Na reta final da escolha para o comando da Procuradoria-Geral da República (PGR) , a indicação do presidente Jair Bolsonaro (PSL) deve recair sobre um candidato com perfil mais conservador , após a saída da procuradora-geral da República Raquel Dodge do páreo, como revelou na segunda-feira a colunista Bela Megale .
Interlocutores do Palácio do Planalto tem apontado que Bolsonaro ainda não tomou sua decisão, mas que o subprocurador Augusto Aras continua sendo o mais cotado nos bastidores, seguido pelos subprocuradores Paulo Gonet e Mario Bonsaglia, este o mais votado na lista tríplice formada por votação interna da categoria.
A artilharia iniciada por parlamentares do PSL contra Aras, que incluiu a entrega de um dossiê contra o candidato pela deputada Carla Zambelli (SP) e críticas nas redes sociais, arrefeceu após o fim de semana e não teria sido suficiente para fazer Bolsonaro mudam de ideia, apontam interlocutores.
Como adiou por mais alguns dias a escolha, que deve ser anunciada até sexta-feira, existe a possibilidade de Bolsonaro receber para uma conversa nesta semana o mais votado da lista tríplice, Mario Bonsaglia, que até agora não esteve pessoalmente com o presidente. O assunto estava em análise no Palácio do Planalto, mas não houve confirmação de agenda até a conclusão desta edição.
Dodge, que denunciou Bolsonaro em 2018 pelo crime de racismo e tomou atitudes recentes que desagradaram o governo, como barrar a indicação do procurador Ailton Benedito para a Comissão de Mortos e Desaparecidos do governo, já foi descartada na disputa e não tem mais chances de obter uma recondução.
Oficialmente, no entanto, o porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros diz que todos seguem na disputa, mas reforço que Bolsonaro faz uma análise em um "amplo espectro do Ministério Público.
- Como o presidente vem vocalizando, e não é ilegal o que ele vem vocalizando, a seleção de pessoas em um amplo espectro do Ministério Público para a indicação de Procurador-Geral. É neste contexto que ele trabalha, ele não descarta nem assume que estará a escolher da lista ou fora dela. Ele está em um processo de madureza, de conversas e a partir de que ele tenha percepção correta do que é melhor para o país ele vai escolher, indicar e vocalizar por meio da imprensa a sociedade brasileira.
Os três mais cotados, Aras, Gonet e Bonsaglia, atendem a alguns dos requisitos que estão sendo avaliados por Bolsonaro, como ter discreto, sem "estrelismo" e um perfil político mais conservador. Aras, em um aceno a Bolsonaro em entrevista publicada ontem pelo jornal "Folha de S.Paulo", afirmou cogitar nomear para uma eventual equipe na PGR o procurador Ailton Benedito, de perfil conservador e que tem boa aceitação com Bolsonaro.
O subprocurador decidiu romper o silêncio após ter sido alvo da artilharia do PSL na última semana, defendendo-se das críticas de que era alinhado a nomes do PT e à esquerda. Em entrevista na segunda-feira ao GLOBO, Aras define-se como "cristão" e afirma que o Ministério Público não pode criar "óbices" para o andamento de obras públicas, devendo atuar preventivamente para corrigir eventuais erros em licitações e evitar que as obras fiquem paralisadas no futuro.
Gonet, respeitado no meio jurídico por sua atuação na área constitucional, tem como desvantagem na disputa o fato de ter sido sócio do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e sua proximidade com ele, que tem articulado nos bastidores do Supremo em defesa da sua candidatura. O subprocurador se define como católico e já escreveu artigos condenado a prática do aborto, a qual define como uma "afronta à Constituição".
"Já se viu que a prática do aborto – e aqui se equiparam a tanto as pesquisas com embriões que levam à interrupção do seu desenvolvimento – encontra firme repúdio em religiões significativas para o povo brasileiro. Esse fato não somente não pode ser deixado de lado, na apreciação da legitimidade jurídica dessas práticas, como deve ser considerado realmente importante, mesmo para uma visão constitucional do problema", escreveu Gonet no artigo, publicado em 2008.
