Após anunciar o cancelamento da reunião entre os chefes de poderes, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, procurou a cúpula do Congresso Nacional para informar que o diálogo com o Poder Legislativo não será afetado.
A decisão de se fazer a reunião dos poderes foi anunciada em 12 de julho, após um encontro entre Fux e o presidente Jair Bolsonaro. Nesta quinta (5), contudo, diante dos novos ataques do presidente da República ao sistema eleitoral e a ministros do STF, o presidente do tribunal decidiu cancelar a reunião.
Diante da decisão, Fux manteve contato com o presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e também teria falado com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
A ideia do ministro é mostrar que a situação envolvendo o Supremo e Bolsonaro é pontual e não terá desdobramentos nas relações com outras autoridades. De acordo com interlocutores, a relação do Supremo com ministros do governo Bolsonaro também não será afetada.
Nesta semana, o ministro Alexandre de Moraes atendeu a um pedido unânime dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e incluiu Bolsonaro entre os investigados no inquérito das fake news em razão dos ataques às urnas.
Fux e Aras
A ideia de Fux levada à cúpula do Congresso foi reforçada nesta sexta durante um encontro do presidente do STF com o procurador-geral da República, Augusto Aras.
Ao fim da reunião, em duas notas divulgadas à imprensa, STF e PGR ressaltaram a importância do diálogo.
No Supremo, a avaliação é que o Poder Executivo precisa mais do Supremo, do que o contrário. Isso porque a Corte tem processos em tramitação que podem ter forte repercussão econômica, como a ação que discute qual índice deve ser aplicado na correção dos saldos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e a ação que discute a aplicação da "revisão da vida toda" ao cálculo de benefícios previdenciários.
G1
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