Fevereiro 09, 2025
Arimatea

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Com gols de Luciano e Calleri, ambos no segundo tempo, o São Paulo bateu o Goiás em casa, nesta terça, no jogo de ida das oitavas de final da Copa do Brasil, e abriu uma vantagem confortável no confronto. Foi uma partida em que os donos da casa jogaram praticamente todo o tempo no ataque, mas com dificuldade de furar a retranca goiana – o que só conseguiu na etapa final. O Goiás jogou com dez jogadores desde os 34 minutos do primeiro, com a expulsão de Marcão.

Como fica
A vantagem é boa para o São Paulo. O time pode até perder por um gol de diferença na volta, em Goiânia, na semana que vem, que avança para as quartas. O Goiás precisa vencer por dois gols de diferença para levar a decisão para os pênaltis, ou por pelo menos três para se classificar direto.

O primeiro tempo
Foram 45 minutos em que o São Paulo tentou furar o bloqueio do Goiás, sem muito sucesso. Os visitantes formaram um sistema defensivo robusto no Morumbis e deixaram a bola com os donos da casa. Chegaram até a assustar, num gol de Thiago Galhardo corretamente anulado por impedimento. Aos 34 minutos, Marcão dividiu com Luciano e acertou o rosto do rival. O árbitro Jonathan Pinheiro primeiro deu cartão amarelo, mas depois, acionado pelo VAR, expulsou o volante. O jogo ficou mais nervoso, com muitas reclamações, mas o São Paulo continuou sem conseguir vazar o Goiás – Calleri quase fez, mas David Braz salvou em cima da linha.

O segundo tempo
O técnico Luis Zubeldía mexeu no time no intervalo para aproveitar a vantagem de ter um homem a mais em campo. Tirou Bobadilla e colocou Erick em campo. A troca deu resultado rápido: Erick recebeu na direita e cruzou para Calleri. Tadeu defendeu a primeira, mas não evitou que Luciano marcasse no rebote. O São Paulo continuou em cima, praticamente sem ser incomodado. Calleri fez outro, mas estava impedido. No fim, fez o que valeu. Luiz Gustavo bateu de fora da área, e dessa vez o camisa 9 foi quem pegou o rebote para marcar o 2 a 0.

Próximos jogos
O São Paulo volta a campo no sábado, 21h30, contra o Flamengo, em casa, pelo Brasileirão. O Goiás joga domingo, pela Série B, contra o Novorizontino, fora de casa, pela Série B. O duelo de volta das oitavas da Copa do Brasil entre São Paulo e Goiás será no dia 8, em Goiânia, às 20h.

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O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Luís Roberto Barroso, disse nesta terça-feira (30) que em algumas decisões polêmicas da Corte houve uma atuação mais “controvertida” - e elas atrapalharam o combate da corrupção no país.

O posicionamento foi dado durante um evento do ciclo de conferências da Academia Brasileira de Letras (ABL) na sede da organização no Rio de Janeiro (RJ). Ao palestrar sobre a “Justiça”, o magistrado citou casos em que o Supremo voltou atrás, o que para ele gera problemas porque pode eternizar os processos por eles prescreverem, e, assim, não é possível prestar satisfação social a respeito da situação.

”O Supremo anulou o processo contra um dirigente de empresa estatal que tinha desviado alguns milhões porque as alegações finais foram apresentadas pelos réus colaboradores e pelos réus não colaboradores na mesma data, sem que isso tivesse trazido nenhum prejuízo. Também acho que atrapalhou o enfrentamento à corrupção”, argumentou citando a Operação Lava Jato, o afastamento do senador Aécio Neves (PSDB) do cargo e a anulação da sentença por causa de depoimentos de delatores.

Barroso diz que as suas posições nos casos não predominaram, porém, o fato dele discordar não o impele a tratar com desrespeito a posição das pessoas que pensam diferente. O jurista foi um dos principais defensores da Lava Jato no STF.

Antes, o presidente da Corte destacou decisões que concorda e considera como acertadas, como a equiparação do crime de homofobia ao de racismo, o reconhecimento da união homoafetiva, a permissão do aborto quando o feto é anencéfalo e a liberação de pesquisas com células-tronco embrionárias.

”A importância de um tribunal não pode ser aferida em pesquisa de opinião pública, porque existem na sociedade interesses conflitantes e sempre haverá queixas e insatisfações”, disse o ministro.

R7 com Estadão Conteúdo
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou nesta terça-feira (30) que pode ser candidato nas eleições presidenciais de 2026, quando estará com 81 anos. O petista admitiu que o debate sobre uma eventual reeleição é “complicado”, mas não descartou o desejo de participar da corrida eleitoral novamente, ”se estiver com saúde”. Seria a sétima eleição presidencial de Lula — ele se elegeu deputado federal em 1986 e disputou os pleitos gerais de 1989, 1994, 1998, 2002, 2006 e 2022.

Ao ser questionado sobre eventual disputa por um quarto mandato, o presidente afirmou não saber ainda a resposta. “A reeleição é uma coisa mais complicada, porque uma pessoa pode mentir para todo mundo, mas não pode mentir para si mesmo. A única possibilidade que eu tenho dito de voltar a concorrer a uma eleição é se ficar claro que a extrema-direita pode querer voltar neste país. E aí, sinceramente, se eu tiver com saúde, eu não vou deixar”, declarou, em entrevista à TV Centro América.