Bonsaglia, que desde a votação da lista tríplice tem evitado dar entrevistas e focado sua atuação nos bastidores, fez carreira como procurador na área criminal e tem como vantagem o respaldo da lista tríplice, que garante apoio da categoria.
O subprocurador Alcides Martins, que na última sexta-feira foi eleito vice-presidente do Conselho Superior do MPF e também tem um perfil discreto, surgiu como outra possível opção, na avaliação de integrantes do MPF. Fontes do Palácio do Planalto não confirmam se Alcides está no radar de Bolsonaro.
O Globo
Portal Santo André em Foco
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge , se antecipou a uma provável decisão do Conselho Superior do Ministério Público e assinou nesta segunda-feira portaria prorrogando por mais um ano a atuação da força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba. A partir de agora, o Conselho Superior fará uma análise do caso. A tendência dos conselheiros, em situações desse tipo, é chancelar a proposta do procurador-geral.
Até junho, havia 60 inquéritos relacionados com a operação tramitando apenas no Supremo Tribunal Federal, três deles instaurados este ano. O balanço divulgado naquele mês pelo gabinete do ministro Edson Fachin, que se tornou relator da operação na Corte após a morte do ministro Teori Zavascki, mostrava ainda que já haviam sido homologadas 110 delações premiadas no STF, por envolverem pessoas com foro privilegiado.
Em pouco mais de quatro anos, apenas com as multas aplicadas pelo Supremo aos delatores já haviam sido arrecadados R$ 784,8 milhões. Ainda de acordo com o balanço, 25 denúncias foram oferecidas na Corte pela Procuradoria-Geral da República, das quais seis haviam sido rejeitadas e nove recebidas, tornando-se ações penais. Entre estas, uma levou à condenação do ex-deputado Nelson Meurer e outra, à absolvição da ex-senadora e atual deputada Gleisi Hoffman (PT-PR). Outros 19 inquéritos foram enviados, somente este ano, para outras instâncias.
Em maio, O GLOBO revelou que a Lava-Jato de Curitiba já tinha planejado 14 novas operações para serem realizadas até dezembro deste ano. São fases que se desdobram de apurações anteriores, colaborações premiadas da Odebrecht e da OAS e também novas linhas de investigação sobre crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, com envolvimento de agentes públicos de diferentes partidos.
Se a previsão vingar, 2019 promete contabilizar o maior número de fases da Lava-Jato até hoje: 18, uma média de mais de uma por mês. Nos primeiros cinco meses deste ano, a força-tarefa já realizou quatro operações. Em 2018 e 2017, foram dez em cada ano. O recorde de 16 etapas foi registrado em 2016, ano do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Antes disso, em 2015, foram feitas 14 ações. Em 2014, ano em que a operação começou, houve 7 fases da investigação. Até março, 155 pessoas haviam condenadas judicialmente — grande parte delas em decisões de Sergio Moro, hoje no Ministério da Justiça. A operação em Curitiba já havia bloqueado R$ 3,2 bilhões e repatriado R$ 846,2 milhões.
CRÍTICAS A DODGE
Nos últimos dias, surgiram rumores de que Dodge não renovaria o prazo de atuação da força-tarefa. Trechos de conversas divulgados pelo jornal "El Pais", na semana passada, mostraram que procuradores da força-tarefa, entre eles Deltan Dallagnol, faziam pesadas críticas à procuradora geral. "Caros. O barraco tem nome e sobrenome. Raquel dodge”, escreveu Januário Paludo, num dos grupos de conversa mantidos pelos procuradores no Telegram.
"A mensagem que a demora passa é que não tá nem aí pra evolução as investigações de corrupção. Da saudades do Janot", diz Dallagnol em outro trecho das conversas obtidas pelo site The Intercept Brasil e divulgadas pelo "El Pais". A revelação desta e outras conversas de Dallagnol sobre Dodge, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e até mesmo contra investigados, deixaram a Lava-Jato exposta a duras críticas e abriram o flanco para contestações de processos e até condenações.
