Janeiro 19, 2025
Arimatea

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O Botafogo-PB encerrou sua preparação para a temporada 2025 com uma vitória por 1 a 0 sobre o Serra Branca, em amistoso realizado nesta segunda-feira (30), no CT da Maravilha do Contorno. O único gol da partida foi marcado pelo volante Igor Maduro, aos seis minutos do segundo tempo.

Apesar de ser um jogo de pré-temporada, o confronto trouxe momentos de intensidade. No primeiro tempo, o lateral Thallyson recebeu cartão vermelho aos 17 minutos. Contudo, por se tratar de um amistoso, a equipe alvinegra continuou com 11 jogadores em campo, com a entrada de Igor Ribeiro.

O gol do Botafogo-PB veio em uma jogada trabalhada no início da segunda etapa. Mateus Rodrigues tabelou com Natham e encontrou Igor Maduro na área. O volante dominou com tranquilidade e finalizou no canto, sem chances para o goleiro adversário.

O elenco do Belo terá folga nesta terça-feira (31) e retoma os treinamentos na tarde de quarta-feira (1º). A estreia oficial na temporada será no sábado (4), às 19h30, contra o Maranhão, pela pré-Copa do Nordeste, no Estádio Almeidão. O confronto vale vaga na fase de grupos da competição regional, um dos objetivos principais do clube no início do ano.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou nesta segunda-feira (30) a promessa de reajustar o salário mínimo acima da inflação até o fim de seu mandato. O governo anunciou que em 2025 o salário mínimo passará a ser de R$ 1.518, variação de R$ 106 (7,5%) em relação ao atual, de R$ 1.412. A nova quantia representa reajuste real de 2,5% acima da inflação.

“Enquanto formos governo nesse país, os trabalhadores vão receber um salário mínimo além daquilo que é a inflação. É um compromisso histórico, uma prática que já deu certo e a gente vai continuar fazendo. É, na minha opinião, a melhor forma de distribuição de renda que a gente pode ter no Brasil”, disse o presidente ao assinar o decreto do reajuste do salário mínimo.

Uma nova lei, sancionada por Lula na sexta-feira (27), limita o reajuste do mínimo a 2,5% acima da inflação. A medida faz parte do pacote de corte de gastos do governo federal.

O salário mínimo tem impacto nas aposentadorias, pensões e outros auxílios pagos pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), assim como o seguro-desemprego, do abono salarial PIS/Pasep e do BPC (Benefício de Prestação Continuada).

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, também reafirmou o compromisso do governo em garantir reajuste real ao salário mínimo.

“É importante lembrar, e o presidente Lula destacou hoje, durante a assinatura do decreto, que em seu governo o salário mínimo terá reajuste acima da inflação em todos os anos, ou seja, ganho real. Um compromisso com o processo de distribuição de renda, que é o papel do salário mínimo”, disse.

R7
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou nesta segunda-feira (30) a nomeação de Gabriel Galípolo para a presidência do Banco Central. O economista, que está como presidente em exercício da instituição, toma posse na quarta (1º), para um mandato de quatro anos. Na ocasião, Lula também assinou a nomeação dos três diretores do BC que assumem no mesmo dia. As assinaturas ocorreram no Palácio da Alvorada, com a presença do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e os textos só podem ser publicados a partir de quarta (1º).

Galípolo vai substituir Roberto Campos Neto, alvo de críticas frequentes de Lula e de integrantes do governo federal desde 2023. Campos Neto foi apresentado ao cargo pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. No momento, Campos Neto está de recesso.

Indicado por Lula no fim de agosto, Galípolo foi aprovado pelo Senado em outubro. O economista tem 42 anos e, desde a apresentação de Armínio Fraga para a presidência do Banco Central, em 1999, ele é o integrante mais novo a ocupar o cargo. O BC é responsável por definir a taxa de juros e a política monetária do país. Galípolo é o atual diretor de Política Monetária do banco.

Os novos diretores foram indicados pelo petista no fim de novembro. Lula escolheu os servidores de carreira do banco Izabela Correa e Gilneu Vivan e o banqueiro do Bradesco Nilton David.

Izabela Correa vai comandar a Diretoria de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta, na vaga de Carolina de Assis Barros. Gilneu Vivan substituirá Otávio Damaso à frente da Diretoria de Regulação. A Diretoria de Política Monetária ficará a cargo de Nilton David, no lugar de Galípolo.

