Mai 06, 2025
Arimatea

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A mercadoria que garante o ganha-pão de Guilherme Nogueira fica todos os dias, de segunda a sexta-feira, espalhada pelo chão de uma calçada na rua Uruguaiana, no centro da cidade do Rio de Janeiro. O jovem, de 28 anos, tinha um emprego formal, com carteira assinada até 2020.

Com a chegada da pandemia de covid-19, ele foi demitido e, desde então, tem que se virar como pode, para garantir o seu sustento e o de seu filho. Atualmente, vende mochilas que ficam expostas em uma lona para pessoas que transitam pela movimentada rua carioca.

“Tem dia que vende, tem dia que não vende. Tem dia que vende cinco, oito mochilas. Em outros, vende duas. É difícil, os guardas [municipais] querem pegar [apreender] as mochilas”, lamenta Guilherme.

A perda do emprego também o envolveu em uma situação que atinge hoje 66 milhões de brasileiros, segundo dados da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL): o jovem não consegue pagar suas contas.

Sem uma fonte de renda estável, Guilherme não consegue saldar suas dívidas com o cartão de crédito. “Eu não tinha condições de pagar o banco. Fiz um cartão de crédito e não tinha dinheiro na hora pra pagar. Tenho dívidas com cartão de dois bancos”, conta. “Não tenho nenhum plano para conseguir pagar isso. Está difícil”.

A inadimplência, ou seja, as contas ou dívidas em atraso, atinge, segundo o CNDL, quatro entre dez brasileiros adultos.

O número de dívidas em atraso no Brasil, em abril deste ano, cresceu 18,42% em relação ao mesmo período do ano passado. A dívida com os bancos é, segundo o CNDL, o principal motivo da inadimplência: 63,8% do total.

E, assim como Guilherme, em média os brasileiros inadimplentes devem a duas empresas. Quase metade dos brasileiros na faixa etária a qual pertence o vendedor ambulante (25 a 29 anos) estão na inadimplência.

Mas não são apenas os jovens que enfrentam o problema, nem os bancos são a única fonte das dívidas difíceis de pagar. Seu José Raimundo, de 67 anos, também é autônomo. Trabalha há anos como engraxate, a poucos metros de onde Guilherme vende suas mochilas.

E assim como o colega vendedor, foi muito impactado pela pandemia. Ainda sem conseguir contar com uma aposentadoria – ele deu entrada no Benefício Assistencial ao Idoso, mas ainda não recebeu o aval da Previdência Social para receber o dinheiro – ele perdeu grande parte da clientela que usava seus serviços antes da covid-19.

“Só por causa da pandemia, fiquei quase dois anos em casa. Depois fiquei doente, sem poder fazer nada. Fiquei três anos e pouco sem trabalhar. E aí foi atrasando tudo. Minha mulher sozinha pagando tudo: água, luz, telefone. O que eu mais atrasei foi a conta de água. Na hora que sair o benefício [da Previdência], eu vou conversar com a concessionária e parcelar. Não quero ficar devendo nada a ninguém. Não tenho essa índole de mau pagador”, conta o engraxate que retomou recentemente seu ofício.

Três em quatro idosos com 65 a 84 anos estão com dívidas em atraso no país. Água e luz respondem por 11,1% das inadimplências, percentual parecido com o do comércio, que representa 11,6% das dívidas não pagas.

E a inadimplência não poupa nem quem tem emprego formal. Alessandro Gonçalves tem 30 anos e trabalha como porteiro em um prédio comercial no centro da cidade do Rio.

Todo mês, ele precisa fazer malabarismos para garantir que seu dinheiro supra suas necessidades diárias. E isso envolve atrasar o pagamento de algumas contas. “É aquela dificuldade rotineira. Você tem uma conta pra pagar e não consegue. Chega no final do mês, pega o dinheiro pra pagar a conta e não consegue. O salário nosso, a gente faz uma conta e, quando chega no final do mês, não dá pra pagar. E aí a gente tem que atrasar as contas”.

Renda
Segundo Merula Borges, especialista em finanças da CNDL, a perda de renda é um dos motivos que levam as pessoas à inadimplência.

“Na pesquisa, quando as pessoas foram perguntadas sobre o motivo de elas terem entrado na inadimplência, elas disseram que tiveram perda de renda ou de si próprios, ou de alguém da família”, afirma Merula. “Isso é natural já que, quando a renda é menor, o espaço que os itens básicos ocupam no orçamento familiar é maior e as pessoas têm menos possibilidade de lidar com algum imprevisto que aconteça”.

