor de Geociências do IBGE, Claudio Stenner.
A Pesquisa Urbanística do Entorno dos Domicílios é considerada fundamental porque todos os mais de 326 mil setores censitários, distribuídos pelos 5.570 municípios brasileiros, são visitados. A partir desse trabalho, são obtidas informações da infraestrutura urbana consideradas relevantes para a administração pública. Além disso, os dados acumulados permitirão atualizar mapas e identificar vias, o que contribuirá posteriormente para o trabalho dos recenseadores.
Os supervisores censitários vão percorrer todas as ruas de cada setor censitário que está sob sua responsabilidade. Eles deverão preencher questionários incluindo dados relacionados aos dez quesitos investigados: capacidade da via, pavimentação, bueiro e boca de lobo, iluminação pública, ponto de ônibus ou van, sinalização para bicicletas, existência de calçada, obstáculo na calçada, rampa para cadeirante e arborização.
De acordo com o IBGE, os dados levantados poderão subsidiar a formulação de políticas públicas em áreas urbanas, visando a melhoria da qualidade de vida da população. Além disso, as informações poderão oferecer um quadro atual de questões urbanísticas e ambientais das cidades, permitindo comparações.
Como no Censo 2010, será possível demonstrar, por exemplo, quais as capitais brasileiras com a maior proporção de domicílios em áreas arborizadas. Os resultados desta edição serão divulgados apenas no ano que vem, junto com todas as demais informações apuradas no Censo 2022.
Histórico
O entorno dos domicílios foi pesquisado pela primeira vez no Censo de 2010. Na ocasião, também foi feito um Levantamento de Informações Territoriais (LIT), destinado a reunir dados de áreas de precariedade urbana. Desde então, novas informações foram sendo levantadas de forma amostral junto à Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), realizada periodicamente pelo IBGE.
Em meio ao planejamento para o próximo Censo, o IBGE decidiu em 2017 que a LIT deveria ser unificada com a pesquisa do entorno. O atual questionário foi definido em 2019 e aplicado de forma experimental no município de Poços de Caldas (MG). Em 2021, houve novos testes nas cidades Paulo de Frontin (RJ) e Nova Iguaçu (RJ).
Há um motivo pelo qual esse trabalho é realizado pelos supervisores censitários. Posteriormente, eles vão supervisionar as tarefas dos recenseadores que farão as entrevistas com os moradores nos mesmos setores censitários. "Por isso, é importante que eles conheçam bem a área", observa Stenner.
É a primeira vez que serão investigados os quesitos ponto de ônibus ou van, sinalização para bicicletas e obstáculo na calçada. Além disso, de forma inédita, todas as vilas e favelas serão visitadas.
Segundo Stenner, no Censo 2010 cerca de metade delas, que possuem maior adensamento, ficou de fora por dificuldades metodológicas. Para sanar o problema nessa edição, uma nova metodologia será utilizada pelo IBGE para fazer a identificação do percurso em áreas labirínticas e sem sinal de GPS.
Operação censitária
O Brasil costuma realizar seu censo demográfico de 10 em 10 anos. Ele é a única pesquisa domiciliar que vai a todos os 5.570 municípios do país. O objetivo é oferecer um retrato da população brasileira e das condições domiciliares. As informações obtidas subsidiam a elaboração de políticas públicas e decisões dos governos relacionadas com a alocação de recursos financeiros.
A nova edição, que deveria ter ocorrido em 2020, foi adiada duas vezes: primeiro por conta da pandemia de covid-19 e depois por dificuldades orçamentárias.
Desde o início, essa operação censitária esteve envolvida em controvérsias. Em 2019, o IBGE anunciou a redução do questionário, gerando críticas de setores acadêmicos.
As visitas domiciliares para realização das entrevistas devem ter início em agosto. Há pouco mais de duas semanas, uma decisão da Justiça Federal do Acre determinou a inclusão no questionário de perguntas sobre orientação sexual e identidade de gênero. Em resposta, o IBGE apresentou recurso e publicou um comunicado alegando que não é possível atender o pedido e que, se a determinação for mantida, o Censo 2022 precisará ser novamente adiado.
Agência Brasil
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A Caixa Econômica Federal paga hoje (20) a parcela de junho do Auxílio Brasil aos beneficiários com Número de Inscrição Social (NIS) com final 2. O valor mínimo do benefício é de R$ 400. As datas seguem o modelo do Bolsa Família, que pagava os beneficiários nos dez últimos dias úteis do mês.
O beneficiário poderá consultar informações sobre as datas de pagamento, o valor do benefício e a composição das parcelas em dois aplicativos: Auxílio Brasil, desenvolvido para o programa social, e o aplicativo Caixa Tem, usado para acompanhar as contas poupança digitais do banco.
O Auxílio Brasil é coordenado pelo Ministério da Cidadania, responsável por gerenciar os benefícios do programa e o envio dos recursos para pagamento. Atualmente, 17,5 milhões de famílias são atendidas pelo programa. No início do ano, 3 milhões de famílias foram incluídas no Auxílio Brasil.
Auxílio Gás
O Auxílio Gás também é pago hoje às famílias registradas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), com NIS final 2. Com valor de R$ 53 em junho, o benefício segue o calendário regular de pagamentos do Auxílio Brasil.
Com duração prevista de cinco anos, o programa beneficiará 5,5 milhões de famílias até o fim de 2026, com o pagamento de 50% do preço médio do botijão de 13 quilos, conforme valor calculado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) nos últimos seis meses.
Pago a cada dois meses, o Auxílio Gás tem orçamento de R$ 1,9 bilhão para este ano. Só pode fazer parte do programa quem está incluído no CadÚnico e tenha pelo menos um membro da família que receba o Benefício de Prestação Continuada (BPC).
A lei que criou o programa definiu que a mulher responsável pela família terá preferência, assim como mulheres vítimas de violência doméstica.
Benefícios básicos
O Auxílio Brasil tem três benefícios básicos e seis suplementares, que podem ser adicionados caso o beneficiário consiga um emprego ou tenha um filho que se destaque em competições esportivas, científicas e acadêmicas.
Podem receber o benefício famílias com renda per capita de até R$ 100, consideradas em situação de extrema pobreza e aquelas com renda per capita de até R$ 200, consideradas em condição de pobreza.
A Agência Brasil elaborou um guia de perguntas e respostas sobre o Auxílio Brasil. Entre as dúvidas que o beneficiário pode tirar estão os critérios para integrar o programa social e o detalhamento dos nove tipos diferentes de benefícios.
Agência Brasil
Portal Santo André em Foco
Os dois homens suspeitos de matar o sargento da Polícia Militar Francisco Salviano, de 56 anos, em vaquejada em Aguiar, no Sertão da Paraíba, foram mortos em confronto com a polícia na madrugada desta segunda-feira (20). Eles foram identificados como André Lima Ferreira da Silva e Francisco Lindomar de Sousa.
De acordo com informações da Polícia Civil, os suspeitos reagiram à abordagem policial da PM e foram mortos durante troca de tiros, em um sítio da região, por volta das 5h.
Francisco Salviano, conhecido como ‘’Neudinho’’, estava à paisana em vaquejada na cidade de Aguiar quando foi morto após tentar conter um dos suspeitos, que atirava para cima. Posteriormente, outro suspeito atirou e matou o policial, que foi atendido no local, mas não resistiu aos ferimentos.
Natural de Igaracy, Francisco Salviano fazia parte do 13º batalhão da Polícia Militar e fazia parte do corpo policial há 32 anos, também era maestro da banda filarmônica do município e pai de seis filhos.
g1 PB
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