Não foi a primeira vez que Lula expressou a vontade de se reeleger. Em junho, em entrevista a uma rádio, o petista afirmou que pode se candidatar à reeleição em 2026 para não permitir que o Brasil seja governado por um “fascista” ou um “negacionista”.

“Se for necessário ser candidato para evitar que os trogloditas que governaram esse país voltem a governar, pode ficar certo que meus 80 anos virarão 40, e virarei candidato”, comentou à época, ao acrescentar que a possibilidade não é “a primeira hipótese”. “Vamos ter que pensar muito. Eu sei que vou estar com 80 anos, vou ter que medir meu estado de saúde, qual minha resistência física, porque quero ter responsabilidade com o Brasil. Tem muita gente boa para ser candidato, eu não preciso ser candidato”, completou.

Relação com agronegócio
Na entrevista desta terça (30), Lula destacou o último Plano Safra lançado pelo governo federal, com investimentos recordes de R$ 400,59 bilhões, e afirmou que o fato de parte do setor agrícola achar que os recursos não são suficientes não gera descontentamento do grupo com o Executivo.

Ao afirmar que os governos do PT foram os que mais investiram no agronegócio, o presidente declarou ter certeza de que “a maioria dos empresários gostaram” da iniciativa. “A gente vai dar o que a gente pode. Eu não tenho só agricultura para atender. Eu tenho muitas outras coisas para atender neste país. Eu tenho educação, eu tenho saúde para atender, eu tenho segurança pública, então é preciso que as pessoas compreendam, inclusive com juros, em grande parte subsidiadas, não é pouca coisa. Em qualquer país do mundo seria um grande investimento”, acrescentou.

Venezuela
Lula se pronunciou, nesta terça (30), pela primeira vez sobre as eleições na Venezuela, ocorridas no último domingo (28). O petista declarou que não há nada “grave” nem “anormal” no processo eleitoral venezuelano e pediu que o CNE (Conselho Nacional Eleitoral), órgão venezuelano responsável pelas eleições, publique as atas com as informações das urnas. O governo brasileiro ainda não reconheceu a vitória contestada de Nicolás Maduro. A oposição da Venezuela não aceita o resultado proclamada e diz que houve fraude.

“Não tem nada de grave, não tem nada assustador. Eu vejo a imprensa brasileira tratando como se fosse a Terceira Guerra Mundial. Não tem nada de anormal. Teve uma eleição, teve uma pessoa que diz que teve 51%, teve outra pessoa que diz que teve 40 e pouco por cento. Um concorda, o outro não. Entra na Justiça e a Justiça faz”, declarou.

O governo brasileiro pediu ao CNE a publicação dos dados das urnas — o que ainda não foi feito. A Venezuela, assim como o Brasil, usa urnas eletrônicas. Além de pedir a apresentação das informações, Lula defendeu a existência de divergências no país vizinho.

“Tem uma briga, como que vai resolver essa briga? Apresenta a ata. Se a ata tiver dúvida entre a oposição e a situação, a oposição entra com recurso e vai esperar na Justiça tomar o processo, e aí vai ter uma decisão, que a gente tem que acatar. Eu estou convencido de que é um processo normal, tranquilo. O que precisa é que as pessoas que não concordam tem o direito de se expressar e provar que não concordam e o governo tem o direito de provar que está certo. Na hora que tiver apresentado as atas e for consagrada que a ata é verdadeira, todos nós temos a obrigação de reconhecer o resultado eleitoral na Venezuela”, defendeu Lula.

R7
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Um dia antes de visitar o Mato Grosso do Sul para avaliar o trabalho de combate a incêndios e o Mato Grosso para acompanhar entregas conectadas à infraestrutura e ao setor habitacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu no Palácio do Planalto nesta terça-feira, 30 de julho, uma equipe da TV Centro América, da Rede Matogrossense de Comunicação.

Temos quase cinco milhões de propriedades brasileiras com menos de 100 hectares. Nelas se produz praticamente 80% do alimento que vai à mesa do brasileiro. Temos que tratar o agronegócio com respeito, porque além de ele produzir coisas importantes, exporta muito. E temos que valorizar o pequeno e o médio proprietário rural porque eles estão cuidando da comida que vai na panela da nossa casa"
Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República

Na conversa com a jornalista Eunice Ramos, Lula afirmou que o Governo Federal atua intensamente para combater incêndios, desmatamento e garimpo ilegal. Ressaltou que haverá investimentos para fortalecer a construção de ferrovias no país para apoiar a logística da produção agrícola. Enfatizou que é preciso apoiar cada vez mais os pequenos e médios produtores e, ao ser indagado sobre o papel do país no processo de transição energética, resumiu: “A transição energética é uma oportunidade para o Brasil se transformar no celeiro do mundo em produção de energia renovável”.

» Confira a íntegra da entrevista do presidente Lula

Lula sobrevoa nesta quarta-feira (31), na região de Corumbá (MS), áreas atingidas pelo fogo e, depois, participa em Cuiabá (MT) da inauguração da modernização de quatro aeroportos do estado e da entrega de mil unidades do Minha Casa, Minha Vida.