Segundo a especialista, quem tem renda menor também precisa de mais disciplina financeira para evitar a inadimplência.

“Existe, sim, uma possibilidade de as pessoas se manterem adimplentes, apesar da renda mais baixa, mas é muito mais difícil. Então, o foco daquele que tem uma renda menor precisa ser em melhorar a qualificação, procurar cursos gratuitos, possibilidades de melhorar a própria renda para entrar em uma situação um pouco mais confortável”.

Merula diz que são necessárias políticas públicas que ajudem os brasileiros a saírem dessa situação de inadimplência. O governo federal prepara um programa, chamado Desenrola, que pretende renegociar até R$ 50 bilhões em dívidas de 37 milhões de pessoas físicas.

A política está sendo preparada pelo Ministério da Fazenda, que, em resposta à Agência Brasil, afirmou que “não se manifesta sobre medidas em elaboração”.

Agência Brasil
Portal Santo André em Foco

O número de refugiados que entram no Brasil por ano saltou de 3 para 5.800 em quatro décadas, segundo dados da Agência da ONU para Refugiados (Acnur) que consideram o período entre 1985 e 2022. Nos últimos dez anos, o país registrou um aumento de 3.415% no número de entradas por ano. Entre os países com mais solicitantes aceitos no Brasil estão Venezuela, Cuba e Síria.

Em 2022, os principais motivos para os pedidos de refúgio foram violação de direitos humanos, criminalização de opiniões políticas e perseguição por grupo social ou religião. Segundo a Acnur, Turquia, Colômbia e Uganda são os países que mais acolhem refugiados no mundo.

O Brasil não aparece entre os principais países que abrigam essas pessoas. O país acolhe mais de 65 mil refugiados — em comparação a 3,8 milhões na Turquia e 1,8 milhão na Colômbia, por exemplo.

Processo de refúgio
A lei brasileira entende como pessoa refugiada aquela que "por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas encontre-se fora de seu país de nacionalidade e não possa ou não queira acolher-se à proteção de tal país", além daquelas que sofreram algum tipo de grave violação de direitos humanos.

Segundo o coordenador de estatística do ObMigra (Observatório das Migrações Internacionais), Tadeu de Oliveira, o Brasil estabelece procedimentos para determinar o status do refugiado. Em situações de pedidos de refúgio, o Brasil é obrigado a acolher a solicitação e depois analisar o caso. Enquanto isso, um documento provisório é emitido, o que permite à pessoa ficar no país e receber uma autorização para trabalhar.

Ao iniciar o processo, o refugiado deve ter um fundado temor para provar que a vida está em risco. Se o pedido for rejeitado, a pessoa poderá ser acolhida por outro mecanismo que não seja o de refúgio. Caso não se enquadre em nenhuma outra situação, o solicitante poderá ser deportado.

Para Oliveira, ainda faltam políticas públicas para o acolhimento de refugiados. Não existem órgãos oficiais que possam ajudar com questões relacionadas ao idioma, à moradia ou ao emprego, por exemplo. O especialista ainda comentou sobre a falta de preparo em áreas como saúde e educação para receber essas pessoas.

Refugiados no Brasil
Diferentemente de muitos países, o Brasil não tem um campo para refugiados. Contudo, em 2018 o governo federal criou uma operação para garantir o atendimento humanitário aos venezuelanos em Roraima, principal local de entrada no país.

Segundo a Polícia Federal, de 2017 até junho de 2022, mais de 763 mil venezuelanos entraram no país e 301 mil solicitaram regularização migratória. Com a crise na Venezuela, milhares de pessoas se arriscam ilegalmente para entrar no Brasil. Para Tadeu de Oliveira, o desconhecimento da Lei de Migração brasileira pode ser um dos motivos que levam os refugiados a não procurarem o processo de regularização.

Dados do Observatório das Migrações Internacionais mostram que, em 2021, Acre, Amazonas, Roraima, São Paulo e o Distrito Federal foram as unidades federativas com maior número de concessões de solicitações de reconhecimento da condição de refugiado.

Oliveira ainda explicou que não existe um prazo para o refugiado ficar no Brasil. Em casos de refúgio por conflitos, por exemplo, mesmo que a ONU declare o fim da guerra, dificilmente a pessoa é obrigada a voltar para o país de origem.

R7
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva será o anfitrião de um encontro com outros 10 presidentes dos países da América do Sul, na próxima terça-feira (30), no Palácio do Itamaraty, em Brasília. Os chefes de Estado de Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Suriname, Uruguai e Venezuela confirmaram presença.

