O empresário Roberto Santiago foi solto nesta quarta-feira (24), por determinação da juíza Higyna Simões, que seguiu a decisão liminar do Supremo Tribunal Federal, expedida nesta terça-feira (23). A prisão preventiva foi substituída por medidas cautelares. Preso desde março deste ano, Roberto Santiago é investigado na Operação Xeque-Mate, que desarticulou um esquema de corrupção em Cabedelo, na Grande João Pessoa.
Segundo a juíza, ele deverá ser monitorado por uma tornozeleira eletrônica, disponibilizada pela Gerência Executiva do Sistema Penitenciário da Paraíba, e não poderá sair dos limites das comarcas de Cabedelo e João Pessoa, sem autorização judicial prévia.
No documento, a magistrada afirma que o empresário deverá recolher-se em casa, no período das 19h às 5h, e nos dias de folga, especialmente finais de semana e feriados - nestes, durante o dia todo.
Conforme a decisão, Roberto Santiago deverá entregar, imediatamente, o passaporte e comparecer, entre os dias 20 e 30 de cada mês, ao cartório da unidade jurisdicional para informar e justificar as atividades.
O empresário não poderá manter contato com testemunhas, réus colaboradores e outros envolvidos no processo, exceto quando autorizado ou em audiências. Além disso, não deverá realizar qualquer atividade financeira que envolva transações em geral, sendo permitidas apenas as necessárias para a manutenção básica e mensal dele e da família.
A juíza estabeleceu ainda que Roberto Santiago deverá assinar um termo de compromisso em relação às medidas determinadas e, em caso de descumprimento, poderá ser penalizado com o decreto de uma nova prisão preventiva.
Hygina Simões também pontuou que as autoridades responsáveis por fiscalizar as saídas do território nacional devem ser informadas sobre a proibição de que o empresário saia do país.
Operação Xeque-Mate
Primeira fase
Durante a primeira fase da operação "Xeque-Mate", a Polícia Federal cumpriu 11 mandados de prisão preventiva, 15 sequestros de imóveis e 36 de mandados busca e apreensão expedidos pelo Tribunal de Justiça da Paraíba, no dia 3 de abril.
Além dos mandados, a Justiça decretou o afastamento cautelar do cargo de 85 servidores públicos, incluindo o prefeito e o vice-prefeito de Cabedelo, e o presidente da Câmara Municipal. Todos os 11 alvos de mandados de prisão foram detidos.
Segunda fase
Na segunda fase, quatro mandados de busca e apreensão foram cumpridos em João Pessoa e Cabedelo, no dia 19 de julho. De acordo com a Polícia Federal, também foram realizados o sequestro de aplicações e ativos financeiros no valor de mais de R$ 3 milhões. Nesta etapa da operação, sete pessoas foram denunciadas.
Terceira fase
Na terceira fase, o empresário Roberto Santiago foi preso preventivamente, por negociar contratos ilícitos da Prefeitura de Cabedelo em benefício próprio. Outros 11 mandados de busca e apreensão nas residências de investigados também foram cumpridos pela PF e pelo Gaeco, na Paraíba e no Rio Grande do Norte.
Além disso, 20 imóveis de investigados, avaliados em mais de R$ 6 milhões, foram sequestrados. O objetivo dessa etapa foi desarticular o esquema de corrupção e fraudes licitatórias referentes aos contratos de manejo de coleta de lixo da Prefeitura de Cabedelo.
Quarta fase
Na quarta fase, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão, em João Pessoa, na sede do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB), e Campina Grande. Nessa etapa, a operação apurou a possível cooptação do conselheiro do TCE, Fernando Catão, para, em benefício do empresário Roberto Santiago, preso na terceira fase da Xeque-Mate, impedir a construção do Shopping Pátio Intermares, no município de Cabedelo.
