O presidente da França, Emmanuel Macron, em tom conciliador, apoiou nesta quinta-feira (22) a ideia de novas discussões durante um mês para encontrar uma solução para o Brexit, em uma reunião em Paris com o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson.
Em linha com a chanceler alemã Angela Merkel, Macron concordou em tentar encontrar uma solução para a questão da fronteira irlandesa, que bloqueia as negociações desde 2017.
"Eu quero um acordo", afirmou Johnson ao chegar ao palácio do Eliseu para um segundo round de sua primeira viagem ao exterior desde que assumiu o cargo em julho. "Acredito que podemos chegar a um acordo e a um bom acordo" para um Brexit em 31 de outubro, insistiu.
Ao seu lado, Macron foi mais cauteloso, mas afirmou que "está confiante de que nos próximos 30 dias" uma solução pode ser alcançada entre Londres e os 27.
Nesta quinta-feira (22), no entanto, Merkel esclareceu que sua declaração indicou que o Reino Unido tem até 31 de outubro para evitar um Brexit sem acordo, e não um limite de 30 dias, como interpretado no dia anterior.
"Eu disse que eles querem fazer isso em dois ou três anos, mas podem fazer em 30 dias, ou melhor, eu poderia dizer: podem fazer isso antes de 31 de outubro", declarou Merkel em coletiva de imprensa em Haia juntamente com o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte.
Macron não quer ser o mais difícil
Definir os instrumentos para atingir esse cenário ocupou a maior parte do almoço entre Macron e Johnson, que vão se reunir novamente no sábado, na cúpula do G7 em Biarritz (sudoeste da França).
Macron lembrou que tem sido frequentemente descrito, especialmente pela imprensa britânica, "como o mais duro" da União Europeia (UE) em relação ao Brexit. É "porque sempre disse muito claramente: há uma decisão tomada (pelos britânicos), então não faz sentido tentar não aplicá-la".
No entanto, insistiu: "como a chanceler Merkel, confio que a inteligência coletiva e nossa disposição construtiva devem nos permitir encontrar algo lúcido dentro de 30 dias se houver boa vontade de ambos os lados".
Irlanda e Irlanda do Norte
As discussões sobre uma saída negociada do Reino Unido do bloco esbarram no mecanismo chamado "salvaguarda irlandesa", previsto no acordo concluído por Londres e pela União Europeia (UE).
Este dispositivo procura garantir que, se não for encontrada uma solução melhor, não volte a se instalar uma fronteira física entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda.
O mecanismo teria como consequência a manutenção do conjunto do Reino Unido na união aduaneira com os países da UE até que as duas partes encontrem uma solução para definir sua futura relação pós-Brexit, em um prazo de cerca de dois anos.
France Presse
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A Itália começou nesta quinta-feira (22) uma segunda rodada de consultas para buscar uma solução para a crise deflagrada pela implosão do governo populista formado pelos partidos Liga e Movimento 5 Estrelas em junho de 2018.
O presidente Sergio Mattarella recebe os líderes dos grupos políticos para discussões em seu palácio do Quirinal.
Na terça-feira (20), o ex-primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, renunciou ao cargo.
Após as consultas, Mattarella decidirá se convoca eleições antecipadas, como quer Matteo Salvini, o líder da Liga, ou se os parlamentares farão uma nova coalizão que sustente um novo governo.
Partidos de direita da Itália, como o Forza Italia, do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, e o Irmãos da Itália, disseram nesta quinta-feira (22) que apoiam Salvini nessa questão.
Os primeiros a chegar, Irmãos da Itália (ultradireita pós-fascista), devem exigir legislativas antecipadas, uma oportunidade para se aliar à Liga do ministro do Interior e líder da extrema direita, Matteo Salvini, com quem compartilha ideias soberanistas.
O Forza Italia, de Silvio Berlusconi, também apoiou eleições antecipadas.
Esquerda propôs aliança
A primeira sigla de esquerda, o Partido Democrata (PD), que representa cerca de 20% dos votos, propôs na quarta-feira (21) uma aliança ao M5S. Esse último foi largado por Salvini em 8 de agosto, após 14 meses de casamento.
