O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve anunciar ainda nesta quinta-feira (6) um pacote de medidas para reduzir o preço dos alimentos.
Segundo o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, o anúncio será feito depois de Lula se reunir com ministros e empresários do setor, em encontro previsto para as 15h30. “Hoje, bate o martelo”, disse Fávaro a jornalistas.
Na manhã desta quinta, ministros se reuniram para debater medidas que serão levadas a Lula. O encontro durou cerca de três horas e, segundo Fávaro, foi uma reunião “preparatória”.
Também participaram da reunião o ministro Sidônio Palmeira (Secretaria de Comunicação), Rui Costa (Casa Civil), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar), além do presidente da Conab, Edegar Pretto, e do secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan.
A agenda com o setor produtivo às 15h30 será no Palácio do Planalto, “para que Lula também fale com os representantes”, justificou Fávaro. Inicialmente, a reunião seria no Ministério da Agricultura.
Alta dos preços de alimentos
O custo da comida tem preocupado o presidente da República, mas, por enquanto, o governo federal não apresentou nenhuma medida para conter a alta — embora o Executivo estude algumas iniciativas para frear o aumento, como a redução da alíquota de importação de alguns itens.
No início de fevereiro, Lula havia sugerido que as pessoas deixem de comprar os alimentos que estão caros como forma de forçar os produtos a terem redução de preço.
“Uma das coisas mais importantes para que a gente possa controlar o preço é o próprio povo. Se você vai no supermercado e você desconfia que tal produto está caro, você não compra. Ora, se todo mundo tiver essa consciência e não comprar aquilo que acha que está caro, quem está vendendo vai ter que baixar para vender, senão vai estragar”, declarou Lula no mês passado.
A crise ocorre em meio à inflação resistente dos produtos, observada em 2024, e deve persistir neste ano. Os alimentos e bebidas foram os itens que mais impactaram no índice em dezembro último, afetando principalmente as famílias de baixa renda.
Entenda
Desde o início do ano, o Executivo estuda medidas para frear o aumento no prelo dos alimentos, tendo como alternativa a redução da alíquota de importação de alguns itens.
O grupo de alimentação e bebidas respondeu por um terço da alta da inflação de 2024, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Os preços dos alimentos subiram 7,69%, enquanto a inflação cresceu 4,83%. O aumento da carne chegou a 20,84%, a maior alta desde 2019.
Soma-se ao contexto o excesso de chuva em algumas das regiões produtoras no início do ano, o que afeta a oferta de hortifrútis, e o aumento do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre os combustíveis, além do reajuste do diesel. Esses fatores pressionam a inflação.
Segundo o presidente, além das questões climáticas, a alta nos preços é influenciada pela subida do dólar e commodities. “Obviamente não consegue controlar do dia para noite, mas pode ter certeza que nós vamos trazer o preço para baixo e as coisas vão ficar acessíveis”, disse, em fevereiro.
R7
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