G1 PB
Portal Santo André em Foco
João Pessoa registrou 86,2 milímetros de chuva desde as 9h do domingo (21) até o mesmo horário desta quarta-feira (24), de acordo com dados da Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba (Aesa). Na segunda-feira (22), o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta de chuvas para mais de 60 cidades paraibanas. O alerta foi renovado nesta quarta, elevado para o nível de “perigo” e segue até as 9h da quinta-feira (25). Veja abaixo a lista de municípios.
Das 9h do domingo (21) às 9h da segunda-feira, foram registrados 25,4 milímetros. Desse horário até as 9h da terça-feira (23), o volume foi de 54 milímetros, enquanto que desse momento até as 9h da quarta-feira, foram contabilizados 6,8 milímetros.
De acordo com a meteorologista da Aesa, Marle Bandeira, o balanço atualizado de precipitação, com informações sobre as chuvas registradas ao longo desta quarta, só deve ser atualizado às 9h da quinta-feira (25).
Já o coordenador da Defesa Civil de João Pessoa, Noé Estrela, explicou que os equipamentos utilizados para acompanhar o volume de chuvas na cidade estão quebrados e que, por isso, a coordenadoria não tem dados locais.
No entanto, ele ressaltou que, até as 15h desta quarta, a Defesa Civil da capital paraibana não havia recebido nenhum chamado, nem constatado pontos de alagamento ou deslizamento.
Campina Grande
Os dados da Aesa, coletados no posto da Embrapa, indicam que nesse mesmo período, em Campina Grande, foram registrados 65,7 milímetros de chuva.
Das 9h do domingo até o mesmo horário da segunda-feira foram 6,9 milímetros. Das 9h do dia 23 até as 9h da terça-feira (24) foram 40,4 milímetros e desse momento, até as 9h desta quarta-feira, foram 18,4 milímetros.
Situação meteorológica
Por meio de aviso, a Aesa declarou que aglomerados de chuvas oriundos do oceano atlântico em direção à costa do Nordeste devem favorecer o aumento da nebulosidade e a ocorrência de chuvas na região.
No comunicado, a agência destacou que, devido à possibilidade de chuvas no Litoral, Agreste e Brejo, permanecerá em estado de atenção até, pelo menos, as 8h desta quinta-feira (25).
Alerta do Inmet
Segundo o Inmet, a Paraíba tem 64 municípios sob alerta de perigo de acumulado de chuva, até as 9h desta quinta-feira (5). O volume de chuvas pode chegar a 100 milímetros por dia e há risco de alagamentos, deslizamentos de encostas e transbordamentos de rios, conforme o instituto.
A orientação do Inmet é que a população evite enfrentar o mau tempo, observe mudanças nas encostas e, se possível, desligue aparelhos elétricos e o quadro geral de energia.
Cidades sob o alerta de chuvas
G1 PB
Portal Santo André em Foco
Observa-se a condição de reduzida nebulosidade em praticamente todo estado da Paraíba, devido ao enfraquecimento do sistema meteorológico que vinha atuando nos últimos dias. No dia de hoje o tempo deverá permanecer com nebulosidade variável e possibilidade de ocorrência de chuvas esparsas na faixa leste.
LITORAL
29ºMÁX
20ºMIN
CÉU PARCIALMENTE NUBLADO. PODERÃO OCORRER CHUVAS INTERCALADAS POR PERÍODOS SEM CHUVAS.
BREJO
23ºMÁX
17ºMIN
CÉU PARCIALMENTE NUBLADO. PODERÃO OCORRER CHUVAS INTERCALADAS POR PERÍODOS SEM CHUVAS.
AGRESTE
25ºMÁX
17ºMIN
CÉU PARCIALMENTE NUBLADO. PODERÃO OCORRER CHUVAS INTERCALADAS POR PERÍODOS SEM CHUVAS.
CARIRI/CURIMATAÚ
29ºMÁX
15ºMIN
NEBULOSIDADE VARIÁVEL.
SERTÃO
32ºMÁX
20ºMIN
CÉU PARCIALMENTE NUBLADO.
ALTO SERTÃO
31ºMÁX
19ºMIN
CÉU PARCIALMENTE NUBLADO.