Dallagnol no Conselho Nacional do Ministério Público Federal (CNMP). Até semana passada, o nome do procurador aparecia em pelo menos oito investigações por supostos abusos. Na nota em que informa a prorrogação do prazo de atuação da força-tarefa, a Procuradoria-Geral informa que tem sido crescentes os valores repassados anualmente aos investigadores de Curitiba. "Em 2019, por exemplo, já foram gastos R$ 808 mil com essa despesa", afirma a Procuradoria-Geral.
O Globo
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O presidente Jair Bolsonaro encomendou a seus assessores uma avaliação completa sobre a derrota do presidente Mauricio Macri , seu aliado, nas eleições primárias realizadas no domingo na Argentina. O tema será debatido na reunião ministerial desta terça-feira e deve ajudar a definir o posicionamento do governo brasileiro.
Auxiliares do presidente ligados ao grupo ideológico já defendem, inclusive, rever a participação do Brasil no Mercosul diante de uma eventual vitória de Alberto Fernández, que tem a ex-presidente e senadora Cristina Kirchner como vice. Por sua vez, a ala mais conservadora do Planalto entende que é preciso aguardar os desdobramentos da eleição no país vizinho e evitar posicionamentos precipitados.
Assessores do Planalto lembram que Bolsonaro sempre se posicionou contra o bloco, mas reviu a opinião ao se aproximar de Macri. Em caso de vitória da chapa do kirchnerismo, eles defendem que o novo presidente demonstre "disponibilidade de fazer concessões" para a permanência do Brasil.
Um assessor do Planalto relatou que Bolsonaro tem afirmado que o Brasil deu "voto de confiança ao Mercosul devido à boa vontade demonstrada por Macri e outros presidentes", mas pode voltar atrás e se afastar do bloco.
Isso, no entanto, segundo o mesmo auxiliar, não significaria romper relações comerciais com a Argentina, mas optar apenas por negociações bilaterais para avançar na agenda de abertura comercial.
O Brasil assumiu a presidência pró-tempore do bloco em julho durante uma cúpula do Mercosul, em Santa Fé, na Argentina, prometendo modernizar regulamentos sobre produção e comercialização de bens, e buscar relevância no cenário internacional. De crítico do Mercosul durante toda a sua vida parlamentar, Bolsonaro o passou a defensor do bloco, mas pregando um "Mercosul 2.0".
— (Meu posicionamento) era de completo afastamento pelo viés ideológico. Eu, como parlamentar, não sonhava com a Presidência e sempre batia no Mercosul por causa desse viés. Eu chegando, a equipe econômica também indicada por mim e com propósito de buscarmos o comércio e não a questão [de] uma grande pátria bolivariana usando o Mercosul para tal. Não é que nós mudamos, nós redirecionamos o Mercosul, estamos no Mercosul 2.0 — disse Bolsonaro na ocasião.
Nesta segunda-feira, Bolsonaro, em evento em Pelotas, Rio Grande do Sul, comentou a derrota do aliado e disse que não quer "irmãos argentinos fugindo para cá" caso o que ele chama de "esquerdalha" vença no pleito de outubro.
As primárias de domingo na Argentina funcionaram como uma megapesquisa das eleições presidenciais de 27 de outubro. Como não havia disputa interna nos partidos, o importante era saber qual a proporção de eleitores que votaria em cada chapa. Com 99,37% das urnas apuradas, Alberto Fernández , que tem a ex-presidente e senadora Cristina Kirchner como vice, teve 47,66% dos votos. Macri , candidato à reeleição e que tem o apoio declarado de Bolsonaro, recebeu 32,08% dos votos, uma diferença de menos 15 pontos percentuais. Na Argentina, para vencer no primeiro turno é necessário ter 45% dos votos ou 40% com uma diferença de ao menos 10 pontos sobre o segundo colocado.
O Globo
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A Justiça Federal do Rio de Janeiro suspendeu parte do decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) em junho que exonerou 11 integrantes do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT) e mandou reintegrar os funcionários exonerados. O mecanismo é responsável por vistoriar as condições de tratamento concedidas em presídios e outros tipos de unidade de internação mantidas pelo Estado. A decisão foi dada em caráter liminar (provisória) em resposta a uma ação movida pela Defensoria Pública da União (DPU). O governo ainda pode recorrer.
