Abril 15, 2025

Trump eleva tarifa contra a China para 125%, e anuncia redução nas taxas a outros países

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na tarde desta quarta-feira (9) que aumentará para 125% a tarifa sobre a importação de produtos da China. A medida tem efeito imediato.

"Com base na falta de respeito que a China demonstrou aos mercados mundiais, estou, por meio deste, aumentando a tarifa cobrada da China pelos Estados Unidos da América para 125%, com efeito imediato", escreveu Trump em sua rede social.

O republicano disse esperar que, "em um futuro próximo, a China perceba que os dias de exploração dos EUA e de outros países não são mais sustentáveis ou aceitáveis".

Na mesma publicação, o líder norte-americano anunciou que irá reduzir para 10% as taxas recíprocas a outros países, pelo prazo de 90 dias. Ele se referiu à decisão como uma "pausa" no tarifaço detalhado na quarta-feira da semana passada (2), que resultou na escalada da guerra comercial global.

"Autorizei uma pausa de 90 dias e uma tarifa recíproca substancialmente reduzida durante esse período, de 10%, também com efeito imediato", escreveu Trump.

O republicano afirmou que a decisão teve como base o fato de que mais de 75 países convocaram representantes dos EUA, incluindo os Departamentos de Comércio, Tesouro e USTR (agência do governo para o comércio exterior), para negociar uma solução ao tarifaço.

"Esses países não retaliaram de forma alguma contra os EUA", acrescentou.

Entenda como a tarifa sobre a China chegou a 125%:

  • No início de fevereiro, os EUA aplicaram uma taxa extra de 10% sobre as importações vindas da China, que se somou à tarifa de 10% que já era cobrada do país, chegando a 20%;
  • Na quarta-feira da semana passada, dia 2 de abril, Trump anunciou seu plano de "tarifas recíprocas" que incluía uma taxa extra de 34% à China, elevando a alíquota sobre os produtos do país asiático a 54%;
  • Após a retaliação chinesa que também impôs tarifas de 34% sobre os EUA, a Casa Branca confirmou mais 50% em taxas sobre as importações chinesas, deixando a tarifa sobre o país no patamar de 104%.
  • Com o anúncio de que a China irá elevar a 84% as taxas sobre os produtos norte-americanos, Trump decidiu subir para 125% a tarifa contra os asiáticos, na mais nova ofensiva.

Veja a íntegra do que publicou Donald Trump:

Com base na falta de respeito que a China demonstrou aos mercados mundiais, estou, por meio deste, aumentando a tarifa cobrada da China pelos Estados Unidos da América para 125%, com efeito imediato. Em algum momento, esperançosamente em um futuro próximo, a China perceberá que os dias de exploração dos EUA e de outros países não são mais sustentáveis ou aceitáveis. Por outro lado, e com base no fato de que mais de 75 países convocaram representantes dos Estados Unidos, incluindo os Departamentos de Comércio, Tesouro e USTR, para negociar uma solução para os assuntos em discussão relativos a Comércio, Barreiras Comerciais, Tarifas, Manipulação Cambial e Tarifas Não Monetárias, e que esses países não retaliaram de forma alguma contra os Estados Unidos, por minha forte sugestão, autorizei uma PAUSA de 90 dias e uma Tarifa Recíproca substancialmente reduzida durante esse período, de 10%, também com efeito imediato. Obrigado pela sua atenção a este assunto!

A guerra tarifária entre os gigantes mundiais
A nova decisão de Trump vem na esteira das reações chinesas às tarifas impostas pelos EUA. Nesta quarta, os asiáticos anunciaram taxas de 84% sobre os produtos importados dos norte-americanos, com previsão de que a medida passe a valer nesta quinta (10).

O contra-ataque chinês veio em resposta à taxa de 104% aplicada pelos EUA — medida que entrou em vigor já nesta quarta. Esse é mais um capítulo da escalada da guerra comercial entre as duas potências mundiais, que se intensificou na última semana.

Entenda, ponto a ponto, o embate:

  • Na quarta-feira passada (2), Trump detalhou a tabela de tarifas cobradas de mais de 180 países e regiões, com taxas vão de 10% a 50%.
  • As taxas menores passaram a valer já no último sábado (5). As maiores, que visam atingir países com os quais os EUA têm déficit comercial, seriam cobradas a partir de hoje.
  • A China foi um dos países atingidos — e com uma das maiores taxas, de 34%. Essa alíquota se somou aos 20% que já eram cobrados em tarifas sobre os produtos chineses anteriormente.
  • Como resposta ao "tarifaço", o governo chinês impôs, na sexta passada (4), tarifas extras de também 34% sobre todas as importações americanas.
  • Os EUA decidiram, então, aumentar a aposta. Trump deu um prazo até as 13h (horário de Brasília) desta terça-feira (8) para o país asiático retirar as tarifas, ou seria ou seria taxado em mais 50%, levando o total das tarifas a 104%.
  • A China não recuou e ainda afirmou que estava preparada para "revidar até o fim".

Reflexos nos mercados
Apesar da nova ofensiva contra os chineses, o recuo de Trump em relação ao tarifaço fez o humor dos mercados mudar completamente.

Os principais índices dos EUA passaram a disparar, com ganhos que chegavam a 10% por volta das 15h40 desta quarta. Veja abaixo o desempenho:

  • Dow Jones avançava 6,91%, aos 40.247,50;
  • S&P 500 avançava 7,97%, aos 5.380,12;
  • Nasdaq avançava 10,33%, aos 16.845,15.

Os mesmos índices tinham despencado na última semana, chegando a derreter até 10%. Um dia após o detalhamento do tarifaço, por exemplo, as bolsas norte-americanas registraram as maiores quedas em um único dia desde 2020 — ano em que o planeta enfrentava a pandemia de Covid-19.

Bolsas da Ásia e da Europa também despencaram em consequência da guerra comercial. Aqui no Brasil, o dólar disparou nos últimos dias e se tornou a terceira moeda que mais perdeu valor contra o dólar desde o tarifaço. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores, acumulou quedas.

O cenário, no entanto, se inverteu também nos mercados brasileiros após o anúncio de Trump de que irá pausar a aplicação geral de tarifas.

O dólar passou a cair e, perto das 16h, acumulava perdas de 2,28%, a R$ 5,86. Enquanto isso, o Ibovespa disparava 3,39%, aos 128.130 pontos.

g1
Portal Santo André em Foco

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