O presidente Lula (PT) afirmou nesta segunda-feira (17) em Bruxelas esperar fechar ainda em 2023 "um acordo entre Mercosul e União Europeia equilibrado".
Lula afirmou que o Brasil "vai cumprir com sua parte na questão do clima".
"Nós temos um compromisso com o desmatamento zero na Amazônia até 2030. Esse é um compromisso assumido antes, durante e depois de uma campanha política", disse o presidente.
A negociação para o acordo entre UE e Mercosul foi concluída parcialmente em 2019. Neste ano, no entanto, os europeus enviaram uma carta adicional que prevê sanções em questões ambientais, o que Lula chegou a classificar como uma "ameaça".
Presidente da Comissão Europeia (braço executivo da UE), Ursula von der Leyen, disse que um acordo entre os dois blocos estava "ao alcance" e que os europeus queriam resolver "qualquer diferença restante o mais rápido possível."
Lula chegou domingo (16) a Bruxelas, para participar da cúpula que reúne países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e da UE. O encontro entre os líderes dos blocos, que reúnem 60 países, vai até terça (18) – e Lula deve voltar a Brasília na manhã de quarta (19). Além do encontro com Ursula, o presidente terá também, entre segunda e terça (18), sete reuniões bilaterais.
Durante o discurso, Leyen anunciou investimento de 45 bilhões de euros (R$ 242 bilhões) na América Latina e no Caribe em projetos que vão de energia limpa a vacinas.
No discurso, Lula também citou a importância das compras governamentais para a economia do país – um dos entraves do acordo entre Mercosul e União Europeia – e projetos que o governo pretende lançar nos próximos meses, como o 'novo PAC'.
Compras governamentais
No discurso, Lula também citou a importância das compras governamentais (aquelas realizadas pelo poder público para a aquisição de bens, serviços e obras por meio de licitação) para a economia do país – um dos entraves do acordo entre Mercosul e União Europeia – e projetos que o governo pretende lançar nos próximos meses, como o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
"O Brasil voltou ao cenário internacional para contribuir no enfrentamento dos desafios do nosso planeta, como a crise das mudanças climáticas e o aumento das desigualdades. Vamos provar, como já fizemos no passado, que é possível produzir e crescer de forma sustentável e eficiente", disse.
Lula tem insistido, em discursos durante viagens ao exterior, na ideia de que o Brasil já foi um líder na discussão ambiental global e quer retomar esse protagonismo.
g1
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