AESA
Portal Santo André em Foco
Governadores aliados do Palácio do Planalto e de oposição avisaram ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que aceitam discutir e apoiam a reforma tributária já em tramitação na Casa. O texto, apresentado pelo deputado Baleia Rossi (MDB-SP), tem como base as propostas do economista Bernard Appy.
A comissão especial que vai analisar a proposta foi instalada em 10 de julho, e a Câmara dará prioridade ao tema no segundo semestre, após concluir a votação da reforma da Previdência.
A sinalização de governadores de diferentes campos políticos é importante porque Maia trabalha com a ideia de tentar manter em até 80% a proposta de Appy.
Para o presidente da Câmara, o apoio de governadores ajuda, inclusive, na construção do melhor texto para votação em plenário – a preocupação é com as bancadas da região Nordeste, predominantemente governada por partidos de oposição ao governo Jair Bolsonaro.
Na semana passada, Rodrigo Maia e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), conversaram com os governadores de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), e Piauí, Wellington Dias (PT), sobre o tema.
Ao blog, Dias disse apoiar a proposta de Bernard Appy – que trabalhou no governo Lula –, acrescentando que trabalhará em busca de um entendimento com os demais governadores.
"Acompanho este assunto há 20 anos. A grande dificuldade sempre foram os governadores. Vamos criar uma agenda no mês de agosto para trabalhar o assunto, não só com governadores da oposição, mas de todo o Brasil. Há uma sintonia entre Câmara e Senado e uma grande chance de aprovar a [reforma] tributária, unificando tributos, sem a criação de novos, para melhorar a economia. É um ganho para o país", afirmou o governador.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), também afirmou ao blog ser favorável à proposta de Appy. Na volta do recesso, o tucano discutirá o tema com Rodrigo Maia.
Disputa por protagonismo
Nos bastidores, há uma disputa entre o Congresso e o governo pelo protagonismo sobre o tema e pela agenda econômica.
A equipe econômica do governo federal quer enviar uma proposta de reforma tributária capitaneada pelo secretário da Receita, Marcos Cintra, que, por tecer críticas públicas a parlamentares, é rejeitado como interlocutor em qualquer proposta (especialmente a reforma tributária).
Ao articular apoio à proposta já em discussão na Câmara, a ideia do relator na comissão especial, Aguinaldo Ribeiro, é apensar ao parecer as ideias do secretário, quando elas forem encaminhadas.
G1
Portal Santo André em Foco
O PT divulgou uma nota na noite desta quarta-feira (24) na qual afirmou que o inquérito que apura a atuação de supostos hackers para invadir o celular do ministro Sérgio Moro (Justiça) se tornou uma "armação" contra o partido.
A nota foi divulgada após Ariovaldo Moreira, advogado do DJ Gustavo Henrique Elias Santos, um dos presos pela Polícia Federal, ter dito que o cliente afirmou que a intenção de Walter Delgatti Neto, apontado como o hacker que invadiu os celulares de Moro e outras autoridades, queria vender ao PT as mensagens que obteve.
Ao todo, a PF prendeu quatro suspeitos de envolvimento na invasão do celular de Moro. A operação foi deflagrada nesta terça (23). Segundo o juiz Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara da Justiça Federal de Brasília, há "fortes indícios" de que os presos se uniram para violar sigilo telefônico de autoridades.
"O ministro Sergio Moro, responsável pela farsa judicial contra o ex-presidente Lula, comanda agora um inquérito da Polícia Federal com o claro objetivo de produzir mais uma armação contra o PT. As investigações da PF sobre as pessoas presas em São Paulo confirmam a autenticidade das conversas ilegais e escandalosas que Moro tentou desqualificar nas últimas semanas", diz a nota do partido.
As conversas às quais o partido se refere são os diálogos entre Moro e procuradores da Operação Lava Jato no período em que o ministro ainda era juiz. As conversas foram reveladas pelo The Intercept e, segundo o site, mostram que Moro orientou a atuação da força-tarefa do Ministério Público.
Desde que os diálogos foram revelados, Moro e os procuradores têm negado que houve orientação e afirmado que houve invasão criminosa dos celulares.
