Novembro 24, 2024

EUA dizem que porta de avião que se desprendeu no ar pode não ter sido parafusada

Investigadores responsáveis por apurar as causas do desprendimento de uma porta de um Boeing 737 Max 9 no ar nos Estados Unidos disseram que a porta pode nem ter sido parafusada na aeronave.

O incidente aconteceu em pleno voo da Alaska Airlines na noite sexta-feira (5). Logo após o avião decolar de Portland, a porta — uma saída de emergência extra que não era utilizada pela aeronave (leia mais abaixo) — se desprendeu da aeronave. Apesar do susto, ninguém ficou ferido — não havia nenhum passageiro no assento ao lado da porta que se soltou.

Na noite de segunda-feira (8), Conselho Nacional de Segurança nos Transportes dos Estados Unidos (NTSB), responsável pela investigação do caso, disse que os quatro parafusos que deveriam ser instalados na porta para impedir que ela se movesse não foram encontrados.

Por isso, o conselho levantou a dúvida se os parafusos chegaram a ser instalados, segundo o engenheiro do NTSB Clint Crookshanks. "Ainda não recuperamos os quatro parafusos que impedem o movimento vertical, e ainda sabemos se eles estavam lá", disse.

A porta foi encontrada na segunda-feira (8) no quintal de um professor do Ensino Fundamental de Portland. A presidente da junta, Jennifer Homendy, disse que o professor viu o material em seu jardim e comunicou autoridades. Ninguém ficou ferido, ainda de acordo com Homendy.

"Nossa equipe de estruturas vai querer examinar tudo na porta. Todos os componentes para analisar, marcas, tinta e em que estado a porta estava quando encontrada. Isso pode dizer muito sobre o que ocorreu", afirmou.

A possibilidade de os parafusos não estarem corretamente colocados ou não terem sido instalados aumentou as pressões sobre a Boeing. Nesta terça-feira, a fabricante reunirá todos os seus funcionários em reuniões on-line para discutir medidas de segurança.

Uso de aeronaves suspenso
Após o incidente, a agência de aviação civil dos Estados Unidos (FAA, na sigla em inglês) ordenou que mais de 171 aeronaves do modelo, o Boeing 737 Max 9, tivessem os voos cancelados em todo o mundo para uma revisão.

Na segunda-feira (8), a FAA decidiu proibir as aeronaves de voar que as companhias aéreas que utilizam o modelo concluam as inspeções nas portas de emergência.

As autoridades também afirmaram que não foi possível recuperar a gravação de voz da cabine do Boeing 737 Max 9, uma vez que os dados foram sobrescritos. Isso significa que os dados não foram recuperados em um intervalo de até duas horas, que é quando a gravação reinicia, e os dados anteriores são apagados — como manda a legislação norte-americana.

g1
Portal Santo André em Foco

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