Perfil
O futuro presidente do BC foi indicado por Lula para a diretoria em 2022. Ele já trabalhou no Centro Brasileiro de Relações Internacionais, na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e foi presidente do Banco Fator, entre 2017 e 2021, além de foi secretário de Economia e de Transportes do estado de São Paulo. É formado em economia, com mestrado em economia política.

Em agosto, quando a indicação à presidência do BC foi oficializada, em declaração à imprensa, Galípolo ressaltou a “honra e a responsabilidade” de ter sido indicado para o cargo por Haddad e Lula.

Autoridade monetária
O comando do BC é integrado pelo presidente e oito diretores. Desde 2021, os mandatos não coincidem com o do presidente da República e são fixos, com duração de quatro anos. Há possibilidade de renovação por mais quatro anos, a critério do chefe do Executivo.

R7
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Há dois anos e meio, Edi Maikel dos Santos Silva está preso preventivamente na França, de acordo com decisão do Tribunal de Annecy, no sudeste do país. Pelo menos oito vítimas prestaram queixa à Justiça e relataram ter sido agredidas pelo acusado, ao longo dos últimos 20 anos.

Camilla Araújo de Souza é sobrinha do acusado. O que não impediu os abusos, que começaram quando ambos moravam na Guiana Francesa, em 2002. Hoje, aos 28 anos, ela lembra das primeiras agressões.

"Tudo começou quando eu tinha seis anos, ele veio morar com a gente durante um tempo e foi a primeira vez que aconteceu", diz.

"Minha mãe surpreendeu a gente, ele tentando esfregar o pênis dele no meu bumbum. E quando a minha mãe viu isso, eu achei que ela iria brigar com ele mas, na verdade, ela me bateu e brigou comigo", relata.

"Ele é meu tio, irmão da minha mãe. Depois disso, os meus pais se separaram e a gente morou com a minha avó, depois com a minha tia. Quando a gente estava na minha avó, ele tentou fazer de novo. Mais uma vez tentando esfregar o pênis dele em mim", conta.

Ja morando na França, o assédio continuou. "Ele veio com um papo para cima de mim dizendo que uma mulher tem uma 'capinha' na vagina, que precisa tirar isso e se não for uma pessoa que tire, tem que ir no médico fazer uma cirurgia, que todas as mulheres passam por isso e que ele queria fazer isso comigo", diz.

"E eu caí no papo, foi assim que começaram as penetrações do pênis dentro da vagina, quando eu tinha 12 ou 13 anos. E depois disso, eu voltei para casa e, sempre que não tinha alguém por perto, ele tentava algo. Me chantageava (dizendo) que ia se matar se eu não fizesse tal coisa", continua.

"Ele me seguia, sabia os meus horários, uma vez me pegou de canto, com uma faca na mão, e disse que se eu não fugisse com ele para Lyon, iria se matar. E eu com medo acabei indo, porque a gente fica pensando: ele é tio, mais velho, tem que obedecer. Nisso, quando a gente estava em Lyon, eu fiquei um tempo sem menstruar e deu positivo", lembra a jovem.

A gravidez não se confirmou em um segundo exame, mas o trauma estava longe do fim. A RFI teve acesso a exames psicológicos feitos na vítima no âmbito do inquérito, que apontam "manifestações massivas de stress pós-traumático", "sofrimento persistente", "crises de ansiedade", "medo" e "sentimento de culpa".

Hoje, mãe de um casal de filhos, Camila teme pelo futuro. "O meu maior medo é de acontecer a mesma coisa, principalmente com a minha filha", diz.

"O que mais me revolta é você falar que é cristão, que acredita em Deus, mas não assume o que fez, então não está arrependido", lamenta.

"Me revolta muito o fato de ele falar que nunca aconteceu nada, que ele nunca teve desejo por adolescentes, por crianças, sendo que ele deixou trauma em todas nós, em mim, nas minhas primas. O que mais me revolta é ele não assumir e ainda ter gente que ajuda", desabafa.

Foi outro tio de Camila que insistiu na denúncia. A RFI conversou com Fabrício Cordeiro Brasil, que imediatamente percebeu o comportamento suspeito do ex-cunhado, que na época chegou a fugir com a menina.