"É criminosa a tentativa de envolver o PT num caso em que é Moro que tem de explicar e em que o maior implicado é filiado ao DEM", diz o partido em um trecho da nota.
A pessoa a quem se refere o PT é Walter Delgatti Neto, apontado como o hacker que invadiu os celulares de Moro. De acordo com o site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ele é filiado ao DEM em Araraquara (SP) e está com a filiação em situação regular.
Íntegra
Leia a íntegra da nota do PT:
Nota do PT: inquérito de Moro é mais uma armação contra o PT
O PT sempre foi alvo desse tipo de farsa, como ocorreu na véspera da eleição presidencial de 1989, quando a PF vestiu camisetas do partido nos sequestradores do empresário Abílio Diniz antes de apresentá-los à imprensa.
O ministro Sergio Moro, responsável pela farsa judicial contra o ex-presidente Lula, comanda agora um inquérito da Polícia Federal com o claro objetivo de produzir mais uma armação contra o PT.
As investigações da PF sobre as pessoas presas em São Paulo confirmam a autenticidade das conversas ilegais e escandalosas que Moro tentou desqualificar nas últimas semanas.
Acuado, o ex-juiz repete seus conhecidos métodos: prisões espetaculares e vazamentos direcionados contra seus adversários. É criminosa a tentativa de envolver o PT num caso em que é Moro que tem de explicar e em que o maior implicado é filiado ao DEM.
O PT sempre foi alvo desse tipo de farsa, como ocorreu na véspera da eleição presidencial de 1989, quando a polícia vestiu camisetas do partido nos sequestradores do empresário Abílio Diniz antes de apresentá-los à imprensa.
O PT tomará as medidas judiciais cabíveis contra os agentes e os responsáveis por mais esta farsa. Quem deve explicações ao país e à Justiça é Sergio Moro, não quem denuncia seus crimes.
Brasília, 24 de julho de 2019
Gleisi Hoffmann, presidenta nacional do PT
Paulo Pimenta, líder do PT na Câmara dos Deputados
Humberto Costa, líder do PT no Senado Federal
G1
Portal Santo André em Foco
O ministro da Justiça, Sérgio Moro, manifestou-se na tarde desta quarta-feira (24) em uma rede social para parabenizar o trabalho dos policiais e procuradores da República envolvidos na Operação Spoofing, que na véspera prendeu quatro suspeitos de envolvimento na invasão de celulares de autoridades. O próprio Moro foi um dos alvos dos supostos hackers.
Na mensagem, o ministro também elogiou a atuação da Justiça Federal, que expediu os mandados de prisão contra os investigados e de busca e apreensão de provas em endereços ligados aos quatro presos.
Deflagrada nesta terça (23), a Operação Spoofing foi autorizada pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília. Segundo definição da PF, spoofing é o termo em inglês que define a "falsificação tecnológica que procura enganar uma rede ou uma pessoa fazendo-a acreditar que a fonte de uma informação é confiável quando, na realidade, não é".
De acordo com Sérgio Moro, os suspeitos de fazer parte do "grupo hacker" são pessoas com antecedentes criminais "envolvidas em várias espécies de crimes".
Em outro trecho da mensagem publicada na internet, Moro afirmou que os suspeitos presos são "a fonte de confiança daqueles que divulgaram as supostas mensagens obtidas pelo crime".
"Parabenizo a Polícia Federal pela investigação do grupo de hackers, assim como o MPF e a Justiça Federal. Pessoas com antecedentes criminais, envolvidas em várias espécies de crimes. Elas, a fonte de confiança daqueles que divulgaram as supostas mensagens obtidas pelo crime", declarou Moro na rede social.
Sem citar nomes, o ministro se referiu ao fato de o site The Intercept Brasil ter atribuído a fontes o material que tem embasado uma série de reportagens que relatam conversas entre o ministro da Justiça e procuradores da República à época em que ele conduzia os processos da Lava Jato na Justiça Federal do Paraná.