Confira algumas das principais respostas do presidente:
INCÊNDIOS NO PANTANAL – Estamos vivendo a maior seca dos últimos 70 anos na região. E, mais importante, a umidade relativa do ar foi a 12%. Ou seja, você tem muito calor, pouca chuva e muita secura. Nós temos lá quase 800 pessoas trabalhando. Sete aviões, sete helicópteros, 15 embarcações, 140 automotores, temos 45 frentes de trabalho contra o incêndio. São 482 pessoas do ICMBio, 51 da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, 40 bombeiros militares, Força Nacional e outros. Os proprietários estão ajudando também, tem muito empresário contribuindo, colocando máquina.

POLÍTICA NACIONAL DE MANEJO INTEGRADO DO FOGO - A Marina (Marina Silva, ministra do Meio Ambiente) tem colocado que vou sancionar uma lei para discutir a questão do fogo, que está desde o governo da Dilma no Congresso Nacional e esteve engavetada durante muito tempo. Agora, na nossa volta, a gente fez essa lei, que foi aprovada, e vou sancionar, que é para dar possibilidade para cuidar melhor, de forma preventiva, da questão dos incêndios. É uma coisa nova, eu quero ir lá para ver de perto o que está acontecendo, porque essa lei vai permitir que a gente consiga discutir, no Orçamento da União, dinheiro preventivamente para a gente evitar que as coisas aconteçam. E aí teríamos que ter um acordo com os prefeitos, nós teríamos que ter um acordo com os fazendeiros, porque é preciso que todo mundo cuide.

DESMATAMENTO – Fizemos um pacto com todos os governadores do Norte. Estiveram aqui governadores, prefeitos das cidades que têm maior incidência de fogo. Para dar uma notícia nova a vocês, acabei de falar com o Fávaro (Carlos Fávaro, ministro da Agricultura e Pecuária). Crescemos mais seis mercados novos. Ou seja, já fomos agora para 166 novos mercados para produtos brasileiros. E, grande parte deles, produtos agrícolas. Isso significa que os empresários que trabalham no campo, do agro, sabem que quanto melhor a gente cuidar a terra, quanto melhor cuidar do desmatamento, quanto melhor a gente não poluir a água, mais valor terão os produtos que o Brasil exporta, porque o mundo está exigente. E eu acho isso bom. E eu acho que isso vai preparando, politizando os nossos empresários para saber que é melhor cuidar, é melhor evitar desastre climático, é melhor manter os rios com água, é melhor manter a floresta em pé do que a gente desmatar.

GARIMPO ILEGAL – O território brasileiro é muito grande. Quando a gente fala de Roraima, está falando de um espaço maior do que Portugal. A gente consegue destruir um monte de coisas: já destruiu helicóptero, avião, barco, tudo que a gente já destruiu e eles voltam na semana seguinte. É uma coisa sem trégua. A gente está fortalecendo a Polícia Federal. Criamos uma base da Polícia Federal na região da Amazônia, que é para que a gente possa cuidar disso com prioridade. Porque não é só combater o garimpo, é combater o crime organizado, o contrabando de armas, o tráfico de drogas.

TERRAS INDÍGENAS - É importante ficar claro que tem garimpo autorizado pelo governo, tem empresas garimpando. O que queremos é evitar essa ocupação nas Terras Indígenas. Isso vamos fazer. Nós montamos, inclusive, um escritório do Governo Federal em Boa Vista. Hoje temos vários ministérios com representantes oficiais lá. Porque a gente quer vigiar e visitar in loco . É quase uma guerra. Mas nós vamos vencer..

SEGURANÇA PÚBLICA – Estou convocando a reunião do Ministério da Justiça com os outros ministros que foram governadores de estado. Eu quero, com o Lewandowski (Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça), discutir a experiência dessas pessoas nos estados. A partir desse esboço, a gente vai convocar uma reunião com os 27 governadores. Porque temos que pactuar. Qual é o papel do Governo Federal? Qual é o papel do governo estadual? Onde vão entrar as Forças Armadas, onde vai entrar a Polícia Nacional, onde vai entrar a Polícia Federal? Porque tudo tem que ser combinado. A Polícia Federal não pode entrar no estado para resolver crime estadual. Queremos acertar qual será o papel.

FERROVIAS – Primeiro colocamos no PAC um certo privilégio à construção de ferrovias. Estamos para terminar a Leste-Oeste, estamos para terminar a Transnordestina, e queremos que a Leste-Oeste ligue com a Norte-Sul, para que a gente possa ter uma espécie de espinha de peixe carregando os produtos que a gente fabrica. E também a ideia de fazer um porto na região para que os produtos do Mato Grosso e do Mato Grosso Sul possam chegar mais rápido a uma barça ou a um navio para atravessar o Atlântico.

PLANO SAFRA – Foi exatamente nos governos do PT, comigo ou com a Dilma, que a gente fez o mais importante Plano Safra da história deste país para atender o agronegócio e para a agricultura familiar. As pessoas se esquecem de que em 2008 eu fiz uma medida provisória que discutiu a securitização. Foram quase R$ 500 bilhões para a agricultura brasileira. O Brasil necessita de agricultura forte e pujante. Eu tenho orgulho da nossa agricultura. Os agricultores brasileiros, sejam pequenos, grandes ou médios, nunca tiveram tanto recurso como no governo do PT.

PEQUENOS PRODUTORES – Temos quase 5 milhões de propriedades brasileiras com menos de 100 hectares. Nelas se produz praticamente 80% do alimento que vai à mesa do brasileiro. Temos que tratar o agronegócio com respeito, porque além de ele produzir coisas importantes, exporta muito. E temos que valorizar o pequeno e o médio proprietário rural porque eles estão cuidando da comida que vai na panela da sua casa.