O M5S ainda não respondeu. Para os analistas, o grupo não deveria voltar às urnas agora, pois sairia mais enfraquecido –ele já perdeu força: na primeira metade de 2018, tinha 32% dos parlamentares, e hoje tem cerca de 15%.
No entanto, o M5S ainda é o partido com uma maioria relativa.
Eurocéticos versus eurocêntricos
O PD de Nicola Zingaretti apresentou cinco condições para a união de toda esquerda com o M5S, um movimento baseado na rejeição da velha classe política e da corrupção, mas atravessado por correntes díspares, incluindo uma forte tendência eurocética.
O PD quer uma adesão leal à Europa, o respeito pela centralidade do Parlamento, o crescimento ambientalmente sustentável, uma mudança na gestão da migração e uma maior redistribuição e de investimentos.
Além disso, a esquerda exige que o próximo Executivo não seja liderado pelo primeiro-ministro Giuseppe Conte.
Conte ainda é popular na Itália (uma pesquisa feita em julho aponta que ele tinha 54% de aprovação). Para o M5S, ele é um "servo da Nação que a Itália não pode ficar sem".
No entanto,o Zingaretti, o líder de esquerda, o acusa de ter aceitado sem pestanejar durante seus 14 meses de mandato os ditames anti-imigrantes de Salvini.
Outras vias
Outros nomes circulam: os do presidente da Câmara dos Deputados, Roberto Fico, do M5S; do ex-juiz anticorrupção Raffaele Cantone; ou, pela primeira vez na Itália, o de uma mulher.
Outra hipótese seria a formação de uma maioria de grande envergadura e pró-europeia, unindo esquerda e direita, à maneira das coalizões alemãs.
O Executivo poderia se estender ao Força Itália, o partido de centro direita de Silvio Berlusconi, que está praticamente morrendo, mas pode oferecer assentos parlamentares valiosos.
Dívida e urna
A Itália está altamente endividada e com crescimento estagnado. Se houver uma votação entre a população, ela acontecerá no mesmo momento em que o orçamento de 2020 é elaborado.
Medidas devem ser tomadas para evitar um aumento automático do imposto sobre valor agregado no próximo ano, destinado a cobrir um buraco orçamentário estimado em 23 bilhões de euros.
A crise italiana "está em uma fase crítica para a Europa, com risco de recessão na Alemanha, a instalação de uma nova Comissão em Bruxelas e pode contribuir para deteriorar significativamente a confiança na zona do euro", diz Andrea Montanino, economista-chefe da federação patronal Confederustria.
France Presse
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O papa Francisco permitiu que uma garota que sofre de uma doença não revelada se movimentasse à vontade no palco, batendo palmas e dançando, durante a maior parte de sua audiência geral nesta quarta-feira (21), encantando a plateia.
A garota, que usava uma camiseta rosa com a palavra "Amor", escapuliu da mãe na frente do salão de audiências e foi até o grande palco de mármore. Ela perambulou de um lado a outro diante dele, saltou e ocasionalmente bateu palmas com força.
Francisco sinalizou aos seguranças para que a deixassem em paz. A garota voltou para a mãe, que tentou mantê-la quieta, mas ela escapuliu de novo e voltou ao palco, recebendo aplausos da plateia no salão de audiências do Vaticano.
"Essa pobre garota é vítima de uma doença e não sabe o que está fazendo", disse Francisco ao final da audiência, que durou mais de uma hora.
"Pergunto uma coisa, e todos deveriam responder em seus corações. Orei por ela quando a vi? Orei para que o Senhor a cure e proteja? Orei por seus pais e sua família?"
"Quando vemos uma pessoa que está sofrendo, devemos orar. Esta situação deveria nos ajudar a sempre fazer essa pergunta", disse.
No ano passado, Francisco permitiu que um menino autista brincasse no palco à vontade.
Reuters
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A Bolívia sofre com o maior incêndio de sua história recente. Uma área de pelo menos 500 mil hectares já foi consumida pelo fogo. A nuvem de fumaça que sai de Roboré, município do departamento de Santa Cruz, chegou, inclusive, a cidades brasileiras que ficam perto da fronteira boliviana. O presidente Evo Morales, que está em campanha eleitoral, rejeitou o apoio internacional para controlar as chamas, e vem recebendo críticas da oposição.
