O ministro Sérgio Moro (Justiça e Segurança Pública) reagiu enfaticamente à corrente que tem criticado a Portaria 666 – norma que veda o ingresso no país de estrangeiros suspeitos de envolvimento em crimes específicos, como terrorismo e exploração sexual infantil.
Moro bateu pesado, em sua conta no Twitter. “Só mesmo no Brasil para outros defenderem que pessoas suspeitas de, por exemplo, envolvimento em terrorismo, em grupos terroristas ou em exploração sexual infantil não devam ser barrados na entrada e deportados sumariamente.”
Só mesmo no Brasil para outros defenderem que pessoas suspeitas de, por exemplo, envolvimento em terrorismo, em grupos terroristas ou em exploração sexual infantil não devam ser barrados na entrada e deportados sumariamente.
— Sergio Moro (@SF_Moro) August 2, 2019
“A Portaria nada mais fez do que regular exceções previstas na lei e que já deveriam ter sido regradas antes, como a prevista no art. 7º, §2º, Lei n.º 9.474/1997, que proíbe a invocação de refúgio por aquele considerado perigoso para segurança do país”, assinala o ministro.
Ele compartilhou nota da Associação Nacional de Juristas Evangélicos (Anajure) favorável à Portaria 666. “Uma voz de lucidez no debate do tema”, considera Moro.
A Portaria nada mais fez do que regular exceções previstas na lei e que já deveriam ter sido regradas antes, como a prevista no art. 7º, §2º, Lei n.º 9.474/1997, que proíbe a invocação de refúgio por aquele considerado perigoso para segurança do país.
— Sergio Moro (@SF_Moro) August 2, 2019
Na avaliação da Anajure, ‘o instituto jurídico da deportação sumária é uma realidade nos países mais civilizados, que visa garantir a segurança nacional, não sendo o Brasil o criador ou pioneiro na aplicação desse procedimento, tampouco significa que a existência da deportação sumária ilide o gozo dos direitos humanos pelos estrangeiros no Brasil’.
Estadão
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O diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais ( Inpe ), Ricardo Galvão , será exonerado. Sua saída foi confirmada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações ( MCTIC ), após a reunião de Galvão com o titular da pasta, Marcos Pontes .
Apesar de Galvão ter mandato até 2020, essa foi a decisão do governo. Na quinta-feira, em entrevista coletiva, o ministro do Meio Ambiente , Ricardo Salles , e o próprio presidente Jair Bolsonaro questionaram dados do instituto.
Nesta quinta-feira, Bolsonaro disse que não gostaria de fazer um "mau juízo" do diretor do Inpe, mas afirmou que a divulgação dos dados "está estranha". Ele lamentou ainda que o diretor tenha um mandato à frente do órgão, pois uma "medida mais drástica", referindo-se à demissão, iria gerar "uma confusão muito grande".
— Uma pessoa que passou informação duvidosa tem que ser responsabilizada, sim — disse Bolsonaro.
Bolsonaro questionou informações de órgão
Em julho, Bolsonaro questionou os dados que confirmavam um aumento na devastação na Amazônia. Na mesma ocasião, disse suspeitar que Galvão estaria "a serviço de alguma ONG".
— Com toda a devastação que vocês nos acusam de estar fazendo e de ter feito no passado, a Amazônia já teria se extinguido — disse Bolsonaro, à época. — Isso acontece com muitas revelações, como a de agora (...), e inclusive já mandei ver quem está à frente do Inpe para que venha explicar em Brasília esses dados que foram enviados à imprensa — completou.
No dia seguinte, Galvão rebateu as críticas e afirmou que não se demitiria.
— Fazer uma acusação em público esperando que a pessoa se demita. Eu não vou me demitir —, disse Galvão, que comparou sua situação à do ex-presidente do BNDES Joaquim Levy , que pediu demissão do cargo em junho após críticas de Bolsonaro.
Ao fim da reunião desta sexta, no entanto, ele disse acreditar que a maneira como se manifestou em relação às críticas de Bolsonaro criou um "constrangimento insustentável".