TRANSIÇÃO ENERGÉTICA – A transição energética é uma oportunidade para o Brasil se transformar no celeiro do mundo em produção de energia renovável. O Brasil já é o país que mais tem energia renovável. Da nossa energia elétrica, 87% é renovável. E do restante da energia nós temos 50%. Enquanto o resto do mundo tem 15%. Agora, com a transição energética, com a gente tendo possibilidade de fomentar a produção de eólica, solar, biomassa, etanol, biodiesel e hidrogênio verde, o Brasil será um atrativo extraordinário para que empresas que queiram produzir com energia limpa venham para cá.

PETRÓLEO – Não vamos abandonar o petróleo. A Petrobras é uma grande empresa. Nós temos petróleo. O mundo ainda vai precisar de petróleo. Hoje temos 15% de biodiesel no óleo diesel e 30% de etanol na gasolina. O Brasil possivelmente seja o único país do mundo que poderia mitigar isso. Agora, o petróleo é uma riqueza que precisamos usar o dinheiro para criar a transição energética. E a Petrobras tem que participar disso. O mundo vai precisar de petróleo por muito tempo ainda.

Agência Gov
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se pronunciou, nesta terça-feira (30), pela primeira vez sobre as eleições na Venezuela, ocorridas no último domingo (28). O petista declarou que não há nada “grave” nem “anormal” no processo eleitoral venezuelano e pediu que o CNE (Conselho Nacional Eleitoral), órgão venezuelano responsável pelas eleições, publique as atas com as informações das urnas. O governo brasileiro ainda não reconheceu a vitória contestada de Nicolás Maduro. A oposição da Venezuela não aceita o resultado proclamada e diz que houve fraude.

“Não tem nada de grave, não tem nada assustador. Eu vejo a imprensa brasileira tratando como se fosse a Terceira Guerra Mundial. Não tem nada de anormal. Teve uma eleição, teve uma pessoa que diz que teve 51%, teve outra pessoa que diz que teve 40 e pouco por cento. Um concorda, o outro não. Entra na Justiça e a Justiça faz”, declarou Lula em entrevista à TV Centro América.

O governo brasileiro pediu ao CNE a publicação dos dados das urnas — o que ainda não foi feito. A Venezuela, assim como o Brasil, usa urnas eletrônicas. Além de pedir a apresentação das informações, Lula defendeu a existência de divergências no país vizinho.

“Tem uma briga, como que vai resolver essa briga? Apresenta a ata. Se a ata tiver dúvida entre a oposição e a situação, a oposição entra com recurso e vai esperar na Justiça tomar o processo, e aí vai ter uma decisão, que a gente tem que acatar. Eu estou convencido de que é um processo normal, tranquilo. O que precisa é que as pessoas que não concordam tem o direito de se expressar e provar que não concordam e o governo tem o direito de provar que está certo. Na hora que tiver apresentado as atas e for consagrada que a ata é verdadeira, todos nós temos a obrigação de reconhecer o resultado eleitoral na Venezuela”, defendeu Lula.

O petista também comentou a nota conjunta que o governo brasileiro estuda assinar, em defesa da publicação das atas. Ele criticou, ainda, as sanções internacionais sofridas pelo país vizinho.

“Há uma proposta que está sendo feita de que Brasil, México e Colômbia assinassem uma nota conjunta. Eu acho que não é necessária muita coisa não, porque o presidente Maduro sabe perfeitamente bem que, quanto mais transparência houver, mais chance ele terá de ter tranquilidade para governar a Venezuela. Porque nós, eu enquanto cidadão do planeta Terra, cidadão brasileiro e presidente, é preciso acabar com a ingerência externa nos outros países. A Venezuela tem o direito de construir seu modelo de crescimento, de desenvolvimento sem que haja bloqueio. Um bloqueio que mata Cuba há 70 anos, um bloqueio que penaliza o Irã, que penaliza a Venezuela. Tem que parar com isso. Cada um constrói o seu processo democrático, cada um tem seu processo eleitoral”, acrescentou.

Nota de reconhecimento
Na noite dessa segunda (29), o PT se adiantou e reconheceu a reeleição de Maduro. A legenda afirmou ter certeza de que o CNE respeitará todos os recursos que receber e reforçou a importância de Maduro manter diálogo com a oposição, na tentativa de superar os problemas que o país enfrenta. O PT também reiterou que “seguirá vigilante”.

“O PT reconheceu, a nota do partido dos trabalhadores reconhece, elogia o povo venezuelano pelas eleições pacíficas que houveram. E, ao mesmo tempo, reconhece que o colégio eleitoral, o tribunal eleitoral já reconheceu Maduro como vitorioso, mas a oposição ainda não. Então, tem um processo”, completou Lula na entrevista.

R7
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou pela primeira vez nesta terça-feira (30) sobre o impasse na eleição presidencial na Venezuela, realizada no domingo (28). Lula disse que, para "resolver a briga", é preciso que as autoridades locais apresentem as atas de votação.

A declaração foi dada em entrevista exclusiva na manhã desta terça-feira (30) no Palácio do Planalto à TV Centro América, afiliada da TV Globo em Mato Grosso.