A única ausência em nível presidencial é o Peru, cuja presidente, Dina Boluarte, não poderá vir ao encontro em função impedimentos legais internos do país. O Peru vive uma grave crise política desde a destituição do agora ex-presidente Pedro Castillo, no fim do ano passado. Em seu lugar, virá o presidente do conselho de ministros do país, Alberto Otárola, uma espécie de primeiro-ministro. A Guiana Francesa não participa porque é um território ultramarino da França.

A reunião já havia sido anunciada no início do mês pelo governo. Um encontro desse porte não ocorre há, pelo menos, sete anos. “O principal objetivo desse encontro é retomar o diálogo com os países sul-americanos, que ficou muito truncado nos últimos anos, e é uma prioridade do governo Lula. Temos consciência que há diferença de visão e diferenças ideológicas entre os países, mas ele [Lula] quer reativar esse diálogo a partir de denominadores comuns com os países”, explicou a embaixadora Gisela Padovan, secretária de América Latina e Caribe do Ministério das Relações Exteriores (MRE). Gisela conversou com a imprensa durante coletiva nesta sexta-feira (26), quando apresentou considerações gerais sobre a cúpula.

Embora o governo brasileiro evite apontar uma proposta específica, há a expectativa de que os presidentes discutam formas mais concretas de ampliar a integração, incluindo a possibilidade de criação ou reestruturação de um mecanismo sul-americano de cooperação, que reúna todas as nações da região. Atualmente, não existe nenhum bloco com essas características.

A União das Nações Sul-americanas (Unasul), criada em 2008, no segundo mandato do presidente Lula, foi se desintegrando ao longo do tempo, em meio a mudanças de governos em diversos países, e agora reúne apenas sete deles: Venezuela, Bolívia, Guiana, Suriname, Peru, além de Argentina e Brasil], que voltaram ao grupo recentemente. O Brasil também voltou a integrar a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) este ano, mas o bloco é mais amplo que as fronteiras sul-americanas.

“Como vocês sabem, nos últimos anos, houve uma espécie de fragmentação nessa concertação puramente sul-americana. O propósito dessa iniciativa é unir, de novo, a região com a totalidade de seus países”, enfatizou a embaixadora. Segundo ela, temas como saúde, mudanças climáticas, inflação alta e preço dos alimentos, volta da pobreza e da fome tornam ainda mais relevante uma ação mais coordenada entre os países da América do Sul.

"Retiro" informal
A metodologia da reunião prevê, em primeiro lugar, o encontro de pontos comuns a partir das posições presidenciais, bem como a condução de uma agenda que já poderia ser iniciada mais rapidamente. Nessa agenda está, por exemplo, o combate ao crime organizado, projetos de infraestrutura, meio ambiente e mudanças climáticas, entre outros. Por causa disso, o formato da cúpula será o menos protocolar possível.

O convite enviado aos países vizinhos chegou a falar em uma espécie de “retiro” de presidentes para aprofundar o diálogo. Serão duas sessões. Na manhã de terça, cada chefe de Estado fará um pronunciamento, com tema livre. Depois disso, eles almoçam. À tarde, eles retomam a conversa para um diálogo informal, “numa sessão de trabalho mais livre e descontraída”, segundo descreveu Gisela.

Os presidentes que permanecerem em Brasília na noite de terça participarão de um jantar oferecido por Lula no Palácio da Alvorada, residência oficial. Nem sequer uma declaração final do encontro está prevista, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores.

O Palácio do Itamaraty ainda não confirmou as prováveis reuniões bilaterais que o presidente Lula terá com alguns dos seus homólogos presentes na cúpula, mas elas podem ocorrer já na segunda-feira (29), quando as delegações começam a chegar em Brasília.

Agência Brasil
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O governador João Azevêdo recebeu, nesta sexta-feira (26), em João Pessoa, representantes do Banco Mundial, ocasião em que discutiu o andamento do Projeto de Segurança Hídrica da Paraíba (PSHPB), onde estão sendo investidos aproximadamente US$ 127 milhões pela instituição financeira, além de US$ 80,2 milhões de contrapartida da gestão estadual.

Dentre as principiais obras envolvendo os recursos estão a adutora do Cariri, a reestruturação do sistema de esgotamento sanitário de João Pessoa, o projeto de redução de perdas pela Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa) e a implantação de 72 estações meteorológicas pela Agência Executiva de Gestão das Águas (Aesa).

