O presidente Jair Bolsonaro embarca na noite deste sábado (19) para uma viagem internacional de quase duas semanas. O roteiro inclui Japão, China, Emirados Árabes, Catar e Arábia Saudita. O retorno a Brasília está previsto para o dia 31.
Segundo o governo, o giro por Ásia e Oriente Médio tem o objetivo de intensificar relações com países das regiões e de divulgar oportunidades de investimentos no Brasil, como o programa de concessões e privatizações, o PPI.
A viagem também busca ampliar as vendas de produtos agropecuários brasileiros, já que países asiáticos e árabes são grandes compradores de soja e carne, por exemplo, e de defesa. Segundo Bolsonaro, há interessados no novo cargueiro KC-390.
Durante a semana, Bolsonaro declarou que a expectativa da viagem era a “melhor possível”, com a possibilidade de assinar acordos com os países visitados.
“Há interesse da parte deles, não é nossa apenas. O Brasil está aberto para o mundo. Não temos mais o viés ideológico para fazer negócios e a gente espera que seja uma viagem bastante proveitosa”, declarou o presidente.
Comitiva
Bolsonaro tem previsão de decolar às 22h deste sábado com destino ao Japão, o primeiro dos cinco países visitados. Ao longo do giro internacional, a prévia da agenda do presidente reserva encontros com empresários, integrantes de famílias reais e líderes políticos, como o presidente da China, Xi Jinping (leia mais abaixo).
De acordo com o Palácio do Planalto, a comitiva oficial do presidente durante o roteiro terá 20 integrantes, entre os quais, assessores, parlamentares, o governador do Acre, Gladson Cameli (PP), e seis ministros:
Japão
O primeiro destino de Bolsonaro é o Japão, com previsão de chegada a Tóquio na segunda-feira (21), após escalas em Portugal e no Cazaquistão. Será a segunda passagem do presidente pelo país, já que ele esteve em Osaka, em junho, na reunião do G20.
O principal compromisso de Bolsonaro é a cerimônia de entronização do imperador Naruhito, na terça-feira (22). O imperador assumiu o Trono de Crisântemo em abril, ao suceder o pai, Akihito, com 85 anos de idade, que abdicou após três décadas na função. Foi a primeira vez que um monarca deixou o posto em vida em dois séculos de história.
Com Naruhito à frente da família imperial, o Japão iniciou a chamada "Reiwa" ("ordem e harmonia"), depois de três décadas da era Heisei ("realização da paz"). Agora, com a entronização, líderes japoneses e estrangeiros expressam suas felicitações a Naruhito.
Ainda dentro dos festejos pela entronização, Bolsonaro participará na terça do banquete oficial oferecido às autoridades presentes no evento. Na noite seguinte, o jantar será com o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe.
China
Bolsonaro tem previsão de chegar na quinta-feira (24) a Pequim para sua primeira visita como presidente da República à China. O país é o principal parceiro comercial do Brasil, à frente dos Estados Unidos.
A China está envolvida em uma guerra tarifária com os Estados Unidos, país que Bolsonaro visitou três vezes neste ano – ele é fã declarado do presidente Donald Trump.
A vitória de Bolsonaro na eleição presidencial do ano passado levou o jornal estatal chinês, "China Daily", a publicar editorial citando riscos econômicos do Brasil seguir a linha de Trump e romper acordos comerciais com Pequim. Durante a campanha, Bolsonaro ressaltou que incentivaria a China a "comprar no Brasil, não a comprar o Brasil".
Já como presidente, em março, Bolsonaro anunciou que visitaria o país. O vice-presidente Hamilton Mourão, por sua vez, esteve na China em maio. Cinco meses depois, a expectativa do governo brasileiro é ampliar a carta de exportações para a China e atrair investimentos em infraestrutura.
A previsão de agenda de Bolsonaro em Pequim reserva, na sexta (25), um seminário empresarial pela manhã, e à tarde audiências separadas com o presidente da Assembleia Popular da China, Li Zhanshu; com o primeiro-ministro Li Keqiang; e com o presidente Xi Jinping.
Há previsão de que Bolsonaro e Xi façam uma declaração à imprensa após a audiência. Os dois chegaram a agendar uma reunião em junho, quando foram ao Japão para o encontro do G20, porém o compromisso foi cancelado.
Emirados Árabes
O giro de Bolsonaro pelo Oriente Médio começará por Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos. Bolsonaro deve desembarcar no sábado (26) para cumprir compromissos no domingo (27).
Até o momento, o único país do Oriente Médio visitado pelo presidente foi Israel, em abril, nação com a qual Bolsonaro estreitou relações desde sua posse, inclusive com o anúncio da intenção de transferir a embaixada de Tel Aviv para Jerusalém, o que ainda não ocorreu.
Em Abu Dhabi, a agenda de Bolsonaro prevê a participação em um seminário empresarial, assinatura de acordos, encontro com atletas brasileiros de jiu-jitsu e uma audiência com o príncipe herdeiro de Abu Dhabi, xeque Mohammed Bin Zayed Al Nahyan.
Conforme o governo, o Brasil tem interesse em ampliar investimentos de fundos soberanos dos Emirados Árabes, que superam US$ 1 trilhão. O Itamaraty informou que os investimentos destes fundos no Brasil não chegam a US$ 5 bilhões. Investimentos em infraestrutura e a venda de produtos de defesa e de produção agropecuária estão no radar brasileiro.
Catar
No Oriente Médio, há previsão de a comitiva passar por Doha, no Catar, na segunda-feira (28). A agenda reserva compromissos com o emir do Catar, Tamim bin Hamad al-Thani, e a abertura de uma mesa redonda em um seminário empresarial Brasil-Catar, com o tema “Perspectivas do Cenário Macroeconômico e do Ambiente de Negócios Brasileiro”.
Assim como em Abu Dhabi, o governo apresentará opções de investimentos de olho nos recursos de fundos soberanos, além da agenda de reformas em curso, com destaque para a reforma da Previdência.
Também existe a possibilidade de Bolsonaro visitar o estádio Al Wakrah, já concluído para receber jogos da próxima Copa do Mundo, em 2022. O Brasil foi a sede do Mundial de 2014.
Arábia Saudita
Bolsonaro deve chegar ainda na segunda (28) a Riad, na Arábia Saudita. O presidente tem compromissos programados para terça (29) e quarta (30), entre os quais, a participação em um fórum sobre investimentos e uma discussão sobre perspectivas de negócios no Brasil.
A exemplo dos destinos anteriores, o Brasil esperar ampliar investimentos de fundos soberanos, bem como aumentar as exportações para o país.
Bolsonaro ainda poderá se encontrar com o Rei da Arábia, Salman Bin Abdulaziz Al Saud, e com o príncipe herdeiro, Mohammed bin Salman
O príncipe, no mês passado, assumiu “total responsabilidade” pela morte do jornalista Jamal Khashoggi, mas negou ter dado a ordem para que ele fosse morto.
Salman garantiu só ter tido conhecimento do assassinato, que aconteceu no dia 2 de outubro do ano passado, na embaixada saudita em Istambul, na Turquia, após ele ter acontecido.
G1
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