"Eu falei que isso não é normal. Ele é uma pessoa de maior. Ela tem 13 anos, isso se chama pedofilia, incesto. E vocês não têm o direito de esconder isso. Nem a mãe e nem vocês as tias", relembra.

Porém, foi somente quando descobriu que as próprias filhas também haviam sido molestadas, que Fabrício pôde denunciar Edi Maikel. Assim como Camila, outras primas dela confessaram terem sido abusadas.

'Nunca pensei que ele seria capaz de fazer isso'
Kissia era uma criança na época. "Eu era pequena, tinha cinco ou seis anos, morava na Guiana Francesa e, nessa época, o meu tio Edi Maikel morou com a gente em um estúdio e ele dormia na mesma cama que eu. Todas as noites, eu me acordava com a mão dele na minha calcinha", revela.

"Ele era um tio que eu amava muito, eu nunca pensei que ele seria capaz de fazer isso. E que não era só com a gente, mas eram muitas pessoas. Ainda mais que ele era pastor e trabalhava com crianças", afirma.

"Nesse caso o que me chocou mais nem era ele, mas a minha mãe que não acreditou em mim e que fica até hoje defendendo ele", acrescenta.

Em novembro, Edi Maikel pediu liberdade condicional, mas a Justiça negou. Um alívio temporário para as vítimas, como Kissia, que aguarda apreensiva o julgamento definitivo.

"Não ter essa certeza que ele vai ficar na prisão indefinidamente, tem essa insegurança que ele possa sair e que a justiça não acredite na gente. E tem também essa dor, esse sentimento de que a nossa própria mãe e a família do lado dos Santos Silva não acreditam na gente, isso machuca muito, até hoje", lamenta a jovem.

A irmã dela, Victoria Cordeiro, também conta ter sido abusada pelo tio. Foi em 2009, quando a família passava uma temporada no Brasil. Na época, a menina tinha quatro anos. Ela lembra de ter contado os fatos para a mãe, a irmã do agressor, que segundo ela nada fez a respeito. Somente aos 17 anos, a jovem tomou coragem para falar sobre o assunto.

"Enquanto os outros dormiam, eu fui ao banheiro e Edi Maikel me seguiu. Eu pedi a ele para me ajudar, ele pediu que eu me virasse de costas e começou a me tocar de forma estranha nas partes íntimas. Foi desagradável, mas aos 4 anos, eu não sabia o que acontecia. Ele não parou, fazia coisas atrás de mim, apesar de eu chorar. Quando ele terminou, mandou eu me calar e me deu um pirulito para eu me conter."

Hoje, aos 20 anos, Victoria ainda sofre com essas memórias. "Até hoje, é um choque para mim. Esse homem que se faz passar por um pastor e que é um pedófilo. É insuportável, não tenho outra palavra", completa.

"Eu me sinto decepcionada, com raiva, traída, como todas as vítimas. Me sinto destruída, frustrada, desesperada, sobretudo. É uma mistura de todos esses sentimentos", conclui a vítima.

Enteada também denuncia agressão
A reportagem também entrevistou a ex-mulher de Edi Maikel. Mayra Angela Silveira Vieira já tinha uma filha, Marjorie, quando passou a viver com o acusado.

"A gente era casado havia onze anos. Quando a gente se conheceu, a Marjorie tinha quatro anos e, logo em seguida, já chamou ele de pai", contextualiza.

"Era essa a relação de pai e filha. E quando ela tinha 15 anos, isso veio à tona. O comportamento dela estava bem diferente. Havia muito ciúme da parte dele, uma possessão. Nessa época eu me separei dele e percebi que, durante uns três meses, ela ficou muito feliz, radiante", relata.

Ao estranhar o comportamento da filha, Mayra resolveu investigar. "Alguma vez ele já te faltou respeito, ele te desrespeitou?", perguntou a mãe.

"Aí, ela baixou a cabeça e começou a chorar. Não queria falar. Eu insisti e ela só chorou e disse que sim. Eu perguntei quando foi a primeira vez e ela disse que tinha 5 anos. Perguntei quando foi a última, ela disse: foi quarta-feira passada. Ou seja, ela vivia isso durante 10 anos", calcula.

"Eu pensei que eram só toques, carícias, mas a irmã dele falou: não foi só isso. Teve outras coisas mais sérias", explica.

