A guerra da Rússia na Ucrânia deverá custar R$ 14,9 trilhões (US$ 2,8 trilhões) em produção perdida até o fim de 2023 à economia global, segundo previsão da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
A estimativa do grupo de economias avançadas, que tem sede em Paris, expõe a magnitude do impacto econômico da invasão da Ucrânia por forças russas há cerca de sete meses, no pior conflito militar no continente desde a Segunda Guerra Mundial.
O ataque da Rússia deflagrou um salto no preço de energia, que enfraqueceu os gastos das famílias e minou a confiança das empresas, particularmente na Europa. O conflito deslocou cadeias de suprimento, causou escassez de alimentos e de outros produtos essenciais e abalou os mercados financeiros globais.
Governos do Ocidente temem que a recente decisão da Rússia de convocar reservistas e fazer preparativos para anexar mais partes do território ucraniano possam prolongar a guerra por meses, talvez anos, e alimentar as incertezas que já pesam na economia global. "Estamos pagando um preço alto pela guerra", disse o economista-chefe interino da OCDE, Álvaro Santos Pereira.
Em relatório publicado nesta segunda-feira (26), a OCDE prevê que a economia global crescerá 3% neste ano e 2,2% no próximo. Antes da guerra, as projeções eram de avanço de 4,5% em 2022 e de 3,2% em 2023. A diferença entre as estimativas significa que o conflito e suas consequências custarão ao mundo o equivalente à produção econômica gerada pela França ao longo desses dois anos.
A OCDE calcula que a zona do euro terá expansão de apenas 0,3% em 2023, com uma contração de 0,7% na Alemanha, a maior economia da região. Em junho, a entidade esperava ver no próximo ano ganhos de 1,6% na zona do euro e de 1,7% na Alemanha.
Ainda no documento, a OCDE também alerta que a economia da Europa poderá sofrer ainda mais se os preços de energia voltarem a subir e um inverno rigoroso gerar racionamento.
No caso dos EUA, a OCDE reduziu sua previsão de crescimento no próximo ano, de 1,2% para 0,5%, mas ressaltou que uma desaceleração mais forte é possível se a inflação doméstica não moderar em ritmo tão rápido quanto o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) deseja.
A OCDE espera que a China se recupere de forma modesta em 2023, após o arrefecimento causado neste ano por lockdowns relacionados à pandemia de Covid-19. Em junho, a entidade previa expansão de 4,4% da economia chinesa em 2022, mas agora espera acréscimo de apenas 3,2%. Para 2023, calcula crescimento de 4,7%. Em relação ao Brasil, a OCDE prevê avanço de 2,5% da economia neste ano e ganho bem mais contido em 2023, de apenas 0,8%.
Agência Estado
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