E ressaltou também que considera, a partir do encontro, que o Inpe será preservado.
— Eu tinha uma preocupação muito grande de que isso fosse respingar no Inpe. Isso não vai acontecer. O ministro, inclusive, nós discutimos em detalhes como vai ser a administração.
Apesar de ter mandato até 2020, Galvão afirmou que não há questionamentos jurídicos a partir da demissão.
— Temos mandato de quatro anos, mas "ad nutum" (termo latino que significa a demissão de funcionário por autoridade competente) , a decisão é do ministro.
Novo sistema de monitoramento
Nesta quinta, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles , anunciou que o governo terá um novo modelo de acompanhamento. Segundo ele, será contratado um sistema de imagens em alta resolução que permita uma análise diária.
O anúncio foi feito ao lado do presidente Jair Bolsonaro e dos ministros Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores).
— Nós não estamos aqui para negar os números nem justificar coisas que tenham sido feitas de maneira ilegal. Estamos mostrando que precisa haver muita responsabilidade na divulgação de informações. E é isso que vamos construir em conjunto — disse Salles. — O que nós vamos fazer daqui para frente? (Contratar) Imagens que se pretendem contratar, de alta resolução, diária. Monitoramento em tempo real.
No Facebook, Marcos Pontes postou um vídeo com a fala de Galvão após a reunião e o agradeceu "pela dedicação e empenho" à frente do Inpe.
"Tenho certeza que sua dedicação deixa um grande legado para a instituição e para o país. Abraços espaciais ", escreveu o ministro.
Em nota, a assessoria do MCTIC também elogiou o "alto gabarito e currículo exemplar" de Galvão, anunciando que "a escolha do novo diretor do Inpe se dará de acordo com o mérito necessário ao cargo".
Escolhido pelo então titular do ministério, Gilberto Kassab, a partir de uma lista tríplice, Ricardo Galvão foi empossado na direção do Inpe em setembro de 2016. O mandato de Galvão à frente do instituto seria de quatro anos, ou seja, até o final do ano que vem.
A ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva criticou a demissão de Galvão. No Twitter, afirmou que o diretor do Inpe foi demitido por sua "extrema competência, altivez" e porque "não se acovardou diante das ameaças" de ministros e do presidente Jair Bolsonaro.
"Bolsonaro tenta destruir uma instituição de 50 anos de existência, tentando impor a lei da mordaça e do autoritarismo", escreve a ex-ministra.
"Vida longa ao Dr. Ricardo Galvão, aos bravos cientistas do Inpe e aquela admirada instituição! Somos todos INPE! O ataque ao INPE é o ataque a honradez, à competência, à ciência, ao interesse público e à Constituição", conclui.
Galvão é mestre em Engenharia Elétrica pela Unicamp e doutor em Física pela Massachusetts Institute of Technology. Foi presidente da Sociedade Brasileira de Física e é membro titular da Academia de Ciências do Estado de São Paulo e da Academia Brasileira de Ciências, além do Conselho da Sociedade Europeia de Física.
O Globo
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O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), marcou oito sessões do plenário para discussão e votação em segundo turno da reforma da Previdência entre terça (6) e quinta-feira (8) da próxima semana.
Serão as primeiras sessões deliberativas da Casa após o fim do chamado "recesso branco", o recesso informal na segunda quinzena de julho, em que não foram realizadas sessões de debates e de votações.
A proposta de emenda à Constituição consta como item único das pautas das sessões, previstas na previsão da semana do plenário, divulgada nesta sexta-feira (2).
A proposta de reforma foi enviada ao Congresso pelo governo federal em fevereiro deste ano.
Depois de tramitar na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara e na comissão especial criada para analisar a proposta de emenda à Constituição (PEC), foi aprovada em primeiro turno no Plenário pelos deputados no dia 10 de julho, por 379 votos a favor e 131 contra.
A votação foi concluída no dia 12 de julho, com mudanças na PEC, que fizeram a economia prevista em dez anos com a reforma recuar para R$ 933,5 bilhões.