Desde o dia 9 de junho, o Intercept vem publicando diálogos que atribui a Moro e procuradores da Lava Jato. As conversas mostrariam, segundo o site, que Moro não teria tido um comportamento isento como juiz da Lava Jato. O Intercept afirmou, desde o início, que recebeu esses diálogos de uma fonte anônima.
Posteriormente, o jornal Folha de S.Paulo e a revista Veja passaram a trabalhar em parceria com o Intercept na revelação dos supostos diálogos.
Em nota divulgada após Moro se manifestar na rede social, o Intercept classificou de "ataque à liberdade de imprensa" o que chamou de "tentativa de ligar supostos hackers ao site" (leia ao final desta reportagem notas divulgadas por veículos que publicaram reportagens com base no material obtido pelo The Intercept).
Em outra mensagem publicada na sequência, o ministro da Justiça destacou que, por meio da decisão de Vallisney de Souza Oliveira, ele ficou sabendo que os investigadores apontaram que foram disparadas 5.616 ligações aos alvos das invasões de celulares com o mesmo modus operandi.
Ao concluir a mensagem, Moro ressaltou que o celular dele só recebeu três ligações, fato que ele classificou de "preocupante".
Mais tarde, em uma apresentação à imprensa realizada em Brasília para dar esclarecimentos sobre a Operação Spoofing, os investigadores da Polícia Federal informaram que já têm condições de afirmar, com base na apuração prévia, que aproximadamente 1 mil diferentes números telefônicos foram alvo do mesmo modus operandi usado para supostamente invadir o celular de Sérgio Moro.
"Algumas constatações que já foram possíveis em relação ao que vínhamos analisando previamente e estão aparentemente se confirmando neste momento. Nós estamos estimando aproximadamente mil números telefônicos diferentes foram alvos deste mesmo modus operandi por esta quadrilha", observou o coordenador-geral de Inteligência da Polícia Federal, delegado Vianey Xavier Filho.
>>> Leia a íntegra das notas divulgadas por veículos que publicaram reportagens com base no material obtido pelo The Intercept:
The Intercept Brasil
O Intercept Brasil, assim como a melhor imprensa mundial, não comenta assuntos relacionados à identidade de suas fontes anônimas.
O sigilo de fonte é um direito garantido pela Constituição Federal brasileira de 1988.
A tentativa de ligar supostos hackers ao Intercept Brasil é mais uma etapa dos constantes ataques aos quais nossa redação tem sido submetida desde que iniciou a publicar a série "As mensagens secretas da Lava Jato". Trata-se de um claro ataque à liberdade de imprensa.
A operação deflagrada pela polícia federal não muda o fato de que a Constituição Federal garante o direito do Intercept de publicar suas reportagens e manter o sigilo da fonte, mesmo direito garantido para toda a imprensa brasileira.
O Intercept Brasil vê com preocupação as conclusões precipitadas do ministro Sergio Moro sobre uma investigação que sequer teve seu inquérito concluído. Esperamos que a polícia federal, comandada por Moro, tenha autonomia para conduzir uma investigação isenta, investigação essa que interessa diretamente ao ministro Moro.
O Intercept Brasil continuará exercendo seu trabalho com o rigor jornalístico que sempre pautou sua redação, firme em seu compromisso com o interesse público e com as premissas do bom jornalismo investigativo.
'Folha de S.Paulo'
A Folha teve acesso ao pacote de mensagens atribuídas aos procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato e ao então juiz Sergio Moro e obtidas pelo site The Intercept Brasil. O site permitiu que o jornal analisasse o seu acervo, que diz ter recebido de uma fonte anônima.
A Folha não detectou nenhum indício de que ele possa ter sido adulterado. O jornal já publicou cinco reportagens decorrentes deste acesso. A Folha não comete ato ilícito para obter informações, nem pede que ato ilícito seja cometido neste sentido; pode, no entanto, publicar informações que foram fruto de ato ilícito se houver interesse público no material apurado.
