O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, admitiu na noite desta quinta-feira que há uma terceira onda de casos de Covid-19 no Brasil decorrente do avanço da variante Ômicron. "Vamos observar o comportamento da evolução dos casos, naturalmente há um aumento de casos por causa da Ômicron, isso pode ser considerado sim uma terceira onda", disse Queiroga, em entrevista coletiva na saída do ministério.
O ministro disse que é preciso aguardar a evolução nas próximas três semanas para acompanhar se haverá um aumento da pressão sobre o sistema de saúde com mais internações, alertando ainda que tem havido também um surto de influenza.
Ainda assim, Queiroga destacou que o Brasil atualmente tem uma população que já foi muito exposta ao vírus e que também foi vacinada, além do que há ainda 20 milhões de doses de reforço que foram distribuídas.
"Espero que consigamos ter um desfecho melhor em relação a uma pressão menor sobre o sistema de saúde e que o número de pessoas que faleçam dessa doença não seja tão grande", disse ele, ao considerar que torce para uma evolução da variante no país semelhante ao que ocorreu na Espanha, onde, apesar do aumento do número de casos, não houve crescimento das mortes.
Autotestes
Na entrevista, Queiroga confirmou que a pasta pediu à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorização para o uso dos autotestes da Covid-19. Segundo ele, a medida tem por objetivo ampliar o diagnóstico da doença, em meio a uma escassez generalizadas de testes PCR e de antígeno.
Nos últimos dias, o país tem batido recordes de casos de notificações por Covid.
Segundo o ministro, os testes serão vendidos nas farmácias e cada unidade deverá orientar os clientes a como realizá-los. Disse também que as indústrias devem disponibilizar tutoriais de notificação de resultados na plataforma delas e que as farmácias serão responsáveis por essa notificação.
Em comunicado, o ministério disse que, entre as justificativas para a adoção da medida, estão a possibilidade de ampliar a testagem para sintomáticos, assintomáticos e possíveis contatos; realizar testes antes de se reunir em ambientes fechados com outras pessoas; não sobrecarregar serviços de saúde, que já estão muito além do limite de sua capacidade de atendimento e para as pessoas saírem do isolamento, após resultado negativo e sem sintomas.
Procurada, a Anvisa informou que até o momento não registrou no sistema o recebimento da nota técnica do Ministério da Saúde.
Reuters
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