Em julho, os deputados aprovaram as seguintes mudanças:
Antes de concluir a votação da proposta de emenda à Constituição, será preciso encerrar a contagem de prazo de cinco sessões de intervalo entre o primeiro e o segundo turno.
Essa contagem começou às vésperas do recesso, logo depois do primeiro turno, quando três sessões de debates foram realizadas.
Agora, para esgotar o intervalo mínimo, os deputados favoráveis à reforma precisam garantir a presença de, pelo menos, 51 deputados em duas sessões de Plenário, em dois dias.
Isso deve ser feito em sessões na próxima segunda à tarde e terça-feira pela manhã.
A votação em segundo turno deverá ter a mesma dinâmica do primeiro turno, com análise do texto principal e dos destaques (sugestões de mudança no texto).
A diferença é que, nesta etapa, só são permitidos os destaques supressivos (aqueles que retiram trechos da proposta). Concluída a votação na Câmara, a reforma da Previdência seguirá para o Senado.
G1
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Uma alimentação rica em banana, grão-de-bico e amendoim ajuda na recuperação da flora intestinal de crianças desnutridas, de modo a impulsionar seu desenvolvimento.
É o que mostra uma pesquisa realizada por cientistas da Universidade de Washington, nos EUA, publicada na revista científica "Science".
Estes alimentos se revelaram particularmente indicados para estimular as bactérias saudáveis do organismo de crianças gravemente desnutridas em Bangladesh.
E essa seria a chave, de acordo com o estudo, para que os ossos, o cérebro e o corpo das crianças, de uma maneira geral, se tornem mais propensos a crescer.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a desnutrição infantil é um problema crítico de saúde global que atinge mais de 150 milhões de crianças em todo o mundo, sendo responsável por quase metade das mortes de crianças menores de cinco anos.
Além de serem fracas e pequenas, muitas crianças desnutridas apresentam comunidades de bactérias "incompletas" ou "imaturas" em seus intestinos, em comparação com crianças saudáveis da mesma idade.
Estimular as bactérias boas
Os pesquisadores responsáveis pelo estudo acreditam que esta microbiota "imatura" pode ser a razão que explica a falta de crescimento das crianças.
Mas nem todos os alimentos são igualmente eficientes para resolver o problema.
Os cientistas estudaram então os principais tipos de bactérias presentes nos microbiomas de crianças em Bangladesh.
E fizeram um experimento para ver que grupos de alimentos estimulavam essas bactérias em camundongos e porcos.
Na sequência, testaram por um mês diferentes combinações de dietas em 68 crianças com idades entre 12 e 18 meses em Bangladesh.
Após monitorar a recuperação das crianças, uma dieta se destacou entre as demais: a que era composta por pasta de banana, soja, farinha de amendoim e grão-de-bico.
Eles descobriram que essa dieta estimulava os micro-organismos presentes no intestino ligados ao crescimento dos ossos, ao desenvolvimento do cérebro e do sistema imunológico.
São ingredientes baratos e encontrados em Bangladesh, sendo acessíveis também em outras partes do mundo.
Reparação
Jeffrey Gordon, professor da Universidade de Washington e principal autor do estudo, explica que o objetivo da pesquisa era "mirar nos micróbios para recuperação" das crianças.
"Os micróbios não enxergam bananas ou amendoim, eles só veem uma mistura de nutrientes que podem usar e compartilhar."
"Esta foi a fórmula que funcionou melhor em seres humanos e animais, uma vez que gerou uma reparação maior", acrescenta Gordon, que realizou o estudo em parceria com o International Centre for Diarrhoeal Disease Research, em Dhaka.
Outras dietas, ricas em arroz ou lentilhas, por exemplo, não funcionaram tão bem. E, em alguns casos, provocaram ainda mais danos à flora intestinal.
Gordon explicou que ainda não está totalmente claro por que esses alimentos funcionaram melhor.
Um estudo mais completo está em andamento para avaliar se esta dieta tem efeitos no longo prazo sobre o peso e a altura das crianças.