Nas eleições venezuelanas, as atas são boletins que registram os votos em cada urna. Elas não foram devidamente apresentadas pelas autoridades daquele país. O governo da Venezuela alega falha no sistema.

O resultado oficial, apresentado pelo Comitê Nacional Eleitoral (CNE), aponta o atual presidente, Nicolás Maduro, como vencedor com 51,2% dos votos. Mas a oposição e autoridades estrangeiras apontam fraude e dizem que o vencedor foi o oposicionista Edmundo Gonzalez.

O CNE é ligado ao governo venezuelano e, na prática, é controlado por Maduro. Desde esta segunda, a oposição faz manifestações de rua na capital, Caracas (veja mais abaixo).

Lula, que, no início do mandato, era próximo a Maduro, mas depois foi se afastando, não falou nada sobre a Venezuela nem no domingo nem na segunda. A manifestação veio nesta terça, dois dias depois do início do impasse.

"É normal que tenha uma briga. Como resolve essa briga? Apresenta a ata. Se a ata tiver dúvida entre a oposição e a situação, a oposição entra com um recurso e vai esperar na Justiça o processo. E vai ter uma decisão, que a gente tem que acatar. Eu estou convencido que é um processo normal, tranquilo", afirmou o presidente.

Lula condicionou o reconhecimento do resultado à apresentação das atas.

"Na hora que tiver apresentado as atas, e for consagrado que a ata é verdadeira, todos nós temos a obrigação de reconhecer o resultado eleitoral da Venezuela', disse.

Outros países da América do Sul e importantes parceiros do Brasil — como Argentina, Chile e Uruguai — contestaram o resultado da Venezuela.

Lula começou seu mandato buscando reintegrar Maduro ao continente. O presidente venezuelano está no poder desde 2013 e vem renovando os mandatos com eleições consideradas suspeitas por observadores internacionais.

O governo brasileiro apostava em usar a interlocução de Lula com Maduro para influenciar a realização de eleições limpas. Mas Maduro radicalizou o discurso, impediu oponentes de participarem, e o governo brasileiro se afastou dele.

A estratégia da diplomacia brasileira, e de Lula, vem sendo aguardar a apresentação das atas.

"O que precisa é que as pessoas que não concordam tenham o direito de se expressar, de provar que não concordam e o governo tem o direito de provar que está certo", continuou o presidente.

Na noite desta segunda (29), o PT "furou" o silêncio de Lula e a cautela do governo e reconheceu a reeleição de Maduro. A nota é assinada pela executiva nacional do partido.

Lula comentou a nota do PT. Ele disse que não há nada "grave" nem "assustador" no processo eleitoral venezuelano.

"O PT reconheceu, a nota do partido dos trabalhadores reconhece, elogia o povo venezuelano pelas eleições pacíficas que houveram. E ao mesmo tempo ele reconhece que o colégio eleitoral, o tribunal eleitoral já reconheceu o Maduro como vitorioso, mas a oposição ainda não. Então, tem um processo. Não tem nada de grave, não tem nada de assustador. Eu vejo a impresa brasileira tratando como se fosse a Terceira Guerra Mundial. Não tem nada a de anormal. Teve uma eleição, teve uma pessoa que disse que teve 51%, teve uma pessoa que disse que teve 40 e pouco por cento. Um concorda, o outro não. Entra na Justiça e Justiça faz.

Manifestações em Caracas
Quatro pessoas morreram e outras 44 ficaram feridas durante as manifestações que tomaram ruas de diversas cidades da Venezuela desde segunda-feira (29), segundo ONGs que atuam no país.

Os manifestantes protestam contra o resultado que indicou vitória do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, após uma eleição tensa no fim de semana. A oposição e a comunidade internacional pedem a divulgação das contagens completas dos votos.

Na tarde desta terça (30), María Corina Machado e Edmundo González, da oposição, protestaram em frente à sede da Organização das Nações Unidas (ONU) em Caracas.

Segundo a ONG Pesquisa Nacional de Hospitais, que monitora a crise hospitalar e centros de saúde da Venezuela, uma das mortes ocorreu em Caracas, e as outras três, em Aragua, no centro do país.

g1
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Israel bombardeou Beirute, no Líbano, nesta terça-feira (30) em resposta a um ataque às Colinas de Golã -- ocupadas por Israel -- que matou 12 crianças e adolescentes neste fim de semana.

O alvo, segundo as Forças Armadas israelenses, era Muhsin Shukr, comandante do grupo extremista Hezbollah responsável pelo ataque às Colinas de Golã -- um território no sul da Síria ocupado por Israel desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967.

A imprensa estatal libanesa, no entanto, afirmou que uma moradora local morreu e outras sete pessoas ficaram feridas. Agentes do serviço de segurança libanês afirmaram à agência de notícias Reuters que Shukr sobreviveu ao ataque.

O bombardeio ocorreu em um reduto do Hezbollah, em um subúrbio ao sul da capital libanesa. Uma forte explosão foi ouvida, e uma nuvem de fumaça pôde ser vista subindo no local, de acordo com uma testemunha da Reuters.

Moradores locais estavam em estado de atenção havia dias pela expectativa de uma possível retaliação por parte de Israel. Os governos de Israel e dos Estados Unidos culparam o Hezbollah pelo ataque às Colinas de Golã, mas o grupo extremista negou responsabilidade.

Em um comunicado, o Exército israelense disse ter conduzido "um ataque direcionado em Beirute ao comandante responsável pelo assassinato das crianças em Majdal Shams e pela morte de vários civis israelenses adicionais".