A decisão do juiz federal Osair Victor de Oliveira Júnior, da 6ª Vara Federal do Rio de Janeiro, foi proferida na sexta-feira (9), mas só foi divulgada nesta segunda-feira.
Na ação, a DPU sustentou que o a extinção dos cargos representaria uma violação de compromissos firmados pelo Brasil em relação ao combate à tortura e à promoção dos direitos humanos.
Em sua sentença, o juiz disse ainda que a exoneração dos peritos, da forma como aconteceu, foi irregular. “A destituição dos peritos só poderia se dar nos casos de condenação penal transitada em julgado, ou de processo disciplinar”, diz um trecho da sentença.
No dia 11 de junho, o Diário Oficial da União publicou um decreto assinado por Bolsonaro exonerando os 11 peritos que faziam parte do grupo e extinguindo os cargos comissionados que garantiam a sua remuneração. À época, entidades em defesa dos direitos humanos argumentaram que a extinção dos cargos comprometeria o trabalho do grupo.
O mecanismo foi criado por lei em 2013 e, desde então, seus integrantes têm feito visitas a presídios e outras unidades de internação para avaliar a situação de detentos. O grupo vinha elaborando relatórios sobre a situação do sistema prisional e fazendo alertas sobre violações de direitos humanos nessas localidades.
O governo, por outro lado, defendeu que a extinção dos cargos representaria uma economia de recursos e argumentou que o grupo continuaria a funcionar. A diferença é que em vez de usar mão-de-obra remunerada, o mecanismo seria tocado por voluntários.
PGR moveu ação
Para o magistrado que proferiu a decisão, o decreto assinado por Bolsonaro poderia acarretar no esvaziamento do órgão e afetar cidadãos em situação de vulnerabilidade.
“O perigo na demora, no caso, decorre do possível esvaziamento de órgão criado não só para cumprir com obrigações internacionais mas também como meio para resguardar o direito fundamental de que ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante”, afirmou.
A decisão é o primeiro revés judicial em relação ao decreto que exonerou os integrantes do mecanismo. Nas últimas semanas, a medida havia sido alvo de críticas por organismos internacionais e também foi questionada judicialmente pela Procuradoria Geral da República (PGR) .
Procurada, a Advocacia-Geral da União, que representa o governo em ações judiciais, informou que ainda não havia sido intimada da decisão, mas que deverá recorrer assim que for notificada.
O Globo
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O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta segunda-feira (12) que não vai retomar a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) "em hipótese nenhuma" nos trabalhos sobre a reforma tributária.
"A única certeza que eu tenho é que nós não vamos retomar a CPMF na Câmara em hipótese nenhuma", afirmou Maia em evento para banqueiros em São Paulo. Ele disse que espera concluir o texto sobre a reforma ainda neste semestre.
"Vamos tentar construir este semestre um texto para que a gente possa avançar. A gente sabe que tem outros atores, a gente tem que entender como esses atores influenciam o plenário da Câmara."
A CPMF foi extinta em 2007 depois de uma grande campanha contrária de empresários e setores da sociedade civil. Em julho, diante das notícias de que a equipe econômica estudava essa possibilidade, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) descartou a volta da CPMF. Nesta sexta-feira, o presidente voltou a negar a recriação da contribuição.
Pela proposta de reforma tributária em elaboração pelo Ministério da Economia, essa contribuição pode ser recriada para compensar a desoneração da folha de pagamento em todos os setores da economia. O novo tributo teria entre 0,5% e 0,6% sobre as movimentações financeiras.
A criação de uma nova CPMF teria que ser por meio de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), o que exigiria 308 votos em duas votações na Câmara e 49 votos em outras duas votações no Senado.
"A gente vai ouvir demandas e vai construindo com estados e municípios um texto q possa simplificar, melhorar o ambiente de tributação no Brasil."
"Sem tratar dos estados a reforma tributária não é eficaz. Um dos grandes problemas é o ICMS”, disse Maia.
Governo defende contribuição sobre pagamentos
O secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra, defendeu, porém, a instituição da CP (contribuição sobre pagamentos), imposto parecido com a antiga Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Ele afastou a comparação da contribuição com a CPMF, afirmando que a ideia é incluí-la na proposta reforma tributária a ser apresentada pelo governo à Câmara, que pode ampliar a base tributária em 30%.