"Esta é uma comunidade de micro-organismos que vai muito além do intestino", diz ele.
"Está intimamente ligada ao estado de saúde e precisamos entender seus mecanismos para também poder repará-los no futuro".
O que é o microbioma?
A maior parte do seu corpo não é humana: se você contar todas as células do seu organismo, apenas 43% são humanas.
O restante são micro-organismos, o chamado microbioma, que inclui bactérias, vírus, fungos e archaeas (grupo de micro-organismos unicelulares).
Não é à toa que o microbioma é conhecido como o nosso "segundo genoma".
Os microbiomas diferem imensamente de pessoa para pessoa, dependendo da dieta, estilo de vida e outros fatores. E eles influenciam tudo: saúde, apetite, peso, humor.
Cientistas acreditam que o microbioma pode estar relacionado a transtornos como alergias, obesidade, inflamação intestinal, Mal de Parkinson, depressão e autismo.
BBC
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Correr regularmente é o melhor exercício para controlar a obesidade em pessoas com predisposição genética para ganhar peso, segundo indica um estudo realizado na China e publicado pela revista científica americana Plos Genetics.
A pesquisa, liderada pela mestre em epidemiologia e medicina preventiva Wan-Yu Lin, da Universidade de Taiwan, se baseou em amostras de 18.424 pessoas, com idades entre 30 e 70 anos.
Os autores da pesquisa apontam que, com esse estudo, as pessoas que herdaram genes vinculados ao aumento da chance de serem obesas passam a ter "esperança de manter o peso".
O estudo identificou os tipos de exercícios que são efetivos para combater os efeitos genéticos que contribuem para a obesidade, segundo afirmou a revista científica, em nota divulgada à imprensa.
A condição, segundo os especialistas, é considerada de difícil controle, pois é resultado das interações entre genética e o estilo de vida de uma pessoa.
Os médicos frequentemente recomendam os exercícios, mas não está claro, segundo os autores, que tipo de atividades são as melhores para conter o ganho de peso de indivíduos cuja genética os tornam mais propensos à obesidade.
A partir desta premissa, os pesquisadores liderados por Wan-Yu Lin analisaram nas amostras dos mais de 18 mil participantes da pesquisa as interações entre genética e rotinas de exercícios físicos.
Além disso, foram examinadas cinco medidas relacionadas com a obesidade - índice de massa corporal, porcentagem de gordura no corpo, medida da cintura, medida do quadril, proporção entre cintura e quadril - e descobriram que fazer uma leve corrida regularmente era o melhor tipo de exercício para controlar o ganho de peso.
Também constataram que o montanhismo, a caminhada, a caminhada intensa, certos tipos de dança e longas práticas de ioga também podem reduzir, concretamente, o índice de massa corporal em pessoas predispostas a ficarem obesas.
"Surpreendentemente, o ciclismo, os exercícios de alongamento, a natação e o 'Dance Dance Revolution' (um jogo de videogame de simulação de dança), não contra-atacaram os efeitos genéticos relacionados com a obesidade", ressaltou o estudo.
De maneira geral, a pesquisa sugere que, quando se trata a obesidade, a genética não é o único aspecto a ser observado, e que os efeitos podem ser reduzidos com vários tipos de exercícios regulares.
Anteriormente, levantamentos científicos demonstraram que as atividades reduziam os efeitos genéticos sobre a obesidade, mas estes estudos foram focados apenas no índice de massa corporal.
EFE
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O cumprimento das metas previstas no Plano Nacional de Educação (PNE) pode ajudar o Brasil a concluir, em 2024, 70% das metas previstas para 2030, pelo quarto Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS4). A constatação é do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), obtida a partir de um levantamento que retrata a implementação do ODS4 no país, tendo por base indicadores de 2016 e 2017.
Assinada por 193 países, a Agenda 2030 aponta 10 metas visando à educação inclusiva, equitativa e de qualidade e à promoção de oportunidades de aprendizagem para os estudantes brasileiros. No caso do ODS4, foram estabelecidas metas para sua implementação tanto para a educação infantil como para os ensinos fundamental, médio, profissionalizante e superior.