Os primeiros focos do incêndio foram detectados há 16 dias. O fogo atinge pelo menos dez povoados do município Roboré, no sudeste boliviano, quase na fronteira com o Brasil. A cidade abriga um dos mais emblemáticos parques do país, onde há uma rica fauna e flora. Nas imediações também está a Chiquitanía, como são chamadas as Missões Jesuíticas na Bolívia.
Há suspeitas de que as queimadas, promovidas pelos agricultores com a justificativa de preparar a terra para a lavoura, tenham saído do controle e alastrado o fogo. Dados não-oficiais apontam que o fogo devastou uma área equivalente a 500 mil campos de futebol. O clima seco e os ventos fortes típicos desta época do ano podem ter ajudado a espalhar as chamas.
Até o momento não há perdas humanas por causa do incêndio, mas os animais sofrem com o fogo e o calor. Ainda não foi possível determinar o impacto dos danos materiais.
Em alguns setores os moradores tiveram que ser evacuados. Por causa da péssima qualidade do ar, as aulas foram interrompidas. A fumaça afeta, inclusive, regiões do Brasil e do Paraguai que ficam perto da fronteira boliviana. Não há previsão de quando será possível extinguir o incêndio.
Aluguel de avião e erro de logística
O presidente Evo Morales rejeitou a ajuda internacional. Em compensação, decidiu pagar caro pelo aluguel de um Boeing 747-400, uma imensa aeronave-tanque. Chamado de “Supertanker”, este avião gigante deve chegar ainda nesta quinta-feira (22) ao país.
O Boeing 747-400 consegue transportar até 150 mil litros e será usado no combate ao fogo. No entanto, precisa de uma pista de 2.400 metros de comprimento para operações de pouso e decolagem. Na Bolívia, apenas o Aeroporto Internacional de Viru-Viru, na cidade de Santa Cruz de la Sierra, localizado a 30 minutos de voo do foco do incêndio, oferece essas dimensões. Por temas logísticos, o governo boliviano avalia levar o “Supertanker” a uma base em Corumbá, no Mato Grosso do Sul, município brasileiro que está a poucos quilômetros do foco da queimada.
Aeronaves de menor porte também participam dos trabalhos de combate ao fogo. Além disso, mais de mil integrantes das forças de segurança do Estado foram para Roboré participar das operações de combate ao fogo. Pelo menos cem profissionais ajudarão no resgate de animais afetados pelo incêndio.
Evo demorou e sociedade sai na frente
Os bolivianos, sobretudo os do departamento de Santa Cruz, estão muito comovidos com a situação. A sociedade também reclama que o presidente Evo Morales demorou a reagir sobre o incêndio.
Por que candidatura de Morales divide a Bolívia?
Por isso civis resolveram agir por conta própria e organizaram pontos para arrecadar produtos que serão enviados a moradores da região afetada pelo incêndio. Para as doações são solicitados colírios, soros, galões de água, lanternas, alimentos não perecíveis e outros itens.
Cidadãos também fizeram uma vaquinha e alugaram um avião. A aeronave de pequeno porte, geralmente empregada na fumigação das áreas agrícolas, está sendo usada para jogar água sobre os focos de incêndio.
Gustavo Castro, assessor imobiliário, um dos pioneiros da iniciativa, contou à RFI porque tomou esta decisão. “Somos cidadãos e atuamos como voluntários para ajudar. Não pertencemos a nenhuma instituição, a nenhum partido, nada. Somos civis e é isso que as pessoas têm que entender: nenhum governo vai cuidar das suas coisas como nós mesmos.”
Incêndio esquenta corrida presidencial
O incêndio também entrou para o debate político. Candidatos opositores ao presidente Evo Morales visitaram a região de Roboré. Entre eles, o ex-presidente Carlos Mesa, do partido Comunidad Ciudadana, que está em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto.
Mesa questionou por que o governo demorou mais de uma semana para tomar uma atitude sobre o incêndio. Apenas a segunda-feira (19) Evo Morales sobrevoou o local das chamas.
Críticos ao presidente afirmam que a ampliação da fronteira agrícola, que permite a plantação em áreas que antes eram de preservação, influenciou neste desastre ambiental. Já integrantes do partido Movimiento al Socilaismo (MAS), do qual Morales faz parte, fez um apelo para que o incidente não fosse politizado.