Mayra conseguiu uma confissão do ex-marido, em um vídeo. A conversa foi gravada no âmbito de uma formação que ambos faziam para ser psicanalistas.

"Aí foi quando ele, no vídeo, confessou. Foi uma peça fundamental, a polícia recebeu este vídeo traduzido. Nesse mesmo dia, eu mandei ele sair de casa e falei: se você não sair por espontânea vontade, eu vou denunciar."

A conclusão do exame psicológico feito pelo Tribunal de Annecy em Marjorie Vieira Palheta, hoje com 18 anos, não deixa dúvidas sobre os transtornos provocados no desenvolvimento da jovem. Ela afirma "ter medo de homens" e que o padrasto agia como se tivesse "dupla personalidade".

Ela sofre de insônia, tem pesadelos e não suporta a vergonha pelo ocorrido. A mãe dela busca justiça. "Isso de certa forma me matou, porque depois disso eu nunca mais fui a mesma pessoa", afirma Mayra.

Interrogado pelo juiz, Edi Maikel diz não se lembrar dos fatos e ter sido vítima de amnésia após uma queda. Ele nega ter tido relações sexuais com as vítimas. O acusado também passou por exames psicológicos, em novembro passado. No laudo, ao qual a RFI teve acesso, ele revela ter sofrido agressões sexuais por três adolescentes, quando tinha entre seis e sete anos, e ter sido vítima de maus tratos da madrasta. Edi Maikel alega ainda ser vítima de um complô e de mentiras.

A RFI Brasil entrou em contato várias vezes com o advogado do acusado, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.

O que prevê a Justiça francesa
A advogada de defesa das vítimas, Sylvie Correia, explica que os depoimentos delas serão fundamentais para uma possível condenação. "Não temos nada provado. Em casos de estupro e agressões sexuais, em 99% dos casos, é a palavra de um contra a palavra de outro, porque não tem ninguém presente no momento dos fatos", diz.

"O que vale neste caso, é que tem muitas pessoas que não se conhecem e que se queixam da mesma coisa. Ou seja, é o número de vítimas que vai fazer com que realmente o juiz preste atenção", acrescenta.

Caso seja condenado, Edi Maikel pode pegar até 20 anos de prisão, já que a legislação do país prevê penas mais duras quando há agressão de membros da própria família.

"Isso na França é uma circunstância agravante, pois se considera que o padrasto, o pai, o tio tem autoridade sobre a vítima e, então, é mais grave perante a justiça", explica a advogada Sylvie Correia.

"Ele tem aquele jeito de dizer que é bom, falar muito de Jesus, falar de Deus e as pessoas acreditam nele. Ele é muito bom falador. Foi assim que conseguiu enganar a todos", conclui.

Edi Maikel dos Santos Silva continuará em prisão provisória até o mês de maio, quando poderá recorrer novamente. Para a Justiça francesa, essa é a única forma de evitar que ele possa pressionar as vítimas, prejudicar a investigação ou mesmo fugir para o Brasil.

RFI
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Um juiz federal da Argentina ordenou a captura internacional do ditador da Nicarágua, Daniel Ortega, e de sua mulher, Rosario Murillo — que também ocupa o cargo de vice-presidente do país —, nesta segunda-feira (30).

Ariel Lijo, autor da ação, cita a suposta responsabilidade do casal em episódios de grave violação dos direitos humanos, e pede a captura usando como base o princípio da jurisdição universal.

A denúncia, segundo o site de notícias argentino Infobae, foi apresentada em 2022 por um grupo de professores e estudantes da Universidade de Buenos Aires. O pedido documenta violações do regime de Ortega como repressão de manifestações civis, a prisão de opositores político e a perseguição a grupos vulneráveis, de acordo com o site.

Pelo princípio da jurisdição universal, os tribunais argentinos se consideram aptos a julgar casos de lesa-humanidade, independente de onde eles tenham sido cometidos.

Ortega, 79, é um ex-guerrilheiro que ascendeu ao poder como líder revolucionário e herói nacional. Décadas depois, porém, ele transformou a Nicarágua em um país classificado como uma das piores autocracias eleitorais do mundo.

Em agosto, o país expulsou o embaixador brasileiro após o Brasil não ter enviado representante para o aniversário de 45 anos da Revolução Sandinista. A crise diplomática aprofundou o desgaste entre os dois países.