Há também metas para a disseminação de conteúdos relacionados à sustentabilidade, à infraestrutura das escolas, ao apoio a países menos desenvolvidos e à criação de garantias para melhores condições de trabalho para os professores.
No Brasil, o ODS4 conta com um relevante aliado: o PNE (2014-2024), que fixa 20 metas a serem cumpridas até 2024. Entre as metas, estão a universalização da educação, o ensino em tempo integral na educação básica, a ampliação do ensino técnico e superior e a valorização dos professores.
Educação infantil e pré-escolar
De acordo com o levantamento do Ipea, não deverá haver problemas mais complicados para que o país atinja a meta de prevista para o acesso à educação infantil, uma vez que 93,7% das crianças com idade entre 4 e 5 anos já estão matriculadas na pré-escola. A meta é de chegar à marca de 100% até 2030.
No caso de crianças com idade até 3 anos, o estudo revela que pouco mais de um terço frequenta creche. Esse dado, especificamente, é considerado “sério” pelos pesquisadores pelo fato de implicar também dificuldades para o acesso das mães ao mercado de trabalho.
Ensino fundamental e médio
Segundo o Ipea, 98% das crianças de 6 a 14 anos estavam matriculadas no ensino fundamental no ano de 2016. Ese percentual, no entanto, cai para 70% quando o recorte abrange jovens de 15 a 17 anos frequentando o ensino médio.
“O acesso ao ensino fundamental e médio não é um problema no Brasil, pois 98% das crianças e adolescentes de 6 a 14 anos de idade estão matriculadas na escola”, diz o estudo. “O desafio brasileiro para cumprir a meta 4.1 do ODS4 é a qualidade e a equidade no sistema escolar”, acrescenta.
Na avaliação do Ipea, o percentual de alunos que não concluíram o ensino fundamental e médio na idade adequada é alto. “Apesar da universalização do acesso ao ensino fundamental, é preocupante que, em 2017, um quarto dos jovens não concluiu o ensino fundamental na idade esperada”, conclui o estudo desenvolvido pelos pesquisadores Milko Matijascic e Carolina Rolon.
Tempo integral e infraestrutura
Para cumprir essa meta, o Ipea sugere a oferta de ensino em tempo integral, “pois uma maior permanência dos alunos na escola permite atingir um patamar maior de aprendizagem, sobretudo para as crianças e os jovens que apresentam maiores dificuldades de aprendizagem e menores recursos materiais”.
O Ipea alerta que é preciso melhorar a infraestrutura escolar, para o cumprimento do ODS4, tema que demanda ações específicas, mas "não está focado de forma adequada” no Plano Nacional de Educação. O acesso à internet banda larga e a salas de informática, exemplifica a pesquisa, “são recursos didáticos presentes apenas em cerca da metade das escolas brasileiras”.
Equidade
No caso do ensino superior, o Ipea destaca o benefício proporcionado por iniciativas como o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), o Programa Universidade para Todos (ProUni) e o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni). Na avaliação do Ipea, esses planos “contribuem para que o país atinja a meta de assegurar a equidade de acesso e permanência à educação profissional e à educação superior de qualidade, de forma gratuita ou a preços acessíveis”.
Os resultados, no entanto, ainda mostram que o acesso ao ensino superior continua “desigual e restrito”, uma vez que apenas um quarto dos jovens de 18 a 24 anos cursava ou já tinha completado o ensino superior.
Negros e mulheres
Entre os que cursam o ensino superior, a desigualdade mais evidente está relacionada à cor da pele. “Apesar dos programas federais, as desigualdades de acesso ao ensino superior são significativas. As cotas aumentaram o número de negros cursando o ensino superior, mas, em 2017, a proporção de jovens negros que cursam este nível de ensino é pouco mais da metade da proporção de jovens não negros no ensino superior”, diz o estudo.