O chefe do Executivo estadual ressaltou na ocasião a importância do investimento para garantir segurança hídrica no estado. “Mais de 90% dos municípios estão na região do semiárido e, por isso, é extremamente importante avançar nessa área para que possamos resolver problemas históricos, garantindo melhores condições de vida e oportunidades de emprego e renda”, frisou.

O secretário de estado da Infraestrutura e dos Recursos Hídricos, Deusdete Queiroga, destacou que 86% dos projetos previstos na parceria com o Banco Mundial estão contratados ou em fase de licitação. “Estamos em um ritmo satisfatório e toda equipe está empenhada para que as obras sejam executadas e concluídas, servindo ao povo paraibano, que é o nosso maior objetivo”, pontuou.

Também participaram da reunião David Michaud (gerente regional de Água da América Latina e Caribe do Banco Mundial) e Alfonso Alvestegui (gerente do Projeto no Banco Mundial), dentre outros técnicos da instituição financeira, além de auxiliares da gestão estadual, a exemplo de Virgiane Melo (secretária executiva da Infraestrutura e dos Recursos Hídricos); Marcus Vinícius (presidente da Cagepa); e Porfírio Loureiro (presidente da Aesa).

pb.gov
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O Congresso Nacional homenageou nesta sexta-feira (26) o Dia Nacional do Líder Comunitário, em sessão solene marcada por registros ao papel relevante das lideranças como ponte entre os anseios da comunidade e o poder político. A data é comemorada no dia 5 de maio e foi estabelecida pela Lei 11.287, de 2006. 

O senador Izalci Lucas (PSDB-DF) — autor do requerimento de homenagem (REQ 7/2023), juntamente com a senadora Leila Barros (PDT-DF) e o deputado Vitor Lippi (PSDB-SP) — disse que a sessão solene é um reconhecimento ao trabalho e à dedicação das pessoas que se voluntariam para servir à coletividade, atuando como elos entre a comunidade e o poder público.

— Sem cooperação, a sociedade é apenas um grupo de indivíduos, um número, e nada significa, a não ser para ser usado para outros interesses. Os nossos líderes comunitários entendem que, juntos, podem, com as necessidades e os direitos reconhecidos, fazer com que suas comunidades tenham o que precisam — resumiu.

Izalci sublinhou que o governo não pode estar em todos os lugares nem conhecer as condições de vida em cada rua ou cada bairro, mas as lideranças comunitárias contribuem com a cidadania mesmo trabalhando sob sérias limitações.

No mesmo sentido, o administrador regional de São Sebastião (região administrativa do Distrito Federal), Roberto Medeiros Santos, definiu o líder comunitário como “os primeiros olhos” das gestões e conhecedores dos problemas e dos sofrimentos de seus colegas moradores.

— As nossas regiões administrativas também são a terra prometida dos nossos moradores. Esses homens e mulheres [líderes comunitários] fazem a diferença porque são eles que levam o primeiro olhar, as primeiras questões, os primeiros questionamentos e as primeiras demandas para nós da administração.

Bárbara Roriz, neta do governador Joaquim Roriz (1936-2018), lembrou que seu avô teve a consciência de que ninguém consegue governar sozinho e que era necessário ouvir o que o povo tinha a dizer. Em sua opinião, os líderes comunitários eram a “luz” do governador para enxergar seu povo e ajudar a transformar a cidade.

— De um lado, os líderes comunitários representando um coletivo, trazendo todas as necessidades, dores e amores de quem eles representam; do outro lado, aquele que pode fazer por aquele povo. É sobre essa troca, a importância dessa aliança a ser zelada, com carinho e respeito, com esse olhar carinhoso a ver as semelhanças entre os nossos, e não as diferenças. É sobre essa força que nos une em fazer o bem.

A deputada Erika Kokay (PT-DF) relatou as oportunidades em que viu ações dos líderes comunitários para “construir um presente melhor ou um futuro mais alvissareiro”, inclusive enfrentando a truculência do Estado para preservar o direito à moradia.

— Líder comunitário tem a coragem como coisa de nascença. Quando se estabelece a sua liderança, ela vem tecida com a coragem, mas tecida com a esperança, tecida com a própria fé.

O deputado distrital Rogério Morro da Cruz (sem partido) também registrou a importância das lideranças comunitárias ao chamar atenção do Estado para as carências dos grupos que representam.