Queda de Somoza
A data da Revolução celebra a queda do ditador Anastasio Somoza Debayle em 1979 por um grupo de revolucionários do qual Ortega foi um dos líderes. A família de Somoza governava a Nicarágua desde 1936, impondo ao país um dos regimes mais violentos da América Latina.

Mais de quatro décadas depois, o herói do passado é o presidente de um país que ocupa uma das últimas posições em um ranking de autocracias eleitorais. A lista é elaborada pelo V-DEM, da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, que mede o status das democracias pelo mundo.

Autocracias eleitorais são países nos quais não há liberdade de expressão; eleições existem, embora não sejam livres nem justas. No índice de democracias liberais do V-DEM, a Nicarágua está no 176º lugar entre 179 países, à frente apenas de Mianmar, Eritréia e Coreia do Norte. A Venezuela, em que Nicolás Maduro foi declarado reeleito em uma eleição sob suspeita da comunidade internacional, está em 164º lugar.
País com pouco mais de 6,6 milhões de habitantes, o equivalente à população do estado de Santa Catarina, a Nicarágua é governada por Ortega desde 2007 —reeleito em 2011, 2016 e 2021. Ele já havia dirigido o país de 1984 até 1990, quando promoveu reforma agrária e atuou para distribuição de riquezas, com grande apoio popular, até perder a eleição para a ex-aliada Violeta Chamorro.

"A Nicarágua é o país com o processo mais duradouro de autocratização", diz o relatório de 2024 do V-DEM. A piora coincide com o retorno ao poder de Ortega.

Sob o governo dele, aponta o V-DEM:

  • As eleições não são livres nem justas;
  • Não há limite para reeleição;
  • Os partidos de oposição foram eliminados de uma disputa séria;
  • Reformas foram feitas para minar os freios ao poder Executivo.
  • Piorou a censura à imprensa, em um nível equivalente ao do Afeganistão, Hong Kong e Mianmar.
  • Há perseguição política aos críticos ao regime;
  • Há violações de direitos humanos.

"Praticamente todas as melhorias democráticas que o país havia alcançado desde 1990 foram desfeitas. Em duas décadas, a Nicarágua caiu de uma democracia eleitoral para o nível mais baixo no índice", de acordo com o documento.

Relatório de 2024 da ONG Human Rights Watch lista que o ex-guerrilheiro fechou veículos de mídia, ONGs e universidades, violando as liberdades de expressão e associação e restringindo o direito à educação. O documento, publicado em 2024, revela que o atual presidente é responsável pela perseguição aos críticos do regime, inclusive a Igreja Católica, "desmantelando o espaço cívico".

Ortega hoje comanda o país ao lado da esposa, a vice-presidente Rosario Murillo.

Tanguy Baghdadi, professor de política internacional e apresentador do podcast Petit Journal, disse ao g1 que Ortega governa para se manter de forma perene no poder, com um regime centralizado na figura dele.

"Com o passar do tempo, há o fechamento cada vez maior do regime. Ele domina de forma cada vez mais absoluta setores cada vez maiores da economia. Ele reprime opositores", diz. "É um país que tem um nível de violência muito elevado, e ele acaba usando isso, inclusive, a seu favor, uma vez que as forças policiais, obviamente ao seu mando, acabam tendo um poder ainda maior."

Escalada de autoritarismo
O regime de Ortega endureceu aos poucos ao longo das últimas duas décadas. Um dos episódios emblemáticos dessa escalada de violência são as manifestações populares contra o presidente por causa de um decreto que regulamentava a reforma da Previdência Social, em abril de 2018.

Na época, os protestos contra casos de abuso e de corrupção foram violentamente reprimidos pelo governo. Um relatório da Associação Nicaraguense dos Direitos Humanos (ANPDH) apontou que cerca de 450 pessoas foram mortas. Mais de 100 mil pessoas também foram exiladas.

As primeiras manifestações envolveram trabalhadores, indígenas e estudantes. Quando o movimento cresceu, já exigindo a renúncia de Ortega, os universitários se destacaram e se tornaram também as maiores vítimas de violência, mas diversos setores da sociedade continuam participando dos atos.

O ano de 2018 é um marco da repressão, diz. "O país já tinha uma liberdade política muito pequena, e, no ano de 2018, isso fica explicitado."

