O presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou as redes sociais, neste domingo (7), para comemorar a vitória da NFP (Nova Frente Popular) - coalizão formada por socialistas, comunistas, verdes e da esquerda radical – na eleição legislativa da França. De acordo com o brasileiro, a conquista do grupo francês reforça a importância do diálogo e deve servir de inspiração para os sul-americanos.
“Muito feliz com a demonstração de grandeza e maturidade das forças políticas da França que se uniram contra o extremismo nas eleições legislativas de hoje. Esse resultado, assim como a vitória do partido trabalhista no Reino Unido, reforça a importância do diálogo entre os segmentos progressistas em defesa da democracia e da justiça social. Devem servir de inspiração para a América do Sul”, escreveu Lula.
Muito feliz com a demonstração de grandeza e maturidade das forças políticas da França que se uniram contra o extremismo nas eleições legislativas de hoje. Esse resultado, assim como a vitória do partido trabalhista no Reino Unido, reforça a importância do diálogo entre os…
— Lula (@LulaOficial) July 7, 2024
A Nova Frente Popular surpreendeu e ficou em primeiro lugar no segundo turno das eleições legislativas antecipadas na França. A vitória deixou o Reagrupamento Nacional (RN), o partido de direita radical liderado por Marine Le Pen e Jordan Bardella, em terceiro lugar, atrás da coalizão de centro liderada pelo presidente, Emmanuel Macron, que ficou em segundo.
Os acordos tácitos entre o governo de Macron, de centro, e a coalizão de esquerda, concentrando o voto no candidato com mais chances de derrotar o RN em cada circunscrição, frustraram a vitória da direita radical, mas não deram aos esquerdistas uma maioria absoluta, o que aumenta a incerteza sobre o futuro da França.
O pleito foi marcado pelo forte comparecimento às urnas, com 67% de participação, o maior desde 1981. Contra todas as expectativas, a NFP ficou com 182 assentos na Assembleia Nacional, seguida pela coalizão Juntos, de Macron, com 168 cadeiras, e pela antes favorita Reunião Nacional (RN), de ultradireita, com 143 deputados. Antes, esses blocos tinham, respectivamente, 150, 250 e 89 assentos.
Para o cientista político e pesquisador John Crowley, o resultado foi “uma surpresa para todo mundo” e se deve, sem dúvida, às desistências de candidatos entre o primeiro e o segundo turnos para barrar o crescimento do RN nas urnas. “Não era óbvio que os votos do centro poderiam ir para a esquerda ou vice-versa, mas eles conseguiram. A estratégia da barragem deu certo e fez o RN perder assentos em relação às primeiras estimativas, que davam até a maioria absoluta para o partido de Bardella (289 cadeiras)”, diz o pesquisador.
Mas, de acordo com ele, a formação de um novo governo “vai ser extremamente complicada”. “A esquerda chegou na frente, mas longe de conseguir uma maioria. O presidente da República tem o poder de nomear o primeiro-ministro, ele pode nomear quem ele quiser. Provavelmente, haverá muita negociação nos próximos dias”, explica.
R7
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