Na quarta-feira (21) diversos departamentos da Bolívia protestaram contra a reeleição de Morales. Apenas Santa Cruz de la Sierra, que é a capital econômica da Bolívia e principal reduto da oposição, decidiu não participar da greve geral em respeito aos afetados pelo incêndio.
Evo Morales bateu o recorde de permanência ininterrupta na presidência do país. Embora não seja permitido pela Constituição, uma manobra autorizada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) abriu espaço para ele buscar a quarta reeleição.
RFI
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O Ministério de Minas e Energia lançou hoje (22) o Reate 2020 – Programa de Revitalização da Atividade de Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural em Áreas Terrestres. Segundo o ministro Bento Albuquerque, a meta é duplicar a produção em dez anos, com o setor de gás crescendo a um ritmo maior que o do petróleo.
“A produção até 2030, no mínimo, dobrará, saindo do patamar de 270 mil barris diários de óleo equivalente para 500 mil barris diários. Fruto da sinergia entre os programas Reate 2020 e o Novo Mercado de Gás, sairemos de um nível de produção de gás natural em terra de 25 milhões de metros cúbicos por dia para mais de 50 milhões”, afirmou o ministro Bento Albuquerque, no lançamento do projeto.
A pasta projeta que os investimentos em exploração e produção de petróleo e gás terrestres saiam do atual patamar de R$ 1,6 bilhão anuais para cerca de R$ 4 bilhões por ano, com a perspectiva de criação de aproximadamente 700 mil empregos. “Dessa forma, até 2030, o onshore (terrestre) receberá R$ 40 bilhões em novos investimentos”, acrescentou.
Segundo o ministro, em razão da manifestação de interesse do mercado, serão levadas a leilão de oferta permanente, no dia 10 de setembro, 263 áreas em terra para exploração e produção de petróleo e gás natural, em sete estados do Nordeste – Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe e no norte do Espírito Santo.
Para revitalizar o setor, o Reate 2020 prevê, entre outras ações, o estímulo à criação de empresas nacionais, incluindo as startups (empresas de base tecnológica) e a atração de investimentos estrangeiros.
Agência Brasil
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A arrecadação das receitas federais somou R$ 137,735 bilhões, em julho de 2019, informou hoje (22) a Secretaria da Receita Federal do Ministério da Economia. O crescimento real (descontada a inflação) comparado ao mesmo mês de 2018 chegou a 2,95%. É o maior resultado para o mês desde julho de 2011 (R$ 141,801 bilhões).
Segundo o chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita, Claudemir Malaquias, o resultado do mês foi influenciado por eventos atípicos. O principal motivo foi o aumento da arrecadação de receitas extraordinárias de aproximadamente R$ 3,2 bilhões com Imposto de Renda da Pessoa Jurídica e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. De acordo com Malaquias, isso aconteceu devido a reorganizações societárias, em que há incidência dos tributos sobre o ganho de capital com a nova organização societária das empresas. De acordo com a Receita, também houve influência do crescimento da arrecadação de depósitos judiciais.
Nos sete meses do ano, a arrecadação chegou R$ 895,330 bilhões, com aumento real de 1,97%. O valor corrigido pela inflação chegou a R$ 902,506 bilhões, o maior volume arrecadado no período também desde 2014, quando chegou a R$ 905,371 bilhões, em valores corrigidos pela inflação.
As receitas administradas pela Receita Federal (como impostos e contribuições) chegaram a R$ 127,637 bilhões, em julho, com aumento real de 4,15%, e acumularam R$ 854,285 bilhões nos sete meses do ano, alta de 1,6%.
As receitas administradas por outros órgãos (principalmente royalties do petróleo) registraram queda em julho. Essas receitas totalizaram R$ 10,097 bilhões, no mês passado, com retração 10,18% em relação a julho de 2018. De janeiro a julho, o total chegou a R$ 41,045 bilhões, com aumento real de 10,25%, na comparação com o mesmo período do ano passado.
Segundo Malaquias, a arrecadação segue em crescimento acima do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, mas ainda está abaixo da expansão das despesas. O aumento da arrecadação ajuda o governo a cumprir as metas fiscais.