"Isso quer dizer que 30% do PIB que hoje está na economia subterrânea, sonegação e na economia informal seriam incorporados", afirmou Cintra.
A CP seria aplicada para compensar a desoneração da folha de pagamentos das empresas, que aconteceria de forma gradual até desonerar totalmente em aproximadamente dois anos. Segundo o secretário, a desoneração da folha seria apenas sobre a contribuição patronal, ou seja, sobre os 20% que as empresas pagam. A contribuição do trabalhador não seria afetada. Ele afirmou que a CP é um imposto que "veio para financiar a Previdência".
G1
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O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira (12), em Pelotas (RS), que pretende acabar com os radares móveis no país já na semana que vem.
"A partir da semana que vem, não temos mais radares móveis no Brasil", disse Bolsonaro. A declaração foi dada no evento de liberação de um trecho de 47 km e de duplicação da Rodovia BR-116, no Rio Grande do Sul.
Perguntado sobre como pretende colocar a medida em prática, Bolsonaro disse que "é só determinar à PRF que não use mais", referindo-se à Polícia Rodoviária que atua nas estradas federais e está sob o comando do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Nas demais estradas, os aparelhos estão sob responsabilidade de estados e municípios.
"O radar é decisão minha, Presidente da República. É só determinar a PRF que não use mais e ponto final. Se alguém me provar que esse trabalho é bom, eu posso voltar atrás, mas todas as informações que eu tenho, inclusive dos caminhoneiros que botam na conta final do que você vai comprar no mercado o preço do trajeto que ele faz pra entregar a mercadoria, abusaram do sistema eletrônico de controle de velocidade no Brasil, virou caça-níquel", afirmou.
Esta não é a primeira vez que Bolsonaro dá uma declaração do tipo. Em maio, ele havia dito que gostaria de acabar com este tipo de fiscalização em rodovias federais.
Também nesta segunda-feira, na cidade de Barra do Ribeiro, Bolsonaro afirmou ter consultado "muita gente" sobre a retirada dos radares móveis de circulação. "Chega de estudiosos e especialistas", disse.
"E aquele que se excede, a Polícia Rodoviária pode pará-lo, sim, e aplicar a multa que ele merece", completou, sem detalhar como seria a fiscalização nestes casos.
O presidente também declarou que está "tentando acabar com os radares fixos também", mas que está "com problema na justiça" - referindo-se ao acordo validado no último dia 30.
Impasse dos radares
A polêmica com a instalação e manutenção de radares no país começou em abril, quando o Ministério da Infraestrutura suspendeu a instalação de aparelhos que monitorariam 8 mil faixas em rodovias federais não concedidas à iniciativa privada após ordem de Bolsonaro.
Dez dias depois, a juíza Diana Wanderlei, da 5ª Vara Federal em Brasília, determinou que a União não poderia retirar radares eletrônicos, e que deveria renovar contratos com concessionárias para fornecer aparelhos cujos contratos estavam prestes a vencer.
No último dia 30, o governo firmou acordo com o Ministério Público Federal, se comprometendo a instalar 1.140 novos radares em rodovias federais não concedidas à iniciativa privada.
Pesquisa mostra população contrária
Em julho, o Datafolha realizou uma pesquisa para saber sobre propostas do governo federal relacionadas a regras de trânsito. Na época, 67% dos 2.006 entrevistados, ouvidos em 130 municípios brasileiros, disseram ser contra o fim dos radares.
EUA e Europa defendem eficácia
A fiscalização eletrônica é defendida por entidades internacionais como uma forma de prevenir acidentes.
O Insurance Institute for Highway Safety (IIHS), organização independente financiada pelas seguradoras americanas, apontou em 2014 que a instalação de radares levou a uma mudança de longo prazo no comportamento de motoristas e à "redução substancial" de mortes e ferimentos no condado de Montgomery, próximo a Washington, nos Estados Unidos.