'Veja'
No dia 7 de junho, VEJA estabeleceu uma parceria com o The Intercept Brasil com o objetivo de analisar tecnicamente e jornalisticamente o material obtido pelo site. Nas tratativas, o jornalista Glenn Greenwald afirmou que o material lhe foi repassado por uma fonte anônima.
Dadas as garantias constitucionais de sigilo da fonte, não temos informação sobre quem seria tal pessoa ou como ela obteve o conjunto de diálogos. Realizamos uma análise da autenticidade das mensagens, que comprovou a veracidade delas, e a partir de um criterioso trabalho e em nome do interesse público, decidimos publicar as reportagens sobre a conduta do ex-juiz Sergio Moro.
Isso porque as mensagens mostraram claras violações ao devido processo legal, pedra fundamental do Estado de Direito.
G1
Portal Santo André em Foco
A investigadores da Operação Spoofing, Walter Delgatti Neto, o “Vermelho”, preso nesta terça-feira, 23, por suspeita de hackear centenas de autoridades, afirmou ter dado ao jornalista Glenn Greenwald acesso a informações capturadas do aplicativo Telegram.
A defesa do jornalista, fundador do site The Intercept Brasil, disse, em nota, que “não comenta assuntos relacionados à identidade de suas fontes anônimas”.
A Polícia Federal tem indícios de que os quatro suspeitos presos são os mesmos que acessaram conversas trocadas pelo Telegram de altas autoridades dos Três Poderes, entre elas o ministro da Justiça, Sérgio Moro; procuradores da Lava Jato; o ministro da Economia, Paulo Guedes; e a líder do governo Bolsonaro no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP). As provas foram encontradas em perícias, buscas e apreensões e baseadas em depoimentos dos presos realizados nesta terça.
O The Intercept Brasil tem divulgado desde 9 de junho mensagens trocadas entre Moro e procuradores da Lava Jato, relativas ao período em que ele era juiz do caso em Curitiba. O site sustenta que recebeu o conteúdo de fonte anônima. A informação de que Walter “Vermelho” relatou ter contato com Greenwald foi confirmada ao Estado por duas altas fontes da operação. Segundo elas, o hacker disse conhecer o jornalista. A reportagem não conseguiu confirmar se presencialmente ou se eles teriam tido apenas contato virtual.
Os investigadores tratam o relato com cautela, uma vez que o hacker é apontado como estelionatário. Razão pela qual tudo o que ele informar será investigado, especialmente a partir da quebra dos sigilos bancário, fiscal e telemático do grupo, autorizada pelo juiz Vallisney Oliveira, da 10.ª Vara Federal de Brasília.
Essas informações poderão revelar com quem os suspeitos conversaram nos últimos meses e a origem do dinheiro atribuído a dois deles – o casal Gustavo Henrique Elias Santos e Suellen Priscila de Oliveira movimentou R$ 627 mil em dois períodos no ano passado e neste ano. Uma das linhas de investigação apura se eles venderam os dados e com qual motivação.
O casal e, ainda, Danilo Cristiano Marques, também foram presos. Todos os suspeitos são do interior de São Paulo. Do grupo, além de Walter “Vermelho”, Gustavo Santos confirmou que teve acesso às mensagens interceptadas de autoridades e outras pessoas a partir do computador de “Vermelho”.
O defensor de Gustavo Santos, Ariovaldo Moreira, disse que ele afirmou em depoimento que, ao tomar conhecimento das mensagens, alertou o colega de que ele poderia ter problemas. Segundo o advogado, seu cliente relatou também que “Vermelho” tinha interesse em vender os dados para o PT. Em nota, o partido criticou Moro e afirmou se tratar de “criminosa tentativa” de envolver a sigla no caso.
‘Fonte de confiança’. Em seu perfil no Twitter, Moro escreveu nesta quarta-feira, 24, que “pessoas com antecedentes criminais” são a “fonte de confiança daqueles que divulgaram as supostas mensagens obtidas por crime”. O ministro não citou nomes, mas, ao apontar “pessoas com antecedentes criminais”, se referiu ao grupo preso na Operação Spoofing. Walter “Vermelho”, que mora em Araraquara, interior paulista, acumula processos por estelionato, falsificação de documentos e furto.
