O presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Wilson Seneme, reconheceu nesta terça-feira que "ocorreram erros absurdos" no primeiro turno do Campeonato Brasileiro. A afirmação foi feita numa apresentação no auditório da CBF para uma plateia formada por presidentes dos clubes das Série A e B.
– Eu, como presidente da comissão de arbitragem, assumo isso e lembro aos árbitros em toda a reunião que estamos no momento de divisão de águas, para prestar o melhor serviço a vocês – afirmou Seneme.
Minutos antes, o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, havia feito um discurso com o mesmo teor. O dirigente afirmou que costuma cobrar Seneme durante os jogos, sobretudo a respeito de decisões tomadas pelo VAR.
Seneme se guiou no exemplo da Conmebol, onde era chefe de arbitragem, e disse que vai implementar mudanças. Disse aos dirigentes que encara o início como nova administração, tal qual cada um passa em seus clubes.
– Ocorreram erros absurdos, sim. Muitos ocorrem. Inclusive, são inaceitáveis para vocês, para nós e para o futebol. Na Conmebol, esse período serviu como um divisor de águas. Essa reunião nossa aqui eu espero e tenho como objetivo que seja um divisor de águas também para a arbitragem brasileira. Os equívocos que ocorreram no primeiro turno, uns são de interpretação, que, com os árbitros afastados ou não, podem ocorrer. Outros são inaceitáveis e têm que servir como divisor de águas – disse Seneme.
Pacote de medidas
A CBF anunciou que vai fazer, na semana que vem, uma intertemporada presencial. Entre 1º e 5 de agosto, 95 árbitros vão receber treinamento no Rio de Janeiro, em três sedes diferentes. A partir de agosto também haverá treinamentos práticos presenciais mensais.
A entidade também prometeu reduzir para 24 horas – no caso da Série A – o prazo para publicação dos vídeos com os principais lances de cada jogo. Para a Série B, o prazo será de 48 horas.
Entre as muitas polêmicas e falhas do VAR neste ano de 2022, a mais recente se deu na partida entre Palmeiras e São Paulo, pela Copa do Brasil. O VAR só checou o lance de pênalti em Calleri, mas não traçou as linhas para conferir possível impedimento.
Seneme, num primeiro momento, disse ao ge que a máquina havia sido resetada. Depois, em novo questionamento, explicou que a CBF tinha as imagens, mas em versão de qualidade abaixo do padrão, por isso não podia fazer a marcação.
Críticas de clubes
Como representante da Liga Forte Futebol Brasileiro – que tem Fluminense, Atlético-MG, Cruzeiro e outros clubes –, o presidente do Galo, Sérgio Coelho, antes da reunião, disse que ia entregar documento em nome da organização de clubes com críticas, sim, mas também com sugestões.
Ele contou que houve encontro formal na sede da CBF, no Rio de Janeiro, para tratar do tema, mas com pleitos coletivos para levantar discussões e provocar melhorias.
– A gente tem conversado muito a respeito da arbitragem, e é unânime a reclamação. Eu não quero dizer se é a pior ou se está entre as piores. O que nós achamos é que a arbitragem está ruim, precisa melhorar e ainda há tempo de fazer algumas mudanças daqui pra frente, pra ver se a gente coloca no trilho – disse Sérgio Coelho.
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