As eleições de 2021 são outro indicativo do esvaziamento da democracia na Nicarágua. Ortega conquistou o quarto mandato consecutivo, ao receber 75% dos votos. As eleições não tiveram uma real concorrência: 7 pré-candidatos da oposição foram detidos para que não pudessem concorrer.

A Human Rights Watch, no relatório publicado em 2024, aponta Ortega como responsável pela perseguição aos críticos do regime, inclusive a Igreja Católica, "desmantelando o espaço cívico".

Em novembro do ano passado, as autoridades já haviam fechado mais de 3.500 ONGs, incluindo organizações de mulheres, religiosas, de ajuda internacional e de cuidados médicos. Entre 2018 e 2022, o governo fechou pelo menos 57 veículos de imprensa, segundo a Plataforma Nicaraguense de Redes de ONGs.

Ortega ainda é responsável por retrocessos no direito das mulheres, como a proibição do aborto em todas as circunstâncias desde 2006. Quem pratica o aborto enfrenta sentenças de prisão de até dois anos. A proibição obriga mulheres e meninas a levarem adiante uma gravidez mesmo em caso de estupro.

Em março, o Grupo de Especialistas em Direitos Humanos da ONU ainda divulgou um relatório apontando ter encontrado "motivos razoáveis para acreditar que autoridades haviam cometido crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, prisão, tortura, violência sexual, deportação forçada e perseguição política".

Lula e Ortega, da proximidade ao afastamento
Antigo aliado de Ortega, o presidente Lula (PT) decidiu congelar as relações com o governo nicaraguense por um período de um ano em retaliação justamente à prisão de padres e bispos no país.

Em 2022, o governo da Nicarágua iniciou uma ofensiva contra a Igreja Católica do país, confiscando imóveis, dissolvendo ordens jesuítas e prendendo padres e bispos que denunciavam a guinada autoritária do líder esquerdista.

O Brasil tentava atuar como mediador entre o Vaticano e Manágua, e pedia ao governo da Nicarágua que soltasse bispos presos .

Segundo Baghdadi, "chega um determinado momento em que a autocracia se torna tão fechada que qualquer tipo de dissidência se torna um problema. Nem um antigo aliado como é o presidente Lula pode fazer qualquer tipo de pedido de mediação que seja".

Para ele, a tendência é o autoritarismo piorar. "O Ortega já entrou naquele ponto naquele modo em que o isolamento não incomoda mais. O isolamento já está na conta e faz parte do cálculo político da Nicarágua."

g1 PB
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A crise política na Geórgia continua apesar da posse do novo presidente, o ex-jogador de futebol Mikhail Kavelachvili. Os opositores ao governo eram mais numerosos no domingo (29), em frente do Parlamento, animados pelo discurso de Salomé Zourabichvili, ex-presidente que deixou o cargo e tem visão pró-Europa. As manifestações vão continuar. Um grande comício está previsto para terça-feira, véspera de Ano Novo. A ex-presidente estará lá, em seu novo papel de líder da oposição.

É nesse contexto tenso que o novo presidente assumiu oficialmente suas funções. Kavelachvili "mal se instalou" na cadeira presidencial e já assinou seus primeiros projetos de lei, todos de caráter repressivo.

Os poderes da polícia para realizar prisões foram ampliados, e as multas contra manifestantes foram aumentadas. Agora, a multa custará 2000 laris (cerca de R$ 4,5 mil) se a polícia prender alguém por usar um artefato de laser durante os protestos.

Além disso, há o risco de agressão física. Ontem, seis pessoas foram presas de forma violenta. No entanto, na avenida Roustaveli, essas ameaças não parecem frear a mobilização: "Eles querem nos assustar, é claro, mas isso não funciona. Não temos medo e vamos continuar porque sabemos que sempre haverá alguém para nos ajudar", disse uma manifestante.

A ex-presidente Salomé Zourabichvili planeja percorrer o país para manter viva a força da contestação e, principalmente, usar sua rede de contatos no exterior. A ex-diplomata tenta convencer a União Europeia a aumentar a pressão sobre o novo governo para a realização de novas eleições.

Manifestantes prometem continuar mobilização
O partido Sonho Georgiano, pró-Rússia, agora controla todos os poderes. Os opositores pró-europeus se preparam para um movimento de longo prazo.

