O líder da federação Psol-Rede, deputado Guilherme Boulos (Psol-SP), disse que a prioridade da bancada neste ano será ajudar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a combater as desigualdades sociais. “O País voltou ao mapa da fome, índice de desemprego alto, queda da renda do trabalhador, então a prioridade, enquanto bancada, é levar a agenda do País para os mais pobres, para a ampliação de direitos, para a esquerda”, disse.
Ele citou, como exemplo, o debate de reforma tributária em curso no Congresso Nacional. “Nós temos que simplificar tributos, mas temos que fazer que tenha uma justiça tributária no País, que os bilionários paguem mais, grandes fortunas, lucros e dividendos, ou seja, reduzir a tributação dos mais pobres e da classe média, que já pagam muito, e ampliar para aqueles que têm demais e pagam muito pouco”, exemplificou o deputado.
No que se refere ao debate do combate à fome, Boulos citou, como prioridade, o Projeto de Lei 491/23, de sua autoria, que institui o Programa Cozinha Solidária, para distribuição de alimentação gratuita à população em situação de rua, como política pública emergencial de combate à fome no Brasil. Além disso, citou como prioridade a aprovação da medida provisória que cria o novo programa do Minha Casa, Minha Vida (MP 1162/23). “São esses temas que o Congresso têm que discutir, não os retrocessos que Bolsonaro pautou na Casa nos últimos quatro anos”, destacou.
Polarização
Boulos considera a polarização política como parte da discussão democrática, mas defendeu o combate à intolerância e à violência. “Ter posições diferentes, um embate leal, correto, duro às vezes, é parte da democracia, o que não pode é ter intolerância e violência e temos que coibir isso aqui na Casa”, afirmou.
Para ele, a polarização política é resultado da dinâmica da própria sociedade brasileira: “Um país que tem o nível de desigualdade que a gente tem, que é o terceiro maior produtor de alimentos do mundo e tem 33 milhões de pessoas com fome, não dá para achar que o clima político aqui vai ser o da Suécia, o da Noruega, o da Dinamarca”, avaliou.
“O problema não é a polarização, mas quando ela descamba para violência e a intolerância, que é o tom que o bolsonarismo impôs nos últimos anos: falar em golpe, atacar a democracia, querer tratar opositor na bala, é isso que não pode”, concluiu.
Perfil
Guilherme Boulos exerce o primeiro mandato na Câmara dos Deputados. Ele foi o deputado federal mais votado no estado de São Paulo, com 1.001.472 votos. Assumiu uma posição na equipe de transição do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, participando do grupo de trabalho sobre habitação e cidades.
Boulos também já foi o candidato do Psol à Presidência da República em 2018 e à Prefeitura de São Paulo em 2020, tendo sido derrotado nas duas disputas.
Líder partidário
O líder partidário é o deputado escolhido pela bancada para representar os interesses da legenda na Câmara: orientar votações, participar do colégio de líderes, indicar os integrantes das comissões.
Agência Câmara
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