As mulheres são mais escolarizadas que os homens. Em 2017, havia 57% de mulheres matriculadas no ensino superio; e 55,7% na educação profissional e técnica. No caso dos homens, os percentuais estavam em 43% e 44,3%, respectivamente.
Agência Brasil
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Estudantes das 153 Escolas Cidadãs Integrais da Paraíba participam, de 15 de julho a 10 de agosto, do “Se Liga Prota”, ação que tem o objetivo de apresentar o Modelo de Educação Integral da Paraíba à comunidade em geral, por meio dos protagonistas vinculados às escolas, com apoio da equipe escolar.
A Escola Cidadã Integral Técnica Daura Santiago Rangel, em João Pessoa, realizou o evento nessa quarta-feira (31). Na ocasião, foram convidados alunos, professores e gestão da Escola Municipal Ministro José Américo de Almeida. Durante toda a tarde, os protagonistas apresentaram aos visitantes as Práticas Educativas e Metodologias de Êxito em desenvolvimento nas Escolas Cidadãs.
Estiveram em pauta nas discussões, organizadas em ilhas formativas: Projeto de Vida, Clubes de Protagonismo, Acolhimento, Eixos Formativos, Nivelamento, Tutoria, Monitoria, Disciplinas Eletivas, Estudo Orientado, Macroestrutura da Escola e Conselho de Líderes.
O aluno Leon Oliveira, estudante do 2º ano do Curso Técnico de Informática, afirma que o modelo de escola cidadã permite que o estudante seja protagonista, ou seja, atue juntamente com a Equipe escolar na busca de soluções do cotidiano da escola. “O ‘Se Liga Prota’ é a expressão do protagonismo estudantil. Convidamos outras escolas a conhecerem o modelo e muitos estudantes se sentiram atraídos pelo diferencial que temos aqui, principalmente, na construção do Projeto de Vida. É muito bom saber que na Escola Cidadã, os estudantes constroem um sonho e são acompanhados na realização”, completa Leon.
Segundo Audiléia Gonçalo, gerente Operacional do Ensino Médio da Secretaria de Estado da Educação e da Ciência e Tecnologia, que coordena as Escolas Integrais, “o desenvolvimento do protagonismo do estudante é uma das premissas da Escola Cidadã Integral e o ‘Se Liga Prota’ foi criado com o propósito de gerar um jovem cada vez mais autônomo, solidário e competente. É uma ação que cumpre papel importante porque apresenta o modelo e divulga para a comunidade os resultados já alcançados pelas escolas”.
Secom-PB
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O mês de julho de 2019 foi, possivelmente, o mais quente da história, informou na quinta-feira (1º) a Organização Meteorológica Mundial (OMM), entidade ligada à ONU. Segundo o comunicado, julho no mínimo igualou, se não ultrapassou, o mês mais quente já registrado em todo o mundo – julho de 2016 – após o junho que também foi o mais quente da história.
Os últimos cinco anos, de 2015 a 2019, também estão no caminho de serem os mais quentes já registrados, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, ainda na quinta-feira (1º).
"Se não agirmos contra a mudança climática agora, estes eventos climáticos extremos serão só a ponta do iceberg", declarou Guterres jornalistas em Nova York.
"Prevenir a perturbação climática irreversível é a corrida de nossas vidas e para nossas vidas. É uma corrida que podemos - e devemos - vencer", disse o secretário-geral da ONU.
Segundo Guterres, as temperaturas deste julho são ainda mais significativas porque "o mês mais quente anterior, julho de 2016, ocorreu durante um dos El Niños mais fortes de todos os tempos", o que não foi o caso neste ano, diz a Associated Press.
Um El Niño é um aquecimento natural do oceano que, uma vez que interage com a atmosfera, muitas vezes aquece o globo e altera os padrões de chuva e temperatura, tornando alguns lugares mais úmidos e outros mais secos.
Guterres convocou uma cúpula climática para o final de setembro, em Nova York, na qual quer que os governos apresentem medidas mais fortes para combater o aquecimento global, como preservar florestas e proteger os pobres dos eventos climáticos extremos e da elevação dos mares.