Em Tbilisi, o bar de um pequeno hotel serve de base de apoio para os manifestantes. Tamar Tchigadze está lá todas as noites, há 31 dias. E não é algo que vá mudar tão cedo: "Sabemos que essa luta não vai acabar, nem hoje, nem amanhã. Vai ser longa, estamos prontos para isso e não vamos desistir", afirmou.

Para essa terapeuta especializada em dependência, a contestação é mais uma maratona do que um sprint. "Há alguns dias, ouvia-se que havia menos gente, mas de repente, 300 mil pessoas apareceram. Isso significa que, quando for necessário, 300 mil ou mais pessoas se mobilizarão na avenida Roustaveli."

Mas até agora, a mobilização não foi suficiente para fazer o governo ceder. Tamar Tchigadze se mantém otimista. "O que mudou é que muitos georgianos que não entendiam o que estava acontecendo, viram a realidade. A Europa também ouviu nossa voz."

Tamar garante que vai estar ao lado de Salomé Zourabichvili, que ao deixar o palácio presidencial pediu a seus apoiadores que passassem a véspera do Ano Novo com ela em frente ao parlamento georgiano.

g1 PB
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Um homem de 22 anos foi preso suspeito de estuprar uma menina de 11 anos, no Pavilhão do Chá, no Centro de João Pessoa. O caso, que teria acontecido durante o fim de semana, está sendo investigado pela Polícia Civil.

Segundo a polícia, a mãe da vítima registrou um boletim de ocorrência no domingo (29), dizendo que a filha estava desaparecida desde a sexta-feira (27) e que recebeu a informação de que a criança estava com um homem em uma praça da capital paraibana.

Policiais foram até o local e encontraram a menina com o homem, que está em situação de rua. O suspeito contou que a criança se apresentou a ele como uma garota de programa, mas que negou ter mantido relações sexuais com ela por conta da idade.

A menina também disse que não manteve relações sexuais com o suspeito, mas confirmou que o beijou.

O homem foi espancado no local por pessoas conhecidas da esposa dele, que viu a situação e provocou as agressões. Ele recebeu os primeiros socorros de uma equipe médica do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) e foi levado para o Hospital de Trauma.

Por enquanto, a Polícia Civil considera o caso como suspeita de estupro de vulnerável, já que ainda não foi confirmado se houve estupro ou não. A criança ainda deve passar por um exame de corpo de delito.

A mãe, embora tenha feito a denúncia, não possui a guarda da filha. A responsabilidade dos responsáveis pela criança também será investigada.

g1 PB
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Entre janeiro e novembro de 2024, o apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) subiu 46% em relação ao mesmo período de 2023. Ao todo, foram aprovados créditos no montante de R$ 80,1 bilhões, superior ao valor de R$ 54,8 bilhões do ano anterior.

Nesses 11 meses, os agentes financeiros parceiros do banco foram responsáveis pela aprovação de crédito no valor de R$ 100,4 bilhões para empresas de todos os portes. Apenas para MPMEs, os recursos representaram 80% do valor. No mesmo período de 2023, quando os agentes financeiros operaram R$ 74,5 bilhões no total, 73% do valor foi destinado a micro, pequenas e médias empresas.

“A parceria do BNDES com os agentes financeiros permite que o banco alcance mais de 90% dos municípios brasileiros, contribuindo com a ampliação do acesso ao crédito a micro, pequenas e médias empresas, um segmento fundamental para a economia do país e para a geração de empregos, além de reduzir as desigualdades regionais”, destacou o presidente da instituição, Aloizio Mercadante.

Agência Brasil
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O mercado financeiro elevou a previsão de inflação para o próximo ano pela 11ª vez seguida e a do dólar pela nona vez consecutiva. De acordo com agentes do mercado financeiro consultados pelo Banco Central (BC), o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve fechar 2025 em 4,96%. No último boletim, divulgado na semana passada, o mercado previa um IPCA de 4,86% para o próximo ano.

A previsão consta no Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (30) pelo Banco Central (BC). O relatório semanal reúne as expectativas de agentes do mercado financeiro, como bancos de investimento, gestores de ativos e outras instituições do mercado.

A estimativa do Boletim Focus é mais pessimista que as previsões oficiais. O governo federal estima um IPCA de 3,1% para o próximo ano, segundo a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025 aprovada no Congresso Nacional.