Discursaram ainda Natanry Osório, presidente do Conselho Comunitário do Lago Sul; Ilço Firmino, presidente da Associação Nacional dos Líderes Comunitários; Karl Max Enock, líder comunitário e chefe de cozinha; e Mestre Gilvan Andrade, presidente do Instituto Brasileiro de Capoterapia.

Fundo constitucional
Ao abrir os trabalhos e saudar as lideranças comunitárias, Izalci criticou a possibilidade de congelamento do Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF), acrescentado ao projeto do arcabouço fiscal (PLP 93/2023) por emenda da Câmara. Ele chamou a emenda de “diabólica” e prometeu empenhar-se para que o Senado modifique o texto.

— Estamos vivendo um momento difícil, no qual precisamos reafirmar a nossa importância de capital, que alguns insistem em não aceitar, mesmo depois de 63 anos de sua fundação e de ficar comprovado que foi a partir de Brasília que o Brasil se modernizou e se desenvolveu. Brasília é o nosso maior patrimônio, e não abriremos mão daquilo que conquistamos, que é o fundo constitucional — concluiu.

O deputado Professor Paulo Fernando (Republicanos-DF) também fez duras críticas à retirada de recursos do Distrito Federal, salientando que toda a bancada distrital na Câmara votou contra esse “ato grosseiro”.

— Foram 50 anos em 5 com Juscelino Kubitschek, e, em 5 minutos aqui, querem destruir tudo — protestou.

Agência Senado
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A Câmara dos Deputados pode votar na próxima semana o marco temporal de demarcação de terras indígenas (PL 490/07) e a medida provisória que trata da estrutura do governo Lula (MP 1154/23). A pauta oficial do Plenário ainda não foi divulgada, mas o presidente da Câmara, Arthur Lira, já anunciou que a análise do marco temporal deve ocorrer na terça-feira (30).

Por 324 votos a favor e 131 contra, a Câmara aprovou o regime de urgência para o projeto do marco temporal, que determina que só serão demarcadas as terras indígenas tradicionalmente ocupadas por esses povos em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição.

O relator da proposta, deputado Arthur Oliveira Maia (União-BA), defendeu a aprovação do texto. Uma nova versão ainda será negociada com os líderes partidários.

“É inaceitável que ainda prevaleça a insegurança jurídica e que pessoas de má-fé se utilizem de autodeclarações como indígena para tomar de maneira espúria a propriedade alheia, constituída na forma da lei, de boa-fé e de acordo com o que estabelece a Constituição brasileira”, disse o relator.

A urgência foi aprovada sob protesto das bancadas do Psol, da Rede, do PT, do PCdoB e do PV. A deputada Célia Xakriabá (Psol-MG) afirmou que a Câmara não deveria analisar a questão antes da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o tema.

“O PL 490/07 quer transformar em lei a tese do marco temporal, que está prestes a ser julgada no STF. E ainda há 14 projetos de lei de retrocesso apensados a ele, abrindo os territórios dos povos indígenas de isolamento voluntário”, criticou.

O julgamento do STF sobre o marco temporal está marcado para o dia 7 de junho. Os ministros vão decidir se a promulgação da Constituição Federal deve ser adotada como parâmetro para definir a ocupação tradicional da terra por indígenas. O relator da ação, ministro Edson Fachin, votou contra a tese do marco temporal.

Estrutura do governo
Também há expectativa de votação da Medida Provisória 1154/23, que define a estrutura dos ministérios que compõem o governo Lula. A proposta precisa ser votada pela Câmara e pelo Senado até a próxima quinta (1º) ou perderá a validade.

A comissão mista aprovou na quarta-feira (24) o parecer do relator da MP, deputado Isnaldo Bulhões Jr. (MDB-AL), que alterou principalmente a estrutura dos ministérios do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas.

Pelo texto aprovado na comissão, o Ministério da Justiça e Segurança Pública voltará a responder pelo reconhecimento e pela demarcação de terras indígenas, retirando atribuições do Ministério dos Povos Indígenas.

Já o Ministério do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas deixará de ser responsável pelo Cadastro Ambiental Rural (CAR), que estará vinculado ao Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos; e pelos sistemas de saneamento básico, resíduos sólidos e recursos hídricos, que vão para o Ministério das Cidades.

Isnaldo Bulhões avaliou que o Ministério da Justiça deve continuar sendo o responsável pelo reconhecimento à demarcação das terras e dos territórios indígenas “à luz do princípio constitucional da eficiência administrativa e da continuidade das políticas destinadas aos povos indígenas”.

