A China disse que irá construir, em seis dias, uma fábrica de máscaras de proteção contra o Covid-19. Na segunda-feira (17), a estatal de notícias Xinhua informou que a nova planta deve atender a alta demanda por estes equipamentos, em escassez após o início da epidemia de coronavírus.
A fábrica, que será criada a partir de um prédio industrial pelo China Construction First Group, poderá produzir 250 mil máscaras por dia. Em um comunicado, o grupo informou que as obras serão concluídas no sábado (22).
O ritmo acelerado e a natureza improvisada da planta refletem as medidas tomadas em Wuhan, na província central de Hubei, epicentro do vírus, onde os prédios foram adaptados para tratar pacientes infectados e hospitais, construídos do zero em poucos dias.
Produtores de máscaras e outros equipamentos de proteção em todo o mundo não conseguiram atender à demanda desencadeada pelo surto, que já matou mais de 1.700 pessoas na China.
No mês passado, a CMmask, fabricante chinesa de máscaras que fornece 30% do mercado doméstico, informou que os pedidos diários de 5 milhões de máscaras eram mais de 10 vezes maior que o nível habitual.
Improviso na proteção
Moradores de áreas atingidas pela epidemia de coronavírus na China buscam maneiras improvisadas de se proteger contra o Covid-19. Em alguns locais, a escassez de equipamentos adequados de proteção fez com que os chineses recorressem ao uso de sacolas plásticas e garrafas para tentar escapar do vírus.
Na segunda, o governo chinês apontou que 1.772 pessoas morreram pela epidemia no país. Há 70.635 casos confirmados de Covid-19 na China, segundo a rede estatal de televisão.
Escassez de produtos
Na semana passada, a Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que o mundo enfrenta uma escassez de trajes, máscaras, luvas e outros formas de proteção para se prevenir contra o surto do novo coronavírus e assegurou que a organização enviará equipamentos para nações mais vulneráveis.
"Vamos identificar os gargalos, encontrar soluções e garantir equilíbrio na distribuição de equipamentos", disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
A agência de saúde da ONU pediu que os equipamentos sejam adquiridos apenas quando necessário e que profissionais da saúde de áreas de risco tenham o acesso garantido aos materiais.
"Profissionais da saúde devem ter prioridade para receber estes materiais. Em segundo lugar estão os doentes e seus cuidadores", disse Ghebreyesus. "A OMS não encoraja que estas formas de proteção sejam adquiridas e estocada em países onde os riscos de transmissão são baixos."
Construções em tempo recorde
No início de fevereiro, o governo de Pequim entregou dois hospital emergenciais para receber mais de mil infectados por coronavírus na cidade de Wuhan, epicentro da doença. A construção levou dez dias entre anúncio e recebimento dos primeiros pacientes.
Segundo o governo chinês, a rapidez da construção está no uso de peças pré-fabricadas para abrigar as centenas de leitos. Módulo a módulo, os hospitais foram montados a partir das peças que chegam das fábricas ou depósitos.
O uso dos pré-fabricados repete um método que a China usou para conter outro surto, muito semelhante ao do novo coronavírus: em 2003, em meio à crise do vírus da Sars, Pequim correu para construir um hospital temporário, também feito com peças pré-fabricadas.
G1
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