A localidade começou a receber mecanismos de controle de velocidade em 2007 e, em 2014, contava com 56 câmeras fixas, 30 câmeras portáteis e 6 vans de controle. Na área residencial, o limite de velocidade permitido era de 35 mph (56 km/h).
O IIHS analisou o programa durante o seu primeiro ano e constatou que, já nos primeiros 6 meses, houve redução da proporção de motoristas que dirigiam a ao menos mais de 10 mph (16 km/h) acima do limite nas ruas onde as câmeras foram instaladas.
O estudo também comparou os acidentes ocorridos nessas estradas monitoradas com estradas similares nas proximidades de Virgínia que não tinham câmeras. Foi constatado que a probabilidade de morte ou lesão incapacitante nas colisões era 19% menor em Montgomery.
A London School of Economics and Political Science (LSE) obteve resultados parecidos com o do instituto norte-americano.
O universidade britânica analisou cerca de 2,5 mil pontos monitorados na Inglaterra, na Escócia e no País de Gales, baseado em órgãos locais e no Departamento de Transporte (DfT).
Segundo a universidade britânica, de 1992 a 2016, o número de acidentes nesses países caiu em até 39%, enquanto o número de mortes diminuiu até 68% no perímetro de 500 metros dos novos radares de velocidade instalados.
G1
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O número de casos de sarampo registrados nos seis primeiros meses deste ano em todo o mundo é o mais alto desde 2006. A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou nesta segunda-feira (12) um relatório preliminar apontando que a incidência da doença triplicou em relação ao mesmo período do ano anterior.
O número de casos de sarampo vem aumentando desde 2016, de acordo com a organização. A OMS lista República Democrática do Congo, Ucrânia e Madagascar como os países que mais registraram casos da doença em 2019.
O relatório destaca também a eficácia das vacinas para controlar os surtos de sarampo que nos últimos meses atingiram Angola, Camarões, Chade, Cazaquistão, Nigéria, Filipinas, Sudão do Sul, Sudão e Tailândia.
"O sarampo é quase totalmente evitável com duas doses da vacina, que é altamente eficaz e segura. São necessárias altas taxas de cobertura vacinal, por volta de 95% do país e das comunidades, para garantir que o sarampo não seja capaz de se espalhar."
Surto de sarampo no Brasil
Entre 5 de maio e 3 de agosto, 907 casos de sarampo foram confirmados no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde. Os casos estão concentrados em três estados: São Paulo (901), Rio de Janeiro (5) e Bahia (1).
A epidemia de sarampo é um fenômeno global. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) mostram que, em 2017, a doença foi responsável por 110 mil mortes.
Este ano, ainda segundo as entidades, casos notificados no mundo cresceram 300% nos primeiros três meses em comparação com o mesmo período de 2018.
O Brasil, diz o Ministério da Saúde, vinha de um histórico de não registrar casos autóctones (adquiridos dentro do país) desde o ano 2000 - entre 2013 e 2015, ocorreram dois surtos, um no Ceará e outro em Pernambuco, a partir de casos importados.
Quais são os sintomas do sarampo?
Os primeiros sintomas do sarampo são febre alta que dura por volta de uma semana e manchas avermelhadas na pele. Os sintomas aparecem entre 10 e 12 dias após o contato com o vírus e podem vir acompanhados de tosse persistente, irritação ocular, coriza e congestão nasal.
Há tratamento contra o sarampo?
Não existe tratamento específico para o sarampo. Para os casos sem complicação, é importante manter uma boa hidratação, suporte nutricional e diminuir a hipertermia. Quando o quadro se agrava e surgem, por exemplo, diarreia, pneumonia e otite média, essas situações devem ser tratadas, normalmente, com o uso de antibioticoterapia.
No caso de crianças acometidas pela enfermidade, a OMS recomenda a administração de vitamina A, a fim de reduzir a ocorrência de casos graves e fatais.
G1
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Mais de mil pessoas picadas por escorpião foram atendidas no Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande, de janeiro a julho de 2019. De acordo com a assessoria de imprensa da unidade de saúde, o hospital atendeu 1.216 casos nos primeiros sete meses deste ano.