O Hezbollah, grupo xiita fundado no Líbano, é um dos maiores bandos militarizados armados do mundo. O braço armado do Hezbollah -- que também atua na política libanesa -- é financiado pelo Irã.

O grupo enfrentou Israel pela última vez em 2006, mas, desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, tem trocado tiros com forças isarelenses em apoio ao grupo terrorista da Faixa de Gaza.

As hostilidades têm se limitado principalmente à região da fronteira, e ambos os lados já indicaram anteriormente que não buscam um confronto mais amplo.

Nesta terça, Israel disse que dez foguetes foram disparados do Líbano e um deles atingiu o kibutz Hagoshrim, no norte do país, deixando um morto.

O governo do Irã chamou o ataque israelense de "agressão covarde e pecaminosa". O governo libanês também condenou a ação e disse que planeja uma queixa formal à Organização das Nações Unidas (ONU).

Reuters
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Pelo menos 749 pessoas foram detidas durante os protestos contra a reeleição do presidente Nicolás Maduro em diversas cidades do país até esta terça-feira (30), segundo o procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab.

"A quem se atrever a sugerir que ontem foram manifestações pacíficas, informo que em consequência da violência desencadeada por estes atos, 48 ​​responsáveis, entre militares e polícias, ficaram feridos", afirmou Saab nas redes sociais.

Saab ainda disse que "um grupo de pessoas realizou uma série de atos violentos e de vandalismo, atirando pedras e coquetéis molotov contra militares".

O Ministério Público da Venezuela declarou que monitora as manifestações realizadas no país contra Maduro e que pode prender quem realizar atos de violência em protestos que negam o resultado das eleições de domingo (28) no país.

Já as ONGs que atuam no país apontam que quatro pessoas morreram e outras 44 ficaram feridas durante as manifestações.

Os manifestantes protestam contra o resultado que indicou vitória do presidente venezuelano, após uma eleição tensa no fim de semana, em meio a apelos da oposição e da comunidade internacional para que as contagens completas dos votos sejam divulgadas.

María Corina Machado e Edmundo González, da oposição, protestaram junto a uma multidão em frente à sede da ONU em Caracas na tarde desta terça (30). Durante o ato, a principal opositora de Maduro reiterou que González venceu com 70% dos votos.

Segundo a ONG Pesquisa Nacional de Hospitais, que monitora a crise hospitalar e centros de saúde da Venezuela, uma das mortes ocorreu em Caracas e as outras duas, em Aragua, no centro do país.

Multidões foram às ruas do país e, em várias áreas, as manifestações foram dispersadas pelas forças de segurança. Uma morte foi relatada na região de Yaracuy, no noroeste do país, segundo a ONG Foro Penal, especializada na defesa de presos políticos.

Enquanto isso, os governos dos EUA e de outros países questionam os resultados oficiais que mostraram a vitória de Maduro sobre o candidato da oposição, Edmundo González.

Em uma mensagem nas redes sociais, González prestou solidariedade "ao povo diante de sua justificada indignação".

"Lamentavelmente, nas últimas horas temos notócias de pessoas falecidas, dezenas de feridos e detidos. Instamos as forças de segurança a respeitar a vontade popular expressa em 28 de julho e deter a repressão de manifestações pacíficas.

A cerca de quatro quarteirões do Palácio Miraflores, a sede do governo, em Caras, homens mascarados, vestidos à paisana e armados, bloquearam o caminho de um grupo de manifestantes, incluindo mulheres e homens, que, a cerca de 200 metros de distância, gritavam "liberdade , liberdade ", e "vai cair, vai cair, este governo vai cair", segundo testemunhas da Reuters.

Manifestações semelhantes foram realizadas no centro, leste e oeste de Caracas.

Em Coro, capital do Estado de Falcón, no noroeste, os manifestantes derrubaram uma estátua que representava o ex-presidente e mentor de Maduro, Hugo Chávez (1954-2013). Já na cidade de Maracay, há relatos de uso de gás lacrimogêneo pelas forças de segurança contra participantes de um ato.

A autoridade eleitoral nacional disse, pouco depois da meia-noite de segunda, que Maduro conquistou um terceiro mandato com 51% dos votos.

Em seguida, o órgão proclamou Maduro presidente para o mandato entre 2025 e 2031, acrescentando que ele havia recebido “uma maioria dos votos válidos”.

Mas pesquisas de boca de urna independentes apontaram para uma grande vitória da oposição depois de demonstrações entusiásticas de apoio para González e a líder da oposição, María Corina Machado, durante a campanha.

A oposição contestou o resultado e a transparência do pleito.

De acordo com a agência AFP, a manifestação em Caracas reuniu milhares de pessoas nos bairros populares da capital.

"E vai cair, e vai cair, este governo vai cair!", gritavam, debaixo de chuva, manifestantes na gigantesca favela de Petare, a maior de Caracas. "Entregue o poder já!", exclamavam outros.

Os manifestantes também queimaram cartazes de campanha com o rosto de Maduro. Eles levavam bandeiras, panelas e instrumentos de percussão para acompanhar os gritos de protesto.