Dólar
Pela nona vez consecutiva, o Boletim Focus elevou a previsão do preço do dólar para 2025. De acordo com o relatório, a previsão é que a moeda custe, em média, R$ 5,96 no próximo ano. Há uma semana, o Boletim Focus estimava um dólar à R$ 5,90. Por sua vez, a LDO aprovada no Parlamento prevê uma taxa de câmbio média de R$ 4,98 para o próximo ano.

Por outro lado, o Boletim Focus manteve nesta semana a previsão para a taxa Selic de 2025, que é a taxa básica de juros definida pelo Banco Central. O mercado manteve a estimativa de uma Selic a 14,75% ao ano em 2025. Atualmente, a Selic está em 12,25% ao ano.

Porém, o Boletim elevou a previsão da Selic para 2026, quando avalia que a taxa será de 12% ao ano. Na semana passada, o mercado estimava que a Selic em 2026 ficaria em 11,75%.

Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), o Boletim Focus prevê um crescimento de 1,8% em 2025. Há uma semana, o mercado estimava um PIB de 1,9% no próximo ano. Esta é a segunda semana seguida que o mercado financeiro reduz a estimativa do PIB para 2025. De acordo com os números oficiais previstos na LDO, o PIB em 2025 será de 2,5%.

Agência Brasil
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As contas públicas fecharam o mês de novembro com um déficit primário cerca de 80% menor do que o registrado no mesmo mês de 2023. O setor público consolidado – formado por União, estados, municípios e empresas estatais selecionadas – ficou com saldo negativo de R$ 6,6 bilhões no mês passado, ante um déficit de R$ 37,3 bilhões em novembro do ano passado.

O déficit de novembro de 2024 é o menor desde 2021, quando as contas públicas registraram um superávit de R$ 15 bilhões em novembro. No acumulado do ano, as contas públicas acumulam um déficit de R$ 63,2 bilhões, o que representa 0,59% do Produto Interno Bruto (PIB).

As estatísticas fiscais do setor público brasileiro de novembro foram divulgadas nesta segunda-feira (30) pelo Banco Central (BC). Esse cálculo exclui as empresas financeiras ligadas ao Estado, com BNDES, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil. O cálculo também não leva em conta as receitas da Petrobras. Além disso, o déficit primário também não calcula as despesas com juros da dívida.

No Governo Central e nas empresas estatais selecionadas houve déficits, da ordem, de R$ 5,7 bilhões e R$1,3 bilhão, e nos governos regionais, superávit de R$ 405 milhões.

Dívida pública
A autoridade monetária do país informou ainda que a dívida bruta do governo geral (DBGG), que contabiliza os passivos dos governos federal, estadual e municipais – ficou em 77,7% do PIB em novembro, ou seja, R$ 9,1 trilhões de reais.

Houve uma redução de 0,1 ponto percentual (p.p.) do PIB em relação ao mês anterior. Já em dezembro de 2023, a dívida estava em 73,8% do PIB, ainda segundo o BC. O principal fator que impulsionou neste ano o crescimento de 3,9 p.p. da dívida em relação ao PIB foram os juros nominais (+6,9 p.p.), seguida pela emissão líquida da dívida (+0,7 p.p.).

Na última reunião do ano, no dia 11 de dezembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou a taxa Selic, juros básicos da economia brasileira, em 1 ponto percentual, para 12,25% ao ano. A consultoria financeira MoneYou calcula que o Brasil tem a segunda maior taxa de juros reais do mundo, perdendo apenas para a Turquia.

Despesas com juros
Em novembro deste ano, o Brasil gastou com juros nominais R$ 92,5 bilhões, ante R$ 43 bilhões gastos em novembro de 2023. De acordo com o BC, “esse aumento foi influenciado pelo resultado das operações de swap cambial (perda de R$ 20,3 bilhões em novembro de 2024 e ganho de R$18,3 bilhões em novembro de 2023)”. O swap cambial equivalente à venda de dólares no mercado para tentar conter a alta da moeda norte-americana.

No acumulado em doze meses até novembro deste ano, os juros nominais alcançaram R$ 918,2 bilhões (7,85% do PIB), comparativamente a R$ 713,4 bilhões (6,56% do PIB) nos doze meses até novembro de 2023.

Agência Brasil
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