Sobre as alterações no Ministério do Meio Ambiente, o relator afirmou que o objetivo também é promover a eficiência da gestão pública.

“Considerando que tal cadastro, de forma simples, é um registro público eletrônico nacional, obrigatório para todos os imóveis rurais, que tem finalidade de integrar as informações ambientais das propriedades e posses rurais, materialmente, entendemos oportuno e relevante que tal competência seja exercida pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos”, opinou.

As alterações foram criticadas por governistas, que já falaram que poderão ir ao STF contra as mudanças. Em audiência na Câmara dos Deputados, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, defendeu que o Plenário da Câmara mantenha o texto original da MP.

Para a ministra, se o Congresso retomar a estrutura do governo passado, será uma sinalização ruim para o mundo e serão fechadas as janelas de oportunidades para a transição para um país da sustentabilidade, inclusive podendo prejudicar acordo comercial entre Mercosul e União Europeia.

Agência Câmara
Portal Santo André em Foco

Em menos de 48 horas após a instalação da CPI dos Atos Golpistas, a comissão recebeu 48 pedidos de quebra de sigilo.

A CPI dos Atos Golpistas foi instalada na quinta-feira (25). Inicialmente, a comissão foi articulada por parlamentares que fazem oposição ao governo Lula.

Após divulgação de imagens do general Gonçalves Dias – então ministro do Gabinete de Segurança Institucional – interagindo com invasores no Planalto, o governo percebeu que a CPI era inevitável e passou a apoiar a criação.

Dentre os pedidos de quebra de sigilo estão acesso bancário, fiscal, telefônico e telemático (reunião de todos os dados contidos em dispositivos eletrônicos, como celulares). É com a quebra deste sigilo que é possível acessar as mensagens contidas em aplicativos de conversas, por exemplo.

As solicitações de quebra de sigilo foram feitas, em sua maioria, pelo PT e PDT, partidos que compõem a base do governo. O PSDB fez dois pedidos.

Os requerimentos ainda precisam ser aprovados pelo plenário da CPI. As reuniões para votar requerimentos vão começar na semana que vem.

Houve pedidos para quebras de sigilo de:

  • Jair Bolsonaro, ex-presidente
  • Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro
  • Ailton Barros, ex-militar ligado a Mauro Cid
  • Gonçalves Dias, ex-ministro do GSI do governo Lula
  • José Eduardo Natale, ex-coordenador de Segurança das Instalações Presidenciais de Serviço do GSI
  • George Washington de Oliveira Sousa, um dos envolvidos na tentativa de explodir um caminhão de combustível em Brasília
  • Wellington Macedo de Souza, também envolvido na tentativa de explodir o caminhão
  • Alan Diego dos Santos Rodrigues, também envolvido no caso dos explosivos

O senador Rogério Carvalho (PT-SE), responsável pelo pedido de acesso a quebra de sigilo dos celulares de Jair Bolsonaro e Mauro Cid, justificou que é "essencial" ter posse dos dados.

"Bolsonaro valeu-se das redes sociais como instrumento de desinformação e prática de atos ilícitos. Nessa linha, é importante que tenhamos acesso a uma das ferramentas que possibilitou essas postagens: o celular do ex-presidente", afirmou o senador.

Há pedidos também para chamar Bolsonaro e Cid para depor na comissão.

Outros requerimentos
No total, a CPI recebeu até as 21h de sexta-feira (26) 396 requerimentos. Além dos de quebra de sigilo, foram:

  • 244 pedidos foram para convocação de depoentes e quatro convites
  • também foram feitos 82 requerimentos de acesso a documentos oficiais

De acordo com entendimentos do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF), testemunhas convocadas por uma CPI são obrigadas a comparecer para prestar esclarecimentos.

Já os convites não têm força coercitiva e seu cumprimento não é obrigatório. O convite também não obriga que o depoimento seja dado em condição de testemunha, quando a pessoa tem que se comprometer a falar a verdade.

Dentre as requerimentos de convocações feitos até o momento, a maior parte são de partidos da oposição do governo. Foram 169 pedidos contra 75 da base do governo.

Imagens de 8 de janeiro
Foram feitas 15 solicitações para acesso a imagens de câmeras de segurança das três sedes dos poderes da República, invadidas por golpistas em 8 de janeiro.

A oposição também apresentou requerimento para ter acesso ao circuito interno de câmeras dos palácios da Justiça e Itamaraty, sedes do Ministério da Justiça e Segurança Pública e das Relações Exteriores, respectivamente.