O ministro também registrou que, ao autorizar a prisão dos suspeitos, o juiz informa que 5.616 ligações foram efetuadas pelo grupo com o mesmo modus operandi e suspeitas, portanto, de serem hackeamentos. “Meu terminal só recebeu três. Preocupante”, postou.
Nesta quarta, os diretores do The Intercept Brasil, Leandro Demori e Glenn Greenwald, rebateram, também no Twitter. “Está cada vez mais claro: Moro virou político em busca de um foro privilegiado”, disse Demori. “Nunca falamos sobre a fonte. Essa acusação de que esses supostos criminosos presos agora são nossa fonte fica por sua conta. Não surpreende vindo de quem não respeita o sistema acusatório e se acha acima do bem e do mal. Em um país sério, o investigado seria você”, escreveu Demori em resposta a Moro.
Greenwald afirmou na rede social que o ministro “está tentando cinicamente explorar essas prisões para lançar dúvidas sobre a autenticidade do material jornalístico”. “Mas a evidência que refuta sua tática é muito grande para que isso funcione para qualquer pessoa”, escreveu. Em nota, o The Intercept disse que a investigação “não muda o fato de que a Constituição garante o sigilo da fonte”.
Estadão
Portal Santo André em Foco
Quando esteve em Vitória da Conquista, na Bahia , há dois dias para inaugurar o Aeroporto Glauber Rocha , o presidente Jair Bolsonaro vestiu um chapéu de cangaceiro em busca da simpatia da população local após declarações controversas sobre governadores do Nordeste. O acessório, no entanto, não foi o único usado por ele durante a viagem. Por baixo do terno, segundo confirmaram ao GLOBO duas fontes do alto escalão, Bolsonaro usava um colete à prova de balas. O evento ocorreu cercado de expectativa de protestos. O Palácio do Planalto tem orientado o presidente a usar a peça durante eventos com multidão.
Além da inauguração do aeroporto no interior da Bahia, Bolsonaro fez uso da proteção na semana passada, quando participou do evento que marcou o Dia Nacional do Futebol, no Ministério da Cidadania .
O uso do colete à prova de balas, no entanto, não está ligado a um aumento de risco da vida do presidente, de acordo com integrantes do Palácio do Planalto. O equipamento está sempre à disposição e, embora os principais auxiliares e agentes da segurança pessoal defendam o uso frequente, a decisão final tem sido sempre de Bolsonaro.
A resistência de Bolsonaro com o colete à prova de balas vem desde a campanha eleitoral. Na ocasião, ele relatava receber ameaças de morte frequentes, mas, segundo seus assessores, reclamava também do incômodo da peça: quente e pesada. Em algumas atividades, ele recorria à proteção, mas em outras dispensava o acessório. No dia em que foi atacado com uma faca por Adélio dos Santos Bispo em Juiz de Fora (MG), no dia 6 de setembro, ele estava sem o colete. No dia da posse, ao desfilar em carro aberto pela Esplanada dos Ministérios, ele usou.
Um outro integrante do Planalto explicou que o colete é usado em locais onde há multidões, mas também em eventos com poucas pessoas, mas que o trajeto a ser percorrido pelo comboio presidencial exija uma exposição do presidente a locais não controlados. A análise de risco é feita pela Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial, subordinada ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
Peça vai ficar de lado em Manaus
Nesta quinta-feira, por exemplo, o equipamento de segurança deve ser deixado de lado durante visita a Manaus por se tratar de uma agenda avaliada como de menor risco. Na ocasião, ele participará da primeira reunião do Conselho de Administração da Superintendência da Zona Franca de Manaus.
Na Bahia, o colete foi usado pelo presidente porque não seria possível precisar o número de pessoas no evento, justificou um auxiliar. Antes de desembarcar em Vitória da Conquista, Bolsonaro publicou no Twitter que o governador Rui Costa (PT) não havia autorizado a presença da Polícia Militar para "a nossa segurança".