Agência Brasil
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O índice de produção da indústria brasileira subiu 9,6 pontos em relação a junho, alcançando 53 pontos em julho. O indicador está 5 pontos acima da média histórica e é o maior desde outubro do ano passado. As informações são da Sondagem Industrial, divulgada hoje (22) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Mesmo assim, diz a CNI, o emprego no setor continua em queda. O índice de evolução do número de empregados ficou em 48,4 pontos em julho, abaixo da linha divisória dos 50 pontos. Os indicadores da pesquisa variam de zero a 100 pontos. Quando estão acima dos 50 pontos indicam aumento da produção e do emprego.
Segundo a CNI, o aumento da produção foi acompanhado pelo crescimento da utilização da capacidade instalada, que subiu 2 pontos percentuais em relação a junho e ficou 68% em julho. A utilização da capacidade instalada foi maior nas grandes empresas, segmento em que alcançou 72%. Nas médias, foi de 67% e, nas pequenas, de 61%. No entanto, a indústria continua acumulando estoques. O índice de estoques efetivos em relação ao planejado aumentou para 52,8 pontos. “É o maior valor desde maio de 2018, quando ocorreu a paralisação dos transportes”, diz a Sondagem Industrial.
Perspectivas
De acordo com a CNI, os empresários se mostram mais dispostos a fazer investimentos nos próximos seis meses. O índice de intenção de investimentos aumentou 1,7 ponto na comparação com julho e ficou em 54,1 pontos em agosto, 4,9 pontos superior à média histórica. As grandes empresas são as que estão mais propensas a fazer investimentos nos próximos seis meses. Nesse segmento, o indicador de intenção de investimento é de 61,1 pontos, superior à média brasileira.
Além disso, os empresários mantêm o otimismo, acrescenta a CNI. Os indicadores de expectativas continuam acima dos 50 pontos, mostrando que os industriais esperam o crescimento da demanda, das compras de matérias-primas, do emprego e das exportações nos próximos seis meses.
Esta edição da Sondagem Industrial foi feita entre 1º e 13 de agosto com 1.957 empresas. Dessas, 776 são pequenas, 704 são médias e 477 são de grande porte.
Agência Brasil
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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado uma prévia da inflação, variou 0,08% em agosto, taxa muito próxima ao 0,09% registrado em julho. No acumulado do ano, o IPCA-15 tem alta de 2,51% e no acumulado de 12 meses a variação é 3,22%, um pouco abaixo dos 3,27% do acumulado nos 12 meses fechados em julho.
Em agosto do ano passado a taxa foi 0,13%. Os dados foram divulgados hoje (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Dos nove grupos pesquisados, quatro apresentaram deflação. Transportes (-0,78%) segue a tendência de queda verificada em julho (-0,44%), assim como Vestuário, com -0,07% depois de -0,19% no mês anterior. Alimentação e bebidas (-0,17%) e saúde e cuidados pessoais (-0,32%) tiveram queda em agosto, após registrarem altas de 0,03% e 0,34%, respectivamente.
O destaque das altas foi o grupo habitação, com variação de 1,42%. Artigos de residência subiram 0,82%, comunicação teve alta de 0,44%, despesas pessoais ficaram 0,27% mais caros e o grupo educação teve aumento de 0,07%.
No grupo transportes, o maior impacto foi o preço da gasolina, que caiu 1,88%. O etanol registrou -1,09%, o óleo diesel -1,70% e o gás veicular -0,07%. Já as passagens aéreas apresentaram queda de 15,57%, após as altas de 18,98% em junho e de 18,10% em julho.
O resultado do grupo habitação foi influenciado pelo preço da energia elétrica, que subiu 4,91% em agosto, o sétimo mês seguido de alta, com entrada em vigor da bandeira vermelha, após a bandeira amarela em julho. São Paulo teve a maior alta no item, com 7,51%. O item gás de botijão teve queda de 0,42%, após a redução de 8,17% nas refinarias a partir de 5 de agosto.
A alimentação no domicílio teve queda de 0,45%, influenciada pelo preço do tomate, que caiu 14,79%, da batata-inglesa (-15,09%), das hortaliças e verduras (-6,26%) e do feijão-carioca (-5,61%). As frutas subiram 2,87% e a cebola teve aumento de 15,21%.