Foi registrado confronto com a polícia, mas não há informações de presos ou feridos até a última atualização desta reportagem.

g1
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Depois de uma declaração do candidato de oposição venezuelano, Edmundo Gonzalez, nesta terça-feira (30), pedindo que as Forças Armadas parem de reprimir os protestos contra a vitória de Nicolás Maduro, o ministro da Defesa da Venezuela expressou "lealdade absoluta e apoio incondicional" das Forças Armadas ao presidente reeleito.

Em declaração na televisão, Vladimir Padrino afirmou:

"Maduro é o nosso comandante-chefe, que foi legitimamente reeleito pelo poder popular e proclamado pelo Poder Eleitoral para o período presidencial 2025-2031".

Segundo ONGs que atuam no país, quatro pessoas morreram e outras 44 ficaram feridas durante as manifestações que estão tomando as ruas de diversas cidades da Venezuela desde esta segunda-feira (29).

Em vídeo em sua rede social, González falou sobre a repressão aos protestos:

"Minha solidariedade está com o povo diante de sua justificada indignação. Lamentavelmente, nas últimas horas, temos informações de pessoas falecidas e dezenas de feridos e detidos. Às forças de segurança e às Forças Armadas pedimos que respeitem a vontade dos venezuelanos, expressada no dia 28 de julho, e parem de reprimir manifestações pacíficas. Vocês sabem o que aconteceu no domingo... Cumpram com seu juramento. A Constituição está acima de todos. Nós, venezuelanos, queremos paz e respeito à vontade popular. A verdade é o caminho da paz".

OEA não reconhece vitória
A Organização dos Estados Americanos (OEA) afirmou nesta terça-feira (30) não reconhecer o resultado das eleições presidenciais anunciado pela Justiça eleitoral venezuelana, que indica vitória do presidente do país, Nicolás Maduro.

Em relatório feito por observadores que acompanharam o pleito, realizado no domingo (28), a OEA diz haver indícios de que o governo Maduro distorceu o resultado.

Um dos principais indícios, segundo o documento, foi a demora na divulgação dos resultados apesar de o país ter urnas eletrônicas. O texto afirma também ter havido relatos de "ilegalidades, vícios e más práticas".

O relatório concluiu que o Centro Nacional Eleitoral (CNE), a principal autoridade eleitoral da Venezuela, comandada por um aliado do governo venezuelano, proclamou Maduro como vencedor sem apresentar os dados para comprovar o resultado e afirmou que os únicos números divulgados em canais oficiais revelam "erros aritméticos".

"Mais de seis horas após o encerramento da votação, o CNE fez um anúncio [...] declarando vencedor o candidato oficial, sem fornecer detalhes das tabelas processadas, sem publicar a ata e fornecendo apenas as porcentagens agregadas de votos que as principais forças políticas teriam recebido", diz o texto.

O relatório da OEA também afirmou que o regime venezuelano aplicou "seu esquema repressivo" para "distorcer completamente o resultado eleitoral".

"Ao longo de todo este processo eleitoral assistimos à aplicação por parte do regime venezuelano do seu esquema repressivo complementado por ações destinadas a distorcer completamente o resultado eleitoral, colocando esse resultado à disposição das mais aberrantes manipulações".

Divulgação incompleta de resultado
A Venezuela foi às urnas no domingo, e, na madrugada de segunda-feira, o CNE declarou Nicolás Maduro vencedor com 51,2% dos votos. O principal candidato da oposição, Edmundo González, ficou com 44% dos votos, ainda de acordo com a Justiça eleitoral do país.

No entanto, o resultado foi anunciado com 80% dos votos apurados, e as atas de votação -- documentos que registram o número de votos e o resultado em cada local de votação -- não foram divulgadas pelo CNE.

A oposição venezuelana contestou o resultado e acusou o CNE de fraude. Na noite de segunda, a oposicionista María Corina Machado afirmou ter tido acesso a 73% das atas, que, segundo ela, dão vitória a Edmundo González.

O grupo oposicionista abriu um site com as atas às que a oposição teve acesso para provar sua versão.

Uma contagem rápida independente à qual o Blog da Sandra Cohen teve acesso nesta terça-feira aponta vitória de González sobre Maduro por 66.2% a 31.2%.

Na segunda-feira (29), nove países da América Latina pediram uma reunião de emergência da OEA para discutir o resultado divulgado pelo CNE. O pedido foi feito por Argentina, Costa Rica, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai.

Em uma carta conjunta, os países "manifestam profunda preocupação com o desenvolvimento das eleições presidenciais" na Venezuela e exigem uma "revisão completa dos resultados com presença de observadores eleitorais independentes que assegurem o respeito à vontade do povo venezuelano que participou de forma massiva e pacífica".

Nesta terça, Brasil, México e Colômbia devem divulgar uma declaração conjunta cobrando a divulgação das atas eleitorais por parte do governo.

g1
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Quatro pessoas morreram e outras 44 ficaram feridas durante as manifestações que tomaram ruas de diversas cidades da Venezuela desde segunda-feira (29), segundo ONGs que atuam no país.

Os manifestantes protestam contra o resultado que indicou vitória do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, após uma eleição tensa no fim de semana. A oposição e a comunidade internacional pedem a divulgação das contagens completas dos votos.

María Corina Machado e Edmundo González, da oposição, protestaram junto a uma multidão em frente à sede da Organização das Nações Unidas (ONU) em Caracas na tarde desta terça (30). Durante o ato, a principal opositora de Maduro reiterou que González venceu com 70% dos votos.