Conforme a unidade hospitalar, somente nos primeiros 11 dias de agosto deste ano já foram atendidas cerca de 66 pessoas picadas por escorpião.
Em comparação aos sete primeiros meses de 2018, este ano o hospital atendeu 101 casos a mais do que no ano passado, quando o hospital registrou 1.115 atendimentos a pessoas picadas por escorpião.
Mais de 6 mil casos de acidentes de trânsito
De janeiro a julho de 2019, o Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande atendeu 59.868 pessoas. Dessas, 6.195 atendimentos foram a vítimas de acidentes no trânsito, sendo 5.276 pessoas atendidas por acidentes de motocicleta e 919 por acidentes de carro.
De acordo com relatório da unidade de saúde, entre janeiro e julho deste ano também foram registrados 246 atendimentos a pessoas vítimas de arma branca. Já em relação aos atendimentos a vítimas de arma de fogo, o hospital registrou 178 casos.
Ainda de janeiro a julho de 2019, o hospital registrou também 715 casos de pessoas atendidas por agressão física e 526 casos de pessoas vítimas de queimaduras. Outros 12.545 atendimentos na unidade foram a vítimas de cortes e outros acidentes.
G1 PB
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Os participantes do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) 2019 já podem acessar o cartão de confirmação na internet. O documento está disponível na Página do Participante no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
As provas serão aplicadas no dia 25 de agosto, em 611 municípios. Os portões de acesso aos locais do exame serão abertos às 8h e fechados às 8h45 para as provas aplicadas pela manhã. À tarde, os candidatos podem entrar as 14h30 até 15h15, de acordo com o horário oficial de Brasília.
Encceja
Jovens e adultos que não terminaram os estudos na idade adequada podem fazer o exame para obter a certificação de conclusão do ensino fundamental ou médio.
Serão quatro provas objetivas, cada uma com 30 questões de múltipla escolha, e uma redação. A nota mínima exigida para obtenção da proficiência é 100 pontos nas provas objetivas e de cinco pontos na redação.
Os resultados podem ser usados de duas formas. Quem conseguir a nota mínima exigida em todas as provas tem direito à certificação de conclusão do ensino fundamental ou do ensino médio. Aqueles que alcançarem a nota mínima em uma das quatro provas, ou em mais de uma, mas não em todas, terão direito à declaração parcial de proficiência.
Agência Brasil
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Estudantes brasileiros conquistaram três medalhas e duas menções honrosas na 13ª Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica (IOAA, na sigla em inglês), O evento, ocorrido em Keszthely, na Hungria, entre os dias 2 e 10 deste mês, contou com a participação de 254 estudantes de 47 países – número recorde de delegações.
A maratona olímpica abrangeu provas teóricas, práticas e de análise de dados.
As três medalhas de bronze foram conquistadas por Raul Basilides Gomes (17), de Fortaleza, Giovanna Girotto (16) e Luã de Souza Santos (17), ambos de São Paulo. Já as menções honrosas foram para Bruna Junqueira de Almeida (16) e Lucas Shoji (16) – os dois, também de São Paulo.
Esta foi a edição com maior número de meninas inscritas, selecionadas entre mais de 100 mil participantes da prova de nível 4 da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA) em 2018. Deste total, cerca de 5.300 fizeram três provas na fase online da seleção.
Foram então classificados 150 estudantes para as provas presenciais, e os 30 melhores passaram por dois treinamentos classificatórios, para, enfim, ser escolhida a equipe – que passou por mais uma semana de treinamento intensivo com astrônomos em Vinhedo, São Paulo, durante o primeiro semestre deste ano.
A delegação foi liderada pelos astrônomos Eugênio Reis, do Observatório Nacional, e Júlio César Klafke, da Universidade Paulista (Unip). Destinada a alunos dos ensinos fundamental e médio, a OBA é realizada por astrônomos membros da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Agência Espacial Brasileira (AEB) e da Unip,
A 22ª edição registrou número recorde de participantes: 883.811 estudantes de 9.957 escolas públicas e particulares de todos os estados do país e o Distrito Federal. A Olimpíada Brasukeura de Astronomia e Austronáutica contou com o apoio de mais de 61.959 professores.
Agência Brasil
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