O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) também solicitou imagens de câmeras da Praça dos Três Poderes.

Números por partido
Entre os partidos políticos, o Partido Liberal (PL), de oposição ao governo, foi quem mais apresentou requerimentos à CPI Mista. Ao todo foram 101 pedidos.

Em seguida aparece o PSDB, com 82 protocolos registrados, todos pelo senador Izalci Lucas (PSDB-DF). Em terceiro, aparece o PDT com 50 requerimentos, todos feitos pela deputada federal Duda Salabert (PDT-MG).

Dos 64 membros da CPI Mista, 32 titulares e 32 suplentes, 41 ainda não apresentaram qualquer proposição. São 23 senadores e 18 deputados federais. Por outro lado, apenas 23 parlamentares já enviaram pedidos para a comissão.

Analisando os dados entre as casas, a Câmara dos Deputados fica a frente com 237 requerimentos protocolados contra 159 do Senado.

g1
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reuniu na noite desta sexta-feira (26) ministros e líderes do governo no Congresso para um churrasco no Palácio da Alvorada. A agenda não foi divulgada oficialmente pelo Palácio do Planalto.

O encontro acontece após uma semana de derrotas para o governo no Congresso na pauta ambiental com as mudanças na medida provisória que reestrutura a Esplanada dos Ministérios, na MP sobre proteção da Mata Atlântica e na aprovação do regime de urgência de uma proposta sobre o marco temporal de terras indígenas.

O churrasco reuniu os ministros palacianos Rui Costa (Casa Civil), Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Paulo Pimenta (Comunicação Social).

Além deles, também participaram os ministros:

  • Flávio Dino (Justiça);
  • Alexandre Silveira (Minas e Energia);
  • Luiz Marinho (Trabalho);
  • Margareth Menezes (Cultura);
  • Anielle Franco (Igualdade Racial);
  • e Carlos Fávaro (Agricultura).

Também participaram da confraternização no Alvorada os líderes do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), e na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE).

Revés no Congresso
A reunião acontece após o governo sofrer reveses no Congresso com aprovação pela comissão mista do Congresso Nacional da medida provisória (MP) que reestrutura o governo. O texto aprovado esvazia atribuições das pastas das ministras Marina Silva (Meio Ambiente) e Sônia Guajajara (Povos Indígenas).

Além dessa questão, o governo também passou por um processo de divisão no pedido da Petrobras de prospectar petróleo na bacia da Foz do Amazonas. O Ibama negou o pedido de licença da petrolífera, o que gerou reação de ministros como Alexandre Silveira.

Na manhã desta sexta-feira (26), Lula reuniu ministros no Palácio do Planalto para uma reunião para tratar da medida provisória.

Em entrevista coletiva após a reunião, o ministro Rui Costa afirmou que o governo tentará reverter as modificações feitas no texto pelo relator da MP, deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL).

Nos últimos dias, o governo também não conseguiu derrotar a oposição em outras duas votações no Congresso.

A Câmara ignorou, na quarta (24), uma decisão do Senado e retomou trechos de uma medida provisória que enfraquecem regras de proteção da Mata Atlântica.

A MP foi editada pelo governo Bolsonaro e, durante a análise na Câmara, deputados incluíram alterações na Lei da Mata Atlântica que afrouxam as regras de proteção ao bioma. No Senado, os parlamentares derrubaram os trechos.

Na quarta, no entanto, a Câmara reincluiu as propostas. Segundo especialistas, os dispositivos, na prática, facilitam o desmatamento do bioma. A proposta segue para sanção de Lula.

No mesmo dia, os deputados também aprovaram um requerimento de urgência para o projeto que dificulta a demarcação de terras indígenas, por meio da aplicação de um marco temporal.

O texto prevê que só sejam demarcadas terras consideradas "tradicionalmente ocupadas por indígenas", exigindo a presença física dos povos originários em 5 de outubro de 1988, data de promulgação da Constituição atual.

A aprovação da urgência permite a votação do texto diretamente no plenário, sem passar pelas comissões temáticas da Câmara. O mérito da proposta deve ser analisado na próxima terça-feira (30).

g1
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A Procuradoria-Geral da República defendeu que o Supremo Tribunal Federal anule a ordem para que o deputado federal cassado Deltan Dallagnol (Podemos-PR) indenize em R$ 75 mil o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo caso que ficou conhecido como "PowerPoint da Lava Jato".