Por região, seis das 11 cidades pesquisadas tiveram deflação de julho para agosto. O menor índice foi registrado em Goiânia, com queda de -0,29% no mês, reflexo da queda de 5,63% na gasolina no município. O maior índice de agosto foi na região metropolitana de São Paulo, com inflação de 0,31%, influenciado pela alta na energia elétrica.
O IPCA-15 integra o Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor (SNIPC), que produz índices a partir da coleta de dados em estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços. A diferença para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é o período de coleta, que vai de meados do mês anterior a meados do mês de referência, e a abrangência geográfica. A coleta de dados para a aferição do IPCA-15 de agosto foi feita entre os dias 13 de julho e 13de agosto.
A população-objetivo do IPCA-15 abrange as famílias com rendimentos de 1 a 40 salários mínimos, residentes nas regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre, no Distrito Federal e no município de Goiânia.
Agência Brasil
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O dólar opera em alta nesta quinta-feira (22), com agentes do mercado ainda digerindo as sinalizações do Federal Reserve (BC dos EUA) na ata de sua última reunião de política monetária, enquanto aguardam a fala do chairman do Fed, Jerome Powell, na sexta-feira.
Às 14h34, a moeda norte-americana subia 0,85%, vendida a R$ 4,0634.
Na véspera, a moeda dos EUA caiu 0,53%, a R$ 4,0296. Na parcial de agosto, a moeda dos EUA acumula alta de 5,53%. No ano, acumula avanço de 4,01%.
Cenário externo
"A cautela causada pelas preocupações com a saúde da economia mundial está direcionando os mercados. Os investidores ficam o tempo todo ajustando posições e a volatilidade se mostra presente na sessão", disse Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho.
Segundo analistas da XP Investimentos, a expectativa é de que o discurso de Powell no simpósio anual de Jackson Hole na sexta-feira corrobore a visão do mercado de mais cortes de juros, dadas as recentes preocupações com o crescimento global e as tensões comerciais.
As tensões comerciais entre os EUA e a China também pioraram desde o corte de juros da economia americana, aumentando os riscos econômicos, o que tende a direcionar o foco dos investidores para os discursos do presidente Jerome Powell em busca de pistas sobre a trajetória dos juros na maior economia do mundo.
Os investidores repercutem a ata da última reunião do Fed, quando as taxas de juros dos EUA foram cortadas pela primeira vez em mais de uma década. De acordo com o documento, na ocasião, o banco central dos EUA debateu cortar os juros de forma mais agressiva.
O presidente norte-americano, Donald Trump, voltou a pressionar o Fed a cortar os juros na quarta-feira, afirmando que as políticas monetárias do banco dificultam o crescimento dos EUA.
Na véspera, houve melhora do sentimento do investidor estrangeiro, que reagiu a indicações de que os Estados Unidos podem adotar estímulos fiscais para dar suporte à economia.
Cenário local
O Banco Central vendeu todos os US$ 550 milhões em moeda física nesta quinta-feira e negociou ainda todos os 11 mil contratos de swap cambial reverso ofertados --nos quais assume posição comprada em dólar.
Na véspera, o BC vendeu US$ 200 milhões em moeda física, na primeira injeção direta de liquidez no mercado de câmbio em mais de uma década. Foram negociados ainda 4 mil contratos de swap cambial reverso – nos quais assume posição comprada em dólar.
O BC anunciou no dia 14 de agosto mudanças em sua forma de atuar no mercado de câmbio, com o objetivo de trocar posição cambial em contratos de swap tradicional por dólares à vista, formalizando novo modelo de intervenção cambial para aprimoramento do uso dos instrumentos disponíveis. O BC fará ofertas simultâneas de US$ 550 milhões à vista e de igual montante em contratos de swap cambial reverso até o dia 29. Os swaps são utilizados como instrumento para proteção para investidores.
G1
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O vereador Renan Maracajá (PSDC) foi preso nesta quinta-feira (22) na segunda fase da Operação Famintos, em Campina Grande. Segundo o juiz da 4º Vara Federal, Vinícius Costa Vidor, o parlamentar está envolvido com empresas beneficiadas no esquema de desvio em verba de merenda que causou um prejuízo de R$ 2,3 milhões. Renan Maracajá foi o vereador mais votado nas últimas eleições, obtendo 4.977 votos. Veja abaixo os nomes dos envolvidos.
