O presidente Jair Bolsonaro considerou nesta segunda-feira, em Tóquio, que ''não há crise política nenhuma'' e previu que a reforma da Previdência deve ser aprovada em 24 horas no Senado Federal.
Indagado se havia perspectiva de desfecho para a crise dele com seu próprio partido, o PSL, Bolsonaro retrucou:
— As coisas acontecem. É igual a uma ferida, cicatriza naturalmente.
Questionado por um repórter sobre mortos e feridos, ele complementou:
— Todo mundo vivo.
Para o presidente, houve um ''bate-boca exacerbado'' no partido. Disse que a maioria do PSL é novato na política e ''chega achando que sabe tudo''.
— Passei 28 anos ali (no Congresso) sem um cargo. Problemas eu tive lá dentro, mas sem chegar ao nível que um parlamentar chegou agora, com linguajar que nunca vi em lugar nenhum do mundo - afirmou.
Pouco antes, ao chegar ao hotel em Tóquio, nesta segunda-feira, ele comparou política a uma ''nuvem'', atribuindo a frase de Ulysses Guimarães, e afirmou que ''o bem vai vencer o mal, pode ter certeza disso'.
Pouco depois, em passeio por uma zona comercial da capital japonesa, ao ser indagado se uma crise política poderia ter impacto nas reformas, Bolsonaro respondeu:
— Desde quando estão tentando a reforma... Que crise politica? Inventaram a crise política. Não ha crise nenhuma. Zero. Não tem crise nenhuma, não há crise nenhuma.
Quando um reporter perguntou se a crise partidária pode trazer algum efeito no placar da votação da Previdência no Senado, Bolsonaro respondeu que ''é o Senado que decide amanhã''. E mostrou confiança: ''Eu tranquilo e o Parlamento tranquilo também. Responsabilidade de todos nós''.
Felipe Martins, assessor de Bolsonaro para assuntos internacionais e que o acompanha a Tóquio, tuitou:
''Brasil se liberta da servidão a um partido, a uma ideologia e a um sistema que nada fizeram senão sugar as energias da nação e perverter a sociedade. A eleição de @jairbolsonaro é só o início de uma longa história''.
Para o assessor, além de algumas medidas, e da agenda de valores e ideias que elegeu o Presidente, ''é garantia de que os parlamentares que o apoiarem contarão, no futuro, com um capital político muito mais valioso do que o de qualquer partido — o mesmo capital que fez do nanico PSL o que ele é hoje''.
A briga pelo comando dos cargos do partido tem como pano de fundo o controle das milionárias fatias dos fundos partidário e eleitoral.
O Globo
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