Novembro 28, 2024

Congresso Nacional homenageia 75 anos do Estado de Israel

O Congresso Nacional promoveu nesta segunda-feira (15) uma sessão solene para celebrar os 75 anos de criação do Estado de Israel. O país declarou sua independência em 14 de maio de 1948, cerca de três anos após o fim da Segunda Guerra Mundial, quando 6 milhões de judeus foram mortos. A homenagem foi convocada pelo presidente do Senado e do Congresso, Rodrigo Pacheco, em atendimento a proposta do senador Carlos Viana (Podemos-MG) e de seu filho, deputado Samuel Viana (PL/MG).

Presidente da sessão, Carlos Viana elogiou as conquistas do povo israelense desde sua fundação. 

— Desde 70 depois de Cristo, quando derrotados pelos exércitos romanos, os judeus não possuíam uma terra da qual fossem soberanos. [Hoje] é um dos países mais bem sucedidos da modernidade. É um estado multicultural, em que todos os cidadãos gozam dos mesmos direitos políticos e civis. Tenho grande admiração e enorme carinho pelo povo judeu —, disse Viana, que é presidente do Grupo Parlamentar Brasil-Israel, instalado em fevereiro.

O senador Alan Rick (União-AC) afirmou que é dever do Brasil reafirmar a existência de Israel e o estabelecimento da paz por meio do diálogo, referindo-se aos conflitos que o país possui com nações árabes vizinhas desde a sua fundação. Rick também agradeceu as contribuições que Israel deu a Brumadinho (MG) em 2019, no resgate de vítimas da barragem da Mina Córrego do Feijão, da Vale, e ao Acre, na pandemia de covid-19.

 — Israel não perdeu tempo, enviou 130 militares a Brumadinho (...) E a Embaixada de Israel enviou mais de 5 mil itens que nos ajudaram [na pandemia, no estado do Acre]. Naquele momento havia escassez de máscara, álcool em gel — disse Rick.

A cooperação entre os dois países também foi comentada pelo embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zohar Zonshine. O diplomata sugeriu como o Senado e o Congresso Nacional podem auxiliar na aproximação entre as duas nações.

— [Israel é] um país que forneceu para o mundo inovações como o pen drive, técnica de irrigação a gotejamento, muitas outras coisas. Esta Casa pode ajudar na ratificação de acordos, defender Israel quando necessitar de ajuda, criar ambiente positivo para fazer negócio — disse Zonshine.

O deputado Padovani (União-PR), o adido de Agricultura de Israel no Brasil, Ari Fischer, e o presidente da Confederação Nacional das Câmaras de Comércio Brasil-Israel, Ricardo Scheinkman, apresentaram dados sobre o comércio bilateral com o Brasil. Segundo eles, a maior parte dos negócios são relativos à defesa nacional, mas o intercâmbio tecnológico na agricultura — setor preponderante na indústria israelense — também é visto com atenção em razão do potencial produtivo e de combate à fome.

— Nos últimos anos, a gente saiu de uma balança entre Brasil e Israel de US$ 1,5 bilhão e chegou a US$ 4 bilhões. Nos próximos anos, nós queremos chegar a US$ 10 bilhões. Eu tenho certeza de que, com o Senado, com o Congresso Nacional, nós conseguiremos chegar a esses valores — disse Scheinkman.

Participantes da homenagem afirmaram que o passado de discriminação sofrido pelo povo judeu ainda permanece. Para o presidente da organização StandWithUs Brasil, André Lajst, negar a existência do Estado de Israel é uma nova forma de antissemitismo. Sobre a Palestina, ele disse que o povo não possui um Estado porque seus líderes têm a intenção de construir um país no lugar de Israel, "ao passo que o Estado de Israel sempre buscou a paz na região".

— Nós estendemos nossa mão a todos estes vizinhos e seus povos, numa oferta de paz e boa vizinhança e apelamos a eles para o estabelecimento de laço de cooperação e ajuda mútua com o soberano povo judeu — disse Lajst.

História
A deputada Cristiane Lopes (União-RO) citou a história do surgimento do povo hebreu, constante no livro da Torá, que corresponde aos primeiros cinco livros do Pentateuco no Antigo Testamento da Bíblia cristã.

— Ouviu-se o chamado de Deus por intermédio de Abraão. A Bíblia mostra o crescimento de seus descendentes. Tantos anos se passaram, escravizados [no antigo império egípcio], libertos e enfim reconhecidos como uma grande nação, com momentos de grandeza e sofrimento — disse Cristiane.

ONU
A declaração de independência do Estado de Israel, em 1948, marcou a nova fundação do país, como resultado de um plano de partilha elaborado pela recém-criada Organização das Nações Unidas (ONU). Ficou definida a separação de um território para o Estado de Israel e outro para a Palestina. Na ocasião, o brasileiro Oswaldo Aranha, que chefiava a delegação brasileira, presidiu a assembleia geral que aprovou a partilha e atuou para que fosse acatada.

Menos de 24 horas depois da formalização da independência, os exércitos de Egito, Jordânia, Síria, Líbano e Iraque invadiram Israel. Na chamada Guerra de Independência, Israel expulsou os invasores em batalhas intermitentes por um período de cerca de 15 meses. No entanto, os multifacetados conflitos com os países árabes ainda perduram.

Agência Senado
Portal Santo André em Foco

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