A assessoria jurídica do vereador disse que a assessoria de imprensa do parlamentar deve divulgar uma nota à imprensa ainda nesta quinta-feira (22). O advogado de Renan Maracajá disse que vai concluir procedimentos na Polícia Federa e se reunir com a família do vereador, antes de soltar a nota.
Foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão em residências, escritórios e empresas dos investigados, além de oito mandados de prisão, sendo cinco de prisão temporária e três de prisão preventiva. Todos os mandados foram cumpridos na cidade de Campina Grande e as ordens foram expedidas pela Justiça Federal da cidade.
Em uma coletiva de imprensa realizada na manhã desta quinta-feira, na sede da Polícia Federal em Campina Grande, os responsáveis pela 2ª fase da operação informaram que dos oito mandados de prisão expedidos pela Justiça, sete deles foram cumpridos. Além do vereador Renan Maracajá, seis empresários foram presos e outro está foragido.
Alvos dos 5 mandados de prisão temporária
O G1 não conseguiu contato com Roberto Alves Pinheiro, Lisecílio de Brito Júnior e Severino França de Marcelo. Já em tentativa de contato com André Nunes de Oliveira Lacet e Edna Iara dos Santos, as ligações não foram atendidas.
Alvos dos 3 mandados de prisão preventiva
O G1 não conseguiu contato com Agênlo Felizardo do Nascimento. Já o advogado de Pablo Allysson Leite Diniz disse que ainda nesta quinta-feira deve emitir uma nota para imprensa com esclarecimentos. A mãe de Pablo Allysson disse que ficou surpresa com a denúncia e que ele sempre trabalhou com honestidade.
A primeira fase da Operação Famintos foi deflagrada no dia 24 de julho, com o cumprimento de 67 mandados de busca e apreensão em órgãos públicos e nas residências, escritórios e empresas dos investigados, além de 17 mandados de prisão.
"Como as investigações na primeira fase da operação já revelaram que havia dois tipos de contratação de merenda escolar, a centralizada, que seria o fornecimento de alimentos para creches, e a descentralizada, que seria para as mais de 100 escolas municipais de Campina Grande, essa 2ª fase foi com foco nesse contratação descentralizada", explicou Raoni Aguiar, lotado na inteligência da Polícia Federal na Paraíba.
Nesta segunda etapa, a operação tem como objetivo ampliar a desarticulação do núcleo empresarial da organização criminosa, responsável pela criação de “empresas de fachada”, utilizando-se de pessoas que tinham consciência de suas situações na condição de “laranjas”.
"Nessa 2 ª fase da operação, nós descobrimos que a organização criminosa, quando era pra fornecer merenda escolar pra essas mais de 100 escolas, ela se subdividiam e formavam cinco sub grupos, e foram justamente estes subgrupos que foram alvos da operação hoje, e alguns integrantes desses subgrupos já estão presos", pontuou Raoni Aguiar.
Empresas de fachada
As empresas, então constituídas em nome de pessoas que não eram as reais proprietárias e administradoras, eram utilizadas pelos suspeitos para fraudar as licitações, conferindo um falso caráter competitivo aos processos licitatórios.
"Os que estavam soltos desde a 1ª fase da operação hoje foram alvos de mandados de busca e apreensão em suas casas e empresas, notadamente de fachada, ou empresas que funcionam regularmente, porém não têm contrato com a prefeitura e estavam sendo subcontratadas", salientou Raoni.
Conforme o superintendente da CGU na Paraíba, Gabriel Aragão, existem vários grupos de empresas na cidade que estavam atuando de forma fraudulenta nas licitações. "Essa 2ª fase é o avanço da operação, que mostrou que várias empresas estavam formando um grupo que monopolizava a questão de contratações de merenda escolar", destacou.
Ainda de acordo com o superintendente da CGU, os atos fraudulentos coloca a gestão pública como refém. "Isso tira a possibilidade de que outras empresas participem, tira a economia de participação e, além de causar a falta de merenda nas escolas, pode culminar no sobrepreço . Um ato que precisa ser combatido, precisamos ter concorrência que possa contratar livremente a iniciativa privada e ter os melhores preços e fornecimento correto", declarou.
G1 PB
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