O Supremo analisa recurso de Deltan e da Associação Nacional dos Procuradores da República contra decisão do Superior Tribunal de Justiça. A Quarta Turma do STJ fixou uma indenização por dano moral em março de 2022.

Os ministros do colegiado entenderam que o então procurador da Lava Jato cometeu excesso em entrevista coletiva de 2016 ao usar PowerPoint que definia Lula como chefe de organização criminosa.

O recurso de Deltan afirma que o entendimento do STJ fere decisões do STF.

Entendimento de 2019
Em seu parecer, o subprocurador-geral da República Wagner Natal Batista afirma que o recurso de Deltan deve ser acolhido porque a decisão do STJ violou julgamento do Supremo.

Em 2019, o STF decidiu que o agente público não responde diretamente a vítima por eventual dano causado no exercício da função. Os ministros entenderam que a pessoa prejudicada deve ajuizar ação contra o ente público ao qual o agente é vinculado. O ente público, por sua vez, poderá acionar o causador do dano para fins de ressarcimento

Ao STF, o subprocurador afirmou que a decisão do STJ “concluiu pela legitimidade passiva do agente público, condenando-o ao pagamento de indenização por dano moral, fazendo-o em sentido diametralmente oposto ao que restou fixado em sede de repercussão geral pelo Supremo Tribunal Federal”.

g1
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A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tomar o depoimento do senador Magno Malta (PL-ES) sobre declarações a respeito do racismo sofrido pelo jogador Vinicius Junior.

Em relação às ofensas de "macaco", ouvidas por Vini Jr. no estádio do Valencia no domingo (21), Malta disse que os defensores da causa animal têm que defender o macaco. As falas ocorreram durante sessão da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado na última terça-feira (23).

“Então, é o seguinte: cadê os defensores da causa animal que não defendem o macaco? O macaco está exposto. Vejam quanta hipocrisia! E o macaco é inteligente, está bem pertinho do homem, a única diferença é o rabo", afirmou Malta durante reunião da comissão de assuntos econômicos”.

A vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, afirmou que “os fatos são graves e demandam apuração” e que a declaração do parlamentar pode, em tese, configurar crimes resultantes de preconceito ou discriminação.

Segundo Lindôra Araújo, “o teor da mensagem do congressista tem o condão de possivelmente evidenciar o dolo [intenção] de uma conduta discriminatória e preconceituosa contra a comunidade negra”.

A PGR avalia que o depoimento é importante para definir os desdobramentos da apuração no STF.

'Revitimização'
Na argumentação de Malta, a mídia deu repercussão ao assunto para ganhar audiência.

"Revitimizando-o, porque o assunto dá Ibope para eles ganharem mais patrocinadores. É uma 'descaração' isso", afirmou.

"Ficam revitimizando o Vinicius, ao invés de colocar o menino lá em cima. Ele já fez o desabafo dele. Ele é simplesmente um gênio, ele joga hoje no Real Madrid como ele jogava no júnior do Flamengo, sem tomar conhecimento de que tem alguém em campo e tal", completou.

Segundo o senador, além de racismo, tem também inveja nos ataques contra Vini Jr. "O que fizeram é uma barbaridade, é desonesto o que fizeram, é desonesto. Naquilo que fizeram com ele, a gente leva tudo para a cor da pele, mas tem muita coisa envolvida ali: tem inveja, queria ser ele e não é", argumentou.

Conselho de Ética
Na quarta-feira (24) foram protocolados dois requerimentos de instauração de processo disciplinar contra o senador Magno Malta no Conselho de ética e Decoro Parlamentar do Senado Federal.

O primeiro foi assinado por jornalistas, ex-atletas e celebridades e diz que a fala do senador é "incompatível com o decoro parlamentar" e pede que Malta perca o mandato de senador.

Já o segundo pedido foi protocolado pelo PSOL, chama a fala de Magno Malta de "racista" e "desumana" e também pede a cassação do mandato parlamentar.

O PSOL ainda protocolou uma notícia crime contra o senador no STF.

Racismo contra Vini Jr.
Quatro homens que haviam sido detidos na Espanha na terça-feira (23) por suspeita de crime de ódio foram libertados nesta quinta-feira (25) sob fiança, informou um tribunal de Madri.

Eles são os suspeitos de terem pendurado um boneco negro enforcado com a camisa do Real Madrid com o nome de Vinícius Jr. em uma ponte na frente do centro de treinamento do clube, em janeiro na capital espanhola.

Os quatro agora responderão em liberdade pelos crimes de ódio e contra a integridade moral do jogador.

g1
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