Mais tarde, o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, disse que a segurança pessoal do presidente não foi colocada em risco em nenhum momento, uma vez que atuaram integrantes do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Forças Armadas. Ele justificou que a PM atuaria na segurança de área, ou seja, no entorno de onde ocorreu o evento.
Procurado, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) informou que não comenta medidas de segurança para o presidente, o vice-presidente, Hamilton Mourão, e seus familiares.
Globo Esporte
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Em um depoimento de mais de quatro horas à Polícia Federal (PF) no âmbito da Operação Spoofing, o DJ Gustavo Henrique Elias Santos disse nesta quarta-feira que, segundo o amigo Walter Delgatti Neto, as mensagens capturadas de aplicativos do ministro da Justiça, Sergio Moro, e outras autoridades, seriam vendidas para o PT. Santos não soube dizer, no entanto, se o negócio foi concretizado e nem se houve tratativas entre Delgatti e emissários do partido.
— Ele (Walter) falou (para o Gustavo) : "Minha ideia é vender para o Partido dos Trabalhadores" — disse o advogado Ariovaldo Moreira, numa entrevista depois dos depoimentos de Santos e da mulher dele Suelen Priscila de Oliveira. — Se ele vendeu, se ele não vendeu, se ele entregou esse material gratuitamente para alguém, isso não sabemos.
Em nota, divulgada no fim da noite de quarta-feita, o PT afirmou que o inquérito que apura a invasão do celular do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro se tornou uma armação contra o partido. O texto afirma ainda, que as investigações da PF “confirmam a autenticidade das conversas ilegais e escandalosas que Moro tentou desqualificar nas últimas semanas.”
"É criminosa a tentativa de envolver o PT num caso em que é Moro que tem de explicar e em que o maior implicado é filiado ao DEM", diz outro trecho da nota do PT.
O advogado Ariovaldo disse que Gustavo não sabe dizer que se foi o próprio Walter que invadiu os celulares para obter as mensagens:
— Meu cliente diz que ele apresentou isso a ele. Mas se foi o Walter que invadiu, eu não tenho essa informação.
O advogado disse que os dois são amigos há muitos anos, mas haviam se distanciado. De acordo com ele, Walter apresentou as mensagens de Moro como uma forma de se reaproximar.
Santos, Delgatti, Suelen e Danilo Cristiano de Oliveira foram presos nesta terça-feira sob a acusação de invadir aplicativos de Moro e outras autoridades. Ao todo, o grupo teria atacado mil celulares. O advogado disse ainda que, segundo Santos, Delgatti era afinado com as ideias do PT. Moreira não soube explicar, no entanto, como Delgatti teria afinidade com o PT se é filiado ao DEM desde 2007.
— O delegado questionou isso, mas o Gustavo não soube responder. O que o Gustavo saber é que o Walter tem uma certa afinidade com o Partido dos Trabalhadores.
O depoimento de Santos reforça a suspeita de que foi Delgatti quem invadiu os aplicativos de Moro e outros. O DJ disse que não teve qualquer envolvimento na invasão. Ele teria apenas sido informado do ataque. Delgatti teria repassado a ele, em pelo menos três oportunidades, mensagens hackeadas. O DJ disse que até alertou o amigo sobre os riscos aos quais ele estava se expondo. As mensagens com o alerta estariam no celular de Santos, cujo acesso foi franqueado à polícia.
Num rápido depoimento, Suelen negou qualquer envolvimento com o caso. Ela disse também que a conta dela, mencionada num relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), era operada por Santos. O DJ disse que movimentou aproximadamente R$ 200 mil nos últimos meses. O dinheiro seria fruto de negócios dele com bitcoin, o que, de acordo com Ariovaldo, pode ser provado.
— Ele mesmo explicou que fazia aplicações em bitcoin, esse tipo de moeda virtual. Depositava o dinheiro, sacava o dinheiro — disse o advogado. — Ele deu início a essa negociação de moeda virtual há muitos anos. E nós vamos fazer prova disso.
O Globo
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