"Devemos agir de maneira pacífica. Não devemos cair nas provocações que eles (aliados do governo) nos colocam. O que eles querem é fazer os venezuelanos se enfrentarem. Conseguimos que Edmundo (Gonzalez) obtivesse 70% dos votos. Unimos um país; venezuelanos que antes acreditavam no chavismo estão conosco hoje”, disse Corina Machado.

Segundo a ONG Pesquisa Nacional de Hospitais, que monitora a crise hospitalar e centros de saúde da Venezuela, uma das mortes ocorreu em Caracas, outras duas em Aragua, no centro do país, e uma quarta na região de Yaracuy, no noroeste.

O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, pelo menos 749 pessoas foram detidas em protestos no país contra Maduro desde as eleições, no domingo (29).

Multidões foram às ruas do país e, em várias áreas, as manifestações foram dispersadas pelas forças de segurança.

O diretor da organização também informou que 46 pessoas foram detidas pelas autoridades, segundo a agência de notícias AFP.

Enquanto isso, os governos dos EUA e de outros países questionam os resultados oficiais que mostraram a vitória de Maduro sobre o candidato da oposição, Edmundo González.

Em uma mensagem nas redes sociais, González prestou solidariedade "ao povo diante de sua justificada indignação".

"Lamentavelmente, nas últimas horas temos notícias de pessoas falecidas, dezenas de feridos e detidos. Instamos as forças de segurança a respeitar a vontade popular expressa em 28 de julho e deter a repressão de manifestações pacíficas."

Em resposta aos protestos contra a vitória de Maduro, o presidente da Assembleia Nacional venezuelana, Jorge Rodriguez, convocou apoiadores do presidente para ir à porta do palácio presidencial Miraflores nesta terça (30) para protestar em favor a Maduro, segundo a Reuters.

Homens armados bloqueiam manifestantes
A cerca de quatro quarteirões do Palácio Miraflores, a sede do governo, em Caracas, homens mascarados, vestidos à paisana e armados, bloquearam o caminho de um grupo de manifestantes, incluindo mulheres e homens, que, a cerca de 200 metros de distância, gritavam "liberdade, liberdade", e "vai cair, vai cair, este governo vai cair", segundo testemunhas da Reuters.

Manifestações semelhantes foram realizadas no centro, leste e oeste de Caracas.

Em Coro, capital do Estado de Falcón, no noroeste, os manifestantes derrubaram uma estátua que representava o ex-presidente e mentor de Maduro, Hugo Chávez (1954-2013). Já na cidade de Maracay, há relatos de uso de gás lacrimogêneo pelas forças de segurança contra participantes de um ato.

Oposição contesta transparência e resultado
Em seguida, o órgão proclamou Maduro presidente para o mandato entre 2025 e 2031, acrescentando que ele havia recebido “uma maioria dos votos válidos”.

Mas pesquisas de boca de urna independentes apontaram para uma grande vitória da oposição depois de demonstrações entusiásticas de apoio para González e a líder da oposição, María Corina Machado, durante a campanha.

A oposição contestou o resultado e a transparência do pleito.

Ato em Caracas
De acordo com a agência AFP, a manifestação em Caracas reuniu milhares de pessoas nos bairros populares da capital.

"E vai cair, e vai cair, este governo vai cair!", gritavam, debaixo de chuva, manifestantes na gigantesca favela de Petare, a maior de Caracas. "Entregue o poder já!", exclamavam outros.

Os manifestantes também queimaram cartazes de campanha com o rosto de Maduro. Eles levavam bandeiras, panelas e instrumentos de percussão para acompanhar os gritos de protesto.

Foi registrado confronto com a polícia, mas não havia informações de presos ou feridos até a última atualização desta reportagem.

Desdobramentos
O Ministério Público venezuelano divulgou um comunicado na segunda, saudando o povo venezuelano pela demonstração de civilidade e democracia durante as eleições. Na mensagem, reconhece a vitória de Maduro e afirma que "rejeita as declarações temerárias de alguns poucos governos da América Latina que querem mandar na democracia venezuelana".

O governo brasileiro afirmou que "acompanha com atenção o processo de apuração" e que aguarda a divulgação de informações mais detalhadas, como os "dados desagregados", pelo CNE. O governo afirma que isso é um "passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito". Esses dados incluem as informações que estão nas atas, como os dados por locais de votação.

O CNE, órgão presidido por um aliado do presidente do país vizinho, informou que Nicolás Maduro venceu e foi reeleito com 51,2% dos votos, contra 44% do opositor, Edmundo González. A oposição, no entanto, afirma que González venceu com 70%.

Com a proclamação, ocorrida menos de 24 horas depois do fechamento das urnas no país, Maduro foi confirmado para mais um mandato no comando da Venezuela. Caso chegue ao fim do novo mandato, o líder venezuelano terá ficado no poder por um total de 17 anos – mais do que seu antecessor Hugo Chávez, que governou a Venezuela por 14.

O CNE proclamou a vitória do presidente também sem apresentar as atas de votação -- documentos que registram o número de votos e o resultado total de cada um dos cerca de 30 mil locais de votação da Venezuela.

A oposição acusou o órgão de ocultar as atas para maquiar o resultado das eleições. O grupo opositor, que se uniu em torno da candidatura de Edmundo González, argumentou que pesquisas de boca de urna apontavam vitória de González sobre Maduro com folga.

g1
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