Os Estados Unidos impuseram sanções econômicas a dez pessoas –inclusive três enteados de Nicolás Maduro– ligadas ao governo da Venezuela.
Com isso, elas perdem acesso ao sistema bancário.
Os dez são acusados de formar uma quadrilha para superfaturar contratos com o governo em troca de propinas.
Isso teria acontecido com construção de casas, alimentação subsidiada e até mesmo compra de ouro de garimpeiros, de acordo com a Secretaria do Tesouro dos EUA, o órgão que impôs as sanções.
O homem acusado de ser líder da quadrilha é um colombiano, Alex Nain Saab Moran, que ficou conhecido com um dos seus sobrenomes, Saab.
Casas populares
Saab começou a aproveitar suas relações relações com o regime de Maduro em 2009. Ele pagava propina para autoridades do governo e, assim, ganhava contratos que superfaturava.
Ele tinha um sócio, e os dois criaram uma companhia naquele para concorrer em licitações para construção de casas.
Eles venceram um primeiro certame para construir 25 mil residências. De acordo com os EUA, receberam o triplo do valor do custo.
Em 2011, Saab deu a três enteados de Maduro (Walter, Yosser e Yoswal Gavidia Flores) e um primo deles um contrato de terraplanagem em um local onde seriam construídas casas.
A relação de Saab com os quatro foi essencial para conseguir contratos superfaturados com o governo, de acordo com o Tesouro dos EUA –os parentes de Maduro tinham acesso frequente ao líder e aos seus auxiliares mais próximos, de acordo com os EUA e também receberam propina.
Comida subsidiada
O governo venezuelano criou, em 2016, um programa para vender comida subsidiada para os mais pobres. O nome em espanhol é Comités Locales de Abastecimiento y Producción (Clap).
O Clap, segundo os EUA, serviu para beneficiar aliados e punir adversários políticos.
Saab comprava comida de um distribuidor estrangeiro. Ele empacotava os alimentos fora da Venezuela e depois enviava os mantimentos ao país com uma alta taxa de lucro.
Ele fez isso com empresas que ele mesmo controlava diretamente ou com seus familiares.
Para conseguir operacionalizar esse esquema, ele também pagava propina, incluindo para um governador de estado e um ministro, dizem os EUA.
“A rede corrupta que controla o programa Clap permitiu que Maduro e sua família roubassem o povo venezuelano. Eles usaram comida como uma forma de controle social para beneficiar os seus apoiadores e punir os oponente, enquanto embolsavam centenas de milhões de dólares por meio de esquemas fraudulentos”, afirmou Steven Mnuchin, secretário de Tesouro dos EUA.
Acusado era atravessador no mercado de ouro
Em 2018, o governo da Venezuela tinha pouca moeda forte (como dólares ou euros), e começou a usar ouro para pagar contratos.
Saab assinou um contrato com um banco estatal de desenvolvimento. Ele passou a comprar outro de garimpeiros locais –o governo os pressionava a fazer isso.
Parte do ouro era refinado e revendido ao Banco Central da Venezuela e depois exportado aos Emirados Árabes e à Turquia.
Saab tinha uma empresa na Turquia, onde ele comprava bens em nome de clientes venezuelanos e os revendia com lucro.
G1
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