Novembro 26, 2024

Lula participa de encontro dos países da América Latina e Caribe com a União Europeia nesta terça Featured

Em sua nona viagem internacional neste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participa, na tarde desta terça-feira (18), da plenária da cúpula entre a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e a União Europeia, em Bruxelas, na Bélgica.

Antes disso, pela manhã, o petista se reúne com líderes progressistas para um café da manhã. Entre os países que devem participar do encontro estão Espanha, Dinamarca, Alemanha, Argentina, Chile, Colômbia, Portugal e República Dominicana.

A abertura da cúpula da Celac-União Europeia ocorreu nesta segunda-feira (17) e discute temas relacionados à mudança do clima, comércio e desenvolvimento sustentável, inclusão social, recuperação econômica pós-pandemia, transição energética, transformação digital justa e inclusiva, migrações, entre outros assuntos.

"Em 2009, os países ricos se comprometeram a destinar 100 bilhões de dólares ao ano para os países em desenvolvimento, como forma de compensação pelo mal que causaram ao planeta desde a revolução industrial. Esse compromisso nunca foi cumprido. Como se não bastasse, a guerra no coração da Europa veio para aumentar a fome e a desigualdade, ao mesmo tempo que elevou os gastos militares globais. Apenas em 2022, em vez de matar a fome de milhões de seres humanos, o mundo gastou 2,24 trilhões de dólares para alimentar a máquina de guerra, que só causa mortes, destruição e ainda mais fome", disse Lula na abertura do evento.

Foram convidados todos os 33 presidentes de países da América Latina e do Caribe e os 27 líderes europeus, totalizando 60 nações. Os líderes dos dois continentes não se reuniam desde 2015. O retorno à Celac foi o primeiro ato de política externa de Lula desde que assumiu o terceiro mandato. A medida foi comunicada aos demais países do bloco em janeiro deste ano. O Brasil tinha saído desse fórum em 2019, na gestão de Jair Bolsonaro (PL).

"A participação de Lula dá-se no contexto da renovação do compromisso do Brasil com o fortalecimento da integração regional e da Celac. O Brasil retornou ao mecanismo de diálogo político, concertação e cooperação entre os países da América Latina e do Caribe em janeiro passado, após um período de quase três anos em que se manteve afastado de suas atividades", diz o Itamaraty em comunicado.

Às margens da cúpula, Lula vai se encontrar de forma bilateral com o primeiro-ministro do Reino da Suécia, Ulf Kristersson e com o chanceler da Áustria, Karl Nehammer. A agenda do presidente brasileiro se estende ainda para reuniões com a primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, e com o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz.

Acordo Mercosul-União Europeia
Lula afirmou ainda na última segunda-feira (17), em reunião do fórum empresarial União Europeia (UE)-América Latina, que o Brasil pretende concluir um acordo "equilibrado" entre os europeus e o Mercosul ainda neste ano.

"A defesa de valores ambientais, que todos compartilhamos, não pode ser desculpa para o protecionismo. O poder de compra do Estado é uma ferramenta essencial para os investimentos em saúde, educação e inovação. Sua manutenção é condição para a industrialização verde que queremos implementar."

Lula ainda cobrou dos europeus a promessa feita pelos países ricos, em 2009, de aportarem US$ 100 bilhões anuais para a proteção da Amazônia e disse ser preciso resgatar uma indústria que seja intensiva em tecnologia e voltada à sustentabilidade como grande motor da geração de empregos de qualidade.

Antes do discurso de Lula, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que tem a intenção de concluir o pacto "o mais rápido possível". O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, que recentemente assumiu a presidência temporária do Conselho Europeu, declarou que um de seus principais objetivos é tentar concluir o acordo comercial ainda no segundo semestre de 2023.

Negociado desde 1999, o acordo está em fase de revisão, mas há entraves na preservação ambiental e sobre compras governamentais. Recentemente, os europeus propuseram um documento adicional – chamado de side letter –, que impõe sanções em caso de descumprimento, mas só para o lado sul-americano.

Os países da Europa também querem a garantia de que a intensificação do comércio entre os blocos não vá resultar no aumento da destruição ambiental no Brasil e nas demais nações do Mercosul – Argentina, Paraguai e Uruguai. Em contrapartida, o lado brasileiro é a favor de que não haja distinção na aplicação de eventuais sanções, ou seja, que ambos os lados sejam penalizados da mesma forma em caso de descumprimento.

R7
Portal Santo André em Foco

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