Temperaturas recordes
De acordo com os últimos dados da Organização Meteorológica Mundial (OMM), várias cidades ao redor do mundo tiveram recordes de temperatura nos últimos tempos: de Nova Délhi, na Índia, a Anchorage, no Alaska; assim como Paris, Santiago, Adelaide, na Austrália, e o até o Círculo Ártico.
Segundo cientistas ouvidos pela Reuters nesta sexta (2), o aquecimento global elevou entre 1,5 e 3 graus Celsius a onda de calor recorde de julho na Europa. A intensidade do calor, afirmam, teria sido "extremamente improvável" sem as mudanças climáticas.
As ondas de calor ocorridas na França e na Holanda no mês passado teriam tido uma chance de acontecer só uma vez em mil anos nos tempos pré-industriais, disse um estudo do grupo de cientistas World Weather Attribution. Nestes dois países, a onda de calor de julho se tornou 100 vezes mais provável devido às mudanças climáticas, afirmaram os cientistas.
Na Alemanha ela foi cerca de 50 vezes mais provável, e no Reino Unido, onde só durou entre um e dois dias, ao menos duas vezes mais provável.
A análise, baseada em modelos e dados coletados, foi realizada por pesquisadores do Instituto da Mudança Ambiental de Oxford (ECI) e pelos serviços meteorológicos holandês, britânico e francês.
Em 2015, governos mundiais adotaram o Acordo de Paris para manter o aquecimento global "bem abaixo" dos 2ºC acima dos tempos pré-industriais, e idealmente em 1,5ºC. O mundo já aqueceu cerca de 1ºC, principalmente devido a atividades humanas que queimam combustíveis fósseis para gerar energia.
Reuters
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A polícia está retirando nesta sexta-feira (2) mais de 6 mil moradores de Whaley Bridge, no centro da Inglaterra, por causa do risco de rompimento de uma represa fortemente danificada pelas chuvas.
Segundo a polícia, um helicóptero Chinook da Força Aérea Real depositou 400 toneladas de uma mistura de areia, cascalho e pedra na parede do reservatório para reforçá-lo, em uma tentativa de impedir que ele se rompa e a água avance sobre a cidade.
Engenheiros também estão bombeando água do reservatório, que tem capacidade para 1 milhão e 350 mil litros, para diminuir a pressão no muro e permitir o início do conserto.
A Agência Ambiental britânica emitiu um alerta de inundação grave para a área, dizendo que o nível do rio Goyt, que atravessa a cidade, pode subir rapidamente.
O chefe de polícia assistente de Derbyshire, Kem Mehmet, fez alertas para a população local. “Nossa mensagem hoje continua a mesma: como ainda existe um risco de a represa ceder, fiquem longe da área".
Os moradores foram orientados a levar seus animais de estimação e todos os remédios de que necessitem consigo. Um número pequeno de moradores se recusou a deixar suas casas.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse que o ministro do Meio Ambiente presidirá uma reunião do comitê de emergência do governo nesta sexta para coordenar os trabalhos no local.
"Meus pensamentos estão com aqueles que tiveram que deixar seus lares e todos que foram afetados", disse.
Reuters
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Autoridades da Alemanha apreenderam 4,5 toneladas de cocaína no porto de Hamburgo - a maior apreensão já feita de uma só vez na história do país, informou a alfândega da cidade nesta sexta (2). A droga vinha do Uruguai e ia para a cidade da Antuérpia, na Bélgica.
A alfândega informou que examinou o contêiner suspeito, que supostamente tinha grãos de soja, há duas semanas. Dentro, foram encontrados 221 sacos pretos com 4,2 mil pacotes de cocaína compactada.
"Este notável sucesso prova mais uma vez o poder da alfândega alemã no combate ao crime", declarou em comunicado Rolf Bösinger, o secretário nacional da alfândega, que é ligada ao Ministério das Finanças.
A promotoria de Hamburgo está investigando quem era o destinatário da droga, que já foi destruída sob sigilo.
G1
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